8 comentários:
De DD a 2 de Setembro de 2009 às 23:59
A questão é muito simples. Para haver um governo de esquerda é preciso que um ou dois partidos de esquerda tenham votos suficientes.
Os números mostram que quer o BE quer a CDU não têm a possibilidade de obter a maioria parlamentar e, nem sequer, os dois juntos. O PS é o único partido de esquerda que já ganhou eleições em 35 anos de democracia e ainda tem a maioria absoluta.
Por outro lado, o PSD é o outro partido que já ganhou eleições. Não há mais partidos ganhadores que o PS e o PSD e as recentes eleições para o PE mostram claramente que Vital Moreira tem razão; a derrota do PS implica, como sempre, uma vitória do PSD.
Quanto a coligações, aparentemente ninguém as quer, mas, talvez, depois das eleições todas as queiram.
Quanto às críticas da CDU/BE ao Código Laboral e a muita coisa mais, estariam certas noutro planeta. Nunca num mundo em que o maior país caqpitalista é o maior país comunista e aí a classe trabalhadora é explorada até ás últimas consequências com salários de 50 cêntimos á hora, dois domingos por mês, sem férias e praticamente sem uma Segurança Social. Com isso, os chineses levam à bancarrota todas as indústrias nacionais de calçado, confecções, bicicletas, electrodomésticos, ferramentaria, etc., etc.

O inimigo não é o PS, mas sim o gigantesco capitalismo comunista da China e o capitalismo resultante de metamorfose dos antigos países ditos socialistas ou comunistas da URSS e seus satélites. Todos com trabalhadores mal pagos à excepção da República Checa que foi invadida pelos capitais alemães que aí criaram e desenvolveram um grande número de indústrias.
Os Partidos Comunistas só defendem o socialismo na oposição. No poder transformam-se sem excepção nos maiores exploradores das classes trabalhadoras e, por isso, criam uma concorrência que não permite a sobrevivência das indústrias nacionais. Só um proteccionismo europeu é nos pode salvar.
As leis, códigos de trabalho, etc., não alteram nada essa situação. Não criam riqueza e não dão emprego a ninguém.
Uma coligação PS-PCP ou BE seria interessante se partissem da realidade actual e da falta de poder que um pequeno pais com menos habitantes que muitas cidades chinesas tem Mundo de hoje.


De rosa a 3 de Setembro de 2009 às 01:08
Se me permite subscrevo o seu comentário D.D .


De marcadores a 3 de Setembro de 2009 às 14:37
É isso mesmo DD.
Por isso é que s diz que o poder corrompe...


De Zé T. a 3 de Setembro de 2009 às 16:38

''Governo de esquerda'', precisando o que interessa: com políticas/ práticas de esquerda (e não apenas com designações ou palavreado).

Para um Governo de Esquerda (...): é necessário primeiro obter a maioria de votos, seja só com um partido (PS) ou com 2 ou 3... (PS+CDU+BE), desde que se entendam e cooperem (antes ou pós eleições, com acordos ou com posições pontuais concertadas)- é difícil, sim, mas é possível... existe em vários países democráticos e, se tal não acontecer, é por culpa de todos os partidos de esquerda, dos seus dirigentes e deputados (e, em menor medida, também por culpa dos eleitores portugueses: se os elegem merecem os governantes que têm).

Quanto a possíveis ou impossíveis eleitorais ... tudo é possível. Agora, Japão, os eleitores cansaram-se de votar sempre nos mesmos de ''direita'' (no poder há mais de 50 anos !!) e deram uma gigantesca vitória ao partido ''centro esquerda''.

Quanto à R.P. China e outros... com o seu ''dumping social e económico'' é verdade [concordo com DD], mas pouco ou nada há a fazer... lá, ... mas cá (na UE ) podem-se tomar algumas medidas 'restritivas a produtos importados/ produzidos em 'dumping'' e tomar medidas 'fomentadoras do consumo de produtos ''made in UE''... e fomentadores de uma maior consciência social de produtores, importadores, vendedores e consumidores ...

As leis e códigos e o poder regulador do Estado é que nos poderão dar alguma segurança e confiança ... social, económica, judicial, ... concorrencial (anti-cartel, anti-oligopólio e anti-monopólio privados)... e até económica (por via do seu sector produtivo de bens e serviços, e das participações estatais em empresas privadas).

E note-se que, actualmente, a produção de serviços (financeiros, turísticos, médicos, educacionais, software, ...) é tanto ou mais importante (em termos de balança comercial) do que a produção de bens (fábricas, frigoríficos, automóveis, cimento, casas, ... - em que Portugal e o mercado ocidental até já está próximo da saturação,...) e,

por outro lado, também não podemos argumentar com a falta de recursos naturais ... (era bom que tivéssemos petróleo e diamantes, ... mas não temos, … e a Suiça, Andorra, Dinamarca, Israel, etc. também não os têm e vivem bem...) e nós temos sol, vento, território, floresta, rios, praias e um mar imenso, que até vai mais que duplicar em termos de Zona Económica ... -

provavelmente, o que temos em défice é a capacidade de organização, de gestão, de cidadania, de literacia, de ciência, de investigação e desenvolvimento.


De Zé das Esquinas o Lisboeta a 3 de Setembro de 2009 às 19:19
O que era preciso era termos um governo que governe.
Que tenha um rumo. Que saiba para onde quer que este País vá.
Com uma política explícita e objectiva. Que quando faz reformas, as faça mesmo. mesmo com custos aqui e ali, mesmo mexendo nos direitos adquiridos, desde que governo com os olhos no futuro sabendo o que quer e por onde temos de ir.
Isto é, mesmo quando não agrade a alguns, seja para o bem de todos.
E não faça retrocessos quando vêm aí eleições, como aquela "se calhar não tratámos bem os professores, faltou diálogo". Tenham dó...


De anónimo a 4 de Setembro de 2009 às 10:03
Governar com consciência não é fácil.
Mas governar em ditadura/ absolutismo ... mesmo que ''esclarecida'' ... convenhamos que a perspectiva democrática é distorcida... e se for enviesada contra a maioria do povo: NÃO !


De BE e PCP: o que os distingue e une a 4 de Setembro de 2009 às 12:09

A convergência de opiniões entre Jerónimo de Sousa (PCP) e Francisco Louçã (BE) marcou o segundo e muito ameno debate das legislativas. Apenas a disponibilidade para coligações divide Bloco e PCP: Louçã é o único que se diz «preparado para assumir todas as responsabilidades»

O que distingue o Partido Comunista Português do Bloco de Esquerda? Nem Francisco Louçã nem Jerónimo de Sousa souberam ou quiseram responder a uma das últimas perguntas do debate desta quinta-feira, revelando uma convergência à esquerda contra José Sócrates e Manuela Ferreira Leite.

«A nossa disputa eleitoral não é contra o PCP, é contra o PS e o PSD», respondeu o líder bloquista. «O nosso adversário é a política de direita», afirmou o secretário-geral dos comunistas. Veja quem ganhou o debate, segundo o nosso painel de analistas:
A Esquerda mais velha e a Esquerda mais nova
Segundo o júri do SOL, composto por dirigentes dos cinco partidos parlamentares, Francisco Louça foi o vencedor do segundo debate das Legislativas 2009.©SOL

Louçã e Jerónimo caminham juntos, mas não de mãos dadas. «Cada um pedala a sua bicicleta», garante o líder comunista. «O Bloco é outra coisa», declara o bloquista.

Uma diferença, vá lá: a idade. Louçã reconhece o peso histórico do PCP, lembrando até que o avô «participou no congresso fundador» daquele partido, e realça que o Bloco é «uma esquerda que tem dez anos». A Jerónimo cabe sublinhar a «influência social» dos comunistas e a sua «obra no poder local».

E outra, revelada na resposta à última pergunta da noite. Francisco Louçã diz que «o Bloco chega a estas eleições preparado para assumir todas as responsabilidades».

«Todas as responsabilidades», repete, ressalvando depois que «nem Ferreira Leite nem Sócrates merecem ser primeiro-ministro».

«Mais do que coligar com quem, coligar para quê?», pergunta Jerónimo, afastando a possibilidade de um acordo pós-eleitoral.

O Bloco de Esquerda está disposto a fazer parte de uma solução de governação; o PCP não. E é esta a principal diferença entre as duas forças notada neste debate.

Nacionalizar
De resto, a convergência é total. Na economia, Jerónimo defende a «nacionalização da banca comercial», estranhando as «peles de galinha» de quem não se escandaliza com a «nacionalização, com aspas, dos prejuízos do BPN».

Louçã defende por seu turno a «desprivatização da Galp», que «ganhou milhões com a manipulação dos preços» dos combustíveis.

As grandes fortunas também são um alvo comum. Louçã sugere que «um imposto de 1% sobre as dez maiores fortunas pagava metade do aumento das pensões de um milhão de pessoas».

Louçã cita o exemplo de Manuel Damásio, que há anos «declarava o salário mínimo» e «agora tem à venda uma mansão de 15 milhões de euros», para defender a taxação do dinheiro que vai para as offshores.

E Jerónimo pede o fim da «injustiça das insenções a favor dos poderosos».

Bancos que 'roubam'
Ambos criticam os bancos. O líder comunista lembra que as quatro maiores instituições do sector arrecadaram «10 mil milhões de euros durante o mandato de Sócrates», dificultando ainda assim o acesso ao crédito às pequenas e médias empresas.

Louçã critica a «usura, roubo e abuso» na concessão de crédito e a supervisão que «fecha os olhos e não vê nada».

Sintonia também no investimento público. BE e PCP não são contra os grandes projectos, mas não os vêem como solução para o problema do desemprego.

«Portugal deve ter uma ligação às redes ferroviárias internacionais, mas isto são projectos que só arrancam daqui a cinco anos e que não respondem aos problemas dos desempregados desta semana», declara Louçã.

«Devia haver incorporação de produção nacional nestes projectos para estimular o mercado interno», nota Jerónimo, que aconselha um «faseamento» de projectos como o TGV.

... (Sol, 4.9.2009)


De Esquerdas a 4 de Setembro de 2009 às 12:12
A Esquerda mais velha e a Esquerda mais nova
...
Aumentar salários
Louçã e Jerónimo também partilham a mesma receita para o combate ao défice: crescimento económico com o aumento das receitas e da procura interna através do aumento dos salários e das pensões.

Jerónimo lembra que há «mais de um milhão de portugueses a viver com 300 euros», que «trabalham e são pobres», e Louçã exige «democracia na economia».

Na educação, Louçã sugere turmas com um limite de vinte alunos e Jerónimo pede a revogação do Estatuto da Carreira Docente e a substituição do modelo de avaliação dos professores. E ambos deixam palavras de incentivo aos docentes.

Louçã, que diz ter «orgulho» na resposta dos professores ao Governo, deixa ainda uma «homenagem a Manuel Alegre» e outros deputados socialistas que «votaram ao lado do eleitorado, contra o próprio partido». E exige saber se Sócrates conta com Maria de Lurdes Rodrigues caso ganhe as eleições.

Caso Moura Guedes
Por fim, o comentário inevitável ao caso da semana, a suspensão do Jornal de Sexta-feira de Manuela Moura Guedes (TVI). Jerónimo é prudente, mas cita um «histórico» de opiniões do primeiro-ministro contra o trabalho jornalístico «incómodo» da estação de Queluz.

«A confirmar-se a influência do Governo na decisão, é desastroso, e põe em causa a Democracia», declara.

Já Louçã tem a certeza que «alguém fez interferências» no caso, mas lembrou que também PSD e CDS-PP foram acusados do afastamento de Marcelo Rebelo de Sousa do mesmo canal de televisão.

«A liberdade de expressão deve estar acima de cada Governo», afirmou.

SOL, 4.9.2009


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