*I N T R O I T O*
*Herdade da Comporta*
*(onde, candidamente, iam brincar aos pobrezinhos) com uma área de 12,5 mil hectares (área cultivada de arroz, 1 100 hectares e produz também:
Vinho, milho, batata-doce e curgetes). A parte florestal tem uma área de 7.100 hectares de pinheiros e carvalhos. Existe um projecto imobiliário e
turístico.
*Industria hoteleira*
*Possui 14 unidades hoteleiras (Tivoli, Hotels & Resorts), todos de 4 e 5 estrelas. No Brasil 2 unidades ( S. Paulo e Praia do Forte em S. Salvador da
Baía). Em Portugal 12 unidades (6 no Algarve, 3 em Lisboa, 2 em Sintra e umem Coimbra). Tem uma oferta total de 3000 quartos.
*Operador Turístico*
*Tem mais de 50 balcões espalhados pelo País. A actividade alarga-se até Angola, Itália e Espanha. Opera com as marcas Top Atlântico, Carlson
Wagonlit e BCD Travel. Detém a operadora online Netviagens.
*Portucale*
*Proprietários da herdade Vargem Fresca (Ribatejo) com cerca de 510 hectares, alberga dois campos de golfe, Ribagolfe I e II. A Portucale
esteve envolvida num escândalo em conjunto com o governo Santana Lopes/Durão Barroso/Paulo Portas, acerca de um abate ilegal de sobreiros, autorizado às pressas e após terem perdido as eleições para o PS. Conta-se, que na altura o CDS teria recebido um milhão de euros e justificado ter
sido oferecidos por diversos donativos de militantes, entre eles, o muito glosado MANUEL LEITE DO REGO.
*Esta Propriedade foi destacada da Companhia das Lezírias (do Estado), com o argumento/justificação de que iriam ali plantar novas espécies
arbóreas! Era bom, conveniente, que alguém fizesse uma investigação sobre a forma como esta propriedade foi transacionada. Como foi retirada ao
Estado, a que preço!
*Espirito Santo Saúde*
*O grupo tem cerca de 18 unidades clínicas, 1200 camas e cerca de 9000
funcionários. Os três principais hospitais são o da Luz, em Lisboa, o da
Arrábida, em Vila Nova de Gaia e o Beatriz Ângelo, em Loures.
*Fazendas no Brasil*
*O Grupo Espírito Santo tem duas grandes fazendas no interior do Brasil. Uma no Estado de S. Paulo com 12 mil hectares, mais propriamente em
Botucatu, chamada Fazenda Morrinhos. Produz, laranjas, limões, eucalipto e cana-de-açúcar.
*A outra, é a Fazenda Pantanal de Cima, no estado de Tocatins, com uma área de 20 000 hectares, 3 mil dos quais asseguram produção de arroz no
verão e de soja no inverno.
*Herdade no Paraguai*
*É a maior herdade do Grupo, Estende-se por cerca de 135 mil hectares, no Paraguai. Este terreno tem uma dimensão equivalente à do quinto maior
concelho do País (Uma área onde caberiam 16 Lisboas) Alberga mais de 53 mil cabeças de gado e possui 75 mil hectares de pastagens, 12 mil hectares de floresta e 5 mil de cultivo agrícola, nomeadamente de soja e algodão.
*Atlantic Meals - Agroalimentar*
*Produz arroz, milho e alimento para crianças, como as farinhas sem glúten. Tem três unidades industriais em Portugal (Coruche, Biscainho e Alcácer do
Sal) e uma outra em Sevilha. Opera com as marcas Ceifeira, Sorraia, Atlantic e Atlantic Le Chef. A Atlantic Meals é fornecedora das indústrias
cervejeira e agroalimentar. Tem uma capacidade de secagem de arroz e milho de 50 mil toneladas/ano.
*Espirito Santo Property Brasil*
*É a empresa imobiliária do grupo no Brasil associada à OA (Óscar Americano), com vários projectos residenciais, de comércio, parques logísticos, escritórios e loteamento. As actividades principais são em S. Paulo, onde desenvolve projectos imobiliários emblemáticos, como o complexo Villa Lobos, com área comercial e residencial, ou a Alameda dos Pinheiros. Tem expandido a actividade a outros estados brasileiros, como é o caso da Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Baía. Já concretizou empreendimentos fora do Brasil, como é o caso do edifício Plaza Miami, no
centro desta cidade norte americana, um prédio com uma área total de 120 mil metros quadrados com área residencial, escritórios e hotel.
*Espirito Santo Property (Portugal)*
*É um dos maiores promotores imobiliários de Portugal. Vocacionado para o segmento alto, a empresa foi criada com o nome Espart, designação que
acabou por ser alterada em Novembro do ano transacto. Um dos primeiros grandes trabalhos foi o desenvolvimento da Quinta do Patiño, no Estoril (onde está o Dias Loureiro e o Rendeiro), transformando um antigo palácio e respectivos jardins numa das áreas mais exclusivas de Portugal. Conta além disso, no seu portfólio, com edifícios em Lisboa, com o nº. 15 da Rua Castilho e o 238 da Av. da Liberdade, o Ivens 31, no Chiado e o Parque dos Príncipes, em Telheiras. E tem as residências do Palácio Estoril, a Quinta do Peru, em Azeitão, as Casas de São Francisco, em Santiago de Cacém, o Oeiras Golf & Residence, o Doro Atlantic Garden, em Gaia e as Quintas D'Al-Gariya, em Portimão, entre outros edifícios.
*Companhia de Seguros Tranquilidade*
*Valor de activos sob gestão 800 milhões de Euros.
*Banco Espirito Santo*
*A GALINHA DOS OVOS DE OURO.*
*Não consta neste rol, as "poupanças estratégicas" eventualmente acantonadas em offshore (do BES/Angola, não se sabe onde param, cerca 5,7 mil milhões de $USA).
*Sabe-se é que:
*O BES/Portugal, emprestou 3 mil milhões de Euros ao BES/Angola, os quais, dizem, estão perdidos.
*O BES emprestou ao Grupo Espirito Santo 1 200 milhões de euros. Com insolvência deste grupo, a liquidação desta verba é um sonho.
*A Caixa Geral de Depósitos, desembolsou 300 milhões de euros, recebendo como garantia as acções do grupo, nesta altura do campeonato valem um
grandíssimo ZERO. A C.G.D. (empresa pública), empresta 300 milhões de €? E quem será o responsável? Logicamente a ministra das finanças. Estão todos calados que nem ratos...
*No cômputo geral, a exposição de empresas portuguesas no Espírito Santos Financial Group (maior accionista do BES), é de cerca 5 000 milhões de euros.
*Ao ser aceite o pedido de protecção de credores e/ou em alternativa ser declarada a insolvência deste grupo, lá vem mais um "tsunami" financeiro (Quando o mar bate na rocha quem se lixa, quem é?, quem é?: Obviamente o mexilhão).
*A desgraça deste país é o sistema bancário e tudo o que rodeia. Não foi esta oligarquia, com o conforto do Sr. governador do Banco de Portugal e do
residente de Belém os incentivadores da chamada do FMI? Com que objectivo? O objectivo era a salvação das suas casas bancárias, as maiores causadoras da dívida soberana, hoje sobejamente sabido, ser ela mais privada do que pública em detrimento do povo português, vilmente sacrificado, para satisfação da ambição destes malandros.
*Enoja, ver, ler e ouvir os mais diversos gurus do regime, tentar minimizar os desmandos desta "troupe". No entanto, o excremento é tanto, que a carpete da "sopeira", já não tem capacidade para acolher tanto lixo e este, já incontrolavelmente, é exposto à saciedade.
*Onde estarão as críticas do Marcelo Rebelo de Sousa (cardeal Richelieu) e de Sousa Tavares? O primeiro tem como companheira, há longuíssimos anos,
Rita Berta Cabral, administradora não executiva do BES e um dos três membros da Comissão de Vencimentos do BES, entre 2008/2012. Assíduo acompanhante de Ricardo Salgado nas férias no Mediterrâneo. Os netos do segundo (Sousa Tavares), são os mesmos netos do Sr. Ricardo Salgado.
*Em súmula, que tem o Sr. Cavaco Silva e o Governo a comentar sobre estas turbulências? Terão o moral suficiente para tomar decisões adequadas e
criticar o seu aliado mais forte no derrube do governo anterior? Já começa a ser trágico (para o povo português) o constante envolvimento destas entidades com esta pirataria bancária. E o que é constrange mais, desde o mais brilhante quadro até ao mais humilde servente? O saber-se que esta gente vai usufruir de chorudas pensões de reforma e passam incólumes perante esta (in)justiça portuguesa.
*Por fim, descobriu-se um novo super-homem, Vítor Bento. Este Sr. foi convidado para presidir à administração do BES (antes tinha sido convidado para ministro das finanças. Declinou (sempre é melhor banqueiro que ministro) e assim avançou outro super-homem Vítor Gaspar (...afinal havia outro..."vítoraf" como diz uma famosa canção), o que me leva a acreditar que o Vítor (Gaspar), não era tão super como os "gurus do regime" nos quiseram vender e este (Bento) será?
*Desconfio e muito. Para já, o Sr. Vítor Bento (protegido do Catroga) não tem qualquer experiência bancária. Teremos que acreditar na sua perspicácia
e inteligência e apesar de lhe conceder o benefício da dúvida nestes requisitos, não acredito nele. E porquê? Quando este individuo afirma e
reafirma que a actual situação económica/financeira tem por culpado primário o POVO PORTUGUÊS, por ter VIVIDO ACIMA DAS SUAS POSSIBILIDADES, vai agora presidir a uma entidade, testemunho vivo, contrário à sua pseudoteoria.
*Por fim, constata-se o aumento da dívida em 40%, desde a chegada da troika. A intervenção do Estado em 3 bancos (BCP, BANIF e BPI) BPN E BPP
são casos de polícia e agora o estrondo do BES a somar às chorudas reformas dos ex-presidentes banqueiros, autores, no mínimo, de gestão danosa, com direito a prisão. E os "gurus do regime" não comentam nada? Ou será que comem todos na mesma gamela doirada?
*O povo no alto da sua sabedoria: "ROUBAS UM PÃO ÉS UM LADRÃO, ROUBAS UM MILHÃO ÉS UM BARÃO".
*Grupo Espírito Santo: "too big to fail" ou "too holy to jail?" *
Por Ana Gomes
*Eu proponho voltarmos a 6 de Abril de 2011 e revisitarmos o filme do Primeiro-ministro José Sócrates, qual animal feroz encostado as tábuas, forçado a pedir o resgate financeiro. Há um matador principal nesse filme da banca a tourear o poder político, a democracia, o Estado: Ricardo Salgado, CEO do BES e do Grupo que o detém e controla, o GES - Grupo Espírito Santo. O mesmo banqueiro que, em Maio de 2011, elogiava a vinda da troika como oportunidade para reformar Portugal, mas recusava a necessidade de o seu Banco recorrer ao financiamento que a Troika destinava à salvação da banca portuguesa. A maioria dos comentaristas que se arvoram em especialistas económicos passou o tempo, desde então, a ajudar a propalar a mentira de que a banca portuguesa - ao contrário da de outros países - não tinha problemas, estava saudável (BPN e BPP eram apenas casos de polícia ou quando muito falha da regulação, BCP era vítima de guerra intestina: enfim, excepções que confirmavam a regra!). Mas revelações recentes sobre o maior dos grupos bancários portugueses, o Grupo Espírito Santo, confirmam que fraude e criminalidade financeira não eram excepção: eram - e são - regra
do sistema, da economia de casino em que continuamos a viver. Essas revelações confirmam também o que toda a gente sabia - que o banqueiro Salgado não queria financiamento do resgate para não ter que abrir as contas do Banco e do Grupo que o controla à supervisão pelo Estado - esse
Estado na mão de governantes tão atreitos a recorrer ao GES/BES para contratos ruinosos contra o próprio Estado, das PPPs aos swaps, das
herdades sem sobreiros a submarinos e outros contratos de defesa corruptos, à subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. À conta de tudo isso e de mecenato eficiente para capturar políticos - por exemplo, a sabática em Washington paga ao Dr. Durão Barroso - Ricardo Salgado granjeou
na banca o cognome do DDT, o Dono De Tudo isto, e conseguiu paralisar
tentativas de investigação judicial - sobre os casos dos Submarinos, Furacão e Monte Branco, etc.. e até recorrer sistematicamente a amnistias fiscais oferecidas pelos governos para regularizar capitais que esquecera ter parqueado na Suíça, continuando tranquilamente CEO do BES, sem que Banco de Portugal e CMVM pestanejassem sequer... Mas a mudança de regras dos rácios bancários e da respectiva supervisão - determinados por pressão e codecisão do Parlamento Europeu - obrigaram o Banco de Portugal a ter
mesmo de ir preventivamente analisar as contas do BES/GES. A contragosto, claro, e com muito jeitinho - basta ver que, para o efeito, o Banco de
Portugal, apesar de enxameado de crânios pagos a peso de ouro, foi contratar (cabe saber quanto mais pagamos nós, contribuintes) uma consultora de auditoria, a KPMG - por acaso, uma empresa farta de ser condenada e multada nos EUA, no Reino Unido e noutros países por violações
dos deveres de auditoria e outros crimes financeiros e, por acaso, uma empresa contratada pelo próprio BES desde 2004 para lhe fazer auditoria... Mas a borrasca era tão grossa, que nem mesmo a KPMG podia dar-se ao luxo de encobrir: primeiro vieram notícias da fraude monstruosa do GES/BES/ESCOM no BESA de Angola, o "BPN tropical", que o Governo angolano cobre e encobre porque os mais de 6 mil milhões de dólares desaparecidos estão certamente a rechear contas offshore de altos figurões e o povo angolano, esse, está habituado a pagar, calar e a ...não comer... Aí, Ricardo Salgado accionou a narrativa de que "o BES está de boa saúde e recomenda-se", no GES é que houve um descontrolo: um buracão de mais de mil e duzentos milhões, mas a culpa é... não, não é do mordomo: é do contabilista!
*Só que, como revelou o "Expresso" há dias, o contabilista explicou que as contas eram manipuladas pelo menos desde 2008, precisamente para evitar
controlos pela CMVM e pelo Banco de Portugal, com conhecimento e por ordens do banqueiro Salgado e de outros administradores do GES/BES. E a fraude, falsificação de documentos e outros crimes financeiros envolvidos já estão a ser investigados no Luxemburgo, onde a estrutura tipo boneca russa do GES sedia a "holding" e algumas das sociedades para melhor driblar o fisco em Portugal. Eu compreendo o esforço de tantos, incluindo os comentadores sabichões em economia, em tentar isolar e salvar deste lamaçal o BES, o maior e um dos mais antigos bancos privados portugueses, que emprega muita gente e que obviamente ninguém quer ver falir, nem nacionalizar. Mas a verdade é que o GES está para o BES, como a SLN para o BPN: o banco foi - e é - instrumento da actividade criminosa do Grupo. E se o BES será, à nossa escala, "too big to fail" (demasiado grande para falir), ninguém, chame-se Salgado ou Espírito Santo, pode ser "too holy to jail" (demasiado santo para ir preso).Isto significa que nem os empregados do BES, nem as D.
Inércias, nem os Cristianos Ronaldos se safam se o Banco de Portugal, a CMVM, a PGR e o Governo continuarem a meter a cabeça na areia, não agindo contra o banqueiro Ricardo Salgado e seus acólitos, continuando a garantir impunidade à grande criminalidade financeira - e não só - à solta no Grupo Espírito Santo.
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