A parte mais aborrecida para a direcção do PS, vai ser, exactamente, a do momento em que rejeitar a hipótese de alianças à esquerda. Voltará a ouvir-se, tal como Raimundo Narciso pré-anuncia no seu poste - Radicalismo, Arrogância e Cegueira, - que os partidos da esquerda radical (BE e PCP), se preparam para fazer exigências tais que qualquer entendimento será inviabilizado.
Além do mais, soletrando com dificuldade a palavra "negociação", quando se trata da esquerda, outro ouvido muito mais atento prestam a Francisco van Zeller (que veio hoje explicar o que o PS deve fazer em matéria de alianças), Mira Amaral, Leonor Beleza e Proença de Carvalho.
Qualquer aproximação, por ténue que fosse, do PS com os partidos à sua esquerda, levaria o patrão dos patrões e os políticos da "ponte Champalimaud", a uma severa reprimenda, temida e indesejada no Largo do Rato.
Às lágrimas de crocodilo e às penas com que lamentam a inviabilidade de um qualquer acordo à esquerda, sucedem-se os cantos celestiais com a "inevitabilidade" dos entendimentos ao "centro".
A inclinação do PS para um qualquer entendimento à esquerda é um filme que já se viu algumas vezes e que começou sempre, como está a recomeçar agora, por um falso casting.
Há, todavia, no poste (já referido) do meu amigo Raimundo Narciso, um outro elemento enternecedor que geralmente os socialistas evitam: o da crítica do capitalismo. Entre o "colapso" e a "revolução", os socialistas do PS costumavam (até à eclosão da última crise) adoptar as teses privatizadoras, cavalgando, a seu modo, a onda neo-liberal.
A lista das privatizações foi guardada à pressa, mas, felizmente, há registo do plano que chegaram a propor.
Agora, entalados pelas desgraças sociais para as quais deram uma contribuição inegável, não conseguem vislumbrar, entre o maximalismo nacionalisador e o minimalismo neoliberal, um sistema de regulamentação de inspiração socialista.
Transpirando erudição político-económica, interrogam: "E de que socialismo?"
Bom. Poderia ser mesmo daquele que, pela designação do próprio partido, continuam a arvorar na bandeira e nos boletins de voto.
Para começar, já não seria mau...
Ou estarão a pensar mudar de nome?
[Puxa Palavra, Manuel Correia]
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