Terça-feira, 30 de Novembro de 2010

Até quando?

O Orçamento para 2011, agora aprovado, vai produzir uma redução do consumo das famílias e uma redução do investimento público e privado, o que por sua vez vai originar mais desemprego. Algum crescimento das exportações para fora da UE apenas atenuará a recessão. Esta produzirá uma quebra na receita fiscal esperada e aumentará a despesa orçamentada através dos subsídios de desemprego. Em meados de 2011 ficará claro que o défice previsto não é alcançável.

No início de 2011, o Tesouro vai precisar de colocar mais dívida pública no mercado. Só o conseguirá fazer a uma taxa superior a 7%, um valor que acelera o efeito “bola de neve” produzido pelos juros no total da dívida acumulada. Nessa altura, por pressão da Comissão Europeia, da Alemanha, e provavelmente também da Espanha, Portugal pedirá o apoio do Fundo Europeu de Estabilização/FMI.

Com a inicial negação da necessidade do apoio, seguida das negociações com os novos tutores, e depois com a instalação da sua equipa em Lisboa, estaremos perto do Verão altura em que a degradação da execução orçamental será flagrante. Nessa altura, os tutores do País mandarão aplicar um novo PEC, com mais cortes na despesa e maior desregulamentação do mercado de trabalho. Aproveitarão para aplicar uma redução das indemnizações nos despedimentos, já sugerida pela OCDE, e a redução do salário mínimo, entre outras medidas destinadas a fazer baixar o custo do trabalho.

Entretanto, o governo do PS já terá caído e um governo do PSD terá sido eleito com maioria relativa.
Será que vamos deixar o País entregue a esta alternância entre partidos sem projecto de desenvolvimento para o País, entre cúmplices dos agiotas da finança que na última década montaram a mais eficaz máquina de fazer endividar cidadãos?
Até quando?


Publicado por Xa2 às 08:07 | link do post | comentar | comentários (12)

1. Quem no interior do PS pensa que Sócrates deve ser substituído tem uma boa oportunidade no próximo Congresso. Mas, se antes não ocorrer um qualquer evento dramático e se Sócrates se recandidatar à liderança, ou eu me engano muito ou os que agora, deslizando pelos corredores do poder, esgotam a sua margem de coragem política, sussurrando a hipótese de uma substituição de Sócrates, vão ficar ronronando silêncios, quando seria exigível que falassem.

Mas se algum inesperado vulto se erguer numa súbita coragem, para dizer estou aqui, ainda se terá que perguntar se partilha a adesão ao essencial do caminho percorrido, apenas exacerbando detalhes num arremedo de demarcação, ou se, realmente, se afirma pela convicção de ser necessário enveredar por um outro caminho, qualitativamente distinto do que tem vindo a ser trilhado.

Se estivermos perante uma demarcação substancial, ficará aberta a porta para um Congresso útil que, valendo naturalmente pelas suas opções mais estruturantes , valeria também, desde logo, pelo tipo de debate em que necessariamente se traduziria. Mas, neste ponto, há que sublinhar que de modo nenhum, se poderá aferir a profundidade e a autenticidade de qualquer alternativa pelo grau de veemência do discurso. Veemência que facilmente o poderá aprisionar num tom insultuoso, em detalhes conjunturais ou em trivialidades. Mas deve também estar-se atento ao risco de o saudável vigor crítico praticado no interior do PS se alimentar das agendas políticas da propaganda dos nossos adversários.

A consistência e a radicalidade das demarcações de fundo são factores qualificantes do debate e indícios de uma utilidade objectiva para o Partido dos protagonismos em que se traduza. Os insultos, os processos de intenções, as vozearias, que se encerram em questões menores, são apenas indício de primarismo político, facilmente apropriáveis pelos quadrantes políticos adversários, como armas ao seu serviço. Verdadeiramente, quem seguir por esses caminhos sôfregos e crispados, quer no assalto aos virtuais castelos do poder quer na sua defesa, não será, por certo, um elemento da seiva da vida política, podendo, pelo contrário, contribuir para o seu descrédito. E nunca poderá ser encarado como um protagonista de uma acção cívica, mas pode ser olhado com um simples galaró de combate, absorvido pela fúria estéril de um rixa que só pode contribuir para tornar a vida política mais rasteira e abafada.

Só uma radicalidade estratégica, resolutamente ancorada num horizonte socialista, poderá dar sentido a qualquer alternativa, rompendo a estéril disputa gerada por uma espécie de concorrência entre perfis individuais ou entre tribos. Dito isto, não se deve cair no erro de julgar que qualquer proposta de uma orientação política alternativa se pode limitar a este ponto de partida. Mas, sem este ponto de partida, nenhuma verdadeira alternativa se pode construir.

2. Quem do exterior do PS pensar que, sem recurso a novas eleições, Sócrates deve ser substituído como primeiro-ministro ou que deve ser substituído no PS por um novo líder num próximo Congresso, pode merecer discordância, mas não passa a fronteira da irracionalidade ou da hipocrisia, se o fizer como simples cidadão que exprime uma opinião.

Mas, se disser o mesmo, na qualidade de um actor político que quer contribuir para ver concretizado o que diz, merece uma observação. Pode ser encarado de duas maneiras. Numa primeira hipótese, essa posição é um simples fingimento. Fingimento de quem, achando embora que Sócrates deve continuar, por julgar que essa continuidade beneficia os seus adversários, diz o contrário, por pensar que assim reforça a hipótese de que isso não aconteça. Quem assim proceda, podendo ser qualificado como cínico, não deve ser considerado como politicamente estúpido. A sua estratégia pode ser eticamente repugnante, mas tem uma lógica que a torna compreensível.

Numa segunda hipótese, esse actor político diz o que pensa e quer. Ou seja, ele quer ver Sócrates pelas costas, mesmo que o Governo continue a ser do PS . Nesse caso, a sua tomada de posição pública é uma atitude grosseiramente estúpida de um ponto de vista político.

Realmente, quanto mais relevantes e numerosas forem as vozes exteriores ao PS, apontando nesse sentido, menos provável será que o PS as acolha positivamente. De facto, devia fazer parte da informação mínima de qualquer actor político português, a fortíssima improbabilidade de o PS alguma vez consentir que lhe ditassem do seu exterior quem deve ser o seu secretário-geral, ou quem deve ser indicado para liderar um governo do PS. E quanto mais os seus adversários, ou seja quem for do seu exterior, falarem nisso, mais se acentuará essa improbabilidade, bem como o repúdio por essa via no interior do Partido. De facto, cada voz pública nesse sentido reforça a irredutibilidade da sua recusa.

Por isso, pode afirmar-se, com segurança, que os actores políticos exteriores ao PS, que publicamente insistam na ideia de que o Partido deve fazer com que Sócrates saia da chefia do Governo e da sua liderança, ou são cínicos ou são estúpidos.

Rui Namorado [O Grande Zoo]



Publicado por JL às 00:08 | link do post | comentar | comentários (3)

Segunda-feira, 29 de Novembro de 2010

O orçamento derrapou, sabem porquê? Porque se anunciaram restrições, e não houve director, presidente ou autarca que não desatasse a gastar dinheiro enquanto podia dispor dele. Aumentou o consumo de medicamentos, sabem porquê? Porque se anunciou que eles ficariam mais caros, e não houve doente que não os comprasse enquanto eram mais baratos.

Quando se anuncia a taxação dos dividendos, não há accionista que não os queira enquanto não forem taxados. Se, por uma crise social, se adivinhar que faltará o abastecimento de bens essenciais, começará sem dúvida o açambarcamento, fazendo apressar a falta. Se alguém souber que um país sairá do Euro, as notas vão sair do circuito económico e dirigir-se rapidamente para debaixo dos colchões.

São os nossos Chicos Espertos? É verdade que sim, mas quem os pode condenar quando seguem o exemplo dos mais respeitáveis gestores? O erro, no mundo em que vivemos, é anunciar a desgraça. Tal como na psicologia humana, só o optimismo, mesmo contra as probabilidades, se torna saudável. Os optimistas sabem que a desgraça é possível e que poderão vir a enfrentá-la, mas apostam antes na esperança e até podem ganhar.

Viver a pensar no mal que nos pode acontecer é doentio. Causa infelicidade e apressa o próprio mal. No mundo de hoje também é assim. Mas a sociedade, ou parte dela, ou a sua parte mais visível, está doente. Anuncia o mal, causa infelicidade e abre o caminho para a desgraça.

J.L. Pio Abreu, no Destak

MARCADORES:

Publicado por [FV] às 11:42 | link do post | comentar | comentários (2)

Caro dr. Jorge Coelho, como sabe, V. Exa. enviou-me uma carta, com conhecimento para a direção deste jornal. Aqui fica a minha resposta.

Em 'O Governo e a Mota-Engil' (crónica do sítio do Expresso), eu apontei para um facto que estava no Orçamento do Estado (OE): a Ascendi, empresa da Mota-Engil, iria receber 587 milhões de euros. Olhando para este pornográfico número, e seguindo o economista Álvaro Santos Pereira, constatei o óbvio: no mínimo, esta transferência de 587 milhões seria escandalosa (este valor representa mais de metade da receita que resultará do aumento do IVA).

Eu escrevi este texto às nove da manhã. À tarde, quando o meu texto já circulava pela Internet, a Ascendi apontou para um "lapso" do OE: afinal, a empresa só tem direito a 150 milhões e não a 587 milhões. Durante a tarde, o sítio do Expresso fez uma notícia sobre esse lapso, à qual foi anexada o meu texto. À noite, a SIC falou sobre o assunto.

Ora, perante isto, V. Exa. fez uma carta a pedir que eu me retratasse. Mas, meu caro amigo, o lapso não é meu. O lapso é de Teixeira dos Santos e de Sócrates. A sua carta parece que parte do pressuposto de que os 587 milhões saíram da minha pérfida imaginação. Meu caro, quando eu escrevi o texto, o 'lapso' era um 'facto' consagrado no OE. V.

Exa. quer explicações? Peça-as ao ministro das Finanças. Mas não deixo de registar o seguinte: V. Exa. quer que um zé-ninguém peça desculpas por um erro cometido pelos dois homens mais poderosos do país. Isto até parece brincadeirinha.

Depois, V. Exa. não gostou de ler este meu desejo utópico: "quando é que Jorge Coelho e a Mota-Engil desaparecem do centro da nossa vida política?". A isto, V. Exa. respondeu com um excelso "servi a Causa Pública durante mais de 20 anos". Bravo. Mas eu também sirvo a causa pública. Além de registar os 'lapsos' de 500 milhões, o meu serviço à causa pública passa por dizer aquilo que penso e sinto.

E, neste momento, estou farto das PPP de betão, estou farto das estradas que ninguém usa, e estou farto das construtoras que fizeram esse mar de betão e alcatrão. No fundo, eu estou farto do atual modelo económico assente numa espécie de new deal entre políticos e as construtoras. Porque este modelo fez muito mal a Portugal, meu caro Jorge Coelho. O modelo económico que enriqueceu a sua empresa é o modelo económico que empobreceu Portugal.

Não, não comece a abanar a cabeça, porque eu não estou a falar em teorias da conspiração. Não estou a dizer que Sócrates governou com o objetivo de enriquecer as construtoras. Nunca lhe faria esse favor, meu caro. Estou apenas a dizer que esse modelo foi uma escolha política desastrosa para o país. A culpa não é sua, mas sim dos partidos, sobretudo do PS.

Mas, se não se importa, eu tenho o direito a estar farto de ver os construtores no centro da vida coletiva do meu país. Foi este excesso de construção que arruinou Portugal, foi este excesso de investimento em bens não-transacionáveis que destruiu o meu futuro próximo.

No dia em que V. Exa. inventar a obra pública exportável, venho aqui retratar-me com uma simples frase: "eu estava errado, o dr. Jorge Coelho é um visionário e as construtoras civis devem ser o alfa e o ómega da nossa economia". Até lá, se não se importa, tenho direito a estar farto deste new deal entre políticos e construtores.

Expresso  - Henrique Raposo



Publicado por Izanagi às 09:45 | link do post | comentar | comentários (3)

Domingo, 28 de Novembro de 2010

Analisar a recente greve geral (um direito inquestionável dos trabalhadores, sublinhe-se) do ponto de vista da sua oportunidade no actual contexto social e económico seria um exercício muito interessante. (...) A ideia de serviços mínimos, por exemplo, tem muito potencial. Vejamos um caso concreto. No meio de alguma trapalhada que não vem agora ao caso, parece que foram fixados serviços mínimos na Justiça. (...) Ora, se é possível assegurar serviços mínimos num dia em que uma parte dos trabalhadores está em greve, não devia ser muito difícil mantê-los quando estão todos ao serviço. Não sei, digo eu. E o mesmo se aplica aos restantes sectores de actividade. Pois isso é que seria um grande desígnio nacional: serviços mínimos permanentes. Aliás, não me lembro de um projecto colectivo tão mobilizador desde que o Carlos Queiroz assumiu o cargo de seleccionador nacional. Já imaginaram? Serviços mínimos todos os dias nas empresas privadas, na Educação, na Saúde, nos transportes, na energia (sim, na energia, parece incrível, não é?), nas repartições públicas. (...) Vá, vamos todos dar as mãos e dizer baixinho para não nos assustarmos com a nossa audácia: ser-vi-ços mí-ni-mos... vá, não tenham medo... no Go-ver-no. Era fantástico, não era? Um Governo com um mínimo de eficiência, responsabilidade, lucidez e sentido de estado... (...) A correr bem, e sempre com autorização prévia da Associação Nacional de Farmácias, até deixávamos todos de tomar Prozac.

 

Público         


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Publicado por Izanagi às 13:06 | link do post | comentar

Sábado, 27 de Novembro de 2010

 

            A entrevista dada por Passos Coelho ao Expresso-Revista foi uma confirmação da nulidade do líder do PSD; nenhuma nova ideia, apenas o velho tema de reduzir o Estado e nada, absolutamente nada, sobre o crescimento da economia portuguesa. Parecia o velho Cavaco há 25 anos a falar em emagrecer o Estado quando o engordou e bem.

            A única coisa especial que disse é que está pronto para governar e preparado para tudo, mesmo para governar com o FMI.

            Disse que estava como o Churchill a seguir à guerra que prometeu sangue, suor e lágrimas. Na verdade, o então nomeado PM do Império Britânico disse isso no início da guerra e não a seguir à guerra como afirmou PPC. Mostrou que não é muito versado em história contemporânea, o que é fundamental para perceber a situação política atual.

            Quando lhe perguntaram sobre os negócios feitos por Sócrates, PPP respondeu: Vamos deixar a Venezuela de fora. Ou a Líbia. Vamos ver o Brasil. O rapaz não sabe que o Brasil é um país altamente protecionista no qual se pode investir, mas não exportar, nem sequer livros escritos de acordo com o novo acordo ortográfico. O Brasil aplica direitos aduaneiros gigantescos, pelo que alguns produtos portugueses vão para lá para serem vendidos a uns poucos saudosistas ricos, mas que nada tem a ver com verdadeiras exportações, além de que o Brasil fabrica tudo, desde o calçado aos aviões, passando por automóveis, confecções e com custos salariais de menos de um terço dos portugueses.

            Na economia em geral, PPP diz que nunca houve uma estratégia nacional, termo largamente utilizado para nada dizer. Fala numa estratégia entre a posição do Estado e a nossa sociedade civil, em termos económicos e culturais, mas acrescente depois “Não é o Estado que diz o que os privados vão vender ou onde devem estar. O Estado deve criar condições …..”.

            Nas questões sociais, PPP embrulhou-se todo. Não se percebeu nada do que disse, falou na ADSE, elogiando-a, e criticou o SNS, apesar de referir que é considerado o 14º melhor do mundo e voltou a dizer que é preciso cortar, mas não cegamente como estaria o governo a fazer. Depois dos elogios à ADSE não disse que queria substituir o SNS por uma espécie de ADSE para os menos pobres. Será que ele quer cortar no Hospital Santa Maria e deixar uma maternidade bonita em que nasce menos de uma criança por semana ou um serviço de atendimento permanente sem utentes. Também disse que o Serviço de Saúde, a Educação, o Seguro Social e os salários da Administração consomem já a totalidade dos nossos impostos e contribuições sociais.

            Enfim, Passos Coelho não disse nada, não mostrou ter uma ideia concreta para Portugal e parece que ninguém lhe ensinou nada, apesar de ter andado a falar com toda a gente. Falou com muitos e acabou por não aprender nada, o que é normal para quem não se caracteriza por uma grande inteligência.

            Claro, Passos Coelho pode vir a ser Primeiro-ministro porque Sócrates acarreta com todas as culpas de uma crise que ninguém em Portugal conhece os contornos. A crise atual é equivalente à queda da Ponte de Entre-os-Rios que provocou indiretamente a queda de Guterres. Políticos, jornalistas, militantes e eleitores julgam que só há crise em Portugal e daí julgarem que Sócrates é o culpado de tudo, esquecendo que em 2007, o governo de Sócrates registou o défice mais baixo desde o 25 de Abril de 1974, ou seja, 2,7%. Depois veio a crise mundial que Passos Coelho desconhece em absoluto.

            Curiosamente, estou neste preciso momento a ouvir Santana Lopes na TVI a falar das dívidas portuguesa e espanhola e a criticar certas posições da Alemanha, mostrando desconhecer em absoluto que a Alemanha possui a maior dívida soberana da zona euro e Europa, a qual é 13 vezes superior à dívida portuguesa. Santana ainda disse que os alemães estão cansados de financiarem as dívidas de países como a Grécia e a Irlanda como se estas não fossem uma parte ridiculamente pequena da dívida alemã.

            Enfim, o PSD nada tem a propor de novo, tal como acontece com o PCP, BE e CDS. Todos ralham, mas ninguém tem soluções.



Publicado por DD às 21:07 | link do post | comentar | comentários (2)

 

 

 

   

 

 

Muita gente, mesmo dirigentes políticos, tem muita dificuldade em lidar com grandes números e desconhece em absoluto o que se passa no exterior. Há mesmo quem acredite que só Portugal tem uma grande dívida soberana.

Na verdade, as principais dívidas soberanas da Europa são as seguintes, estimadas para 2010 a partir dos resultados dos 10 primeiros meses do ano:

 

 

 

País

% do PIB

Milhões de Euros

Alemanha

78,8

1.898.370

França

83,6

1.594.373

Itália

118,2

1.797.668

Bélgica

99,0

333.911

Portugal

85,8

143.820

Espanha

64,9

1.051.151

Grécia

124,9

296.630

Irlanda

77,3

126.418

Reino Unido

79,1

1.239.292

TOTAL

 

8.491.633

 

 

 

 

 

Como se vê, a Alemanha detém o recorde da dívida soberana, apesar da sua gigantesca economia, enquanto os outros países possuem dívidas quase sempre muito superiores à portuguesa. A dívida alemã é 13 vezes a portuguesa, tendo apenas 8 vezes mais habitantes.

A dívida soberana destes 8 países da zona euro mais o Reino Unido é de 8.491.633 milhões de euros, ou seja, SESSENTA VEZES a dívida soberana portuguesa com muito menos que 60 vezes o número de habitantes. Toda UE tem 501 milões de habitantes; 27 países da UE têm apenas 50 vezes os habitantes de Portugal. Chamem o FMI para toda a Europa.

 

Na questão da estabilidade do Euro, não interessam os pontos porcentuais, mas sim a massa monetária em dívida, pois é esta que desestabiliza uma moeda. Claro, para os estúpidos não, pois para esses só existe a dívida portuguesa.

A Irlanda tem ou tinha a dívida soberana mais pequena e mesmo em percentagem não é excessiva, mas o Estado está a intervir numa banca quase falida porque originou uma bolha especulativa que rebentou e que levou a que uma elevada percentagem de depositantes levantassem os seus dinheiros dos bancos. O Estado teve de nacionalizá-los e tem agora que entrar com dinheiro para garantir os depósitos que não puderam ser levantados por falta de liquidez.

 

Portugal, tal como os outros países europeus, está numa situação crítica e tem de pedir emprestado em 2011 cerca de 51 mil milhões de euros, sendo que 27,5 mil milhões se destinam a pagar dívidas a vencer no próximo ano, 8 mil milhões para o défice público e o resto para pagamento de juros. Esses 51 mil milhões superam as receitas fiscais. Por isso não há greve que nos vale. Claro que os países com dívidas superiores como a Alemanha têm o mesmo problema, mas com juros mais baixos.

 

Só um ignorante é que pode pensar que há a possibilidade de fazer outra política. Também, ao contrário de Portugal, a Alemanha controla com a França o Banco Central Europeu e consegue assim essa aldrabice de pagar menos juros, quando numa única zona monetária, os juros deveriam ser iguais para todos. A Europa tem uma moeda única, mas não tem política monetária e, menos ainda, política financeira comum e solidária. Portugal com 1,6% da dívida soberana dos oito principais países da zona euro mais o referido Reino Unido não tem peso na desestabilização do euro como diz a Angela Merkel e como pretendem os chamados mercados que, mais não são, que um grupo de bancos alemães e franceses e espanhóis como o Santander e o BBV que estão a ROUBAR um dos elos mais fracos e pequenos da cadeia monetária europeia.

 

Nem Portugal, nem a Alemanha, nem os outros países europeus têm margem de manobra para fazer políticas expansivas. Apenas as empresas podem, por sua conta, expandir-se o mais possível. As empresas alemãs estão a fazê-lo, mas muito na base do investimento externo.

Em Portugal, por exemplo, as grandes indústrias de papel podem duplicar em 2011 as suas exportações porque foram equipadas com as duas maiores máquinas de fabrico de papel do mundo, um na Altri (ex-Celbi) na Figueira da Foz e outra na Soporcel/Portucel na península de Mitrena. Naturalmente com um empréstimo de mais de 4 mil milhões de euros da CGD.

 

O PIB potencial português é muito superior ao atual porque muitas fábricas estão a trabalhar a meio gás, pelo que podem aumentar as respectivas produções sem qualquer investimento.

 

Nota: Estou a ouvir o velho Mira Amaral e outro economista também velho na SIC Notícias a dizer rigorosamente aquilo que já ouvi mais de mil vezes. Sempre com a ideia que o Estado pode e deve fazer tudo e é tudo culpa do governo, não existindo o resto do Mundo e nem sequer qualquer crise. Estão a veicular a MENTIRA que Portugal é o terceiro país a ter dívida soberana, quando o seu analfabetismo económico e ignorância não permite saber que a dívida soberana portuguesa não deve chegar a 0,2% do total das dívidas soberanas dos 27 países da Europa.

 

Mesmo com saldo positivo soberano, a China tem hoje 20% de desempregados, ditos disponíveis, ou seja, mais de 150 milhões de pessoas.

 



Publicado por DD às 15:21 | link do post | comentar | comentários (3)

Sexta-feira, 26 de Novembro de 2010

 

           



Publicado por DD às 22:39 | link do post | comentar

       

Foi preciso fazer um estudo, esta gente trabalha pelo seguro, não vá o diabo tece-las e fazer-lhes perder os míseros cobres remuneratórios que recebem, para concluírem do agravamento do fosso distributivo da riqueza produzida e da, concomitante, causa da actual crise económica e social que o mundo atravessa, sobretudo a Europa, considerada como modelo social a seguir pelo mundo todo.

O, excelso, estudo mandado fazer pelo Fundo Monetário Internacional, (FMI), conclui, esta coisa espantosa e inaudível, de que a actual instabilidade financeira está relacionada com as desigualdades na distribuição de rendimentos.

Não era necessário gastar recursos (assim tem outro força, essa gente é paga a peso de oiro) para concluir tal desiderato académico, bastaria ler os relatórios de cada empresa, ver a distribuição dos rendimentos do trabalho, onde o leque salarial se tornou uma vergonha (se os governantes, governadores e gestores ainda a tivessem), ver a distribuição/aplicação dos lucros e tudo somado se veria que entre injustiças distributivas e fugas de capitais. Feitas tais contas com facilidade se concluiria que se iria cair numa crise mais grave que a de 29 visto que agora os valores que enforma as pessoas e as sociedades de degradaram imensurávelmente.

Sendo verdade que, tal como a Grande Depressão nos anos 20, também a actual crise financeira foi provocada pelo adensar do fosso entre os ricos e os pobres, conforme revela a análise dos técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI), é sinal que além de não terem sido tomadas medidas para impedir tal repetição, veio tornar claro que com a globalização dos mercados associada à facilidade de movimentação de capitais e bens de luxo transaccionáveis, sobretudo, via Internet, é obrigatória a tomada de medidas de controlo e de criação de mecanismos eficazes de actuação de nivel, também, global.

Com tantas cimeiras realizadas entre os vários Gs; (Davos, Nato, ONU, G-20, G-20+1, etc.) nenhum destes seja capaz de determinar mecanismos de coordenação e de regulação das diversas formas e naturezas de fluxos financeiros.

Sobre isto não se pronunciaram os técnicos do FMI, porquê?

Continuar andar entretidos e engnar as populações só e apenas com diagnósticos que quase toda a gente já conhece pouco adianta ao equilíbrio das sociedades. Tomem medidas e medidas adequadas para que se não repitam disparates já cometidos. Sempre que um mesmo disparate se repete, em vez de evolução, existe retrocesso e agravamento, essa é a realidade dos dias que correm.



Publicado por Zurc às 10:14 | link do post | comentar | comentários (3)

UNIÃO  IBÉRICA ?  SIM !

    A actriz e cantora (e deputada) Maria de Medeiros defendeu hoje a união de Portugal e Espanha num estado ibérico, porque "a união faz a força".
    Maria de Medeiros, de 45 anos, falava numa conferência de imprensa para anunciar o recital que vai dar na sexta-feira na ilha de La Palma (Canárias) e sublinhou que "está na hora" de fazer a união dos dois países num único estado (federado), visto que "as identidades culturais e linguísticas estão muito definidas e, além disso, a união faz a força".
    Na opinião da actriz, os dois países "têm tantas coisas que os unem e tanta riqueza cultural em cada uma das suas regiões que devemos tentar a união".
    Sou um entusiasta da União Ibérica porque limitados a esta quintarola de meia dúzia não passamos de "caseiros" de uns quantos  terratenentes e usurários cuja pátria é o dinheiro ganho à custa da pobreza, (aqui, com estas oligarquias...) não temos horizontes para fugir desta vil tristeza... (e somos obrigados a continuar a emigrar).
 
VIVA A UNIÃO IBÉRICA !!!!
ABAIXO OS RANHOSOS DO 1º. DE DEZEMBRO
  


Publicado por Xa2 às 08:02 | link do post | comentar | comentários (3)

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