Numa análise que fiz ao Post “Outra economia e alteração da zona euro” apresentei como uma das soluções (não a única) para a redução do défice orçamental, a redução substancial de desperdícios. Hoje, ao ler uma crónica de Helena Matos publicada no jornal Público de 27 do corrente encontrei um apoio a esta solução.
Entre outras coisas, diz ela: ” Mas não existem impostos capazes de sustentar uma administração pública, a portuguesa, que gasta o que não tem no que não deve. Consulte-se, por exemplo, o portal disponibilizado pela Associação Nacional para o Software Livre que dá conta do universo dos ajustes directos. É um mundo que pode ir dos 784 mil euros gastos em agendas por municípios, empresas públicas e institutos, nos anos de 2008 e 2009, aos 123 mil euros gastos pela EPAL em cabazes de Natal…”
Mais adiante: “Os ajustes directos do Estado são os trocos da despesa feita com o dinheiro dos contribuintes. Mas são trocos que já nos levam 1,2 por cento do PIB…”
Sobre os brindes diz: “o município de Loulé é um caso digno de estudo em matéria de brindes: em Outubro de 2009, o dito município achou oportuno despender 54.965 euros em brindes, sendo certo que já em Julho do mesmo ano afectara quase 19 mil euros à mesma rubrica. Mas não acaba aqui a relação de Loulé com os brindes: tudo somado, durante 2009 o município de Loulé gastou 122 mil euros em brindes. Convenhamos que é muito brinde!
Multipliquem pelas autarquias do país e verificarão que não é tão desprezível assim.
Mas não se fica pelos brindes. Aborda também o carnaval em Loulé. Sobre este diz, e ainda não foi desmentida, que: “Note-se que esta contabilidade dos brindes não inclui o Carnaval, festividade que deixa de ter qualquer graça quando se percebe que, entre 2008 e 2010, nos custou mais de dois milhões de euros. A parte do leão das despesas carnavalescas, ou seja, um milhão, vai para os carros alegóricos, mas a despesa carnavalesca de que não me consigo libertar são os 73 mil euros gastos em "saquinhos (almofadas anti-stress) de arremesso" que o município de Loulé comprou no ano de 2009. Menos entendo que a Contratação dos serviços do actor Angélico Vieira, para Rei do Carnaval (desfile), em Vila Real de Santo António nos tenha ficado em mais de 16 mil euros.
Termina a crónica dizendo: “Exemplos não faltam. Basta ir procurá-los a http://transparencia-pt.org/Meia hora de pesquisa é suficiente para concluir que ou conseguimos que a administração pública ganhe juízo ou então só nos resta dedicarmo-nos ao espiritismo e colocarmos o Alves dos Reis na Casa da Moeda. Creio que já estivemos mais longe.
Os romanos davam circo e pão para manterem a população alienada. O que nos separa são cerca de 2000 anos.
1. Uma recente sondagem da Marktest, para a TSF e o Diário Económico (trabalho de campo realizado entre 18 e 20 de Maio) apresenta os piores resultados dos últimos anos para o PS. É certo que há uma outra, também recente, da Eurosondagem, com valores diferentes. Mas seria pura inconsciência não interpretar esta sondagem como um aviso sério.
O PSD sobe até aos 43,9%, aproximando-se da maioria absoluta, o PS fica-se por uns inimagináveis 27,6%. O CDS não paga o preço pela subida do PSD e consegue melhor do que no mês passado com 7,5%. O BE fica ligeiramente acima com 7,7% e o PCP fica nos 7,1%.
Ou seja, a direita passa a barreira dos 50%, atingindo os 51,4%, enquanto os três partidos de esquerda somados não vão além dos 42,4%.
Assim, com a descida do PS não beneficiaram os outros dois partidos da esquerda, que em conjunto ficaram abaixo dos 15%.
2. O PS deve reflectir sobre as consequências, para a sua saúde política e para o país, de se deixar penalizar pelo facto de seguir os caminhos impostos pelos poderes fácticos que causaram a crise ( ou que são eles próprios o rosto verdadeiro da crise) e pelo PPE (Partido Popular Europeu), quando parecem beneficiar dessa penalização os ramos portugueses desse mesmo PPE. Força política essa que verdadeiramente é um dos eixos estratégicos da crise e o seu núcleo político.
O PCP e o BE não podem deixar de reflectir sobre o facto de ser agora óbvio que actuaram objectivamente como instrumentos ( decerto involuntários ) da direita, uma vez que afinal é ela que tira proveito da flagelação sistemática do PS e do Governo , na qual tão aplicadamente têm colaborado com a referida beneficiária.
Aos eleitores que se zangaram com o PS cabe perceber que, se procurarem aconchego no regaço da direita, estão afinal a dar o poder aos que agravarão todas as medidas que os levaram a afastar-se do PS.
Mas, mais importante do que tudo isso é que todos os caminhos de reversão do desastre ficarão mais estreitos se o PS se embrenhar por atalhos políticos ou continuara a arrastar os pés.
E, antes de tudo, terá que compreender que não pode limitar-se a oferecer, como único futuro, às vítimas das actuais desigualdades sociais, a sua eterna reprodução.
Rui Namorado, O grande zoo
Diariamente os noticiários emitem mentiras sob mentiras acerca do governo Sócrates e do PS, mesmo a respeito de assuntos não muito importantes.
Ontem, a TSF anunciou que o governo suspendeu o concurso para a aquisição de uma nova arma ligeira para o exército a fim de substituir a velha G-3 de há uns 40 anos ou mais, o que é verdade e está em concordância com as necessárias medidas de redução de despesas. E como é habitual, a TSF foi dar direito de antena a mais um aldrabilhas profissional, um sargento da respectiva associação sindical.
Este disse que é errado não comprar uma nova arma ligeira pois a G-3 apesar de ser uma arma fiável é muito pesada e já não tem o calibre Nato, etc. e coloca os soldados portugueses em situação de inferioridade nas missões no estrangeiro.
O sargento sindicalista, como é habitual na sua espécie, não disse que o País tem comprado armas ligeiras muito modernas em pequenas quantidades, nomeadamente a espingarda israelita Galil com a qual são equipados os pequenos agrupamentos que têm ido para missões no exterior. E essas compras não são de agora, têm sido feitas há bastantes anos, pelo que é inacreditável que o sorja não tivesse disso conhecimento, devendo haver um número suficiente para equipar um batalhão ou mais. Também ninguém disse que o Governo não está interessado em meter o País numa guerra de grandes proporções, limitando-se a apoiar missões de paz e segurança com pequenos destacamentos.
A Galil é uma versão muito melhorada da Kalashnikov com o novo calibre Nato, tendo sido considerada como uma das melhores armas ligeiras do Mundo, ou não fosse israelita e é fabricada com uma precisão extrema.
Nas Kalashnikovs AK-47 e sucedâneas, o recuo do tiro é mais ligeiro e não menos eficaz, pois a bala é acelerada por gases em expansão e possuem no fim do cano um orifício que liga a um pequeno tubo que leva para trás um pequena parte do gás impulsionador para accionar com grande rapidez o mecanismo de ejecção do cartucho e reposição automática de nova bala na câmara.
O ano de 2010 ficará na história da Humanidade, da vida na Terra, do sistema solar e, talvez, até da própria Galáxia e do Universo. Daqui para diante haverá um antes de 2010 e um depois de 2010.
Este ano foi concluído o trabalho iniciado há 15 anos por Graig Venter e a sua equipe no sentido de criar vida artificial e mostrar que o fenómeno vida não passa de um complexo conjunto de reacções químicas.
Não que Venter tenha criado a 100% um ser vivo, mas quase. Efectivamente, o cientista norte-americano copiou o genoma de ADN da bactéria muito simples micoplasma micóide, encomendando os genes traduzidos para um programa informático a uma empresa alemã que há muito fabrica genes sintéticos. As respectivas unidades genéticas do ácido desoxirribonucleico fabricadas por robots de laboratório foram transferidas para uma levedura e após completado o genoma, protegeu-se tudo com uma capa metílica para o transferir para outra bactéria micoplásmica da qual tinha sido retirado o seu ADN original. Aquilo que parecia ser um longo polímero inerte, o genoma sintético, passou a funcionar como ser vivo e a nova bactéria adquiriu as características do seu novo ADN sem o rejeitar como tinha acontecido em experiências anteriores.
Saliente-se que Venter utilizou para o efeito dois micoplasmas que são as bactérias mais simples da natureza, do tipo procariota, sem núcleo, e desprovidas de uma verdadeira parede celular. O seu revestimento é constituído por uma membrana de gordura, ou antes, colesterol esterificado que, geralmente, nem é produzido a partir do seu mecanismo interior, mas retirado do meio ambiente. Os micoplasmas estão quase entre os vírus e as bactérias mais primitivas.
Há quem veja no sucesso de Vengter, o homem que descodificou o genoma humano em 2001, um semi-êxito, enquanto outros vêem no feito o primeiro passo para a síntese química do fenómeno vida, principalmente porque foi aberto um caminho para proteger o genoma sintético e daí, por ventura, para o pôr a funcionar de modo a produzir bactérias ou outros seres vivos completos.
Neste aspecto, Venter está a prosseguir uma via quase inversa da suposta criação de vida na terra em que o DNA foi quase a fase final de um processo muito lento. De qualquer forma não se sabe se os micoplasmas evoluíram a partir dos vírus ou das bactérias sem núcleo.
De qualquer forma, tornou-se possível criar sinteticamente uma longa molécula polímera de DNA que em meio adequado passa a funcionar como como em qualquer célula viva, seja de ser bacteriano ou de um ser humano, por exemplo.
Venter, para ser o primeiro e não perder tempo, limitou-se a plagiar a natureza de uma bactéria relativamente simples, se é que o termo se aplica a qualquer ser vivo no nosso Planeta e prescindiu de tentar ser o criador de algum ser vivo diferente, mas não perdeu a esperança de produzir bactérias que venham a absorver o CO2, os poluentes, os metanos e possam mesmo atacar células de tumores cancerosos. Neste campo, abriu-se uma nova via evolutiva para a Humanidade e, principalmente, demonstrou-se o carácter material da vida.
Claro, isto nada tem a ver com religião. Para muitos, Deus criou as leis da química e da física e a evolução até a um ser humano capaz de produzir uma colher como um genoma vivo e capaz de curar milhares de milhões de doentes e também produzir Auschwitz e todas as guerras. Um Deus criador de todos os pormenores e actuante e presente nas igrejas, sinagogas ou mesquitas proporciona poder a quem o pretender representar, enquanto o Deus distante do Big Bang e das reacções químicas não leva ninguém a sujeitar-se a qualquer seu representante na Terra, seja um ayathola, um rabino ou o papa.
Há muito que se produzem genes a partir de quatro compostos químicos e que são utilizados na manipulação genética de muitas sementes vegetais como milhos, tomates e até batatas com grande fúria dos ecologistas que temem a criação humana, mas não a podem parar, o homem é incorrigível e está sempre a criar algo de novo, se bem que não em todos os países. Neste aspecto, os EUA detêm o privilégio de serem de longe os primeiros e a sua ciência ultrapassa tudo o que o resto da Humanidade produz.
Contudo, fica no ar a pergunta. Afinal como apareceu a vida na Terra sem a intervenção de um criador inteligente, pois podemos dizer que Venter imita Deus.
A teoria mais elaborada revela dois factores fundamentais: a capacidade reactiva dos átomos, ou antes, dos electrões dos seus últimos orbitais que absorvem fotões, subindo de escalão energético, ou emitem-nos descendo e o tempo medido em quase cinco mil milhões de anos. Os electrões com mais energia tendem a abraçar aos seus congéneres de outros átomos formando moléculas como os dois átomos de hidrogénio com um de oxigénio para dar uma molécula de água e os átomos de carbono ligam entre si em longas cadeias e a átomos de hidrogénio como radicais azotados NH2 e radicais ácidos –COOH para formarem os célebres aminoácidos, os tijolos da matéria orgânica e da vida.
Há uns 50 anos atrás o cientista Miller, recriou em laboratório aquilo que teria sido a atmosfera original da terra, descarregando raios eléctricos e obteve aminoácidos. A partir do carbono, azoto, oxigénio, hidrogénio e fósforo formaram-se os quatro nucleótidos básicos do ácido ribonucleico há uns 4,9 mil milhões de anos. Estes compostos viram-se metidos em camadas porosas microscópicas de argila, sofrendo grandes diferenças de temperatura e a acção de diversas radiações. Muitas foram as reacções que tiveram lugar nesses micro-esporos argilosos numa época em que na atmosfera quase não existia oxigénio. Algumas reacções terão dado origem à formação de ácidos gordos. Por isso, por via de convulsões diversas da superfície da terra, quando se libertaram os ácidos ribonucleicos, alguns estariam envolvidos em membranas dos referidos ácidos gordos que impediram a saída dessas longas cadeias químicas, mas permitiam a entrada de minúsculos objectos químicos, os nucleótidos de natureza semelhante às unidades que formaram o ARN (ácido ribonucleico). Os nucleótidos são pois os monómeros do ARN e ADN que não passam de polímeros ou longas cadeias de compostos iguais como são o polietileno, poliestireno, etc.
A uma baixa temperatura, os nucleótidos ligaram-se às cadeias de ARN, tornando-as muito longas e a temperaturas mais altas dividiram-se duas de modo formarem a conhecida dupla hélice de ADN.
As protocélulas formaram-se há uns 4,9 mil milhões de anos do tipo pelágico, isto é, disperso na água e nunca poderiam sobreviver assim num planeta que sofreu enormes variações, passando de um dia de 6 horas para as actuais 24. Mesmo assim, permaneceram estáveis durante quase 3 mil milhões de anos. Essas bactérias primitivas cobriram grande parte da superfície do planeta com um chamado biofilme bacteriano de uma matéria gelatinosa que produziam e as protegia do meio ambiente, atraídas entre si por forças electrostáticas. O biofilme era e é ainda constituído por açúcares, existindo ainda hoje por toda a parte, tanto nos dentes como forma de colónias nas nossas placas dentárias até aos cascos de navios, etc. O biofilme das bactérias procariotas está por toda a parte, todas descendentes como nós da LUCA (last unicelular ancestor).
A falta de energia para alimentar os biofilmes terá levado a que algumas cianobactérias do tipo algas azuis tenham adquirido a fotossíntese graças a uma mutação que originou a clorofila, passando a poder utilizar a energia solar e poluindo a atmosfera de então com um resíduo tóxico chamado oxigénio ao mesmo tempo que transformavam o dióxido de carbono em hidratos de carbono (açúcares). Claro, como sempre aconteceu na vida terrestre, colonizaram o planeta em novos biofilmes e acabaram por produzir tanto oxigénio que este inundou em 21% a atmosfera.
As células eucariotas com núcleo apareceram apenas há 600 milhões de anos, uns 4,3 mil milhões de anos depois de aparecer a primeira vida terrestre. Os núcleos terão tido origem em vírus que se introduziram nas bactérisa procariotas para sobreviverem. E só 200 milhões de anos depois é que surgiram os primeiros metazoários, ou seja, seres pluricelulares, que evoluíram até hoje em apenas 10% do tempo da vida na Terra e nós, enquanto ditos seres racionais, estamos há uns 0,01% ou menos na Terra e concluímos que chegou a nossa vez de meter a colher nessa coisa chamada vida. Que mais não seja para sobrevivermos e, por ventura, povoarmos alguns exoplanetas parecidos com o nosso ou mesmo diferentes para os quais podemos fabricar novos tipos de seres vivos capazes de, por exemplo, oxigenar uma atmosfera demasiado rica em ácidos diversos.
Por último uma nota: Muitos dos trabalhos de engenharia biológica foram financiados pela “banca maluca” que criou a actual “crise”, financiando tudo e mais alguma coisa, incluindo a Microsoft, a Google, a Intel, a Nokia, etc. Naturalmente por ganância e na ideia que ganharia imenso dinheiro com as grandes descobertas. Na verdade, só no sector do fabrico de genes foram criadas mais de 30 empresas e só restam quatro actualmente. É assim na vida biológica como na economia, há sempre um processo de selecção em que os mais incapazes ficam para trás e desaparecem. Além disso, os génios necessitam de capital antes que se saiba que são génios, daí a função evolutiva da “banca desregulada e gananciosa”.
Os juízes de Aveiro mostraram novamente o seu ridículo facciosismo contra o PM José Sócrates ao darem a conhecer que numa escuta foi detectado em que o PM recebeu um SMS a anunciar a saída de Manuel Moura Guedes cerca de 20 minutos antes da comunicação social dar a conhecer o facto ao país. Claro que a Comunicação Social anunciou o facto às 13 horas, mas recebeu a notícia antes, só que o PM disse que teve conhecimento do facto quando a comunicação social o comunicou e há duas comunicações sociais: as agências noticiosas, o jornalismo, etc. e os meios finais como a rádio ou a televisão.
Do gabinete do PM foi dito que o mesmo estaria num avião durante esses vinte minutos e a SIC quis receber da parte do Ministério da Defesa os horários em que o avião Falcão da FA voou.
Trata-se aqui de uma situação ridícula e estúpida da parte dos juízes de Aveiro que têm um canal especial de comunicação com o jornal “O Sol”, mais uma vez este jornal, e que não se arrependem nem tomaram medidas para evitar infringir a lei que não permite dar a conhecer aos jornais o conteúdo das escutas ao PM e não só, também as escutas a qualquer pessoa.
No processo “Face Oculta”, os juízes de Aveiro colocaram a justiça de rastos com o continuado crime de divulgação do segredo de justiça e com essa tremenda trapalhada de enviar escutas ao PM para um processo errado relacionado com Angola. É óbvio que ninguém acredita nessa tremenda incompetência dos dois juízes de Aveiro que se desculparam com a existência de muitos papéis. Não, enganaram-se de propósito para fugir às suas responsabilidades criminais porque chegaram à conclusão que um erro não tem o mesmo peso criminal que a divulgação criminosa de um segredo de justiça com objectivos políticos e revelando uma total falta de imparcialidade.
Não devemos esquecer que a imparcialidade é a essência da justiça. Sem imparcialidade e fazendo dum inquérito uma arma de combate político público e não na sala de tribunal, aqueles juízes não merecem continuar na profissão.
Os gajos podem ter opiniões políticas, mas a função deles não é inquirir e divulgar em função das suas opiniões ou preferências políticas.
Portugal não tem justiça, tem uma anedota criminosa de justiça.
A Justiça chegou à conclusão que no caso Freeport não há nada contra José Sócrates, pelo que nos tribunais procuram-se casos e mais casos p+ara denegrir o PM, nem que seja um SMS enviado vinte minutos antes da divulgação de uma notícia para mostrar que o PM sabia da saída da MMG vinte minutos antes de ser anunciado na rádio e televisão. A estupidez e falta de honestidade chegou aqui aos máximo.
Como é público a Soares da Costa ganhou o concurso publico e o contrato de concessão e construção foi assinado pelo seu CEO, Pedro Gonçalves.
Pedro Gonçalves foi líder da JSD e pertence ao PSD, cresceu para as lides gestionárias no Metropolitano de Lisboa onde foi membro do respectivo Conselho de Gerência, em partilha de poder entre o PS e o PSD, entendimento que vigorou até ao tempo de Antonio Guterres como 1º Ministro.
Agora, o Parlamento vai debater e votar uma proposta do PSD de suspensão do projecto de construção da linha de alta velocidade Lisboa-Madrid, por um período mínimo de três anos. As voltas que o mundo dá. É pena que não seja o próprio PS a dar o exemplo...
Mário Soares, por mais respeito que nos mereça, não se poderá confundir com atitudes de nepotismo como, em certas circunstancias, o “pai fundador” cai com demasiada frequência
Nem será por alguma falta de apoio oficial (ou envergonhada) do PS, que Manuel Alegre será impedido de criar as condições para concorrer à Presidência de República.
A recolha das respectivas 7500 assinaturas necessárias para formalizar a candidatura de 2011 está já, desde ontem, a decorrer.
A lei permite que até 30 dias antes do plebiscito sejam entregues as assinaturas necessárias, para esse efeito quem o desejar encontra em www.manuelalegre.com os elementos para subscrever a candidatura do antigo deputado socialista.
Mário Soares, que, convém não esquece-lo, nas presidenciais de 2006, como candidato oficial do Partido Socialista foi ultrapassado por Manuel Alegre, disse que, por uma questão de «consciência», não vai apoiar Alegre. Diz-se, ainda que à boca pequena que ele tem o seu próprio candidato. Ainda há quem se possa dar a tais luxos, por isso é que o país esta perante esta crise existencial. Novos paradigmas urge encontrar.
Dos 16 países com moeda única, Euro, 10 não apresentam os problemas que os restantes apresentam, ou seja, um défice orçamental elevado e uma dívida pública quase incontrolável como a portuguesa. Outra curiosidade é que dos 6 países com problemas de défice orçamental elevado, com excepção da Irlanda, todos se situam no sul da Europa: Portugal, Itália, Grécia, Espanha e França.
Também a dimensão dos países não é relevante. Alguns países sem problemas têm a nossa dimensão, outros são mais pequenos e há um que é maior. Contudo, todos receberam proporcionalmente á sua população muito menos subsídios a fundo perdido, que Portugal.
Que leitura podemos desde já fazer: A primeira afirmação do post “Outra economia e alteração da zona Euro” não colhe. Não foi a entrada na zona euro a principal razão da perda de competitividade. O processo da desvalorização da moeda e da exportação de produtos de preços reduzidos, sustentados em mão-de-obra de baixos salários, não é compatível com um quadro de globalização como o actual. Aliás, é o autor do Post que afirma que mesmo uma redução drástica de 30% nos salários pouca repercussão tinha no custo final do produto.
Da mesma forma que não colhe a afirmação que planos de austeridade são uma má opção. Desde logo porque a austeridade resulta primeiramente da falta de crédito. Não é portanto uma opção, mas sim uma consequência, sem alternativa. Também não colhe a afirmação, muito defendida por Jorge Sampaio, que um orçamento equilibrado não é importante, ou como dizia: há muita vida para além do défice: Vê-se!
Estão os países com orçamentos equilibrados e dívida pública controladas a serem alvos de especulações? Não. Mais, é Jorge Sampaio ou Stiglitz quem empresta o dinheiro que Portugal sistematicamente precisa? Também não. Alguém acredita que os alemães ou qualquer outro povo está disposto a trabalhar e fazer economias para as entregar a Portugal ou países idênticos ao nosso? Claro que não. Poder-nos-ão fazer empréstimos mas têm que ter garantias que os mesmos são pagos. Que garantias oferece Portugal, onde a dívida pública e privada crescem exponencialmente e sem controle e onde a balança de transacções comerciais tem um défice crescente?
Sobre a lucidez dos economistas, que créditos nos merecem sejam académicos ou não? Qual o seu contributo, ou mesmo o das suas universidades, no caso dos académicos, para o crescimento económico de Portugal?
Soluções para o défice orçamental: Diria que nem há necessidade mexer nos impostos nem de despedimentos; basta tão só reduzir os desperdícios (nem digo eliminar) e a burocracia, ajustar os recursos humanos e afinar a máquina fiscal, melhorando a justiça contributiva, porque ainda há uma percentagem muito elevada de fuga aos impostos, aparentemente até alguma dela, com a conivência do aparelho fiscal.
Soluções para o crescimento da economia: Num curto prazo é difícil. Mas Portugal tem que definir uma estratégia para um médio e longo prazo, que passa por ajustar o ensino superior às necessidades previsíveis de técnicos e não ter cursos em função dos interesses dos professores, como acontece actualmente bem como exigir que os investigadores pagos pelo Orçamento Geral do Estado, que devem ser 100%, orientem a s suas investigações para áreas produtivas, isto é, que estejam ao serviço do país e não exclusivamente, como acontece actualmente ao serviço do seu curriculum. Melhorar (aqui substancialmente) o funcionamento da Justiça e exigir das entidades com essa competência, nomeadamente o INE, rigor na informação.
Estas 4 medidas, que não têm custos acrescidos, antes pelo contrário, serão a alavanca de que o país precisa para sair deste marasmo económico e produtivo.
Eu não sabia!
O Procurador-geral da República, Dr. Pinto Monteiro, fez uma “descomunal” descoberta, afirmou hoje, durante a abertura da Conferência ”Combatendo o Crime na Europa”, em Lisboa, que “Portugal não é um país de corruptos”
Uma entrevista a não perder
«Hoje é relativamente consensual que a entrada na zona euro foi a principal razão da perda de competitividade.»
«(…) a baixa da taxa de juro não é necessariamente uma benesse. Tudo depende do que vamos fazer ao crédito. E, com uma taxa de câmbio desajustada, como nós tínhamos, foram criados incentivos para a aposta no sector não transaccionável, o que criou a dívida insustentável que temos agora.»
«Mesmo que [uma queda de 20 a 30% dos salários] fosse socialmente exequível, a medida acabaria por ser ineficaz. Repare que o conteúdo de salários das exportações é de 30%. Se, por absurdo, se cortasse 30% nos salários, a nossa competitividade apenas aumentava 9%. Bastava uma oscilação do dólar para essa vantagens desaparecer.
«É melhor pensar em coisas exequíveis, como negociar com a Europa uma forma de alterar as instituições (…). Não tenhamos ilusões: se não conseguirmos uma alteração do enquadramento da Zona Euro, não estaremos muito mais tempo dentro dela.»
«A Europa não percebe que quantos mais planos de austeridade fizer mais ataques especulativos ela vai sofrer.»
«(…) sou completamente contra a ideia de um orçamento equilibrado. Não há nenhuma justificação política ou económica para que um país não tenha qualquer défice, e por isso também estranho que alguns partidos, mesmo de Esquerda, admitam a hipótese de inscrever na Constituição um limite para o endividamento.»
João Ferreira do Amaral, em entrevista ao Jornal de Negócios. Há quem insista em manter a lucidez, quando quase todos embarcam em discursos ideológicos mascarados de sensatez. (Já agora, numa linha não distante desta, ver a entrevista de Stiglitz ao Le Monde: «A austeridade leva ao desastre».)
Ricardo Paes Mamede, Ladrões de bicicletas
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