O PSD apresentou finalmente o seu programa de governo. Como Manuela Ferreira Leite vinha prevenindo, o programa, de facto, não apresenta nenhuma novidade e não causou qualquer surpresa. Uma série de lugares comuns, um conjunto de medidas que já foram adoptadas pelo actual governo, um pacote de propostas desgarradas que não deixam perceber sequer as políticas a adoptar. Por exemplo, no domínio de economia o programa estabelece o relançamento da actividade económica através de uma aposta na protecção e apoio às PME.
Quando é público e notório que José Sócrates desencadeou a maior acção de estímulo e apoio financeiro às PME, que ainda decorre, e que constitui a operação mais vasta feita até hoje em Portugal a favor desse sector é quase ridículo vir propor o que já está em curso. Para Ferreira Leite a reposição de certificados de aforro e a anulação ou suspensão do TGV e da auto-estrada para Trás-os-Montes são o travejamento da sua política económica. Desgraçado País se Ferreira Leite ganha as eleições. Retrocede uma década e perde a possibilidade de se modernizar.
O programa do PSD é mesmo uma verdadeira desilusão, qualquer que seja a área observada. Na educação o PSD propõe-se alterar o estatuto do aluno, da carreira docente e o alívio de carga burocrática. Ou seja, é destruir o que foi feito pelo actual governo para garantir um ensino mais exigente e uma escola mais moderna. Será o regresso das corporações em grande força com todas as consequências deletérias que isso acarreta. Ferreira Leite não traz assim nada de novo. Há um ano, incapaz de produzir um discurso articulado e coerente sobre o País, dizia que o programa só devia ser anunciado em vésperas de eleições para não ser "copiado".
O programa foi apresentado a um mês das eleições, ou seja o mais tarde possível, mas na hora de analisar o seu conteúdo constata-se que a ‘montanha pariu um rato’. Não há nada para ser copiado e pouco ou nada para ser adoptado. Os portugueses têm de ser perspicazes para não caírem no conto-do-vigário. Têm de ponderar bem os reais interesses do País para depois apoiarem ou rejeitarem as soluções que aparecem.
Em boa verdade, era importante apurarem o valor das propostas que estão em cima da mesa e a sua exequibilidade. Não se pode entregar tarefas de governação a quem não se mostra capacitado para as fazer, oscilando/hesitando entre uma solução e a contrária. Seria um erro trágico votar de ânimo leve, descurando estes aspectos. Quando se sobe uma montanha é preciso pisar sempre terreno seguro. Qualquer facilidade é a morte do artista. [Correio da Manhã, Emídio Rangel]
BLOGS
Ass. Moradores Bª. Cruz Vermelha
Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos
MIC-Movimento de Intervenção e Cidadania
Um ecossistema político-empresarial
COMUNICAÇÃO SOCIAL
SERVIÇO PÚBLICO
Base - Contratos Públicos Online
Diário da República Electrónico
SERVIÇO CÍVICO