Há pois é (-por Francisco, 22/12/2013, 5Dias)
Depois do presidente do BCE já ter garantido que portugal terá um segundo programa é a vez do chefe da missão do FMI avisar que pode vir aí um segundo resgate… Seja como for, chamem-lhe o que quiserem, os condicionalismos e a pressão sobre a sociedade e economia portuguesa vão continuar (na melhor das hipóteses é mais ou menos isto).
Entretanto a campanha de propaganda do governo e seus lacaios vai enganando uns quantos… e eu até compreendo que alguns arranjem refúgios para escaparem à realidade… Mas ela vai acabar por se impor. Esta campanha de dissimulação vai sair bem cara aos seus autores. Sobretudo se o movimento popular e a Esquerda tiverem audácia, coragem e inteligência para aproveitar as oportunidades históricas que irão emergir com o novo ciclo político-social que se avizinha… e nesse capítulo até acho que há vários sinais animadores…
Protesto de desempregados obriga a fechar Pingo Doce
... Comunicado da Maria Cabaz
No último Sábado antes do Natal, quando os nossos exploradores esfregam as mãos a pensar em todo o dinheiro que lhes vai entrar no bolso, demos uma pequena ferroada nos seus lucros e ajudámos a lembrar que para 1.500.000 pessoas que estão no desemprego e subemprego, o Natal está longe de ser uma época de celebração.
Esta crise só é crise para quem trabalha ou está desempregado. Para quem vive do trabalho dos outros, tem sido uma oportunidade espectacular, tanto que o número de multimilionários cresceu em Portugal de 2012 para 2013 de 785 para 870. Isto permite-nos responder a uma questão interessante que Almeida Garret colocou há muito tempo atrás: “Quantos pobres são precisos para fazer um rico?”. É só pegar nos 2.6 milhões de pessoas em risco de pobreza e exclusão social em Portugal em 2012 e dividir pelos 785 multimilionários no mesmo período. Agora já sabemos: 3312. Sempre que ouvirem um multimilionário a dar xarope aos pobres sobre serem empreendedores, lembrem-se sempre deste número. 3312. É o número de pessoas na miséria para que ele possa (ser rico e) mandar postas de pescada à nossa custa.
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Emigração, ou a ordem de expulsão dada a toda uma geração
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Desde 2009 que a emigração disparou, em 2011 atingiu valore próximos dos 100 000 e em 2012 ultrapassou os máximos históricos dos anos 60. Em 2013, segundo os próprios números oficiais subestimados, atingiu valores semelhantes a 2012. Quantos voltarão? Como pode o país desenvolver-se quando perde uma geração inteira? Não será este défice muitíssimo mais importante e com efeitos mais a longo prazo que o défice orçamental? Qual impacto social, moral e económico desta expulsão? Sim, porque é de expulsão que se trata. Para lá do degradar das condições económicas este governo de inimigos do povo e traidores à pátria, explicitamente, deu ordem de expulsão nos seu discurso a toda uma geração. « - Por menos, rolou no cadafalso a cabeça de Luis XVI.» - Afonso Costa, republicano e P.R.
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A direita sociopata
... A actual direcção do PSD é mais próxima de um Tea Party à portuguesa, burocrático, sem apoio popular, “europeísta” e desligado da comunidade orgânica dos portugueses, que despreza o primado da “pessoa”, a “dignidade do trabalho” e a “justiça social”(…). Feita de admiradores de Sarah Palin, de gente que quando vai à Grécia vem de lá apodado de “alemão”, de entusiastas do efeito revolucionário do programa da troika e do FMI para pôr em ordem os “piegas”, punir a classe média “que vive acima das suas possibilidades”, colocar os pobres naquilo que eles merecem, uma “assistência aos desvalidos”, oferecer às empresas estrangeiras um país de baixos salários, e falar todos os dias, como se fosse a coisa mais natural do mundo, de despedimentos, cortes de pensões e reformas (desculpem, “poupanças”), como a quinta-essência da acção política. Ainda por cima sorrindo, com empáfia e descaramento, porque estão a fazer uma “revolução” e a “salvar o país”. (daqui)
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Lenha is the new black
... por cá, que não estamos na grécia, como não se cansa de repetir a máquina de fazer pobres, secção portuguesa (.ch), apesar dos lucros esperados de mais de 800 milhões de euros este ano, pela EDP, e dos 300 mil cortes de luz por ano, o preço da electricidade aumenta outra vez, 2,8%, em janeiro. longa vida à máquina de fazer pobres. está tudo bem, continue calmo, e boa noite.
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A Troika não erra, Keynes sim (-por R.Varela, 27/12/2013, 5Dias)
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Não vivemos uma «era financeira» nem temos uma economia paralisada no sector produtivo. Não temos, ..., um país esmagado pela dívida pública – há um sector importante do país que vive dessa renda (dívida pública) e outro sector do país – o da «burguesia nacional», que vive feliz à sombra das exportações feitas com baixos salários. Produzimos muito, temos na indústria a mesma população activa de há 40 anos atrás, sensivelmente, e exporta-se como nunca. E mesmo assim a taxa média de lucro não sobe e por isso a Troika e o Governo baixam ainda mais o “custo” unitário do trabalho, desempregando ainda mais pessoas, prolongando ainda mais o horário de trabalho, cortando ainda mais nos salários. E no entanto a valorização da propriedade (títulos de empresas produtivas!) é limitadíssima, e as bolsas oscilam entre o negativo e mínimo.
Estamos em cima de um vulcão e ...
Por isso, quando vejo estes programas dos partidos de esquerda em Portugal com “renegociação da dívida”, “eurobonds”, “produção nacional”, e sobretudo muitas esperanças eleitorais que afastam as pessoas da democracia directa (controlo da produção) e canalizam a sua ansiedade para jogos de poder e comunicação de 4 em 4 anos, até tremo. Se o conjunto dos trabalhadores portugueses – manuais, intelectuais, formados ou não, no activo e reformados – não arranjarem coragem para romper com este modelo de acumulação, podem fechar os olhos durante uma geração, porque isto vai ser um país de feios, porcos e maus. Como todos os lugares onde a luta pela sobrevivência se instala.
... De tantas palavras a reconstruir no nosso significado a mais importante contínua a ser Revolução – retirá-la da bagagem de quem construiu o horror estalinista, devolver-lhe o sentido de utopia de solidariedade.
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Nem um despedimento
Estamos a usar o dinheiro dos reformados deste país para manter níveis altos de desemprego e níveis baixo de salários.
O Governo está usar dinheiros da segurança social e dos impostos gerais não só para pagar ordenados de empresas privadas - já há bancos com trabalhadores contratados pela Políticas Activas de Emprego! – como para fazer cair o salário mínimo abaixo do estipulado na lei. Estes programas, ditos de emprego, são uma forma de gestão da força de trabalho e de manutenção do próprio desemprego em níveis que permitam pressionar os salários de todos para baixo :
1) usam dinheiros públicos para pagar salários de empresas privadas ;
2) usam o expediente do suposto combate ao desemprego para fazer baixar o salário abaixo do que a lei permite.
Estou convencida – (ver livro sobre A Segurança Social e o Trabalho) – que os portugueses não têm estado ausentes de lutas sociais mais radicais porque são de «natureza branda» mas porque –...– literalmente são “adormecidos” e colocados num estado vegetativo com estes colchões sociais em que o desemprego é amparado pelas políticas assistencialistas.
Por isso, acho um erro – digo-o com o maior respeito – que os sindicatos da Função Pública estejam a negociar o direito ao subsídio de desemprego e à reforma antecipada para os funcionários públicos despedidos. Primeiro porque os serviços estão cada vez pior, por causa da falta de trabalhadores. Mas, tão ou mais importante do que isso, porque aceitar despedimentos é um «tiro no pé», que vai descapitalizar a segurança social. A médio prazo isto também destrói os sindicatos que abandonam as reivindicações de melhoria das condições de trabalho por pautas de sobrevivência (Marcelo Badaró Mattos).
O que precisamos com urgência é de uma política frontal que recuse os despedimentos. Hoje, mais do que nunca, na sociedade, a exigência deve ser a redução do horário de trabalho para todos, sem redução salarial. É a luta pelo pleno emprego.
O regime de regularização de dívidas fiscais de 2013 gerou uma receita de 1,2 mil milhões de euros, que representam MAIS 553 milhões de euros do que o objectivo traçado pelo Governo.
O "buraco" orçamental criado pelo chumbo do Tribunal Constitucional foi de 388 milhões de euros (dos Jornais).
- Então estes inesperados 553 milhões de € a mais não davam para tapar o "buraco" de 388 milhões ?
(- dar davam, mas não eram o mesmo ... e )
- Não chateies, seu esquerdista radical. ... a "recalibração" é irrevogável !!
(e há que continuar a sugar ... porque eles até já se estão a habituar ... e repetem que não há alternativas .)
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A não haver uma acção cívica-política ... só activando um "esquadrão de justiça popular" que "acerte as contas" com a "gentalha de Ladroagem e Burla", 3 gerações para trás e 3 para a frente ...
vejam a intervenção de Paulo Morais no parlamento em 29/11/2013
http://www.youtube.com/watch?v=SVaxY9oJEz4&feature=youtube_gdata
.. Reclama-se um "Período de higienização" do nosso parlamento...
Não será “crime de difamação” o que ele disse da Assembleia da República e dos deputados?
Entre outros, referências concretas a Duarte Lima, BPN, Vera Jardim, Paulo Mota Pinto, Ricardo Rodrigues, Advogados/Deputados, etc.etc…
Vão ficar calados que nem ratos , tal como sucedeu com as gravíssimas denúncias feitas por Marinho Pinto na sessão solene de abertura do ano judicial, em que até o PR enfiou a carapuça sem tugir nem mugir.
Quatro anos de reduções salariais na função pública e as contradições de Cavaco
(-por Shyznogud, em 05.01.14, Jugular)
Em 2013, Cavaco solicitou a fiscalização sucessiva da constitucionalidade da suspensão do pagamento do subsídio de férias a funcionários públicos, que correspondia a uma redução, para salários a partir de 600 euros, entre 0,25% e 7,14% anuais. Considerou então, na fundamentação jurídica enviada ao Tribunal Constitucional ( TC), que “subsistiam dúvidas” sobre se o corte observava “os limites da proibição do excesso [ na diferenciação dos sacrifícios entre trabalhadores] em termos de igualdade proporcional”. E explicava: “Quem tenha um nível de rendimento menor pode vir a ser obrigado, em razão do seu estatuto de funcionário público, a fazer um esforço contributivo sensivelmente maior do de quem tenha um nível de rendimento superior, importando aferir se, nestes cenários de desigualdade, o referido esforço contributivo é ou não excessivo, o que envolve a submissão da mesma norma a um teste de proporcionalidade.”.
Contudo, em 2014, perante um corte entre 2,5% e 12% que afeta salários a partir de 675 euros e que, de acordo com o próprio Governo, penaliza mais os salários baixos que os altos e não tem horizonte temporal definido, Cavaco diz ter recolhido pareceres que indicam não haver dúvidas de constitucionalidade. Uma vez que Belém não divulga os ditos pareceres, é impossível saber qual a fundamentação para um pronunciamento que contradiz a posição jurídica sustentada no pedido de fiscalização de 2013.(...) (DN de hoje e pdf integral aqui)
- O melhor e o pior de 2013 ?
O melhor : os dias que passei fora de Portugal
O pior : saber que 2014 será tão mau, que nos vai deixar com saudades de 2013.
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Há sempre alguém que diz sim!
Já perdi a conta às remodelações neste governo. Hoje foram despedidos mais três ajudantes, rapidamente substituídos por outros tantos. Nos partidos do governo há sempre alguém que diz sim na hora de ir ao pote.
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Balanço de 2013
120 mil portugueses foram obrigados a emigrar. Foram expulsos do seu país, por um grupo selvático que se apoderou do pote e continua a governar só para os amigos.
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Portugal está morto, mas ainda ninguém percebeu
Um país que não reage às interferências das instituições estrangeiras na sua vida interna, está morto.
Quando o bandalho Durão Barroso ameaça o Tribunal Constitucional e a resposta é o sorriso cúmplice do primeiro ministro;
Quando instituições como o Conselho da Europa, ou o FMI, afirmam que a austeridade está a destruir um povo e um país e a resposta do governo e do PR é "venha mais austeridade;
Quando o putativo PR é insultado pelo governo guineense e a reacção é o silêncio;
Quando o governo ataca o seu próprio povo e este acata passivamente o roubo, o insulto e a corrupção, só se pode concluir que o país não tem governo, não tem povo e o PR é uma mera figura decorativa a soldo dos interesses estrangeiros.
Um país assim, é um país morto. Paz à sua alma!
(- por Carlos Barbosa de Oliveira , Crónicas do rochedo)
É a desigualdade, estúpido (II)*
(-por Nuno Oliveira, 5/1/2014, http://365forte.blogs.sapo.pt/173999.html#comentarios )
Quatro páginas 4 do Público a classificar como demagógica a decisão de Hollande de aplicar uma taxa marginal de 75% a rendimentos superiores a 1 milhão de euros.
Seria interessante que se publicasse também uma tabela com o rendimento bruto, a taxa marginal máxima, a taxa efectiva e o rendimento líquido para que melhor se entendesse o significado prático desta taxa marginal de imposto.
Como pode alguém defender que é demagógico pretender a moderação de salários na ordem dos milhões de euros?
Não deixa de ser curioso como a linguagem pública consegue ser tão moralizante nuns domínios e tão pouco moralizante noutros.
Não deixa de ser curioso que ninguém questione a forma de atribuição de valor ao trabalho.
O que justifica a atribuição de rendimentos desta ordem de grandeza de milhões de euros e o que justifica a atribuição de rendimentos da ordem do salário mínimo.
Todos os que não defendem o darwinismo social, que deixaria cada um entregue à sua sorte e todos entregues à sorte do mercado, se devem questionar de como atribuir valor ao trabalho e que instrumentos nos devemos socorrer para moderar esse valor.
Porque o Estado existe, entre muitas outras coisas naturalmente, justamente para dizer que
NÃO É ADMISSÍVEL uma sociedade permitir-se encontrar numa mesma empresa pessoas a receberem 400 euros e outras 4 milhões de euros (para efeitos ilustrativos são usados valores de referência para o caso português e não francês, claro).
E aliás, não só não é admissível como é esta desigualdade contraproducente do ponto de vista económico, como aliás não deixa de ser curioso mesmo em Portugal Passos e Gaspar já o reconheceram.
Não é coincidência aliás, conforme desenvolvem muitos autores, que a Grande Prosperidade pós II Grande Guerra tenha convivido com significativas taxas marginais de imposto no último escalão.
( gráfico retirado do Público de hoje :
http://fotos.sapo.pt/nmdoliveira/fotos/?uid=PbBSvYlNEZZyWHPucSm0 - evolução do imposto sobre os rendimentos mais altos, de1900 a 2011, para RU, EUA, Fr., Alem., Port.)
Se alguma insuficiência se pode apontar à proposta francesa é o facto de eventualmente não ser integrada numa proposta mais abrangente de combate às desigualdades.
Onde, naturalmente, teria de ter lugar o englobamento dos RENDIMENTOS de capital.
É assim natural que se diga que a proposta e o discurso de Hollande serão insuficientes. Mas sendo INSUFICIENTE é sem dúvida NECESSÁRIA.
E, num tempo em que muitos técnicos gostam de defender a corrida para o fundo na fiscalidade, pode não ser irrelevante que um país avance sozinho, servindo de exemplo e ajudando a pressionar os restantes países.
Curioso como durante décadas um discurso semelhante foi imposto na taxa sobre transacções financeiras (FTT) que entretanto parece já ter feito o seu caminho no espaço político apesar de ainda não estar implementada.
E recorde-se como também na FTT é pertinente o argumento de ser necessária uma concertação de diversos países para o arranque da medida, mas como isso não impediu Sarkozy de defender a sua aplicação unilateral.
Esta medida, agora implementada em França, será um óptimo factor de pressão para que se discutam em França, em Portugal, na União Europeia, as desigualdades e as formas de as minorar.
Assim haja vontade política.
*O primeiro tomo da série versou sobre o salário mínimo.
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Os salários aumentam conforme a PRODUTIVIDADE (...) ?
Isso não é correcto. Melhor, não é certo.
O empregador pode atribuir o aumento da produtividade exclusivamente aos seus altos quadros e recompensá-los por isso (ou, simplesmente, dar o $ / pagar melhor aos sócios!).
Atente-se justamente o exemplo dos EUA:
http://www.nakedcapitalism.com/wp-content/uploads/2013/05/Screen-shot-2013-05-08-at-4.11.45-PM.png
Não, não tenho qualquer aversão nem com a criação de riqueza nem com o investimento nem com a iniciativa privada.
Sugiro-lhe o The Spirit Level (ou Espírito da Igualdade na versão portuguesa) para confirmar que
a luta contra as desigualdades não tem de vir acompanhada dos fantamos que refere:
http://www.theguardian.com/books/2009/mar/13/the-spirit-level
ASALARIADOS
La brecha salarial aumenta y refleja la disolución de la clase media
Los directivos gana un 7% más, mientras el sueldo de los mandos intermedios cae un 3%
In English: Wage gap in Spain widens hastening the decline of the middle classes
Clara Blanchar Barcelona 14 ENE 2014
La brecha salarial se agranda en España. Mientras los directivos vieron como en 2013 aumentaban sus retribuciones un 6,9%, las de los mandos intermedios cayeron un 3,8% y las del grueso de los empleados un 0,4%. Los datos, revelados este martes por el estudio anual de la escuela de negocios Eada y la consultora ICSA, son una constatación más de la disolución de la clase media, ha reconocido el director del informe, Ernest Poveda. "Estamos ante una clara tendencia a la polarización: la subida de los directivos choca con la caída del resto, dos segmentos en los que los sueldos se equiparan por la parte baja, donde la tendencia es a la homogeneización; mientras los que más ganan, ganan cada vez más y además rompe la tendencia de estar por debajo del aumento del IPC", ha argumentado.
El estudio, basado en 80.000 encuestas, revela que el salario medio de los directivos no ha parado de subir (salvo un descenso en 2009) pese a la crisis: en 2007 era de 68.705 euros brutos anuales y ha escalado hasta los 80.330. El de los empleados y mandos experimentaron una subida en 2008 y 2009 para volver a bajar a partir de entonces. Así el salario de los mandos se situaba en 2013 en 36.522 y el del resto de empleados, en 21.307 euros.
Los expertos apuestan por un cambio de modelo retributivo, donde gane más quien más trabaja
En opinión del profesor de Eada y experto en salarios Jordi Costa, la subida incesante de la retribución en lo alto de la pirámide empresarial puede tener dos explicaciones. La "optimista es que si fueron los primeros en bajárselo, reduciendo su parte variable y refugiándose en el fijo, ahora son los primeros en subírselo, lo que podría indicar que comienza la recuperación". La lectura pesimista es que "las empresas están focalizando su esfuerzo en las remuneraciones de las personas que apuestan mayor valor".
Cambio de modelo
Los dos expertos han criticado el fenómeno de la polarización y han apostado por un cambio de modelo retributivo, en el que se pague más a quien mejor trabaje, sea de la escala que sea. También se han mostrado partidarios de fijar topes a los salarios más altos en función de los más bajos, pero han constatado como los intentos de legislar en este sentido --recientemente en Suiza-- han fracasado.
Por sectores, el estudio refleja como el sector en el que más suben las remuneraciones de los directivos es la industria, que han experimentado un aumento sostenido; mientras el sector que desde 2007 lideró el ranking de los mejor pagados, la banca y los seguros, ha pasado al segundo lugar. El sector de las finanzas sí lidera los sueldos en el caso de los mandos intermedios y los empleados.
En el desglose por sectores en el segmento de los empleados también llama la atención que los peor pagados y los que más caen son los del sector de comercio y turismo. "Estamos construyendo un sector estratégico con un enorme peso en el PIB como es el comercio y el turismo sobre una base muy frágil", ha alertado Poveda.
Por último, el estudio analiza los salarios por comunidades autónomas. Tanto en el caso de los directivos como en el de los mandos, los sueldos más altos se pagan en Madrid y Cataluña. En el caso de los empleados, el récord lo tiene Navarra, seguida de nuevo de Madrid y Cataluña y con el País Vasco en cuarto lugar.
Austeridade
(- por Vital Moreira , CausaNossa, 26/12/2013)
Três "minas" alimentaram durante décadas o excesso de despesa pública em relação às receitas ordinárias do Estado, a saber:
os fundos europeus, a receita das privatizações e o endividamento público.
Se somarmos essas receitas extraordinárias ao longo do último quarto de século, chegaremos a somas astronómicas, uma cornucópia que financiou os enormes progressos do País em infraestruturas, em serviços públicos (educação e saúde) e em prestações sociais (mas não só...).
Doravante, porém, só a primeira permanecerá, mesmo assim com tendência par a redução, dada a diminuição das receitas da União e o alargamento a novos países.
Quanto às privatizações, já não há muitas empresas públicas rentáveis para privatizar (CGD, ADP e pouco mais).
E quanto ao endividamento, o cumprimento do Pacto orçamental da UE quanto ao défice orçamental e a necessidade de redução da dívida pública não vão permitir endividamento líquido adicional durante muitos anos, pelo contrário.
A partir de agora, o Estado vai portanto ter de viver essencialmente com os seus próprios recursos (ou seja, impostos, contribuições e taxas).
Mas o próprio crescimento destes está limitado pelo débil crescimento económico.
O principal desafio político para a esquerda vai ser a sustentabilidade financeira do Estado social, incluindo o sistema de pensões.
Quem julga que, passada a crise, tudo vai ser como antes dela quanto ao financiamento do Estado e da despesa pública -- engana-se e engana os outros.
Nada voltará a ser como antes; o eldorado orçamental de antes da crise acabou, definitivamente.
A austeridade -- no sentido de gestão austera das finanças públicas -- veio para ficar.
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