Sábado, 30 de Maio de 2015

propaganda política invade as telenovelase programação televisiva  (-por M.Tengarrinha)

     Tenho visto algumas telenovelas ultimamente. Não quero fazer uma apreciação do género, nem uma crítica ao formato ou a esta ou àquela produção, mas não posso deixar de comentar o que tenho observado no que diz respeito não ao product placement, que já se tornou parte da paisagem mesmo quando é estupidamente desajeitado, mas a algo mais escandaloso e a que chamarei political placement.  ...(Noutro tempo chamavam-lhe "propaganda" ou reprodução da ideologia dominante”, mas de facto “Political Placemente” deixa uma fragrância muito mais 'in', sei lá, com montes de anglo e assim.) ... é feito, através de diálogos aparentemente banais e sem mostrar trinta embalagens em cima da mesa com o logotipo virado para nós, mas não com menos eficácia.

       Alguns exemplos da forma como se pagam produtos televisivos e como certas mensagens de propaganda política se banalizam nas telenovelas, como se de verdades absolutas se tratassem:

Cena 1 – Uma família de classe média reunida numa sala fala sobre a sua falta de dinheiro. A matriarca da família interrompe a conversa dizendo: “Andámos a viver acima das nossas possibilidades”. Political placement sem embalagem nem logotipo.

Cena 2- A mesma matriarca da cena anterior queixa-se ao patriarca de que continua com uma dor na perna. O patriarca diz-lhe que tem de ir ao hospital, ao que ela responde que, se for, terá de ficar muitas horas à espera. O patriarca sugere-lhe que faça um plano médico X , que lhe permitirá um atendimento muito mais rápido e de grande qualidade. Num hospital privado, claro está. Political placement meets product placement.

Cena 3 – Duas amigas falam num escritório. Uma delas não sabe como arranjar dinheiro. A amiga diz-lhe como resolveu tudo pedindo dinheiro ao banco X. Product placement meets political placement.

Cena 4 – Uma jovem estudante dirige-se ao balcão da universidade privada X. A funcionária explica-lhe, sorrindo, como pode pedir um empréstimo no balcão do banco X, que é mesmo dentro da universidade, para que possa pedir um empréstimo de estudante, sem que a estudante o tenha pedido. Product placement meets political placement.

Cena 5 – Uma família de classe média vai pôr os filhos à escola. Os dois filhos estão fardados. Product placement meets political placement.

    O product placement (publicidade) tem como objectivo promover um produto ou um serviço através da sua inserção num contexto de entretenimento e da sua associação a uma situação ou a pessoas agradáveis, torná-lo atraente para um certo grupo, alargar e banalizar o seu consumo.   O product placement tem uma agenda comercial clara, sabemos de onde vem e o que quer e para que serve.

     O political placement (propaganda disfarçada), usando as mesmas técnicas, tenta alienar as pessoas e banalizar e promover conceitos: a culpa da austeridade é nossa, o Estado fornece maus serviços e o sector privado bons serviços, a educação é cara mas não faz mal porque a banca empresta dinheiro.  

 Mas de onde vem este political placement? Alguém o paga? Quem? Como?   Sejam quais forem as respostas, o facto é que se faz do entretenimento um veículo de propaganda de uma agenda política que, transformada em senso comum, em evidência, em verdade absoluta, passa da televisão para o café e para o emprego, sem crítica ou contraditório.  Quando, no meio de uma cena, um dos actores enfia a martelo um produto qualquer (champôs, cremes, bebidas, carros) a tentativa de manipulação é evidente, grosseira, pode ser chocante, damo-nos conta dela.   Mas quando uma senhora comum insinua que não vale a pena contar com o Serviço Nacional de Saúde, o que acontece? Damo-nos conta?  Reagimos, ... protestamos junto da ERCS  ?!

Notas:

1 – O product placement é a inclusão de produtos comerciais (de todo o género), com exibição da marca, dentro de conteúdos de entretenimento e ficção, como se fossem adereços. O product placement é uma forma de publicidade usada para o financiamento dos programas.

2 – O political placement é a inclusão de proposições que escondem agendas políticas (de todo o género) dentro de conteúdos de entretenimento e ficção, como se fossem diálogos. O political placement é uma forma de propaganda política, com inclusão de ideias e ideologias sem contraditório, de manipulação de conteúdos, de manipulação em massa de mentalidades e, talvez, de financiamento de programas.   

... Formatando … aguarde ...  sistema   ideológico  neoliberal  instaladoobedeça
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  A  formação da  opinião  pública      (-Harmodio, Enclavept)  (texto em comentários: )
  "Logo que, numa inovação, nos mostram alguma coisa de antigo, ficamos sossegados. " - Friedrich Nietzsche "Raros são aqueles que decidem após madura reflexão; os outros andam ao sabor das ondas e longe de se conduzirem deixam-se levar pelos primeiros." - Séneca “Raros são aqueles que decidem após madura reflexão; os outros andam ao sabor das ondas e longe de se conduzirem deixam-se levar pelos primeiros.” – Séneca.

“Logo que, numa inovação, nos mostram alguma coisa de antigo, ficamos sossegados. ” – Friedrich Nietzsche.

"The aim of public education is not to spread enlightenment at all; it is simply to reduce as many individuals as possible to the same safe level, to breed and train a standardized citizenry, to put down dissent and originality. " - H.L. Mencken Pascal - truth quotes

Conformity—the natural instinct to passively yield to that vague something recognized as authority.” – Mark Twain.

-----  Será  que  assim  já  publicam ?      (-por A. Figueiredo, 9/6/2015, M74)

«Marcha Nacional a Força do Povo», promovida pela CDU (PCP e PEV).  «Todos à rua por um Portugal com futuro», 6/6/2015, reuniu em Lisboa cerca de 100mil manifestantes, mas jornais e TVs quase nada noticiaram (ver comentários).  Não "lhes" interessa !

 

   betandpay    Vê, telefona, aposta e paga !!   (-Paulo Pinto, 05.05.15, Jugular)

Parece inevitável: estamos mesmo a caminho da  sarjeta televisiva. Antigamente, tudo se passava num canal único, como todos sabemos. Depois chegaram os privados que, dizia-se, iriam promover a concorrência, a diversidade de conteúdos e a pluralidade informativa. É uma grande verdade. Infelizmente, "concorrência" também significou, uma vez mais, um nivelamento por baixo, a competição pela lixeira.   Essencialmente, dar às pessoas o que elas querem (?! 'desopilar' das agruras do dia-a-dia, não pensar e ficar alienadas ...), muita especulação, cusquice, má-língua, reality shows, tricas dos "famosos" (+ comentadores de política, economês, futebol, culinária, ...) e, sobretudo, muito voyeurismo. Nada de novo. No essencial, os chamados "canais generalistas" não passam de um amontoado de novelas, publicidade, programas de entretenimento de manhã e à tarde carregados de apelos permanentes à chamada telefónica de valor acrescentado prime time feito de concursos, nos quais se gere de forma subtil os "famosos" e as "pessoas comuns".

    Um dos efeitos mais perversos deste percurso é a promoção da crendice, da superstição e da pseudociência (e da iliteracia). Vejo que médicos, clínicos, académicos e cientistas - em curioso paralelo com a opinião política - vão sendo lentamente relegados para os canais "informativos". Nos generalistas, ficam os demagogos, os tretas, as bruxas e as vendedoras de banha da cobra. A TVI acaba de dar mais um passo nesta direção. Primeiro foi a SIC, que ocupa boa parte das manhãs, primeiro com os Dilemas da Maya e agora com uma senhora chamada Maria Helena (aquela que diz "olá olá") que passa horas a apelar à chamada telefónica 760(...) e a sortear toda uma parafernália de amuletos, santinhos, talismãs e medalhas. Mas na televisão de Queluz era ainda possível, até há pouco, assistir ao Jornal da Manhã até às 10 h. Hoje falava-se de asma e de hipertensão pulmonar. Subitamente, eram 8:17, acabou. Após 13 minutos!! de publicidade, o registo muda. Até ao programa do Goucha/Cristina Ferreira, quem quiser saber do trânsito, das notícias, dos jornais e da informação, é favor mudar para a TVI24. Quem não tiver e for obrigado a prosseguir, prepare-se.

    O novo programa chama-se Cartas da Alma e não fica atrás da concorrência da SIC. É, aliás, muito mais refinado. Primeiro, diversifica os "produtos": é uma equipa completa e não apenas uma única cara. Que sejam todas mulheres é um pormenor interessante. Depois, decorrem vários "serviços" ao mesmo tempo. Hoje era a Magda Moita que dirigia a emissão, com leitura astrológica, Tarot e umas pedrinhas azuis que fazem maravilhas, em "sessão pública" para a qual as pessoas entram em direto e ela responde, recorrendo ao portátil que tem mesmo ali ao lado. Tudo camuflado com o nome de "concurso" em telefónico nº 760 XXX XXX, evidentemente. A pessoa liga e "habilita-se".  Ou seja, aposta (a dinheiro). Mas, ao mesmo tempo está a Morgana em plena ação com outro número telefónico, em "sessão privada" para quem não quer aparecer ali com sua voz. Há também uma "sessão Premium", a que se pode habilitar quem ligar para outro número

    Bom, mas bom mesmo, é o espaço - intermitente ao longo da emissão - da Eva Mendonça e das suas "mensagens da alma".  E que é?  Simples:  alguém que tenha saudades de falar com um ente querido que já tenha morrido liga (outro nº 760, é claro) e "fica inscrita no sorteio" para receber uma "mensagem". Remata a Eva: "pode ser que hoje seja o dia de falar com quem já não está entre nós, é o céu a um passo de um telefonema, por 60 cêntimos mais IVA". Quem resiste?  E ainda gozávamos nós com o Zandinga, que fazia entrevistas ao Brejnev além-túmulo. Para que tudo isto não pareça demasiado mau - como se tal coisa fosse possível - passa em rodapé uma incrível linha, que diz assim: "Participe no sorteio de forma informada e responsável". Nem era preciso, porque é mais do que evidente que tudo isto é um enorme exercício de informação e responsabilidade. Vamos ver quando é que a RTP segue o mesmo caminho. Apostas?  Hmm deverei criar um 760 para o efeito?   (ou um casino e respectiva máfia ?!)    ------



Publicado por Xa2 às 07:54 | link do post | comentar

13 comentários:
De SIC porca devia ser incriminada e penal a 8 de Maio de 2015 às 09:13
08.05.2015 01:00


Concorrente (criança/adolescente !) gozado (verbalmente pelo júri ! e visualmente por montagem animada ! que lhe exagera figura e faz subtil comparação com rato...!) no 'Ídolos' (de Portugal) esconde-se em casa (deixando de ir à escola...)

Agrupamento (escolar, ao qual a criança/adolescente está a faltar) pondera avançar com processo contra SIC.

ERCS, Provedor da Justiça, Comissão de Protecção de Menores, ..., e Advogados decentes deveriam (pro bono) mover processo crime à SIC e equipa dos « Ídolos » (!!!).


De . Roubo nos Telefonemas 707... a 13 de Maio de 2015 às 15:35

Atenção ao custo destas chamadas

Custam por minuto 5€ em telefone fixo e 18€ em telemóvel, tudo por minuto.

Indicativo 707...

Vão aumentando os serviços que o utilizam...
Até as Finanças...
Abram e leiam o ficheiro e podem confirmar através do link.
Este aviso deve ser reenviado para toda a gente...

É uma corrente de utilidade pública...
Divulguem, sff, é um acto de cidadania.



TELEFONES : com PREFIXOS 707 xxx xxx são uma Roubalheira !!
Telefonar para números começados por 707
custa uma fortuna, principalmente se for de
um telemóvel.
Recuse ligar para números 707
Estes números (chamados únicos pela PT) não são considerados números pertencentes à rede fixa (!) pelo que são sempre pagos.
Mesmo aqueles que estão a pagar uma mensalidade com a promessa de terem chamadas grátis, terão sempre que pagar (e muito!) estas chamadas.

A Autoridade Nacional de Comunicações tem recebido um volume considerável de
denúncias e reclamações de consumidores relativas ao uso indevido destes números.

Como se não bastasse o já de si elevado custo dos 707, em algumas das situações
fiscalizadas pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) foi detectada
a utilização dos prefixos 707 para a prestação de serviços de audiotexto
- aumentando assim exponencialmente o custo das chamadas - tendo por isso sido instaurados
processos contra-ordenacionais.

Por outro lado, muitas vezes surgem os 707 acompanhados de designação de
“chamada local” ou “número azul” - o que é falso, pois estas chamadas são as com
prefixo 808 –
confundindo assim quem faz a chamada e levando a pensar tratar-se de números de baixo custo.

Burla já detectada pela Anacom
Os números de telefone começados por 707, para além de apresentarem um
elevadíssimo custo para quem faz a chamada, raramente são acompanhados do
seu custo por minuto (por que será?).

Quanto custa ligar para estes números?
Só quando se recebe a factura ou o saldo do
telemóvel termina se poderá ter a percepção do
roubo que fomos alvo.
(Veja alguns exemplos em rodapé)

TELEFONES com PREFIXOS 707
Telefonar do telemóvel para um 707 custa,
pelo menos, três vezes mais !!! do que do fixo

Recuse ligar para números 707
Como se pode verificar, estes números pelo seu elevadíssimo custo são uma
fantástica invenção da PT (e outros operadores) por forma a obrigar o consumidor
a pagar verdadeiras fortunas por um simples telefonema.
Agora quando ligar para um 707 e lhe derem música do lado de lá, já sabe que a musiquinha lhe ficará bastante cara.

Informe os seus amigos/colegas/familiares
Mais grave ainda é muitos números de telefone oficiais estarem a mudar para 707, por que será que nos querem obrigar a gastar fortunas com os
telefones?.
É o caso do telefone da DGCI, das «novas oportunidades» do MTSS (o tal programa do Governo que transforma semi-analfabetos em proprietários do 12.º ano de escolaridade),
da EPUL, do número de apoio da Secretaria de Estado das Comunidades (707202000), Etc. Etc.

É um escândalo, será que ninguém proíbe este atentado aos nossos bolsos?
Quem encomenda roupa, bilhetes para o cinema, etc. etc, ligando para um 707 acaba por pagar mais pelo telefonema que pelo bem que pretende comprar, curioso não??

Governo obriga cidadãos a gastar fortunas em telefonemas
Companhias de seguros também aderem à triste “moda”
Quando se circula de automóvel e se tem um acidente, o natural será ligar para a seguradora através do telemóvel.
E qual o prefixo da maior parte dos números de assistência disponibilizados pelas seguradoras?
707 é claro!
Por que nos obrigam a gastar fortunas em telefonemas?
Será que recebem uma percentagem dos elevados custos pagos pelos desafortunados
que necessitam de apoio?


De Apostas na Net e jogos viciados a 8 de Junho de 2015 às 17:32
Quer ganhar dinheiro fácil? Eu explico-lhe como

http://cronicasdorochedo.blogspot.pt/2015/06/quer-ganhar-dinheiro-facil-eu-explico.html#comment-form

Já há muito se suspeita que as apostas em jogos de futebol são viciadas. A maioria das vezes não passa de suspeita infundada. Comopor cá já aconteceu em jogos do FC do Porto e agora em relação ao Benfica- Penafiel da última Liga.
São notícias que geram muita discussão estéril, mas boas receitas para a imprensa desportiva. Pelas suspeitas infames que lançam sobre a verdade desportiva.

----- A Federbet, organismo que pretensamente vigia e regula as apostas on line,
revelou esta semana no Parlamento Europeu que suspeita haver cinco milhões de euros de apostas viciadas em cada jornada do futebol português.
As reacções são inflamadas porque, quando se trata de futebol, qualquer suspeita levantada é uma ofensa ao Olimpo onde o futebol é rei.

Há no entanto outro tipo de problemas mais comezinhos e relevantes com os jogos de APOSTAS e de fortuna e azar ONLINE, recentemente LEGALIZADOS pelo governo.

Penso que é boa altura para prestar um pouco de atenção ao que se vai passando lá por fora, para ficarmos a saber o que espera os apostadores portugueses.

O caso passou-se com uma estudante de enfermagem. Apostou 70€ em como Federer venceria Tomas Berdych, ganhando um dos sets por 6-3.
A aposta certeira ter-lhe-ia garantido um prémio de 1400€.
Só que a casa de apostas William Hill se recusa a pagar o prémio,
alegando ter cometido um erro na atribuição dos odds para esse jogo.

Assim é fácil ganhar dinheiro, não é? Basta criar uma casa de apostas, em vez de apostar.

(por Carlos Barbosa de Oliveira )
------

Também se diz que
«A melhor maneira de assaltar um banco (e não ser apanhado) é Criar um Banco,
administrá-lo (com a 'colaboração' de uns tantos governantes ...),
e abrir falência ou esperar que governo amigo o salve, para evitar o 'risco sistémico' »


De (de) Formar a opinião pública e Cidadãos a 4 de Junho de 2015 às 15:58

A formação da opinião pública

(14/5/2015, Harmódio, https://enclavept.wordpress.com/


As pessoas gostam de acreditar que a sua opinião sobre política, economia e assuntos sociais é baseada só e apenas nos factos. Há algo de “nobre” em acreditarmos que somos neutros face a assuntos que desconhecemos mas que quando nos explicam os factos somos capazes de tomar uma decisão justa mas sem paixões inflamadas. Mas em que medida é que nos conseguimos (ou queremos) realmente distanciar de tudo o que nos rodeia para tomar uma decisão neutra? Até que ponto conseguimos sequer obter informação correcta sobre todos estes temas? Até que ponto estaríamos de facto dispostos a levar esta linha de questionamento sem temer o que pudéssemos encontrar?

"Raros são aqueles que decidem após madura reflexão; os outros andam ao sabor das ondas e longe de se conduzirem deixam-se levar pelos primeiros." - Séneca—
“Raros são aqueles que decidem após madura reflexão; os outros andam ao sabor das ondas e longe de se conduzirem deixam-se levar pelos primeiros.” – Séneca

Seremos de facto neutros à partida face a todas as questões? Dizer que sim implicaria que a) não temos qualquer experiência prévia que influencie a nossa decisão e b) somos imunes ao meio onde nos movimentamos e às opiniões que vemos circular à nossa volta. Se a primeira condição é uma impossibilidade empírica e relativamente fácil de aceitar a segunda já obriga a algum grau de introspecção. Todos nascem num determinado contexto que é determinado pelas condições e preferências daqueles que nos rodeiam de forma directa ou indirecta. Logo não há uma neutralidade inicial, existe sim uma predisposição, maior ou menor consoante o grau de independência do individuo face ao grupo (familiar, social, profissional), para aceitar posições e opiniões que coincidam com que aquilo que o nosso meio considera válido. Conseguimos aceitar que grande parte da nossa visão do mundo é determinada sem qualquer contributo nosso? Conseguimos pensar em nós mesmos como sendo, em grande medida, seres racionais que apenas absorvem valores e opiniões que alguém antes colocou à nossa frente? Ou seja, conseguimos abdicar da nossa crença que somos seres com um elevado grau de autodeterminação?

"Logo que, numa inovação, nos mostram alguma coisa de antigo, ficamos sossegados. " - Friedrich Nietzsche—
“Logo que, numa inovação, nos mostram alguma coisa de antigo, ficamos sossegados. ” – Friedrich Nietzsche

Poder-se-á dizer que a nossa visão e opiniões não são apenas formadas pelo meio em que por casualidade nos encontramos. Que existe um processo mais activo de recolha de informação por parte do individuo e que esse processo é que em última análise determina de facto aquilo que pensamos e defendemos. Será mesmo assim? Para entender bem a questão e os processos internos e externos que ela implica é preciso olhar para dois elementos diferentes. Em primeiro lugar é preciso verificar se a informação que pesquisamos sobre qualquer tema tem suficiente força emocional para se sobrepor às “nossas” posições originais. Neste ponto temos que introduzir na nossa análise um pouco de “matemática emocional”. É preciso “calcular” o conjunto de benefícios que são acumulados quando aceitamos a opinião do meio e aqueles que podem ser acumulados quando se adopta uma visão dissonante da maioria – este modelo comportamental tem uma base realista e como tal pressupõe que a maioria (mas não todos) tende a adoptar, consciente ou inconscientemente, o traje ideológico/social/político que mais o beneficie quer em termos de aceitação pelos seus pares quer em termos de ganhos materiais concretos. Dizer que sim ao que o nosso meio nos transmite (filtrando adequadamente a informação que vamos recolhendo) trás consigo benefícios tangíveis. Dentro do nosso grupo já que passamos a ser vistos como alguém que “entende das coisas”, que é ponderado e moderado, que entende o que é a realidade e consequentemente seremos levados mais a sério. Além de garantir uma boa integração a concordância indica também a quem mantém o sistema a funcionar (seja qual for o sistema) que estamos disponíveis para defender o status quo, que não iremos abanar demasiado o barco, que seja qual for a realidade empírica estaremos disposto a ignorá-la e seguir os ditames que ...


De (de) Formar opinião, alienar e iliteraci a 4 de Junho de 2015 às 16:05
A Formação da Opinião pública
(-Harmódio, https://enclavept.wordpress.com/2015/05/14/a-formacao-da-opiniao-publica/ )
...
...
... seja qual for a realidade empírica estaremos disposto a ignorá-la e seguir os ditames que nos transmitem. Por outro lado dizer que não ao que nosso meio nos transmite coloca-nos à margem dos nossos pares já que em maior ou menor grau as nossa posições serão diferentes, terão nuances, serão mais excêntricas. Em suma: sairão dos limites do curral intelectual. É fácil ver para que lado a balança de ganhos pende.

"The aim of public education is not to spread enlightenment at all; it is simply to reduce as many individuals as possible to the same safe level, to breed and train a standardized citizenry, to put down dissent and originality. " - H.L. Mencken—
“Conformity—the natural instinct to passively yield to that vague something recognized as authority.” – Mark Twain

Existem aqueles que apesar de tudo têm ainda integridade suficiente para reconhecer que o que lhes é transmitido pelo meio poderá não estar correcto ou ser mesmo pouco ético. Poderão mesmo resistir activamente ao que os seus pares lhe transmitem como “verdade”. Nesse caso este cidadão íntegro terá que partir numa demanda por nova informação. Tem que procurar histórias, interpretações e análises que correspondam de facto ao que ele experiencia. E aqui entramos no campo da capacidade individual de recolher e filtrar a informação que não é transmitida por laços sociais directos – especificamente aquela informação que não deriva de contacto pessoal e nesta categoria estão as tvs, os jornais, os livros, os blogues, etc. Estamos em águas familiares em que sabemos que é preciso questionar muito seriamente a posição e credibilidade dos criadores e divulgadores de informação. Isto torna-se especialmente urgente em países como Portugal que promovem uma cultura de endogamia mal encoberta em quase todas as posições de produção de conteúdos. É preciso estar alerta face a contaminações da informação por interesses pessoais, familiares, amizades de longa data entre outras formas de influência indevida. Dado o reduzido número de informação disponível em língua portuguesa e estas limitações à credibilidade da pouca informação que existe é caso para dizer que quem se limite ao material em português verá os seus horizontes tão severamente limitados que a sua demanda por explicações que fujam ao controlo do nosso meio social, político e económico se torna impossível.

Pascal - truth quotesNo fim desta pequena análise do nosso contexto e das nossas características pessoais podermos acreditar que, nas presentes condições, existe uma verdadeira opinião pública interessada em estar informada? Os indícios que discutimos parecem apontar precisamente para o oposto. Não é do interesse do cidadão questionar o que lhe é transmitido. Em muitos casos não lhe será sequer possível construir qualquer narrativa alternativa para que vê. O que fazer com esta conclusão? Devemos começar por admitir perante nós próprios que os termos em que actualmente se discute a nossa sociedade não são nossos. São um legado sobre o qual, individualmente, não temos qualquer controlo. Daí a frustração que muitos poderão sentir ao ver a estagnação das respostas oficiais apresentadas pelos grupos considerados como socialmente válidos (que possuem status, que são “levados a sério”, que possuem os recursos para recompensar socialmente). Que a procura por respostas que fujam a essa estagnação é acima de tudo algo que tem que partir do individuo. Que esse individuo terá que ser motivado por algo mais que apenas uma lógica de custo-benefício. Terá que possuir a inclinação pessoal para a acção ética. Trata-se de um processo heróico, uma verdadeira demanda épica que requer indivíduos com um conjunto de aspirações pouco comuns apesar de serem mais necessárias que nunca. Só saindo dos moldes pré-fabricados poder-se-á encontrar qualquer tipo de verdade e acima de tudo de justiça. O leitor terá coragem para tanto?

----: Absolvição Moral, Cidadania, Colaboracionismo, Conformismo, Controlo de Informação, Hierarquização Social, Introspecção, Justiça, Narcisismo Colectivo, Opinião Pública, Passividade Popular, Responsabilização, Servilismo, valores societais,


De Manif 100mil : assusta mídia e centrão. a 8 de Junho de 2015 às 16:45
O que é que nos surpreende na Marcha apagada?
(8/6/2015, por Ricardo M Santos, M74)

O que é que ainda nos surpreende quando não vemos a gigantesca marcha de sábado nos media?
Não entendam mal, que subscrevo linha por linha o artigo do Filipe. Mas, para quem já anda nisto há algum tempo, e nem precisa de ser muito, não é de estranhar.
É de denunciar, de divulgar, é verdade que já nos deixa um bocadinho tristes e revoltados. Deve ser por isso que ainda há quem diga que parámos no tempo, porque ainda temos a força necessária para nos indignarmos. E, às vezes, vamos buscar forças sei lá onde.

Não há partido com património de luta que se aproxime, sequer, do PCP. Nos anos do fascismo não eram os que estiveram no Coliseu no mesmo dia em que estivemos na rua que davam o peito às balas. Eram os pais de alguns deles, ao que consta.
Naquela altura, o bloqueio ao PCP era legal e oficial. Obrigatório.
Depois da Revolução de Abril, deixou de ser.
Com o 25 de Novembro passou a ser oficioso.

Os meios de divulgação do PCP são os que sempre foram, adaptados aos novos tempos - estando nós parados nele, não deixa de ser paradoxal.
É o passa palavra, é o esclarecimento, é contar como foi, como queremos que seja e como tem de ser, para que este cantinho deixe de estar como está.
É o Avante! que fica na mesa do café, o discurso no local de trabalho, as conversas com os amigos, que deixam transparecer aquilo que somos.

Como no século passado, onde estamos parados, os media livres e democráticos continuam a bloquear-nos porque não podia ser de outra forma.
Uma manifestação de 1.000 pessoas por causa do padre da freguesia abre um noticiário, uma com 10.000 na Grécia também.

Uma manifestação com 100.000 em Portugal, com gente de todo o país que pagou a viagem do seu bolso não pode abrir noticiários, porque mete medo.

É um facto que mete medo, assusta.
Já imaginaram 100.000 pessoas que saem à rua com um calor tórrido, fazem centenas de km de autocarro para afirmarem os seus ideais?
Claro que assusta.
Assusta os que não podem permitir que se pense diferente do que nos é dado a engolir todos os dias, depois de bem mastigado, em quase tudo o que é informação.

Claro que às vezes nos chateia, outras entristece. Vivemos numa democracia formal que estigmatiza aqueles que abraçam a livre participação num partido quando se generaliza que todos eles, os partidos, estão numa crise profunda e precisam de se reinventar e tudo o resto que sabemos.

Chateia, entristece, mas já foi ontem.
Hoje, cada um de nós que lá esteve e outros que não puderam ir, contaremos como foi grandiosa
mas já estamos na luta quotidiana que é um dever de todos.
Se a tarefa fosse fácil, não éramos comunistas.
---------

A arte de desinformar

(7/6/2015, filipe guerra, http://manifesto74.blogspot.pt/2015/06/a-arte-de-desinformar.html#more )

Portugal não é um país com muita população. Assim, os grandes iniciativas de massas, com dezenas e centenas de milhares de pessoas são fenómenos raros e por isso mesmo alvo de grande atenção mediática.
Num breve exercício de memória, podemos recordar grandes acontecimentos e celebrações desportivas, manifestações do movimento sindical e de outros movimentos sociais, alguns eventos religiosos, santos populares, grandes concertos e espectáculos musicais com artistas internacionais de renome. Haverá mais um ou outro exemplo, mas não muitos mais.
E, com excepção das grande manifestações sindicais, estes acontecimentos são alvo de grande divulgação e atenção mediática, antes, durante e depois de terem lugar.

A Marcha Nacional A Força do Povo, ocorrida ontem e promovida pela CDU, segundo a sua organização teve a participação de cerca de 100 mil pessoas.
Não discutirei este número, não tenho essa intenção ou objectivo, pois, tendo participado nesta Marcha, em nenhum momento consegui ver o seu início e o seu fim devido à sua magnitude. Mais importante do que a precisão científica de um número final, importa sublinhar a sua dimensão humana e impacto político.

Eu gostaria de referir que sou de uma região longe de Lisboa. Onde o PCP não tem a implantação que precisava para melhor intervir, e onde a CDU não tem nenhum deputado ou sequer vereador eleito, tão pouco qualquer maioria em Junta de Freguesia.
E desta regiã


De Mídia a Desinformar/ manipular. a 8 de Junho de 2015 às 16:50
http://manifesto74.blogspot.pt/2015/06/a-arte-de-desinformar.html#more

...
...E desta região, saíram cerca de 700 democratas para a Marcha. Portanto, fica claro que, não sendo esta Região uma excepção positiva à regra, a Marcha foi uma iniciativa com muita, muita gente.

Se iniciativas desta dimensão humana são raras, com a natureza de apoio político são ainda mais raras. Nas últimas largas décadas, as únicas iniciativa de dimensão e natureza semelhante foram as marchas do PCP em 2008 e da CDU em 2009.
Ou seja, a marcha de ontem foi singular e seria expectável que sob qualquer critério com o mínimo de razoabilidade tivesse uma cobertura noticiosa relevante. Mas não foi nada disso que aconteceu...

RTP empurra para a frente
O Telejornal da RTP não considerou que a Marcha fosse motivo de abertura, pelo contrário, empurrou-a para o mais tarde que conseguiu.
Assim, apenas 20 minutos após o seu início veio a primeira de duas curtas peças sobre a Marcha. A ordem cronológica do Telejornal até à Marcha foi, a abrir o caso Sócrates, depois Passos sobre Sócrates, incêndio em fábrica de tintas, convenção do PS, lesados do BES, iniciativa de PSD e CDS(repescada, pois tivera lugar no dia anterior), novamente a convenção do PS(só sobre a convenção do PS foram mais de 6 minutos), e eis que, finalmente, a CDU.

As duas peças juntas, as tais que apenas ao fim de 20 minutos a RTP apresentou, tiveram os tempos somados de 3 minutos.
Em nenhuma das peças houve qualquer plano panorâmico sobre a Marcha,
apenas imagens focadas sobre quem estava em palco ou pequenos grupos de manifestantes.

Na segunda peça houve um breve roda-pé sobre o número de autocarros(que rapidamente saiu de imagem),
nas duas peças houve 3 entrevistas a participantes, não se tendo feito qualquer referência aos números da organização sobre o total de participantes.
Apenas se soube que a Marcha "reuniu várias gerações".

Na SIC, a estrela foi a Branquinha
A SIC conseguiu fazer um pouco pior que a RTP, conseguiu ridicularizar-se ainda um pouco mais.
O Jornal da Noite da SIC também empurrou a Marcha da CDU mais para a frente, abriu com o caso Sócrates, seguiu para a convenção PS e, ao fim de 9 minutos, lá chegou uma única peça sobre a Marcha.

A primeira imagem da peça, o primeiro impacto, que a SIC dá da Marcha é a de uma cadela a beber água, seguem-se mais 40 segundos com a cadela a beber água e/ou em acrobacias rumo ao colo do dono, e ainda uma entrevista ao dono onde o telespectador fica a saber que a branquinha "é um cão espectacular que veio da rua", dos 4 minutos totais que durou a peça da SIC, os primeiros 40 segundos foram passados nisto.

Após o destaque a Branquinha, uma imagem positiva da cabeça da Marcha, a que se seguiram diversas entrevistas aos participantes,
o que não teria mal nenhum desde que não se entendesse que esses grandes planos individuais seriam instrumentais para esconder tudo o resto que se passava à volta, como de facto aconteceu.
Seguindo esta linha de encobrimento, a SIC colocou em imagem na peça um momento em que o grande plano é uma Praça dos Restauradores mal composta e com a Marcha ainda por chegar.

De resto, mais do mesmo, nenhuma perspectiva panorâmica sobre a Marcha e da intervenção de Jerónimo de Sousa tivemos 31 breves segundos(a Branquinha teve 40 segundos de atenção).
Nenhuma referência ainda ao número de participantes da organização, ou outros por tentativa de aproximação.
O telespectador limitou-se a ouvir que foram milhares...o que conjugado com as imagens exibidas permitiria eventualmente concluir que não estariam muitos milhares.

A TVI não foi a pior
A TVI seguiu um critério semelhante ao da RTP e SIC. Contudo com algumas diferenças que é justo referir.

Devido à final da Liga dos Campeões de futebol, o Jornal das 8 começou às 19:00. Cronologicamente, a sua sequência de abertura foi(e a esta hora ainda não havia notícias de Sócrates) a final da Liga dos Campeões, o incêndio na fábrica de tintas, a convenção do PS, iniciativa de PSD e CDS(tal como a RTP, também foi repescar uma iniciativa já do dia anterior), e finalmente a Marcha numa peça de apenas cerca de 2 minutos.

A peça da TVI destaca-se das peças da RTP e SIC apenas por dois motivos, foi a única que, pelo menos, tentou dar uma imagem panorâmic


De Mídia«Marcha Nac. a Força do Povo» a 8 de Junho de 2015 às 16:59
( http://luminaria.blogs.sapo.pt/alienar-manipular-apostar-e-1060897?view=2873889#t2873889 )...
...
...
... (a TVI ) pelo menos, tentou dar uma imagem panorâmica que reflectisse dentro do possível a dimensão da Marcha e
foi a única que citou o número de manifestantes referido pela organização.
Os seus breves 2 minutos assim até nem pareceram tão maus, e terão permitido ao telespectador ter uma ideia da dimensão da Marcha.

----Em relação aos jornais de Domingo dia 7, zero.

Nos quatro principais jornais generalistas de hoje, Domingo dia 7 de Junho, nenhum faz qualquer referência de capa sobre a Marcha de ontem.
O Público deu a sua fotografia de capa a um "caçador de tesouros" e é o único jornal que faz uma breve, mas errónea no conteúdo, referência ao "líder do PCP".
Ao que parece no desenvolvimento da notícia d'O Público lá vem a fúria, a aldrabice e a cegueira costumeiras.

Creio que estes encobrimentos e desaparecimentos da Marcha Nacional A Força do Povo,
nas várias deturpações publicadas, pelo estilo, natureza e forma, pelo método e conteúdo,
não serão mera azelhice ou coincidência, falta de atenção ou de pessoal de serviço.

Antes reflectem opções políticas e ideológicas dos proprietários económicos da comunicação social, ou proprietários fácticos das suas linhas editoriais,
colocando-as ao serviço dos grandes grupos económicos,
intoxicando e subvertendo o papel e função da comunicação social.

Quem paga, manda.
Quem tem o poder, manda.
E as eleições vêm aí.
A CDU, o seu projecto e a sua força humana são incómodas, são para desaparecer,
por forma a que tudo siga como até agora. Pensarão eles.

--------------
P.S.-
a Marcha da CDU observada pela perspectiva da televisão venezuelana TeleSur aqui
( http://x.vindicosuite.com/click/fbfpc=1;v=5;m=3;l=401071;c=776283;b=3368032;dct=https%3A//www.youtube.com/watch%3Fv%3DrSpVJcX4Img )

P.S.2-
para que não haja qualquer mal-entendido, gostava que ficasse claro que gostei de ouvir tudo o que os camaradas e amigos presentes na Marcha disseram e como disseram aos órgãos de comunicação social (as suas motivações são as minhas).
Estamos na Luta !


De Alienar e deformar História e Ciência. a 16 de Junho de 2015 às 12:53
Resposta às perguntas do Canal de História

(15/6/2015 por António Santos, M74)

«Será isto uma prova da existência de uma raça pré-histórica de gigantes?» corte para animação em 3d «E terão esses gigantes construído... as pirâmides do Egipto?!» imagens de arquivo de pirâmide sob efeitos de pós-produção de filme barato de terror «E será que os lendários gigantes não eram seres humanos deformados, mas extra-terrestres vindos do espaço?» sequência rápida de fotografias de obras de arte antiga, de várias civilizações...

Tantas perguntas, tão poucas respostas, diria Brecht. Acabo de assistir a isto no National Geographic Channel. Podia ser só má televisão, mas é muito mais do isso, é a liberdade de fazer as mais absurdas e perigosas perguntas, a despeito de milhares de anos de respostas dadas, pensadas e trabalhadas, intoxicando as futuras gerações com fumos digitais da formidável nova idade das trevas.

Os canais de televisão estado-unidenses que antes passavam documentários, hoje passam reality shows. Onde antes se podia ouvir historiadores, agora apre(e)nde-se sobre camiões, armas e outras curiosidades. Alguns exemplos revestem-se de óbvia transcendência cultural, dizendo mais sobre a sociedade em que vivemos, que volumes de sociologia: apenas sobre prisões, temos, actualmente, a liberdade de escolher entre «Mulheres atrás das grades», «Presos no estrangeiro», «Prisões americanas», «Fugas da prisão», «Prisões de alta segurança» e «Prisões: bastidores». Mas, ponto de ordem à mesa, se eventualmente parecer trocista esta singela ideia, de ter a liberdade de escolher o programa sobre prisões, desenganemo-nos... que os tipos que mandam nisto têm mais inteligência que sentido de humor.

Afinal que sociedade livre é esta, que vive obcecada por estar presa? Entretanto, nestes mesmos canais, são zero os programas sobre literatura. É que dá-se que o formato do reality show evadiu-se, já há mais de uma década, dos matadouros de inteligência onde eram guardados, assaltando de supetão toda a televisão e a internet das massas. E como as consequências desta transformação vão muito além do óbvio, debrucemo-nos sobre alguns exemplos vívidos. O reality show não se compadece de método, nem estudos nem tampouco pode aguardar por conclusões científicas: exige permanentemente mais acção e novas descobertas, sempre e agora. Em virtude desta pressa, os programas sobre a vida selvagem que antigamente nos mostravam o resultado, longamente arquitectado de semanas de estudo e trabalho de campo, reclamam agora uma violação, violenta e imprevisível, da ordem das coisas: onde estava o documentário onde se observava a vida de uma serpente, insuspeita da presença das câmaras, agora assiste-se (sim, assiste-se) a um marialva que perturba a serpente no seu habitat natural, forçando-a a engoli-lo vivo, num fato especial produzido para o efeito, para gáudio ou náusea do público. A ciência dá lugar à aventura e o cientista cede passagem ao explorador, normalmente um labrego simpático com indisfarçáveis matizes jingoistas.

O reality show, por outro lado, não tem quaisquer pretensões históricas ou científicas, embora fale de história e de ciência. É apenas entretenimento, esgrime num sorriso amarelo. E isso dá-lhe o direito de mentir, deturpar, confundir e alienar-nos a todos. Vejamos outro exemplo: quem experimentar, a qualquer hora do dia, passar a correr entre o National Geographic, o Canal de História ou o Discovery Channel, entre outros possíveis, encontrará certamente pelo menos um programa sobre compras e vendas. Num, compram-se antiguidades que são, depois, vendidas em segunda mão, noutro, seguimos o quotidiano de uma família que opera uma loja de penhores, noutro ainda, acompanhamos o trabalho das pessoas que compram armazéns repletos de coisas perdidas ou abandonadas. À superfície, pode parecer que isto terá pouco de ideológico, para além do claro endeusamento do dinheiro e do insinuado fetiche com o comércio, mas, novamente, é muito mais do que isso. É que, surpresa das surpresas, os protagonistas destes reality shows comentam as coisas que compram e vendem, dão apontamentos históricos, tecem comentários políticos e procuram resumir tudo, de Darwin à revolução francesa passando pela URSS, em burlescas aulas de 4 a 10 segundos.

À medida q.


De Alienar... é intencional, é política... a 16 de Junho de 2015 às 12:56
Resposta às perguntas do Canal de História

(15/6/2015 por António Santos, M74)
...
...
À medida que o capitalismo retira ao ensino público todas as faculdades democráticas e culturais dispensáveis à produção, são, progressivamente, estes veículos os principais formadores ideológicos, filosóficos e históricos das massas. Que defesas tem um adolescente que, ligando o CANAL DE HISTÓRIA, escute um «autor» a dizer-lhe que Hitler teve contacto com extra-terrestres? Que contraditório tem o documentário que explica que o holocausto aconteceu por uma qualquer mania, crença ou desgosto pessoal de Hitler? Que televisão protege a História que o Canal de História destrói?

E desiludam-se os que acham que este efeito «dica da semana» só se debruça politicamente sobre a História recente. Voltemos ao exemplo anterior: o National Geographic dá palco a dois «investigadores» dos EUA, por sinal de origem portuguesa, que «investigam», sempre num registo «em directo», a possibilidade de uma fabulosa raça de gigantes ter construído algumas estruturas em pedra com muitas centenas de anos. A premissa é simples (e semelhante à das pirâmides terem sido construídas por extra-terrestres): os povos não-europeus e não-brancos nunca poderiam ter construído semelhante coisa, não tinham os conhecimentos nem a inteligência que, nesse tempo, só os brancos europeus detinham. E assim, a partir da falsificação de História tão longínqua quanto o Antigo Egipto, reforça-se e legitima-se o poder da classe dominante.

Reality shows sobre prospectores de ouro, pescadores de atum e motoristas de pesados, documentários sobre extra-terrestres, nazis em bases lunares e monstros mitológicos escondidos nos esgotos: é este o conhecimento que o capitalismo quer para as massas; é com esta História que os donos dos meios de produção nos querem esmaecer; é nesta nova era medieval que nos querem cegar. Destruir o capitalismo, até à sua última estrutura, não é apenas o interesse dos trabalhadores de todos os países, é o interesse vital do nosso milenar património de ciência conhecimento e da própria inteligência humana.


De Bimbos de Modas parvas e Dependentes... a 1 de Outubro de 2015 às 09:18
NBU – Novos Bimbos Urbanos e 10 modas parvas: Gin, Sushi, SWAG, Selfie sticks, etc.

São urbanos. Andam pelos 30 e os 45 anos. Têm cursos superiores. Mas também já começam aos 15 anos !! São tendencialmente dependentes dos smartphones e i-phones e das Redes Sociais.

Vivendo num constante vazio, para se sentirem integrados nesta sociedade que se quer global, aderem a modas fáceis, em busca de felicidade efémera que se desfaz como o fumo.

Vivemos num mundo de modas e de gostos influenciados pelos media. Sempre assim foi, agora é ainda mais devido à velocidade e visibilidade que a Internet veio dar a todas as novas tendências. Vamos lá então falar das modas mais parvas que andam por aí.

-Gin

Sim, aquele bebida que era a dos nossos pais e que era servida com água tónica e, nos sítios mais finos, com uma rodela de limão. Essa bebida que ninguém gostava e que era azeda, está na moda. Nas prateleiras dos hipermercados, onde outrora havia apenas uma marca, a mais rasca, estão agora uma enormidade de diferentes marcas e estilos. A moda do Gin apareceu do nada, mas planeada, e encostou as caipirinhas e os mojitos a um canto. Sim, é bom, eu bebo e já dei uma vez 14€ por um gin. Sou estúpido. Um palerma, mesmo. Não há bebida que valha esse dinheiro a não ser pelo marketing, branding e impinging que nos fazem.
Fazer um gin não é arte, meus amigos. É misturar cenas lá para dentro e logo se vê. "Ai, o copo tem que estar gelado, tem que se passar as folhinhas de menta nas bordas para aromatizar, meter a tónica numa colher em espiral para não quebrar as bolhinhas frágeis da menina.". Menos, se faz favor. Não estou para estar cinco minutos à espera de um gin, para no fim saber igual aos outros todos, especialmente se for o quinto da noite.
Tomem juízo. Assim ainda me fazem perder o engate. O gin conseguiu vencer a barreira da mariquice que muitos homens não se sentem confortáveis em ultrapassar. Antigamente, qualquer bebida doce com fruta lá dentro era para gaja ou designers de interiores. Hoje, uma bebida com bagas e folhinhas é de homem.

-Kizomba

A Kizomba sempre esteve na moda onde eu vivo, Buraca. Sempre ouvi Kizomba, à força, nas festas das escola e atráves dos carros que passam na minha rua ao som da sua batida característica. Não tenho nada contra, confesso que não é o meu estilo de música, mas até sou capaz de não trocar de estação e até, na loucura, de ouvir com gosto num carro cheio de amigos a caminho da praia.
Mas há limites, caraças! A rubrica da RFM "10 músicas seguidas sem parar", deveria chamar-se "5 músicas seguidas intercaladas por 5 Kizombas". Não há paciência, especialmente, porque a Kizomba que nos chega é, na sua maioria, má. É a comercial, que de africana tem muito pouco e é feita só para vender. É engraçado é que não se pode dizer mal da Kizomba sem se ser acusado de racismo.
Eu também digo mal do Pimba e isso não faz de mim xenófobo contra os portugueses. Não gosto, acho que as pessoas papam porque dá na rádio e porque não têm paciência para letras que as façam pensar. Não tenho problemas que um Anselmo Ralph encha um MEO Arena, só tenho é pena que não haja tanto público a querer ouvir um Jorge Palma ou um Sérgio Godinho. Se calhar têm que se adaptar e fazer novas versões: Jorge Palma ao piano, com batida Kizomba por trás, a cantar "Agora não mete mais a mão no queixo...". Ou o Sr. Godinho a cantar "Bo tem um brilhozinho nos olhos...".

-Selfie Sticks

Os famosos paus de selfie. Pau de selfie faz lembrar uma espécie de condimento para comida ou um brinquedo sexual para auxiliar a masturbação, mas não! É aquele cabo para as pessoas tirarem fotos a elas próprias. No meu tempo, pedia-se a alguém que fosse a passar para tirar uma fotografia e dizia-se "Carregue aqui neste botão".
Aquele botão igual em todas as máquinas, mas que nós sentimos sempre necessidade de dizer, não vá a pessoa carregar no flash ou no botão que ejecta a bateria. Devo dizer que reconheço a utilidade dos paus de selfie, acho que até criam um efeito giro e são práticos de utilizar em várias situações. Isso não quer dizer que não sejam ridículos. São. Andar com o telemóvel preso na ponta de uma moleta é só estúpido. Mas o pior não é isso, o pior é que as pessoas andam muito obcecadas com elas próprias. ...
...


De Bimbos de Modas parvas e Dependentes... a 1 de Outubro de 2015 às 09:22

NBU – Novos Bimbos Urbanos e 10 modas parvas: Gin, Sushi, SWAG, Selfie sticks, etc.
...
...
...o pior é que as pessoas andam muito obcecadas com elas próprias. Eu, quando vou a algum lado, estou mais interessado em tirar fotografias às paisagens, aos monumentos, às pessoas na rua e a momentos únicos, do que a mim.
Parecem a Cristina Ferreira que tem que aparecer sempre na capa da sua revista. Se querem tirar uma foto do pôr do sol em Belém, para que é que a vão estragar com o vosso focinho?

-Sushi

Não gosto. Sim, já experimentei mais que uma vez. Sim, já experimentei diferentes restaurantes. Sim, já me disseram que é uma questão de hábito. Não gosto e não quero experimentar mais, pode ser? Há sempre um amigo que nos tenta convencer que sushi é a melhor comida do mundo! Que nós só não gostamos porque ainda não experimentámos com os planetas alinhados e vestidos todos de ganga. Metam na cabeça que há pessoas que não gostam de peixe cru! Não devia ser assim algo tão estranho, o estranho é gostar. Antes, a norma era não se gostar, mas agora anda tudo maluquinho com o sushi. É uma falta de respeito para com os nossos antepassados que inventaram o fogo. Não percebo como é que se insiste em comer algo que não se gosta. Se não estivesse na moda, ninguém experimentava dez vezes até gostar. Experimentavam uma, ou duas, como eu, e pronto, não gostam, nunca mais lá vão. Mas, como é fixe comer sushi e dá boas fotos para o Instagram, o pessoal obriga-se a comer até gostar. Dêem lá 50€ por um sushi que eu, com isso, janto a semana toda no Zé Manel, na minha praceta, onde gostei logo à primeira.

-Fast-food gourmet

Se a moda do gourmet já é parva que chegue, como já aqui escrevi, então o Fast food gourmet é o pináculo do disparate. No fundo, adicionar a palavra gourmet, não é mais do que dizer que é um hambúrguer na mesma, só que no prato e mais caro. Ele é cachorros gourmet, francesinhas gourmet, alheira com ovo gourmet, é tudo gourmet! Um bitoque é um bitoque e nunca pode ser gourmet! O mesmo com tantas outras comidas que são boas porque não são sofisticadas. Tasca gourmet? Não faz sentido, são conceitos que não ligam. Aliás, a palavra gourmet está tão na moda que eu aposto que já alguma rapariga disse a um namorado o seguinte: "Oh amor, não é nada pequeno, é gourmet. Se fosses Adão até podias tapar isso só com uma folhinha de rúcula.".

-Fotografar comida

O gourmet e o sushi deram origem a outro flagelo, o de fotografar a comida. O Instagram e o Facebook foram invadidos por fotografias daquele prato decorado na perfeição. Tenho a certeza que esta moda levou a que muitos restaurantes dessem mais importância à aparência do prato do que ao seu sabor. As pessoas, por seu lado, passaram a dar mais importância ao filtro que aplicam na foto do que ao tempero. Esta comida está insonsa mas eu compenso com um Nashville. Está uma pessoa a tentar fazer dieta e tem o mural que parece um catálogo de receitas para gordos que querem manter as curvas. As únicas pessoas que deviam tirar fotos à comida são as crianças subnutridas de África, porque seria uma recordação de algo que elas não sabem quando, e se, vão voltar a ver.

-Twerking

Abanar o rabo de forma sexual e com os calções mais curtos do mercado, dois números abaixo, com a desculpa que é uma dança. Por mim, venham mais modas destas! O twerk está para os homens, como abanar o saco dos biscoitos está para os cães salivarem. A moda ainda não está muito disseminada por Portugal, que já se sabe que as portuguesas são todas meninas de respeito. Por isso e porque, talvez, não tenham jeito para abanar o pacote, já que o nosso sangue latino anda muito arrefecido pela austeridade. Quando é bem feito, o twerk e as meninas que o fazem, é sem dúvida hipnotizante. Nós, homens, conseguimos estar horas a ver um rabo jeitoso a rebolar-se todo. É genético e diz que faz bem à circulação. No entanto, é uma moda parva, especialmente quando é feito em nome da não objectificação do corpo da mulher. Ridículo, mas continuem a fazê-lo, se faz favor.

-SWAG

O SWAG é o que a malta jovem chama ao estilo. ...


De Bimbos de Modas parvas e Dependentes... a 1 de Outubro de 2015 às 09:30
NBU – Novos Bimbos Urbanos e 10 modas parvas: Gin, Sushi, SWAG, Selfie sticks, etc.
...
...
...- SWAG é o que a malta jovem chama ao estilo. Implica ter bonés com autocolantes de origem, camisolas de alças, calções curtos a mostrar a esquina do cu, óculos escuros e fumar para a foto. Cores berrantes, gorros com pompons no pico do Verão e leggins com padrões à Joana Vasconcelos. O que mais me irrita no SWAG é quem adere a esse estilo dizer que tem SWAG. É a palavra em si que me irrita. O estilo, em si, não me faz grande confusão, sempre houve modas parvas e cada um veste o que quer, mesmo que pareça que foi vestido por um estilista autista e daltónico. É lá com eles. Metam a calça no fundo do cu a mostrar os boxers e vistam roupa artística à vontade. Vocês vestem o que quiserem e eu digo o que me apetecer. Digo, por exemplo, que esse cenário que vocês pensam que bate bué, é pausa que vos faz parecer pintassilgos vestidos de palhaços.

- Running (ou Jogging)

Toda a gente corre, mas já ninguém diz que corre. É muito mais fino dizer "Hoje não vou poder ir ao teu jantar, porque tenho que ir fazer running".
Aliás, aqui na Buraca, efectuam-se manobras de fuga em running! Muito mais fino que dizer que se fugiu a correr dos bandidos. "Ontem fiz mais cinco quilómetros em 53 minutos", partilha-se amiúde no Facebook. Mas quem é que quer saber? O que é que a mim me interessa qual a distância que vocês percorreram a pé, enquanto eu estava sentado ao computador a comer donuts?! Correram? Efectuaram um running gostoso?
Epá, que bom para vocês! Levaram o iPhone no braço e foram vestidos com roupa de marca que vos custou cem euros? Epá, bom para vocês!
Não, não me interessa a marca dos vossos ténis. Eu não vos chateio com os meus feitos, pois não? Aliás, no outro dia também fiz 6km. De carro. Para ir buscar três pizzas. Não me viram a vangloriar-me disso, pois não?

-Sumos detox

Nunca experimentei nenhum, mas até sou gajo para o fazer um dia destes. Um sumo detox no fundo é uma sopa fria, vegetais 'passados' no misturador. Uma espécie de gaspacho mas com "super-alimentos", que são também eles, por si só, uma moda parva.
As mulheres acham que beber sumo detox as vai fazer expelir pelo ânus toda a porcaria que comem durante o dia. "Bem, vou comer dois Big Macs, que mais logo bebo um sumo com chia, brócolos e sementes de girassol tresmalhado do Zimbabwe, mando isto tudo cá para fora". Os homens bebem às escondidas, tendo medo de ser rotulados como quem tem um piquinho a azedo, como tem a maioria desses sumos.
Mais uma vez, nada contra, bebem à vontade, até fazem bem à saúde. O que mais me irrita é o orgulho com que gritam aos sete ventos que acabaram de beber um sumo.

- 'ESTÁGIOS' não remunerados

Para o fim, a moda mais parva de todas. A moda das empresas que acham que ter trabalho de borla é bom. (e, no entretanto, ganham ESCRAVizando jovens !! e outros)
Aquelas empresas que contratam estagiários e que já sabem que não vão ficar com eles. Que sabem que eles vão dar o máximo e trazer ideias frescas para a empresa, mas que são dispensáveis a partir do momento em que tenham que lhes dar ordenado.

"Procura-se colaborador, recém-licenciado, que saiba falar cinco línguas, saiba fazer mortais encarpados à rectaguarda, saiba cozinhar comida asiática e mediterrânica, tirar cafés,
com conhecimentos sólidos das ferramentas office e grande capacidade de sacrifício, de lidar com o stress e que tenha um espírito de equipa fantástico, para se juntar à nossa, já fantástica, equipa. Oportunidade imperdível para aprender e crescer profissionalmente. Salário fixo de 0€. Não é negociável."

--- Quais destas modas pratica?


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