Independentemente dos resultados de 27 e das sondagens que aí estão, estas eleições oferecem um proveito: quem quer ver começa a ver quem é Louçã. Quem é e o que é.
Francisco Louçã consegue ser politicamente desonesto - e bastaria como prova o facto de considerar que dois trimestres consecutivos de crescimento não significam a saída de uma recessão técnica. Não, não é como está convencionado, é preciso olhar para a curva do desemprego. Ele sabe que nós sabemos que o ilustre professor de economia está voluntariamente a fazer terrorismo político. Mas faz, cego com a vontade em sugar o voto de protesto.
E vai despudorado quando afirma o objectivo de se equiparar à Alemanha. Na saúde e na educação, sectores que quer universalmente gratuitos. Como se, por magia, chegássemos à Alemanha! Estamos no país que somos, em que o discurso evangelista de Louçã pega porque, entre outras razões, não há meios para financiar os serviços que usa como arma política. Não se exclua, porém, a possibilidade de na mente brilhante germinar o modelo RDA.
É evidente que há explicações para o que parece, e é, um desvario: a antecâmara do poder, de mais poder, vai desmascarando o feiticeiro. E ei-lo a explicar por que razão propõe o fim dos benefícios fiscais na saúde, educação e PPR. É simples e funciona como compensação: vai tudo para o público e salve-se quem puder, já que os ricos, que Louçã abomina, ficam como estão. A salvo.
Com Louçã não se salvaria a banca, os seguros e a energia. Seria tudo nacionalizado e, também por efeito, nos aproximaríamos de um modelo RDA.
O modelo em que assenta o truque da permanente denúncia e da palavra grossa tem fragilidades. Evidentes para quem quiser ver com distanciamento e sem estados de alma. Louçã é o que é, aquém dos imensos votos que vai seduzindo. E o movimento que chefia, um perigo que se vai desfazendo.
Então é assim: na Madeira não há asfixia porque Alberto João Jardim ganha eleições desde que há democracia e com maiorias em crescendo; no continente há asfixia porque Sócrates não vai renovar a maioria absoluta. Contaram a Manuela Ferreira Leite e ela seguiu. Como acreditará que não há pinga de asfixia em todos os sítios onde há eleições e maiorias sucessivas. De preferência da mesma cor e, se possível, em crescendo. [Diário Económico, Raul Vaz]
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