Sexta-feira, 23 de Outubro de 2009

Meios Complementares de Diagnóstico da Roubalheira

O Estado falhou na fiscalização dos submarinos, como aliás falha muitas vezes, demais, em fiscalizar o que quer que seja, especialmente a si mesmo!

Eu fui favorável à aquisição dos submarinos, apenas o manifesto desconhecimento das missões desempenhadas e das capacidades destes submersíveis pode justificar as criticas a esta aquisição. Isso e a ausência de qualquer consciência das implicações de ter a maior Zona Económica Exclusiva da Europa, do que se passa com a pesca ilegal no mar português e do potencial futuro de exploração de recursos naturais em todo o "mare nostrum" lusitano.

Agora o processo de fiscalização de cumprimento das contrapartidas contratualizadas é anedótico, ridículo, indecente e indecoroso, em certos momentos, nojento, mas este caso não é uma singularidade, é sim uma patologia crónica com antecedentes quase pré-históricos em termos de Estado Português!

Falta cultura de avaliação, de fiscalização e de responsabilidade, reconhecer isto é fácil e está na moda, fazer algo para inverter esta situação é complexo, é difícil e é muito lento.

Mas em nome do futuro do país, do Estado e deste ou de qualquer outro regime, tem que se impor a cultura de avaliação e fiscalização a sério! Com sequência e com consequências!

Quando vejo empresas como a Estradas de Portugal recorrer a outsoursing para fiscalizar obras, fico alarmado! Fica bem nas contas da administração reduzir custos com pessoal, mas outras contas com desperdício de dinheiros públicos e com custos inerentes a obras realizadas com pouca qualidade deveriam ser tidas em maior atenção!

O interesse do país sobrepõe-se aos egos e umbigos dos administradores da coisa pública!

Outro exemplo, a factura paga pelo Estado com os Meios Complementares de Diagnóstico, uma enormidade infectada por um desperdício gigantesco, por esquemas abjectos e por uma falta de fiscalização alucinante.

Caso assim não fosse não existiria um mar de doentes vindos do circuito de consultórios privados a realizar uma única consulta externa nos hospitais públicos (ou sistema misto!) em que são prescritos TAC´s, Ressonâncias Magnéticas e "baterias" de análises. como se não houvesse amanhã...doentes que não voltam a esse mesmo hospital!

Caso assim não fosse não existiriam médicos a realizar procedimentos cirúrgicos a meias, entre o circuito público e privado, ficando a factura mais útil para o Estado.

Caso assim não fosse não existiriam intervenções cirúrgicas com enormes disparidades no consumo de material cirúrgico, muito acima da media, como se desse para realizar duas ou três intervenções com tanto material!

Caso assim não fosse...poupávamos muitos milhões de euros ao orçamento de Estado!

[Câmara de Comuns, Paulo Ferreira]



Publicado por Xa2 às 00:01 | link do post | comentar

2 comentários:
De militante e combatente a 23 de Outubro de 2009 às 10:12
O Estado falhou em tudo o que seja combate à corrupção.

Quer no combate preventivo como jurídico sancionatório facto, este, que tem a agravante de incutir na opinião publica e nos próprios delinquentes da corrupção a máxima de que "o crime compensa".

É a vida, social e de financiamento partidários e de certos bolsos privilegiados de autarcas e não só.

Até quando ?, é a pergunta que temos de continuar a fazer


De Zé das Esquinas o Lisboeta a 23 de Outubro de 2009 às 14:42
Discordo.
O Estado não falhou em nada no combate à corrupção.
Porque para falhar era preciso ter feito alguma coisa e a meu ver não fez nada para a combater.


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