14 comentários:
De .Apoios... às grandes empresas a 27 de Novembro de 2015 às 12:53
------Autoeuropa com luz verde comunitária para apoios de 36 milhões

27/11/2015,Económico

Em causa apoios ao investimento em novas tecnologias de produção. Apoio considerado "necessário" para que investimento avance em Palmela e com "efeito limitado" na concorrência.

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Manel Fernandes •

Mais uns milhões aqui outros ali, mas no final quem vai pagando tudo somos nós, gostava de ver apoios para construirmos, fabricarmos, criarmos auto suficiência, independência , Auto Europa serviços, quando acabarem os apoios fecha, vão para outro país onde aja apoios da UE, ficamos sempre de mão estendida e com as calças nos tornozelos.
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Pato:
Exato. Então veja:
Pequena empresa registou lucros que deram lugar a pagamento de IRC de 1900 €
Tributações autónomas (imposto inventado na era de Sócrates que o governo de Passos e Portas quadruplicaram). 7200 €. Números redondos 9100 € de irc.
Agora continuando o saque: Pedido de pagamento em prestações: Processo que leva já 2 meses nas finanças depois de muita troca de correspondência e informações.
Dação pela empresa de imóvel em garantia da quantia. 50 € nas finanças + 200 € no notário (destes 40 € de I.Selo .quando a hipoteca é a favor do estado) + 250 no registo predial e depois mais 25 nas finanças +50 na conservatória para levantamento da hipoteca. Já não se conta com os juros de pagamento em prestações mais custas do processo e no monte de tempo perdido em repartições, notário e conservatórias. Costumam chamar a isto custos de "contexto". Eu chamar-lhe-ia outra coisa. Seca-se as pequenas e médias empresas para dar ás grandes. É este o custo de contexto. Nada contra as grandes companhias. Tudo contra as desigualdades e estupro . Depois não querem que se fuja aos impostos. O que deveria ser moralmente inaceitável, começa a ser aceitável e necessário. É pena. Espero que este novo governo saiba ver estas coisas e ser "mais amigo das PME'S como prometeram.
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Bruxelas tem dúvidas sobre capacidade do Banif devolver ajuda do Estado
-Filipe Alves e Lígia Simões
Bruxelas tem dúvidas sobre capacidade do Banif devolver ajuda do Estado
Comissão Europeia assume dúvidas quanto à capacidade do Banif reembolsar os 'CoCo Bonds' subscritos pelo Estado português.
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De 4 gr.Auditoras, cartel e negociatas a 27 de Novembro de 2015 às 12:58
Novas regras abrem corrida entre as ‘big four’
27/11/2015 filipe.alves@economico.pt

Pelo menos 17 grandes empresas mudam auditor em 2016. Deloitte, PwC, KPMG e EY disputam contratos com preços sob pressão.
-----No que toca às empresas cotadas em bolsa, segundo os dados da CMVM, a supremacia das ‘big four’ é clara: a PwC representa 37% da bolsa portuguesa, seguida pela KPMG (22%), da P. Matos, Silva, Garcia, P. Caiado e Associados (21%), da Deloitte (17%) e da EY (3%).
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As novas regras da auditoria, que entram em vigor a 1 de Janeiro, vão dar origem a uma pequena revolução no sector. Pelo menos 20 grandes empresas nacionais terão de mudar de auditor a partir do próximo ano e algumas já têm em curso consultas ao mercado. As chamadas ‘big four’ do sector - Deloitte, PwC, KPMG e EY - vão disputar estes contratos numa conjuntura de pressão sobre os preços, embora alguns responsáveis do sector defendam que, pelo contrário, as novas regras vão conduzir a uma subida dos honorários.

Em 2016, pelo menos 17 grandes empresas portuguesas terão de mudar de revisor oficial de contas, se imperar o entendimento da CMVM sobre a rotação obrigatória prevista nas recentes alterações à legislação que regula a actividade de auditoria e que incluem o Regime de Supervisão de Auditoria (Lei 148/2015, de 9 de Setembro) e o novo Estatuto da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (Lei 140/2015, de 7 de Setembro). Ao abrigo desta nova legislação, a CMVM vai assumir a supervisão do sector da auditoria. E entende que a rotação dos auditores deve ter lugar já a partir de 2016, para as empresas que têm o mesmo revisor oficial de contas há mais de oito anos, sem prejuízo do cumprimento dos mandatos em curso.

Entre as dezenas de médias e grandes empresas cujos respectivos auditores terminam os seus mandatos no próximo ano encontram-se vários bancos e seguradoras: Caixa Geral de Depósitos (ver texto ao lado), Millennium bcp, Santander Totta, Banco BIC, Banco Português de Gestão, Crédito Agrícola Seguros e Crédito Agrícola Vida. No caso do Santander Totta, o processo de escolha já teve lugar, no âmbito de uma política definida pela casa-mãe do grupo, tendo sido contratada a PwC.

Também a Caixa e o BCP deram início às respectivas consultas ao mercado, que ainda não foram concluídas.

Terão ainda de mudar de revisor oficial de contas a Jerónimo Martins, a Inapa, a Media Capital, a Sonae SGSP, a Sonaecom, a SAD do Futebol Clube do Porto, a Parpública e os portos de Lisboa, Aveiro e Sines, entre outras empresas de média e grande dimensão cujos revisores oficiais de contas terminam os respectivos mandatos no próximo ano. E em 2017 será a vez de cotadas como o BPI mudarem de auditor.

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De Corrupção, Fuga a Impostos, ... a 11 de Dezembro de 2015 às 11:56
---- Quando o imoral se torna banal

A fuga ao Fisco, o "planeamento" ou "engenharia" fiscal não são exceções, são a regra na gestão diária das grandes empresas, e todos os anos significam milhares de milhões de euros de receita perdida para o Estado.


(Jornal Notícias em 30/11/2015; Esquerda.Net, 2/12/2015, Mariana Mortágua, Deputada. Dirigente do Bloco de Esquerda. Economista.)


Miguel Horta e Costa, administrador da ESCOM, empresa do Grupo Espírito Santo, esteve na Comissão de Inquérito ao BES para explicar o seu envolvimento na compra de dois submarinos pelo Estado Português. Lembro que, à data, tentávamos descobrir o circuito dos 16 milhões de euros pagos pelo consórcio alemão GSC a título de comissão à ESCOM. Já a meio da audição, Horta e Costa resolve explicar o porquê de o dinheiro ter circulado tanto, bem como o paradeiro de 6 milhões: não foi corrupção, era mesmo só para fugir ao Fisco, e o dinheiro em falta serviu para pagar aos advogados, bancos de investimento e assessorias que construíram a operação.

A declaração que supostamente tranquilizaria o país - afinal não houve corrupção - foi mais uma das provocações convenientemente ignoradas pela maioria dos deputados e governantes. Porquê? Porque se assim não fosse seriam obrigados a admitir que a trafulhice é generalizada e que usa e abusa de leis feitas para isso mesmo. Tornar-se-ia óbvio que estes esquemas não são exclusivo dos Horta e Costa deste país, e que só são possíveis com a colaboração ativa de muitos dos mais conceituados bancos e escritórios de advogados da praça.

Há muito que a Zona Franca da Madeira (ZFM) é um pilar para estes esquemas. Quem a defende diz que gera emprego e atividade económica. Os factos mostram o contrário. Veja-se o caso da Eloaliança, denunciado pelo "Expresso" esta semana. É a segunda empresa que mais lucra em Portugal, e também uma das que recebe maiores benefícios fiscais. Paga 5% de imposto, declara mais de 100 trabalhadores, mas só tem instalações para meia dúzia, além de apresentar uma conta anual de luz de 482euro, quase o mesmo que uma família.

Há poucas grandes empresas em Portugal que não façam uso da ZFM para esquemas de "planeamento fiscal". A Jerónimo Martins fê-lo, a partir de uma sociedade chamada Hermes, envolvida num complexo esquema com empresas na Holanda e nas Channel Islands. O processo por "planeamento fiscal agressivo" passou anos em tribunal, com sucessivas impugnações por parte do Grupo. De resto, já nada parece surpreender e até se acha normal que a Sonae, a Amorim, ou a Jerónimo Martins antecipem o pagamento de dividendos relativos a 2016 com medo de um possível aumento da taxa sobre este tipo de rendimentos.

A fuga ao Fisco, o "planeamento" ou "engenharia" fiscal não são exceções, são a regra na gestão diária das grandes empresas, e todos os anos significam milhares de milhões de euros de receita perdida para o Estado. São estas empresas, estes empresários, banqueiros e advogados que não hesitam um segundo em exigir mais austeridade enquanto clamam por novas descidas no IRC, cavando assim uma desigualdade - entre trabalho e capital - que ninguém parece querer encarar.

Artigo publicado no “Jornal de Notícias” em 30 de novembro de 2015


Deputada. Dirigente do Bloco de Esquerda. Economista.


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