Sábado, 25 de Setembro de 2010

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Publicado por [FV] às 14:19 | link do post | comentar

Sexta-feira, 24 de Setembro de 2010

No momento em que vários países da União Europeia (UE)
se viram obrigados a cortar salários e subsídios de desemprego
para reduzir as despesas públicas, a Comissão Europeia foi forçada
a justificar o generoso sistema de indemnização dos seus ex-comissários.

 

Bruxelas confirmou que dezassete membros da primeira Comissão de Durão Barroso recebem actualmente subsídios de reintegração que variam entre 40 e 65 por cento (dependendo do número de anos em Bruxelas) do seu salário de base, que ascende a 20.300 euros por mês (fora despesas de residência e representação) ou 22.500 para os vice-presidentes. A excepção é a sueca Margot Wallström, que não consta da lista fornecida por Bruxelas, enquanto que os restantes nove comissários foram reconduzidos na nova Comissão que entrou em funções em Fevereiro.
Pagos durante três anos, estes subsídios são acumuláveis com outras remunerações provenientes de novas actividades dos comissários, desde que o montante total não ultrapasse o valor do anterior salário, explicou um porta-voz da Comissão
...

Segundo Bruxelas, estes subsídios destinam-se a “facilitar a reinserção no mercado de trabalho” dos ex-comissários e a “manter a sua independência”, de modo a evitar eventuais conflitos de interesses com os anteriores pelouros. Os ex-comissários estão aliás obrigados a informar a Comissão das novas funções, e só as podem assumir depois de obterem a necessária luz verde.
Um caso particularmente polémico que é regularmente denunciado por organizações não governamentais, é o do alemão Guenther Verheugen, que fundou em Abril uma empresa de consultoria em assuntos europeus com o objectivo de fazer lobby junto da sua antiga instituição, mas que só informou a Comissão a 1 de Setembro. Bruxelas ainda não se pronunciou, mas recusa-se por enquanto a falar de infracção.

Notícia do Público, ler mais aqui


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Publicado por [FV] às 14:54 | link do post | comentar | comentários (2)

 

VENCEDORES

DERROTADOS

1

Quando um vencedor erra, diz:

Enganei-me, e aprendi a lição.

Quando um derrotado erra, diz:

A culpa não foi minha, e responsabiliza terceiros.

2

Um vencedor sabe que a adversidade é o melhor dos mestres.

Um derrotado sente-se vítima perante uma adversidade.

3

Um vencedor sabe que o resultado das coisas depende de si mesmo.

Um derrotado acha-se perseguido pelo azar.

4

Um vencedor trabalha muito e arranja sempre tempo para si próprio.

Um derrotado está sempre muito ocupado e não tem tempo sequer para a família.

5

Um vencedor enfrenta os desafios um a um.

Um derrotado contorna os desafios e nem se atreve a enfrentá-los.

6

Um vencedor compromete-se, dá a sua palavra e cumpre.

Um derrotado faz promessas, não se esforça e quando falha só sabe justificar-se.

7

Um vencedor diz:

Sou bom, mas posso ser melhor ainda.

Um derrotado diz:

Não sou tão mau assim, há muitos piores que eu.

8

Um vencedor ouve,  raciocina e responde.

 

Um derrotado não espera que chegue a sua vez de falar.

9

Um vencedor respeita os que sabem mais e procura aprender algo com eles.

Um derrotado resiste a todos os que sabem mais e apenas se fixa nos defeitos deles.

10

Um vencedor sente-se responsável por algo mais que o seu trabalho.

Um derrotado não se compromete nunca e diz sempre: Faço o meu trabalho e é quanto basta.

11

Um vencedor diz:

Deve haver uma melhor forma de fazer isso.

Um derrotado diz:

Sempre fizemos assim. Não há outra maneira.

12

Um vencedor é PARTE DA SOLUÇÃO...

Um derrotado é PARTE DO PROBLEMA.

 

Revejam como se comportam os nossos políticos nos seus discursos e comportamentos no dia a dia da política nacional.



Publicado por [FV] às 11:01 | link do post | comentar | comentários (1)

Chamar-lhe palhaçada ofenderia os artistas de espectáculos que habitualmente por aí aparecem em época natalícia, o circo.

Apelida-la de novela, como alguns políticos e comentadores já rotulam, à relação entre o governo e o maior partido da oposição seria, também, ofender os actores televisivos e o povo (inculto ou não) que tanto se apega ao aparelho mágico que leva as pessoas a confundir a realidade com a ficção, o televisor.

O que lhe poderemos chamar, assassinos da economia e carrascos do povo? É exagerado, afinal são os nossos eleitos, essas figuras pardas com assento naquele hemiciclo ao fundo da Rua de São Bento.

O que lhe chamaremos então?



Publicado por Zé Pessoa às 10:03 | link do post | comentar | comentários (15)

Quinta-feira, 23 de Setembro de 2010

Tendências pós-liberais na economia...

Enquanto a fracção dominante das nossas desgraçadas “elites” políticas e intelectuais se entretém, na sua eterna miopia, com ultrapassados romances de mercado à mistura com uma muito patriótica vontade de deixar a economia portuguesa ser definitivamente canibalizada pelos credores à boleia de novos PECs ou do FMI, há quem discirna com algum realismo, ainda que com liberal desaprovação, as tendências pós-liberais emergentes na economia mundial.

É o caso dos insuspeitos Ian Bremmer e Nouriel Roubini que, apesar de muitas das suas pouco recomendáveis prescrições, reconhecem o óbvio esgotamento do “modelo anglo-saxónico de laissez-faire” e a emergência do “capitalismo de Estado”. Em Portugal, o bloco central privatiza tudo o que há para privatizar, mas nas potências emergentes sabe-se que uma estratégia de desenvolvimento não pode prescindir de um Estado directamente envolvido nos sectores económicos fundamentais: “Na última década (...) a riqueza, o investimento e a empresa públicas regressaram em força. Uma era de capitalismo guiado pelo Estado começou; uma era em que os governos injectam cálculo político na performance dos mercados.”

Esta tendência favorece a reacção proteccionista nos países desenvolvidos, como este artigo de Paul Krugman no i, sobre a relação EUA-China, ilustra. Nada de novo. Esta é a história secreta da construção dos capitalismos. Basta lembrar que o argumento da protecção das indústrias emergentes surgiu no final do século XVIII nos EUA antes de ser teorizado pelo alemão Friedrich List no século XIX e de ser aplicado, a partir daí, um pouco por todos os processos de desenvolvimento. Como assinalou o Ricardo, a politica industrial, aberta ou disfarçada de politica cambial, está por aí à vista de todos, menos dos que hegemonizam o debate económico português lá para os lados da SEDES e de outros “faróis”.

Temos mesmo de alterar as regras do comércio e investimento internacionais e alargar as boas e flexíveis práticas de protecção socioeconómica para refragmentar a economia mundial e para torná-la assim mais gerível, quebrando o enviesamento para a contenção dos custos laborais, para a compressão da procura interna e para a geração de brutais desequilíbrios comerciais e de repetidas crises financeiras. A proposta do economista Dani Rodrik é cada vez mais sensata: os países subdesenvolvidos devem poder continuar a copiar as práticas de protecção industrial selectiva e temporária dos países bem sucedidos; os países desenvolvidos devem poder evitar a erosão dos seus standards laborais ou ambientais, bloqueando formas de concorrência internacional e de chantagem do capital consideradas ilegítimas. Isto para não falar dos necessários controlos de capitais, de que muitos países, e bem, nunca prescindiram. Portugal, economicamente esgotado depois de duas décadas de liberalização continuada, precisa de umas fortes suspensões das regras do mercado interno europeu...


Publicado por Xa2 às 13:07 | link do post | comentar | comentários (6)

            O Catroga falou na SIC, disse muita coisa, mas quanto a medidas que tomaria se fosse ministro afirmou apenas que iria tirar um “retrato” da situação, isto é, avaliar os défices do Estado e das instituições que o rodeiam como as parcerias público-privadas, etc. Não teve, contudo, a coragem de dizer que iria desfazer acordos, fechar hospitais, universidades, institutos e despedir pessoal.

            O homem disse, com razão certamente, que a totalidade da receita fiscal do Estado português destina-se a pagar salários e prestações sociais e tudo o resto é financiado com empréstimos. Quer isto dizer que o papel higiénico ou de fotocópia dos ministérios, escolas, etc. é adquirido com dinheiro emprestado do exterior.

            Com a facilidade com que muitos economistas falam dos números gerais, Catroga disse que a despesa do Estado óptima deveria ser de 35% do Pib e nunca ultrapassar os 40%, estando agora quase nos 50% do Pib, ou seja, nos 85 mil milhões de euros.

            Depois fez demagogia com o exemplo da Grécia que estaria a reduzir a despesa, mas não viu as imagens dos violentíssimos protestos verificados hoje em Atenas em que se chegou a tentar lançar fogo ao parlamento e se bloquearam auto-estradas, etc. Também citou o bom exemplo da Espanha que está cortar despesa estatal, mas tem já mais de 20% de desemprego.

            Antes do Catroga falar, a SIC deu a palavra a uma loira que falou na multiplicação de institutos e departamentos de património em vários ministérios como o que existe nas Finanças para gerir o seu património e o do Ministério do Ambiente para o património histórico e licenciamento de projectos privados em centros históricos, etc., além dos parques naturais, etc.

            Também a rede escolar tem o seu departamento próprio de património como tem a Justiça com tribunais, prisões, etc.

            Não vejo que colocar tudo no mesmo saco venha a aumentar a eficiência e venha a reduzir o pessoal na medida em que este pode ser reformado a custo superior ou ir para a mobilidade ou despedimento, mas sempre com custos acrescidos.

            Do Estado vivem mais de quatro milhões de mulheres e homens, sendo uns 3,6 milhões de reformados e desempregados com valores per capita sempre muito baixos, portanto, insusceptíveis de sofrerem uma redução global. Claro, se o Estado tirar mil euros a cada uma das pessoas que sustenta por ano (71 euros mensais), pouparia 4 mil milhões de euros que representam 2,3% do Pib. Mas, é impossível tal medida, mesmo que a redução fosse diferenciada em termos de nada sair das reformas mais baixas e sair um pouco mais das reformas e salários mais altos. Além disso, nunca poderia deixar de ser uma medida provisória, logo com retorno acrescido de alguma compensação em ano ou anos seguintes.

            A questão é que o défice de 7,2% aprovado pela União Europeia para este ano está dentro das possibilidades, dado que o défice actual ronda um pouco mais de 5%  e para o ano um défice projectado de um pouco mais de 5% depende do crescimento da economia em termos de exportação e produção nacional e redução dos investimentos, tanto públicos como privados, dentro de alguns limites. O grande centro hospitalar de Chelas está, para já, postergado como outras obras, incluindo a terceira ponte sobre o Tejo e a ligação do TGV do Poceirão a Lisboa em linha própria. Talvez seja possível utilizar as linhas actuais para o efeito, mas é assunto para 2013 ou mais tarde. Um arquitecto meu conhecido que tem trabalhado nos planos das estações de Évora e Caia disse-me que a obra é para ser feita o mais devagar possível e talvez nem daqui a cinco anos estará pronta.

            O crescimento da economia parece-me possível pois no mercado vejo que muitas empresas não têm alternativa senão andar para a frente, procurar novos negócios e ir ao combate no estrangeiro, exportando mais. Claro, aposta-se muito em serviços, intermediações, etc. e menos na produção, mas o exemplo da indústria do calçado é elucidativo, pois está a aguentar-se a crescer, exportando 93% da sua produção de mais de 60 milhões de pares de sapatos por ano.

            A solução financeira do País está numa revolução tecnológica como o afirm ou Sócrates hoje, mas isso tem a ver com muito trabalho e nunca será obra de economistas, mas sim de engenheiros e cientistas que promovam novos fabricos e tenham novas ideias.

 

 



Publicado por DD às 01:39 | link do post | comentar | comentários (14)

Agricultores versus Grandes Superfícies:  a revolta de Pierre Priolet

  

Em artigo publicado em 6 de agosto de 2010, o jornal Le Monde dedica uma página inteira a Pierre Priolet, fruticultor, que se tornou porta-voz dos produtores franceses de frutos e legumes que não conseguem viver das suas colheitas.
Numa manhã de dezembro de 2009, Pierre Priolet ouvia no rádio o ministro da agricultura a dizer que o governo ia ajudar os agricultores. Isso irritou-o. Dois dias antes, Pierre tinha jantado com dois cunhados, produtores de cerejas, que tinham acabado de pedir um empréstimo bancário. Não para investir: para comer.

Telefonou logo ao programa, sem saber o que ia dizer. Começou por declarar: "Nós não somos mendigos!" A seguir, com voz presa de emoção, disse: "Mais um ano como este, e arranco tudo." Os auditores puderam ouvir as lágrimas dele, quando continuou: "Não nos querem para nada; desprezam-nos; é melhor acabarmos com isto."

Vários jornalistas de televisão famosos convidam-no para intervir nos seus programas, provocando a emoção do público. Priolet não se deixa enganar por um certo paternalismo em parte dessa receção mas acha que o que importa é a mensagem que veicula: a razão de ser dos agricultores não é o mercado, mas alimentar a população e manter o território. Trabalham com prejuízo, e ao mesmo tempo os consumidores não têm meios de comprar os seus produtos. Há pois que aproximar produtores e clientes."

Priolet, 58 anos, conta como entregou em agosto a sua colheita a uma organização de produtores e como só em maio do ano seguinte ela lhe foi paga, a um preço que lhe não permite remunerar a mão-de-obra.

As suas intervenções na rádio e na televisão são seguidas de numerosos telefonemas e correio, ofertas de solidariedade, entre as quais um informático que se oferece para lhe criar um sítio na net   (www.consommer-juste.fr).
Ao contrário de alguns que o ouvem, não se julga infeliz, mas privilegiado. "Na comunicação social não é de mim que falo, como poderia eu queixar-me se vivo no paraíso?", explica ele na região lindíssima onde habita (Mont Ventoux, o célebre monte de Petrarca!).

Com diversas experiências anteriores, há vinte anos tornou-se produtor de maçãs e peras. Primeiro empresário, depois simples agricultor, enquanto poda as suas árvores interroga-se: como explicar que ele venda um quilo de maçãs a 17 cêntimos, ao passo que os consumidores o compram entre 1,70 e 3 euros?
Como fazer tomar consciência ao consumidor que uma compra é um acto político? Porque é que os comerciantes não afixam nas suas etiquetas o preço pago ao produtor?

Anda a ler o último livro de Joseph Stiglitz, o prémio Nobel de economia que foi dirigente do banco Mundial e rompeu com a lógica dele, em francês (O Triunfo da Cupidez). Quando compra uma camisa, pergunta à caixeira onde foi produzida: "Não por patrioteirismo mas porque a globalização é a destruição do mundo operário e agrícola. Tanto mais que, para o mundo agrícola, o tempo e o espaço não são os da economia de hoje. "As terras, elas, não podem ser deslocalizadas, e quando se planta uma árvore, são precisos cinco anos para dar maçãs. Ora nós estamos numa sociedade do instante."
Em 2009, após ter vendido a sua fruta, faltavam-lhe 15 mil euros para remunerar os que as tinham colhido. Se a próxima época for assim tão má, arrancará os pomares para se consagrar em exclusivo à sua luta:    fazer com que os produtores sejam pagos a um justo preço e que os consumidores possam comprar os seus produtos.

UM ALIADO INESPERADO
Uma grande cadeia de restaurantes de churrasco, em França (Bufallo Grill) tornou-se um inesperado aliado. O seu presidente ouviu Priolet num dos programas que referimos. Ficou impressionado, no dia seguinte telefonou a Priolet e fez-lhe uma proposta: Buffalo Grill poderia colocar 330 parques de estacionamento dos seus restaurantes à disposição dos produtores durante dois meses, para aí exporem as suas colheitas.

Priolet acolheu a proposta com uma frieza que surpreendeu o homem (Sautereau). É que Priolet viu logo o benefício publicitário que poderia daí tirar uma cadeia considerada como inimiga dos pecuaristas (produtores de animais) franceses.
Buffalo Grill, então, faz concessões: compromete-se a aumentar consideravelmente a parte de compras de carne para os seus restaurantes aos produtores franceses.
Buffalo Grill investiu 400 mil euros no fabrico das bancas postas à disposição dos produtorers expositores e das refeições que lhes serão oferecidas.

Em cinco semanas, Priolet encontrou alguns agricultores prontos a participar. Missão complicada em período de colheita. Havia na data do artigo 21 restaurantes implicados.
Priolet tem a intenção de recuperar o tempo perdido em setembro, montando uma operação "maçãs-peras", com o aluguer de camiões para ir vender nos parques de Buffalo Grill e talvez nos bairros dos subúrbios das grandes cidades.

"A minha ideia é que é preciso (produzir para) alimentar os pobres (e os outros).

O nosso papel é alimentar a população, não (é) fazer especulação". »

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    O mesmo princípio pode aplicar-se a outras produções agrícolas e não agrícolas, a outros sectores produtores da economia, tornando esta mais 'real', mais próxima das verdadeiras necessidades das populações, com menos custos/margens de intermediação e muito menos especulação.

    - Será que as grandes superfícies (cadeias de distribuição) não estiveram/estão a incentivar a produção e 'fidelização' dos pequenos e médios empresários (fruticultores, hortícultores, viti-vinicultores, pecuários, 'leiteiros', pescadores, ...) com contratos e apoios que, ao fim de alguns poucos anos, os 'esmagam' com preços demasiado baixos e os levam à ruína, à venda das suas propriedades/empresas, ou sua total dependência (subordinação hiper-exploradora) às cadeias de distribuição (e/ou aos bancos)... ? !

    - Que escolhas conscientes querem/podem fazer os consumidores e os cidadão ? ''as compras (ou não...) também são actos políticos' !! 



Publicado por Xa2 às 00:07 | link do post | comentar | comentários (2)

Terça-feira, 21 de Setembro de 2010

Ex-presidente francês, Jacques Chirac, pediu um empréstimo de €500 mil  para pagar parte de uma falcatrua na Câmara de Paris e continua a viver à borla em casa emprestada por amigos libaneses.

Jacques Chirac , chegou a um "acordo tripartido" com o actual dirigente, o socialista Bertrand Delnaoë, e o seu partido, UMP, atualmente controlado pelo presidente da República, Nicolas Sarkozy.

A França não é uma "República das bananas", mas às vezes parece. Para escapar a um aborrecido processo judicial sobre desvio de fundos públicos e empregos fictícios durante a sua presidência na Câmara de Paris, entre 1977 e 1995, o ex-chefe de Estado francês,

O desfalque foi de €2,2 milhões - somas que serviram para pagar "funcionários" do município que na realidade trabalhavam para o seu partido. Depois de persistentes negociações e com a garantia de que Delanoë retirava a queixa nos tribunais, o re-embolso do capital desviado ficou assim estabelecido: a UMP, que invoca um "dever de solidariedade" com o seu ex-líder, paga à Câmara €1,72 milhões e Chirac €500 mil.

Delnaoë e outras personalidades defenderam o acordo, que foi, no entanto, contestado por alguns socialistas e pelos ecologistas, seus aliados na Câmara parisiense. "Não vamos julgar um ex-presidente de 77 anos!", exclamaram alguns. O problema é que, disse um dos advogados de Jacques Chirac, este não tem dinheiro. "O presidente tem de pedir os €500 mil emprestados a um banco", disse hoje à imprensa o advogado Jean Veil.

Sempre à borla
Com este acordo, o ex-presidente pode escapar a uma humilhante condenação num processo penal que foi instruído contra ele devido a este caso.
Mas a notícia de que o ex-chefe de Estado - que recebe algumas importantes pensões de reforma relacionadas com os diversos cargos públicos que ocupou - se encontrará "na miséria" é que é o assunto do dia, em França.
Chirac não paga sequer renda de casa desde que saiu do Palácio do Eliseu, em 2007. Com efeito, desde essa data, Chirac habita em Paris com a esposa, Bernadette, num luxuoso apartamento com vista para o rio Sena e o museu do Louvre, que lhe foi cedido graciosamente pelo filho de Rafic Hariri, ex-primeiro-ministro do Líbano, assassinado em 2005.
Jacques Chirac, dizem as más-línguas, em Paris, "nunca pagou qualquer renda na vida" porque, até 2007, viveu 35 anos, sempre à borla, nos "palácios nacionais".
In Expresso,  por Daniel Ribeiro, correspondente em Paris.


Lá como cá, a justiça tem dois pesos e duas medidas.
É a globalização da impunidade e da mediocridade da sociedade ocidental.
Qual “Liberté, égalité, fraternité”?



Publicado por [FV] às 20:55 | link do post | comentar | comentários (2)

     Tratou-se de uma resolução activamente promovida pelo Grupo dos Socialistas e Democratas, em que se integram os socialistas portugueses. Com linguagem moderada, em resultado de intensas negociações entre todos os grupos políticos. Nos debates com Durão Barroso e Viviane Reding, na manhã e na tarde do dia 7, todos os intervenientes socialistas, encabeçados pelo líder Martin Shultz, não pouparam na invectivação das expulsões colectivas estigmatizantes de Sarkozy e de outros governos europeus e na condenação da inacção da Comissão Europeia diante de tão acintosas violações do Tratado de Lisboa e dos direitos humanos fundamentais.
     Incredulidade e apreensão - foram as minhas primeiras reacções às notícias de que o Grupo Parlamentar do PS, na 6a.feira passada, se dividira no voto de um texto proposto pelo BE, que visava associar a AR ao voto do PE. Por não ser o PS a tomar a iniciativa e por revelar descoordenação entre o que o PS faz na AR e no PE, ainda por cima num assunto de excepcional sensibilidade política (ao ponto de, finalmente, levar Durão Barroso a engrossar a voz face ao seu correlegionário de direita Sarkozy no último Conselho Europeu).
     Vergonha e amargura - é o que expresso agora, depois de ter falado com deputados socialistas na AR para apurar o que se passou:
 "ordens de cima!" E só um socialista - Sérgio Sousa Pinto, a quem presto homenagem - teve a coragem de votar de acordo com a sua consciência, além de mais 14 que encontraram formas menos afirmativas de se dissociar de tão indecorosas instruções.
     Ordens que terão sido inspiradas por instâncias governamentais. Instâncias tacanhas no entendimento do que é a política externa, pois ainda que se justificasse uma demonstração de "real politik" (e não se justificava, estando em causa a lei europeia e direitos humanos fundamentais), tal exercício não caberia a parlamentos, mas sim a governos. 
     Ordens insuportáveis, por serem politicamente indefensáveis ("o Sarko é amigo"...); por contradizerem o património histórico e político do PS, quer quanto ao respeito pelos direitos humanos em geral, quer quanto ao empenhamento dos seus governos - incluindo este - na inclusão da comunidade cigana em Portugal; e, finalmente, por serem ofensivas do que deve corresponder à consciência política de um/uma socialista.
Para registo: diante de tais ordens, eu desobedeço.

   [Publicado por AG, Causa Nossa, 20.9.2010] 



Publicado por Xa2 às 13:07 | link do post | comentar | comentários (10)

andam por aí muitos que a gente nem conhece

Quando passar numa das principais artérias da cidade de Lamego, não vai precisar de muita atenção para esbarrar numa original placa. Não se trata de um escritório de advogado, ou um consultório médico, nem mesmo de um gabinete de contabilidade, mas sim da novíssima profissão liberal de, imagine lá... deputado!!

Vendo a coisa pelo lado negativo diremos que A mediocridade não deixa enxergar além de si mesma, já dizia Doyle e, antigamente este tipo de pessoas recebiam apropriado adjectivo mas hoje, ainda que tal aconteça pouco lhes importa... já perderam a noção do ridículo e a vergonha!

Olhando diferentemente sempre se poderá dizer que o ilustre representante de seus eleitores tem uma porta aberta para os receber e receber todas as sua queixas, lacrimações e reivindicações por parte de quem o elegeu. Vistas as coisas por este prisma até que deveria exigir-se a todo e qualquer eleito representante do povo a colocação de placa à porta. É que andam por aí muitos que a gente nem conhece, nem sabemos o que fazem!



Publicado por Zurc às 08:45 | link do post | comentar | comentários (4)

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