Sábado, 07.05.16

É impossível ter uma discussão séria sobre política orçamental e política económica (e não, não são a mesma coisa mas relacionam-se intimamente) sem desempoeirar alguns factos. E há três que hoje se devem destacar, porque estão na base da necessidade de uma nova política orçamental. Vamos a elas:

1) Quem tem pago os aumentos de impostos são as famílias, não as empresas.

No ano 2000, ao começar este século, a divisão da tributação directa entre as famílias (IRS) e as empresas (IRC) era de 6,7 mil milhões de euros para as primeiras e 4,5 mil milhões de euros para as segundas (dados Pordata).
Em 2014, depois do brutal aumento de impostos sobre as famílias, promovido pelo anterior governo a coberto da austeridade, essa relação é de 12,9 mil milhões de euros para as primeiras e … 4,5 mil milhões para as segundas.
Dito de outra forma, enquanto o esforço fiscal imposto às famílias duplicou em 15 anos, o esforço fiscal pedido às empresas ficou no mesmo valor. Como o PIB, apesar de tudo, aumentou qualquer coisa em 15 anos, o que isto nos diz é que o esforço relativo das empresas diminuiu. 

2) Problemas de produtividade dos trabalhadores? A sério?

É um lugar comum dizer que há um problema de produtividade na economia portuguesa. O que até está certo, mas, de seguida, imputa-se a necessidade de melhor produtividade exclusivamente aos trabalhadores. Ora, no mesmo período (2000-2015), a riqueza criada na produção, em média, por cada trabalhador, aumentou de 23.000 euros para 35.000 euros/ano. Um aumento de quase 50% em valor, ao longo de 15 anos ou, se quisermos, mais de 3% ao ano.
Acresce que, é sabido, os trabalhadores portugueses, especialmente os mais qualificados, emigram com facilidade, especialmente quando empurrados para fora do seu país por políticas económicas desastrosas, e não consta que lhes falte nem qualificações nem produtividade nos países de destino.
Ora, somando todos estes factores, ainda queremos fingir que o problema de produtividade da economia começa e acaba nos salários, como fazem o FMI e demais “instituições”?

3) O ajustamento da economia portuguesa foi feito de forma equitativa?

A resposta é não. Primeiro, o montante do PIB destinado ao pagamento de salários caiu cerca de 11,5% só entre 2012 e 2013. O ajustamento fez-se, quase exclusivamente, cortando salários. Com uma excepção, em 1988. Há 50 anos que a percentagem da riqueza nacional afecta a salários não era tão baixa como em 2014. Quando se discute se era ou não verdade que o governo estava a empobrecer quem trabalha, fica aqui a resposta. Sim. Menos pessoas a trabalhar, e as que trabalham estão a receber menos. E não foi uma baixa menor: este valor caiu qualquer coisa como 2,5% do PIB desde 2011.

Segundo, Portugal voltou aos níveis de pobreza e exclusão social de há dez anos. E a desigualdade na distribuição de rendimentos agravou-se. Há mais pobres e mais pessoas em risco de exclusão social. Pior, foi na população infantil que se registou o maior aumento do risco de pobreza ou exclusão social. De acordo com o rácio S90/S10, dados do INE, o rendimento monetário líquido equivalente dos 10% da população com maiores recursos era 11,1 vezes superior ao rendimento monetário líquido equivalente dos 10% da população com menores recursos (10,7 em 2011 e 9,4 em 2010).

Tudo visto e ponderado, parece impossível defender, como alguns fazem, que era possível ou sequer desejável manter a política orçamental que produziu estes resultados. Não é empobrecendo as pessoas que se enriquece o país. Isto devia ser evidente, mas pelo que se vai lendo por aí, o evidente pode precisar de ser repetido. Que não vos falte nada.

Por: Marco Capitão Ferreira (Económico)



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Quarta-feira, 15.07.15

15-07-15.jpg

Esta imagem poderá descrever a espécie de democracia em que muitos países da chamada União Europeia vivem.
Temos eleições e durante as campanhas eleitorais os políticos esforçam-se, uns mais do que outros, para nos convencerem que vão mudar as políticas que temos... ou alguns até ousam afirmar que não é preciso mudar nada porque está tudo bem.

Temos agora a lição de vida dada pela tentativa de mudança dada pelo povo grego elegendo um partido de rotura, que depois das tentativas e esforços feitos para mudar a política da «união» até ao limite temporal que lhes era possível, acabou cedendo, não obstando de afirmarem pública e envergonhadamente, que não acreditam no que assinaram.

Mostra-nos os gregos que esta União Europeia é um mito e que esta democracia é uma ilusão para otários.

Vou-vos contar de forma simples e ligeira, mas que é infelizmente real, uma estória que se passou em Portugal, à uns largos anos atrás:

- Uma grande empresa distribuidora de carnes fazia o seu comércio normal, isto é, distribuía carne para os talhos e recebia a 30 dias como era à época normal. Esta empresa pertencia a um grande grupo económico com inúmeras e diversas atividades quer na cadeia alimentar e canal eureka quer até a representante de uma marca automóvel...

Um dia esta empresa lembrou-se da possibilidade de ela própria poder ter uma cadeia de talhos e expandir a sua carne diretamente no retalho.

E o que fez? Escolheu entre os Talhos seus clientes aqueles que lhes convinha ter e começou lentamente a propor a entrega de mais carne a preços e prazos alargados, para além daquilo que lhe faziam em encomenda. Isto é: os talhos faziam as encomendas do que precisavam e quando iam fazer as entregues, sugeriam mais uma quantas peças de carne a bom preço e para pagarem quando pudessem. Apresentavam para pagamento apenas as Faturas das encomendas dos clientes e «esqueciam» as que tinham impingindo extra encomenda... E fizeram isto durante bastante tempo. Até que um dia, apresentam a Fatura de todo o produto que tinham entregue e nunca faturado. Claro que era um valor acumulado de grande importância e como é de esperar os donos dos Talhos de rua não tinham posto esse dinheiro das vendas de lado. Como qualquer vulgar pequeno empresário português o dinheiro em excesso na caixa registadora durante vários meses não foi guardado mas gasto no dia a dia, baseado numa falsa riqueza que lhes estava a ser proporcionada pela carne excedentária vendida e não paga ao fornecedor porque este nunca a tinha faturado.

Concluindo: através de ações de penhora levadas a cabo por esta grande empresa distribuidora a estes talhos, esta ficou com uma rede de retalho estrategicamente  localizada a baixo custo, tendo até em alguns casos contratado os antigos donos dos talhos para seus funcionários de loja.

Claro que esta estória tem um pouco de conto do vigário. Pois conta com o «Xico esperto» e com a ganância e estupidez natural do «Zé povinho».

 


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Publicado por [FV] às 10:14 | link do post | comentar | comentários (1)

Terça-feira, 22.04.14

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS

Gabinete da Ministra

Despacho n.º 4211/2014

A Resolução do Conselho de Ministros n.º 73/2013, de 14 de novembro,

determinou o processo de criação da Instituição Financeira

de Desenvolvimento (IFD), que tem como objetivos contribuir para

a concretização das políticas públicas de promoção do crescimento e

emprego, visando o desenvolvimento inteligente, sustentável e inclusivo,

melhorar as condições de financiamento da economia, e aperfeiçoar a

arquitetura institucional dos instrumentos financeiros, através do aumento

de eficácia dos instrumentos de financiamento da economia e

da realização plena dos princípios da boa governação.

A referida resolução determinou a criação da estrutura de missão designada

por Comissão Instaladora da IFD, constituída por um presidente

e três vogais, os quais foram designados pelo Despacho n.º 870/2014,

de 13 de janeiro, do Primeiro-Ministro.

Nos termos do n.º 10 da Resolução do Conselho de Ministros

n.º 73/2013, de 14 de novembro, ficou estabelecido que o presidente e

os vogais da comissão instaladora são equiparados para efeitos remuneratórios,

respetivamente, a presidente e a vogal de conselho de administração

das empresas classificadas no grupo A, nos termos da Resolução

do Conselho de Ministros n.º 16/2012, de 14 de fevereiro, podendo

exercer o direito de opção referido na 2.ª parte do n.º 9 do artigo 28.º do

Estatuto do Gestor Público, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 71/2007, de

27 de março, alterado pela Lei n.º 64-A/2008, de 31 de dezembro e pelo

Decreto-Lei n.º 8/2012, de 18 de janeiro e retificado pela Declaração de

Retificação n.º 2/2012, de 25 de janeiro (Estatuto do Gestor Público).

Nos termos da 2.ª parte do n.º 9 do artigo 28.º do Estatuto do Gestor Público,

os gestores podem optar por valor de remuneração que tem como limite

a remuneração média dos últimos três anos auferida do lugar de origem,

aplicado o coeficiente de atualização das correspondentes taxas de variação

média anual do índice de preços no consumidor. Essa opção carece de autorização

expressa do membro do Governo responsável pela área das finanças,

devidamente fundamentada e objeto de publicação no Diário da República.

Considerando que os membros da Comissão Instaladora do IFD infra

identificados efetuaram pedidos de opção e juntaram aos mesmos a

documentação necessária à respetiva instrução.

Assim, ao abrigo do disposto no n.º 10 da Resolução do Conselho de

Ministros n.º 73/2013, de 14 de novembro determino o seguinte:

 

1— É autorizada a opção pelo valor correspondente à remuneração

média dos últimos três anos do lugar de origem para:

a) O Presidente da comissão instaladora, Paulo Azevedo Pereira da

Silva, com limite de 13.500,00 € mensais;

b) A Vogal, Carla Maria de Castro Chousal, que fica a auferir uma

remuneração mensal no valor de 12.515,44€;

c) O Vogal, Nuno Miguel de Ferreira Soares, que fica a auferir uma

remuneração mensal no valor de 8.034,98€.

2 – Não são devidas despesas de representação aos membros da

comissão instaladora supra identificados.

3 — O presente despacho produz efeitos desde 8 de janeiro de 2014.

 

14 de março de 2014.

A Ministra de Estado e das Finanças,

Maria Luís Casanova Morgado Dias de Albuquerque.

(Diário da República, 2.ª série -- N.º 57 -- 21 de março de 2014)

 

VIVA OS 40 ANOS DO 25 DE ABRIL!

Limitem-se a lembrar as histórias do passado.

Não façam nada no presente

E vão ver a merda de como vai ser o futuro!



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Sábado, 15.03.14


Publicado por [FV] às 13:58 | link do post | comentar

Sexta-feira, 03.01.14

 

19 DIAS DE FÉRIAS!

Os deputados da «nossa» Assembleia da República estão de férias desde o passado dia 20 de Dezembro e só regressarão ao «trabalho» a 8 de Janeiro do corrente ano.

Somos portanto um País em «banho Maria»...

São estes deputados pagos com o dinheiro dos contribuintes e que aplicam medidas «imprescendíveis» de austeridade e que aumentam a carga laboral ao cidadão omum, que falam em reduzir salários, pensões e direitos adquiridos em nome de uma crise  que só se combate com maior e melhor produtividade, que se permitem gozar 19 dias de férias de festividades religiosas neste nosso estado laico.

Qual é a moral destes deputados para pedir sacrifícios ao povo?

Qual é o respeito destes senhores pelo que deveria ser a dignidade dos cargos que exercem como nossos representantes?

Onde está a tão apregoada «paridade» que, quando lhes convém, apregoam?

Até quando é que os «mansos» vão aguentar?

Mas que raio de democracia é esta?

 

 



Publicado por [FV] às 09:44 | link do post | comentar | comentários (2)

Terça-feira, 29.10.13
E QUE TAL MAIS ESTA PPP? E QUE DIZER DA IMPUNIDADE? VEJA SE RECONHECE OS PERSONAGENS? E OS ESQUEMAS? Dias Loureiro? Oliveira e Costa? Sócrates? 
O Estado, e todos nós, está a pagar por uma rede de comunicações do Ministério da Administração Interna um total de 485,5 milhões de euros, cinco vezes mais do que poderia ter gasto se tivesse optado por outro modelo técnico e financeiro.
A empresa a quem se adjudicou a obra tinha tido como consultor e administrador o Ministro, que no ano seguinte adjudicou a obra, no governo de Sócrates.
Pior ainda, todos os envolvidos no processo de decisões deste investimento público, tinham ligações com a empresa a quem se ofereceu o contrato de 538 milhões. (2008 foi o inicio desta renda de amigos)
SIRESP, S.A., a operadora da Rede Nacional de Emergência e Segurança resultante da parceria público-privada promovida pelo Ministério da Administração Interna e a detentora da maior fatia no negócio, a Galilei ex SLN. Note-se ainda que outra parceira privada é a DATACOMP, que "POR ACASO" pertence também ao grupo Galilei. O que perfaz uma cota de 42,55%. Outros 42,55% pertencem à CGD(30,55) e à ESEGUR(12%) do grupo CGD, os restantes 14,9% à Motorola a única a fornecer equipamentos.... Que "belo cenário"..... Que "belo tacho"... 

O resumo... 
1- Foi realizado um estudo para sistemas de comunicação de segurança em Portugal (SIRESP) presidido por Almiro de Oliveira. 
2- Conclui-se que iria custar entre 100 e 150 milhões de euros.
3- Sem explicação o contrato foi adjudicado, por Daniel Sanches, à SLN por um preço 5 vezes superior!!
4- Ministro António Costa chegou a decretar a nulidade da adjudicação mas decidiu voltar a renegociar o contrato com o mesmo consórcio liderado pela SLN, reduzindo apenas 50 milhões no preço inicial. (onde também entraram a PT Venture, a Motorola e a Esegur). 
AS COINCIDÊNCIAS DOS POLÍTICOS ENVOLVIDOS, QUE FALEM POR SI...
1- Foi feito inquérito devido a suspeitas de tráfico de influencias, arquivou-se...
2- Nenhum dos membros que fez o estudo por um custo 5 vezes inferior, foi ouvido...
3- Foi Daniel Sanches quem adjudicou este contrato despesista e muito conveniente, com a SLN apesar de se saber que deteve vários cargos na SLN. A sentença do tribunal decide que... 
"(...) o inspector descreve os vários cargos que este tinha no grupo SLN antes de entrar para o Governo, mas remata dizendo: "Não resulta porém dos autos que, ao proferir o despacho de adjudicação do concurso para a  implementação do SIRESP já durante o Governo de gestão, isso tivesse algo a ver com as suas ligações àquelas empresas do grupo SLN", a quem o sistema seria então adjudicado por 538,2 milhões de euros. "
(Conclusão interessante!? Deveria o sr Daniel Sanches, ter deixado bem claro ou por escrito, com provas, que fez as coisas COM PREJUÍZO PARA O ESTADO e com lucros para os envolvidos?... porque assim NINGUÉM nota?)
4- Para não restarem dúvidas, este senhor mostra evidências, CLARAS, de "NÃO" ter interesse nenhum em adjudicar a obra à SLN. Apenas coincidências!
Percurso de Daniel Sanches. 
Magistrado do Ministério Público desde 1973,  director adjunto da PJ entre 84 e 88. Passou ainda pela direcção do SEF entre 88 e 94, director do Serviço de Informações de Segurança. Em 2000 larga todos os cargos na administração pública para se tornar consultor e administrador de empresas no grupo SLN, ao qual, a 23 de Fevereiro de 2003 - na qualidade de ministro da Administração Interna do Governo Santana Lopes e três dias depois de perder as eleições legislativas -, adjudica um contrato de 538,2 milhões de euros. 
No grupo SLN foi administrador da Pleiade, presidente da Vsegur e secretário da assembleia geral do BPN. 
5 - Dias Loureiro também envolvido neste caso. Foi ministro da Administração Interna de Cavaco Silva, o seu nome aparece ligado desde o início ao negócio do sistema de comunicações do Estado, já que na altura em que Daniel Sanches adjudicou o SIRESP à SLN, Dias Loureiro era administrador não executivo do grupo. Não era um administrador de carreira mas também era administrador da Pleiade e também esteve com Sanches na Vsegur.
6 - Oliveira e Costa, era o presidente do grupo SLN na altura em que Daniel Sanches fez a primeira adjudicação do SIRESP ao consórcio. A sua filha é presidente de uma das empresas do grupo, a Datacomp, que também faz parte do consórcio vencedor. Ambos foram constituídos arguidos no processo judicial arquivado em Março.


ARTIGO COMPLETO: http://apodrecetuga.blogspot.com/2011/09/485-milhoes-em-comunicacoes-5-vezes.html#ixzz2j74XvJhG


Publicado por [FV] às 12:19 | link do post | comentar

Quinta-feira, 26.09.13
 
Pode ser tudo legal, mas não deixa de ser imoral.
Não pode haver nenhuma democracia que decrete «salários mínimos»
e não imponha também «salários máximos».
Não somos todos iguais (e ainda bem) mas as «diferenças» não podem ser assim tão grandes.
Nenhum regime moral pode permitir benesses imorais.
Temos que mudar os regimes que pemitem estas legalidades.
Quem durante a vida ativa aufere um, dois ou até 25 bons salários acumulativos,
não necessita de na sua «velhice» de reformas escandalosas.
São os descontos na atividade destes «iluminados»
que têm de compensar as reformas miseráveis dos Zés «apagados».

Não podemos durante um ano ou uma vida protestar como «leões»
contra as desigualdades e a indiferença dos governos pelo cidadão comum
e depois votar, no dia de eleições, como «carneiros».
Cada um de nós no dia a dia pode e deve tentar fazer a diferença.
Mas é no dia de eleições que, todos juntos, podemos fazer que o futuro seja diferente.


Publicado por [FV] às 17:05 | link do post | comentar | comentários (4)

Sexta-feira, 02.08.13

Secretário propôs mascarar dívida.
Joaquim Pais Jorge fazia parte de equipa que sugeriu solução para melhorar dívida em cerca de 370 milhões, sem ser contabilizada no défice.

O substituto de Maria Luís Albuquerque na secretaria de Estado do Tesouro propôs a venda de swaps tóxicos ao governo de Sócrates que permitiriam mascarar as contas. Joaquim Pais Jorge sugeriu em julho de 2005, quando era diretor do Citigroup em Portugal, ao executivo socialista a contratação de produtos swap que não seriam incluídos no cálculo do défice orçamental e da dívida pública, segundo documentos a que o CM teve acesso. O PCP e BE pediram ontem a demissão do secretário de Estado do Tesouro.

A solução apresentada ao gabinete de José Sócrates, segundo revelam os documentos, passava pela subscrição de três contratos swap ao Citigroup com base em derivados financeiros. Seria uma "solução para melhorar o ratio dívida/PIB em cerca de 370 milhões de euros em 2005 e 450 milhões de euros em 2006". A proposta salientava que "os Estados geralmente não providenciam [ao Eurostat] informação sobre o uso de derivados", pelo que "os swaps serão, efetivamente, mantidos fora do balanço", o que baixava artificialmente o défice. Envolvido nesta solução estava ainda Paulo Gray, à data diretor executivo do Citigroup e que agora lidera a Stormharbour, consultora financeira contratada por quase meio milhão de euros pelo Estado para assessorar na questão dos swaps.

João Galamba diz ao CM que depois da saída de dois secretários de Estado por causa de contratos swap, "estranha profundamente" esta situação. Aos pedidos de demissão do governante, o ministro da Presidência, Marques Guedes, sustentou que já perdeu a conta "às vezes que os partidos da oposição têm pedido nos últimos meses a demissão de membros do Governo". Na coligação, ao que apurou o CM, não há margem, para já, para aceitar uma audição do governante no Parlamento. 

[CM]



Publicado por [FV] às 10:48 | link do post | comentar

Sábado, 20.07.13

 

+ palavras para quê? Está aqui tudo dito e explicadinho...


Publicado por [FV] às 19:34 | link do post | comentar

Sábado, 13.07.13

A propósito de Verdes que são vermelhos

Os Verdes anunciaram pomposamente uma moção de censura. Parece que é para entalar o PS e para darem ao PSD e ao CDS a oportunidade de mostrarem que estão unidos. É a táctica do costume... 

Mas o que aqui me traz é o facto de os Verdes serem um partido assim - como dizer? -  um pouco para o estranho. Vou tentar explicar porquê.

Os Verdes concorreram sempre às eleições coligados com o PCP na CDU (ou formações anteriores à CDU, como a APU). Nunca foram a votos. Mas são tratados, na Assembleia e por imposição legal na Comunicação Social como se fossem mais um grupo parlamentar. Ou seja, se o PS decretasse que três deputados seus eram do Partido Socialista Liberal, mais três do Partido Socialista Marxista, mais três do Partido Socialista Republicano podia falar o triplo das vezes. Nas cerimónias do 25 de Abril, ou nas interpelações, ou nos debates sobre o Estado da Nação. E podia triplamente apresentar moções e o que quisesse. O mesmo é válido para o Bloco, o PSD ou o CDS.

É estranho que a lei seja assim. Mas talvez seja ainda mais estranho que o PCP se aproveite da lei e nunca seja confrontado com isso. Por mim, acho verdadeiramente fantasmagórico que jamais alguém tenha feito esta pergunta: e o que pensam Os Verdes?

E sabem porque não fazem? Porque basta saber o que pensa o PCP. Eles são dois corpos, mas têm a mesma cabeça.

Por: Henrique Monteiro [Expresso]


Nota pessoal:

Vivemos uma época estranhíssima. Numa época de crise. Não só financeira ou económica, mas também de valores. De toda a espécie de valores - morais, éticos, sociais e até de religiosos ou filosóficos. Vivemos, dizem num regime parlamentar em que alguns insistem em chamar de democracia. Dizem até, os entendidos, que os nossos governantes, embora eleitos por sufrágio do voto popular, não têm legitimidade para governar e não representam o «povo». Dizem que são precisas novas eleições e há até quem diga e patrocine uma base mais alargada de entendimento partidário para governar este país. Dizem as oposições e até, espantosamente (ou não) vozes dos partidos que estão no exercício do poder da governação. Vivemos portanto uma época esquisita. Infelizmente esta miserabilidade de regime não se confina só a Portugal. Ele estende-se com formas mais ou menos similares a toda a Europa Ocidental e até a outros Países também eles ditos democráticos. Mas na minha cabeça ninguém me convenceu ainda que «isto» a que assistimos é Democracia. Para mim, não posso e não quero acreditar que o seja. Recuso-me a aceitar que aquela «coisa» porque aspirámos durante + de 40 anos de regime autoritarista e bolorento, seja «isto» a que estamos a assistir na prática. Vou portanto continuar à espera que cheguemos à Democracia. E vou dizer que deixámos o regime ditatorial e que estamos a atravessar um regime a que vou chamar de «democracia do proletariado». Noutra altura tentarei definir ou explicar o que entendo por «democracia do proletariado».
Entretanto não se esqueçam do que vêm, assistem e sofrem na «pele» quer pelos partidos que nos governam, pelos que nos têm anteriormente governado (e para quem os ouça parece m ter-se esquecido) e para os outros que nunca governaram e até os assusta pensarem que algum dia teriam o azar de poderem ser eleitos, vade de retro, pois seria o seu fim enquanto pseudo vozes de oposição. Um abraço e bom fim-de-semana.

 



Publicado por [FV] às 09:37 | link do post | comentar | comentários (1)

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