Adenda: há uma diferença de economia política entre uma reestruturação imposta pelos credores e a reestruturação liderada por uma aliança das periferias. A possibilidade desta última espevitaria a imaginação de quem comanda a des(união)...
Foi uma quinta-feira muito intensa para o presidente do PSD. Um dia depois da demissão do Governo de José Sócrates na sequência do chumbo do Programa de Estabilidade e Crescimento, Pedro Passos Coelho foi a Bruxelas participar na habitual reunião do Partido Popular Europeu. E caiu positivamente na boca do lobo.
Ainda estupefactos com o que se tinha passado em Portugal, os líderes conservadores não perderam a oportunidade para falar a sós com o presidente do PSD. Claro que Angela Merkel foi um deles. A reunião durou uns bons minutos. O conteúdo foi revelado pouco tempo depois pela chanceler alemã, quando exigiu ao PSD a divulgação imediata de um pacote de austeridade para garantir as metas do défice para 2011, 2012 e 2013. Mas uma fonte bem próxima da líder alemã confidenciou ao ‘Correio Indiscreto’ que a conversa tinha sido muito dura e crispada.
Com um sentido de humor muito apurado, a mesma fonte fez questão de salientar que Passos Coelho conseguiu sair do encontro sem nódoas negras no corpinho, o que já não foi nada mau. Mas para a líder alemã, o seu parceiro do Partido Popular Europeu não deixa de ser uma verdadeira nódoa negra. E está de acordo com Sarkozy, presidente francês, que até ficou mais alto depois de falar com Passos.
António Ribeiro Ferreira [Correio da Manhã]
Na sequência da reunião marcada para hoje às quinze horas será dissolvida a Assembleia da Republica e marcado o dia das eleições para uma nova legislatura.
É pouco, muito pouco, reunir tão ilustres figuras publicas, politicas e económicas para decidir, tão somente, o que já está decidido e toda a gente já conhece. Não seria possível irem mais além que isso tendo em conta a confrangedora situação em que Portugal e a sociedade portuguesa se encontram? É pena!
O Conselho de Estado é presidido pelo Presidente da República e composto pelos seguintes membros:
Actualmente e depois de, previamente à reunião de hoje, ser dada posse a Bagão Felix, fica assim a respectiva composição:
Categoria |
Membro |
Presidente da República (Presidente do órgão) |
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Designado pelo Presidente da República |
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Designado pelo Presidente da República |
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Designado pelo Presidente da República |
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Designado pelo Presidente da República |
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Designado pelo Presidente da República |
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Eleito pela Assembleia da República |
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Eleito pela Assembleia da República |
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Eleito pela Assembleia da República |
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Eleito pela Assembleia da República |
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Eleito pela Assembleia da República |
A lição do Rei
Em 1892 o rei D. Carlos doou 20% (!) da sua dotação anual para ajudar o Estado e o País a sair da crise criada pelo rotativismo dos partidos (nada de novo, portanto).
Infelizmente, sempre aparece gente de curta memória ou que senilmente se aproveita de trabalho alheio a quem é preciso relembrar compromissos assumidos, por isso aqui se repõe, em lembrete, o que se escreveu em post editorial. Efectivamente o LUMIÁRIA não é um blog partidário, ainda que alguns “marombistas” se não coíbam de tais tentativas.
Uma coisa é ter respeito pelos “vínculos partidários” de cada cidadão, militante ou não. Outra, bem diferente, seria que postantes transformassem ou usassem, instrumentalmente, o LUMINÁRIA para fazer campanha partidária. Isso não! De todo.
EDITORIAL
Este blog é um espaço de expressão cívica e política de alguns portugueses que procuram estar atentos ao que se passe na sociedade e no mundo, participando de forma livre, tolerante e construtiva na «res pública» global, contribuindo para a formação de cidadãos de pleno direito, conscientes e activos no exercício da cidadania.
No LUMINÁRIA, o foco é a política na sua concepção mais nobre e ampla, do local ao universal, dos recursos à Humanidade, passando pelos partidos e pelas governações públicas.
No LUMINÁRIA, os vínculos partidários, filosóficos e outros, de cada participante, não são renegados mas também não devem ser limitativos da sua razão e análise crítica, pugnando-se pela abertura e pela prática da tolerância democrática.
Aqui, os ‘postantes’ são convidados cooptados, que exercem, a ritmos e especificidades próprias, a sua liberdade de expressão. Os leitores têm total liberdade para fazer comentários, sem moderação ou prévia inscrição, reservando-se apenas o direito de eliminar os registos com insultos ou publicidade comercial.
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Cancelada sessão solene do 25 de Abril
Desde 1976 que todos os anos o Parlamento se reúne no dia 25 de Abril para assinalar com uma sessão solene a passagem de mais um aniversário da "revolução dos cravos". A excepção a esta regra aconteceu em 1983, já que o dia 25 de Abril foi precisamente o dia escolhido para a realização de eleições legislativas.
A dissolução da Assembleia da República, que se deverá concretizar no máximo até 11 de Abril, vai levar ao cancelamento da habitual sessão solene comemorativa do 25 de Abril, informou a porta-voz da conferência de líderes.
A sessão solene do 25 de Abril é, nos termos do regime, uma sessão plenária. E nessa data o Parlamento já estará dissolvido pelo que só funciona a comissão permanente, um órgão que substitui o plenário em altura de dissolução e de férias.
A Comissão Permanente pode convocar o Plenário a qualquer momento por isso os deputados estarão, até à tomada de posse da nova Assembleia, numa espécie de prevenção. Assim, os deputados ficam sem trabalho mas não ficam sem salário.
“Eu acho incompreensível, não consigo perceber como é que um Estado de Direito democrático resultante do 25 de Abril tem vergonha de assinalar o dia ‘inicial e limpo’, desse mesmo Estado democrático. Não vejo por que é que [os deputados da AR] não poderiam ter encontrado forma de evocar o 25 de Abril, a não ser que tenham vergonha da situação a que levaram o país”, reiterou o coronel Vasco Lourenço presidente da Associação 25 de Abril.
É de todo incompreensível que, podendo a Comissão Permanente da actual Assembleia da República convocar o Plenário não o faça para comemorar o dia da Liberdade.
Sem nada para fazer mas a receber o seu vencimento, porque interromper as férias?
Ricas vidas! Cambada!
– Então, foste à manifestação da geração à rasca?
– Sim, claro.
– Quais foram os teus motivos?
– Acabei o curso e não arranjo emprego.
– E tens respondido a anúncios?
– Na realidade, não. Até porque de verão dá jeito: um gajo vai à praia, às esplanadas, as miúdas são giras e usam pouca roupa. Mas de inverno é uma chatice. Vê lá que ainda me sobra dinheiro da mesada que os meus pais me dão. Estou aborrecido.
– Bom, mas então por que não respondes a anúncios de emprego?
– Err...
– Certo. Mudando a agulha: felizmente não houve incidentes.
– É verdade, mas houve chatices.
– Então?
– Quando cheguei ao viaduto Duarte Pacheco já havia fila.
– Seguramente gente que ia para as Amoreiras.
– Nada disso. Jovens à rasca como eu. E gente menos jovem. Mas todos à rasca.
– Hum… E estacionaste onde? No parque Eduardo VII?
– Tás doido?! Um Audi TT cabrio dá muito nas vistas e aquela zona é manhosa. Não, tentei arranjar lugar no parque do Marquês. Mas estava cheio.
– Cheio de…?
– De carros de jovens à rasca como eu, claro. Que pergunta!
– E…?
– Estacionei no parque do El Corte Inglés. Pensei que se me despachasse cedo podia ir comprar umas coisinhas à loja gourmet.
– E apanhaste o metro.
– Nada disso. Estava em cima da hora e eu gosto de ser pontual. Apanhei um táxi. Não sem alguma dificuldade, porque havia mais jovens à rasca atrasados.
– Ok. E chegaste à manif.
– Sim, e nem vais acreditar.
– Diz.
– Entrevistaram-me em directo para a televisão.
– Muito bom. O que disseste?
– Que era licenciado e estava no desemprego. Que estava farto de pagar para as reformas dos outros.
– Mas, se nunca trabalhaste, também não descontaste para a segurança social.
– Não? Pois… não sei.
– Deixa-me adivinhar: és licenciado em Estudos Marcianos.
– F***-se! És bruxo, tu?
– Palpite. E então, gritaste muito?
– Nada. Estive o tempo todo ao telemóvel com um amigo que estava na manif do Porto. E enquanto isso ia enviando mensagens para o Facebook e o Twitter pelo iPhone e o Blackberry.
– Mas isso não são aparelhinhos caros para quem está à rasca?
– São as armas da luta. A idade da pedra já lá vai.
– Bem visto.
– Quiriquiri-quiriquiri-qui! Quiriquiri-quiriquiri-qui!
– Calma, rapaz. Portanto despachaste-te cedo e ainda foste à loja gourmet.
– Uma merda! A luta é alegria, de forma que continuámos a lutar Chiado acima, direitos ao Bairro Alto. Felizmente uma amiga, que é muito previdente, tinha reservado mesa.
– Agora os tascos do Bairro aceitam reservas?
– Chamas tasco ao Pap’Açorda?
– Errr… E comeram bem?
– Sim, sim. A luta é cansativa, requer energia. Mas o pior foi o vinho. Aquele cabernet sauvignon escorregava…
– Não me digas que foste conduzir nesse estado.
– Não. Ainda era cedo. Nunca ouviste dizer que a luta continua? E continuou em direcção ao Lux. Fomos de táxi. Quatro em cada um, porque é preciso poupar guito para o verão. Ah… a praia, as esplanadas, as miúdas giras e com pouca roupa…
– Já não vou ao Lux há algum tempo, mas com a crise deve estar meio morto, não?
– Qual quê! Estava à pinha. Muita malta à rasca.
– E daí foste para casa.
– Não. Apanhei um táxi para um hotel. Quatro estrelas, que a vida não está para luxos.
– Bom, és um jovem consciente. Como tinhas bebido e…
– Hã?! Tu passas-te! A verdade é que conheci uma camarada de luta e… bem… sabes como é.
– Resolveram fazer um plenário?
– Quê? Às vezes não te percebo.
– Costuma acontecer. E ficaram de ver-se?
– Ha! Ha! Ha! De ver-se, diz ele. Não estás a ver a cena. De manhã chegámos à conclusão que ela era bloquista e eu voto no Portas. Saiu porta fora. Acho que foi tomar o pequeno-almoço à Versailles.
– Tu tomaste o teu no hotel.
– Sim, mas mandei vir o room service, porque ainda estava meio ressacado.
– Depois pagaste e…
– A crédito, atenção. Com o cartão gold do Barclays.
– … rumaste a casa.
– Sim, àquela hora a A5 não tinha trânsito. Já não havia malta à rasca a entupir o tráfego.
– Moras onde? Paço d’Arcos? Parede?
– Que horror! Não, não. Moro na Quinta da Marinha, numa casita modesta que os meus pais se vêem à rasca para pagar. Para a próxima levo-os comigo.
Rui Herbon [Jugular]
PS
Na verdade, não passa de uma caricatura mas, anda por aí muito desta gente, à rasca...
Contudo, outros (verdadeiramente) à rasca, já nem condições têm para se deslocar a manifestações. Seria, sobretudo, por estes que políticos e governantes, verdadeiramente, se deveriam preocupar e é o que se vê.
O Presidente agora já tem titulo
Como muito bem afirmou um estudante brasileiro a, mais que merecida, atribuição do titulo de Dr. Honoris Causa a Presidente do país irmão pela academia de Coimbra “É uma lição aos que criticavam o Brasil por ter eleito um presidente que nem curso superior tinha”.
É uma lição com a qual muitos políticos e nós todos deveríamos aprender, acrescente-se.
É preciso promover a revolta do desassossego social e colectivo
PSD, CDS, BE, PCP e PR ajudaram, a agência Fitch vai fazer o resto ao deixar mais um aviso, peremptório, a Portugal: se o Estado não for socorrido pela UE e pelo FMI, o rating da dívida soberana nacional pode baixar ainda mais em breve.
É o caso de se ser preso por ter cão e ser-se preso por não ter. Eles querem, à viva força que seja o FMI a mandar no país. Porque será?
Têm razão os gregos ao escreverem a alertar os portugueses sobre os custos da entrada do FMI nas economia, tem razão Lula da Silva em fazer os aletas que fez e quer uns como outro com conhecimento de causa.
O estranho é que, cá dentro haja tantos apoios à famigerada entrada daqueles escabrosos usurários. Porque será?
Os Irlandeses foram obrigados pela União Europeia, pelo FMI e pelo seu governo a pagar as dívidas dos “seus” bancos. Não tinha de ser assim. As perdas dos bancos Irlandeses poderiam ter recaído sobretudo sobre os accionistas dos bancos irlandeses e sobre os seus credores.
Mas como os credores dos bancos irlandeses são bancos e fundos ingleses, alemães, franceses… a UE e o FMI (verdade seja dita mais a UE do que o FMI) achou que tinham de ser os irlandeses a pagar e o governo de turno na Irlanda achou que não havia alternativa.
Depois disto os Irlandeses mudaram de governo de turno dando um sinal de que não estariam dispostos a ver a brincadeira repetir-se.
Agora descobriu-se uma nova cratera de 20 mil milhões nos bancos irlandeses. A UE fez saber que só estava disposta a contribuir se a Irlanda deixasse de praticar o dumping fiscal que esteve associado ao seu milagre falhado. O governo de turno considera que o dumping fiscal é um interesse vital Irlanda (não discuto agora isso). Mas sabe também que a paciência dos irlandeses tem limites. Por uma e outra razão fez saber em Bruxelas, como o João Rodrigues já assinalou hoje, que desta vez queria partilhar os custos com os credores.
Parece que a ameaça foi feita de forma credível. Da noite para o dia, como nos conta Sérgio Aníbal no Público, o BCE apareceu com um programa de financiamento a médio prazo para os bancos, em complemento do financiamento a curto prazo que tem vindo a praticar. Da noite para o dia o BCE passou das ameaças de corte da liquidez para a banca para um programa de financiamento a médio prazo. Os irlandeses fizeram acontecer o impossível. Como não podem existir programas do BCE aplicáveis apenas a casos particulares, o novo programa do BCE terá de ser extensível a todos os bancos em dificuldades. À boleia, os bancos portugueses, espanhóis e sabe-se lá que bancos mais, agradecem. Nós devemos agradecer também.
Ele há coisas que acontecem que são inspiradoras e fazem surgir alternativas quando menos se espera. Entretanto o mesmo BCE que financia os bancos a curto (e agora) a médio prazo continua impedido pelos tratados de financiar directamente os estados. É muito improvável que quem manda na Europa altere esta cláusula dos tratados. Sabemos que é absurdo não o fazer, mas, dizem-nos, é a dura realidade. O que é que poderá ser feito para que o improvável aconteça desta vez no que diz respeito, não à dívida dos bancos, mas à dívida dos estados?
Se duvidas houvessem estas declarações de Rangel são bem a prova do que são hodiernamente os políticos que nos desgoverno, que desgovernam na Europa. Pelos vistos a dona Angela (que passou um raspanete publico ao seu parceiro português) tanto lhe servirá Sócrates ou coelho no leme do desgoverno português desde que os bancos alemães continuem a sugar o sangue económico do país, com os juros a atingir os 9 por cento. Ainda há quem afirme que a srª é uma boa lider europeia!
O eurodeputado social-democrata Paulo Rangel afirmou que o seu partido conta com a solidariedade do Partido Popular Europeu (PPE), acrescentando que a chanceler alemão, Angela Merkel, «quando vir o Governo do PSD vai respirar de alívio».
No final da reunião do Conselho Nacional do PSD, em Lisboa, Paulo Rangel defendeu que «tudo o que se está a passar» em Portugal, «incluindo o que se passou esta terça-feira, é da responsabilidade exclusiva do engenheiro Sócrates».
«Nós, no Parlamento Europeu, os deputados europeus do PSD, estamos a fazer um esforço absolutamente enorme no sentido de mostrar isso aos nossos parceiros europeus e posso dizer, não cometo nenhuma inconfidência, que o PPE e o grupo parlamentar do PPE estão totalmente solidários com as posições do PSD», acrescentou.
Questionado sobre as afirmações sobre a situação portuguesa feitas por Angela Merkel, que criticou o chumbo do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) pelos partidos da oposição no Parlamento, Rangel respondeu que «têm de ser compreendidas no plano institucional».
«Eu estou no PPE, faço parte dos órgãos do grupo parlamentar do PPE e, portanto, a posição é claríssima sobre essa matéria. Outra coisa são os primeiros-ministros de outros países que falam a nível do Conselho. Uma coisa é falar a nível institucional, outra coisa é falar a nível político. Não há que confundir os planos. Mas não tenham dúvidas de que a chanceler Merkel quando vir o Governo do PSD vai respirar de alívio», acrescentou.
Está tudo dito, mais palavras para quê, são artistas da política e têm um sorriso de pasta medicinal couto, mesmo que mintam com quantos dentes têm na boca.
A Frente Sindical da Administração Pública (Fesap) exige que a suspensão do Sistema de Avaliação de Desempenho (SIADAP) “deve abranger todos os trabalhadores” da administração pública e não apenas os professores.
- por Denise Fernandes, 28.3.2011
"Não aceitamos que haja um tratamento discriminatório entre os trabalhadores da administração pública", disse ao Económico o dirigente da Fesap, Nobre dos Santos. O dirigente sindical garante ainda que irá abordar o tema na reunião agendada para quarta-feira com o secretário de Estado da Administração Pública, Gonçalo Castilho dos Santos.
Recorde-se que o SIADAP dos professores foi chumbado sexta-feira na Assembleia da República pelos partidos da oposição.
Dada as "especificidades do ensino", o sindicato "nunca levantou quaisquer problemas no que diz respeito ao facto de o sistema de avaliação dos professores resultar num certo favorecimento destes em comparação com os demais trabalhadores". Porém, a Fesap diz que "quando se coloca em causa o próprio sistema", a Fesap considera que a suspensão do SIADAP "terá de ser estendida a todos, sob pena de que o princípio de igualdade seja completamente subvertido".
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- A.Silva:
O SIADAP e a avaliação de desempenho da função pública é uma palhaçada.
... Para além dos cheques e dos prémios de mérito atribuídos aos amigos, esta ''avaliação'' não serve para nada. Nos serviços onde nunca foi imposta, a qualidade não piorou, e nos serviços onde foi imposta a qualidade não melhorou, antes pelo contrário, pioraram as relações entre os "premiados" (são sempre os mesmos) e os outros que de facto trabalham.
- Gilberto :
Estou atónito????? o Nobre diz isso???? Não acredito???? Não é possivel um acólito do PS conjuntamente com aquele que assobia quando fala !! Sim aquele que é secretário geral da UGT , sim esse!!!! venderam os trabalhadores e assinaram tudo o que era nefasto ao governo e patronato, conquistas pós 25 de abril , após muitas greves, muitas lutas, perdidas na secretaria á conta desses srs, ...
Nós vamos votar e escolher entre o PEC do PS e o PEF do PSD ou a possibilidade de um governo PCP ou BE que vai simplesmente decretar o fim da austeridade que conduz a medidas recessivas, cortes salariais, etc.
Passos Coelho anunciou o PEF, Plano de Estabilidade Financeira, mas nada disse sobre o seu conteúdo, pelo que ficámos sem saber o significado político da palavra estabilidade e como é que vão ser pagas as dívidas a vencer e onde é que se vai buscar dinheiro.
O PS com Sócrates não se cansa de dizer que a situação é dramática e que tem de ir ao bolso dos que ganham mais de 1.500 euros mensais para pagar o serviço da dívida, apesar das contas do Estado serem superavitárias. As receitas em Janeiro e Fevereiro ultrapassaram em 800 milhões de euros as despesas, mas o serviço da dívida vai tornando-se cada vez mais elevado, pelo que um excedente de 400 milhões de euros por mês poderia dar 4.800 milhões ao fim do ano, mas é insuficiente para pagar as dívidas de Abril e Maio. Acrescente-se que o segundo semestre é mais caro que o primeiro, dado terem de ser pagos 8 salários e pensões em vez de seis.
Mesmo assim, o problema já não está nas despesas do Estado, mas na falta de um Banco Central, pois o BCE feito à medida dos alemães não serve os 330 milhões de europeus da zona euro. É curioso que aparentemente nenhum economista nacional e nenhum comentador leu os dois manuais de Macroeconomia que tenho, o de Dornbusch, Fischer e Startz e o de Robert J. Gordon e, menos ainda, os estatutos do BCE. Em Dornbusch há um capítulo que relaciona o crescimento monetário antecipado com o crescimento do produto e vamos ao encontro das teses de Krugman de que sem emissão (crescimento monetário) não há crescimento do PIB. A Senhora Merkel impôs um BCE totalmente “independente” dos outros países menos da Alemanha e da França que tem o Sr. Trichet ao leme. O BCE perdeu a função macroeconómica de “prestamista de última instância” no preciso momento em que se surge a maior crise financeira desde a de 1929.
Mesmo assim, Merkel vê o seu partido derrotado, apesar dos alemães pagarem juros muito inferiores aos dos portugueses, terem um menor desemprego e as suas exportações aumentaram extraordinariamente. A direita cristã da Merkel perdeu as eleições no Baden-Wurtemberg, um dos estados mais ricos e que foi sempre governado pela democracia cristã desde as primeiras eleições federais em 1953.
O Banco Central Europeu não emite moeda para os bancos centrais dos países membros, apenas pode e fê-lo no passado para emprestar a bancos capitalistas. Claro, em Portugal a CGD conta como um banco qualquer e tem valido bastante ao Estado português, até por ser o maior banco do País e esperemos que Passos Coelho não cometa o crime de o privatizar se for PM.
O BCE nem compensa a valorização do ouro, de que Portugal possui umas toneladas valentes, emitindo moeda para comprar dívida, limitando-se a algumas aquisições no mercado secundário de títulos a quase 8% ao ano. Os lucros que o BCE está a obter com os títulos portugueses são distribuídos pelos bancos centrais nacionais, pelo que Portugal está a financiar a Alemanha com os seus 18% do BCE e outros países grandes, já que a quota portuguesa é de um pouco menos de 2%.
Estamos a ser roubados pelos alemães e Europa em geral enquanto andam na televisão uns ignorantes às cabeçadas uns contra os outros sem nunca terem lido um manual de Macroeconomia.
Para a Alemanha, o euro a 1,4 dólares é interessantíssimo porque permite comprar tudo à sua volta, isto é, nos países que não têm o euro e as suas moedas estão desvalorizadas. Como o Jerónimo Martins comprou a maior cadeia de supermercados na Polónia, a Alemanha comprou a Skoda na Rep. Checa onde o ordenado mínimo é de 319 euros devido à diferença cambial. Em vez das divisões panzer são os milhares de milhões de euros ganhos à custa de países como Portugal, Irlanda e Grécia, Espanha, Bélgica, Itália, etc., Repare-se que a Grécia e a Irlanda estão a pagar juros superiores a 10%, apesar da intervenção do FMI.
Durante a II. Guerra Mundial, a Alemanha hitleriana financiou uma parte das despesas de guerra com o ouro e reservas roubados aos bancos centrais dos países ocupados. Hoje, fá-lo através dos estatutos do BCE que foram concebidos por geniais economistas que imaginavam que nunca podia haver uma crise económica.
No PSD há uma pessoa que tem razão. Manuela Ferreira Leite afirmou que Portugal nunca poderá ter um défice de 2% em 2013, mas talvez só daqui a uns cinco anos. Sem contar com juros da divida e liquidação de prestações, Portugal pode ter um excedente nas contas públicas de mais de 2% do PIB, mas o serviço da dívida, que vai financiar a Alemanha e a França impedem de todo que isso aconteça.
O PCP e BE querem decretar o fim da austeridade e sabemos que querem ir buscar dinheiro aos bancos, o que é lógico, pois lá é que está o dinheiro, mas não nos disseram qual o dinheiro que querem levantar, o dos depósitos ou a chamada “moeda primária” que é constituída pelo dinheiro em circulação que está em reserva e nas caixas de multibanco mais as reservas ou, apenas, o lucro de 50 cêntimos diários por cada português.
A banca lucra uns 5 milhões de euros por dia, o que dá 1.825 milhões de euros ao ano, sobre os quais paga 21,5% de imposto, ou seja, 392 milhões de euros, e é obrigada a reter como reserva a maior parte desse lucro, dado que os mercados europeus estão fechados há mais de um ano à banca portuguesa. A dívida da banca portuguesa ao BCE era em Agosto passado de quase 50 mil milhões de euros, os quais estão emprestados a compradores de casas, empresas e outros devedores.
Os poucos dividendos que o BES pagou aos seus acionistas estão sujeitos ao IRS à taxa de 47% para quem auferira de algo mais do que uns 10 mil euros mensais englobados com outros rendimentos, incluindo de trabalho.
A banca portuguesa, incluindo o maior banco nacional, a Caixa Geral de Depósitos, viram o seu rating descer e estão a um nível de serem considerados “lixo” pelas agências respetivas.
Assim sendo, com lucros inferiores a um quinto do serviço da dívida nacional e a braços com as dívidas privadas, a banca nacional poderá proporcionar meios suficientes para acabar com a austeridade? É evidente que não e Jerónimo e Louçã não são suficientemente estúpidos para saber que nada iriam buscar de especial aos bancos e a três ou quatro grandes empresas lucrativas. Mas, faz parte da sua política dizer que não a tudo e os portugueses sabem que é mentira e daí nunca lhes terem dados os 45% necessários para decretarem o fim da austeridade e as sondagens indicam que ficarão muito longe disso, mesmo se resolvessem fazer uma ampla coligação CDU que incluísse o BE.
Saliente-se no “Armazém de Estatísticas” do BCE podemos ler que o volume dos agregados monetários M1, M2-M1 e M3-M2-M1 sofreram uma redução entre Dezembro de 2010 e Janeiro de 2011 como já aqui escrevi algures, mas é bom repetir para colocar a realidade bem na mente das pessoas. Por falta de emissão, há menos moeda, logo os juros aumentam e produzem ainda menos moeda para os países mais aflitos.
Enfim, a maior MENTIRA e a existência de uma UNIÃO EUROPEIA.
Em Portugal, atravessamos um pequeno período dramático de um tempo instável, povoado por problemas sufocantes.
Os discursos, as propostas, os objectivos afixados pelos interventores políticos têm um valor facial que não pode ser ignorado. No entanto, é talvez a atitude que deixa transparecer, o horizonte para onde mostram que estão a querer caminhar que mais contam. E contam como sintomas do que realmente querem, como indícios dos bloqueios estratégicos que realmente os afligem.
À direita, o CDS está alapado numa campanha, que ele quer fazer parecer mansa, esperando que o PSD ganhe as eleições sem maioria absoluta, para fazer render a feliz circunstância de precisarem dele. Procura ser duro para com o Governo com a menor truculência possível e distancia-se do PSD com alguma cerimónia. Embrulhada nos seus temas emblemáticos, segue a clássica agenda neoliberal no que é essencial, tendo o cuidado de pôr os olhos em alvo, relativamente às vítimas dessa mesma agenda, mostrando assim que tem muita pena delas, mas não pode evitar-lhes o sofrimento. No limite, como Paulo Portas disse, sonha com um inesperado "bingo" eleitoral.
Na direita, que alega estar um bocadinho ao centro, o PSD apresta-se a tentar parecer um ciclone de mudança que não derruba uma única árvore. Mas os seus dirigentes deixaram já transparecer um lado reguila que os leva a precipitarem-se em disparates, que de seguida têm que vir dizer que foram a brincar. E começa a pairar, ainda ao de leve, mesmo entre os seus entusiastas, um vago receio de que possam tratar um futuro governo, onde consigam estar, como uma rapaziada de fim-de-semana. Para compensarem a atmosfera algo adolescente que os rodeia, recorrem, aqui e ali, a algumas reminiscências carcomidas do passado que voltam à ribalta política estremunhados, como se lhes tivessem interrompido um merecido repouso.
As oposições de esquerda cavalgam com algum espanto as suas palavras habituais, revelando curiosidade e preocupação, quanto ao ponto a que as vão conduzir os seus automatismos identitários. Alguns espíritos mais abertos e voluntaristas têm-lhe até dirigido apelos para que se juntem. Que eu saiba, só o PCP reagiu já, com uma resposta quase comovente, através da qual fez saber que o seu matrimónio com os Verdes era uma união feliz que o deixava plenamente satisfeito, não precisando de mais ninguém.
O PS apresta-se para o combate. Tudo indica que tenciona vender cara a derrota, que todos anunciam como certa. Ora, neste baile de sombras, só quem realmente venda cara uma possível derrota merece verdadeiramente vencer. Por isso, no pequeno coração dos seus inimigos, há um medo ainda leve que começa a subir: o medo de uma inesperada recuperação do PS. E, dia após dia, num ruído mediático crescente, muitas vozes criteriosamente conjugadas, provocam uma girândola política, que quase poderia parecer esquizofrénica: num momento cospem violentamente em tudo o que cheire a governo e a PS, para, no momento seguinte, se prostrarem dóceis diante dele, pedindo-lhe a esmola de uma futura ajuda. E alguns políticos, empresários ou comentadores, mais assimétricos, ocupam mesmo o seu repousado tempo a exigir ao PS que escolha, como seu primeiro dirigente, alguém que esses plumitivos achem ser um sujeito que lhes convenha.
Se o PS entender que este período de combate apenas exige que se faça como de costume, erguendo-se um pouco mais o tom de voz, intensificando-se a agressividade das palavras e flagelando-se com mais energia os adversários, corre o risco de patinar em seco e até, em última instância, de se estatelar. De facto, tudo isso é importante, mas precisa de ser completado, pela ostensividade de uma qualificação política objectivamente prestigiante. Deste modo, o PS tem que colocar já em movimento uma dinâmica de renovação interna que o torne mais eficaz, mais democrático, mais transparente e mais solidário. E tem que ser completamente alérgico a carreirismos pessoais, devendo agir com sistemática diligência, no aproveitamento pleno dos méritos, competências e capacidades dos seus militantes. Tem por isso que se mostrar objectivamente determinado a ser um verdadeiro movimento social, que adquira um protagonismo efectivo na impregnação do tecido social pelos seus valores e pelo seu horizonte. A urgência do longo prazo vai manifestar-se, com muita força, nos próximos tempos, pelo que quem falhar na imaginação do futuro dificilmente poderá ter credibilidade para que confiem nele como solução no presente.
Rui Namorado [O Grande Zoo]
É muito comum ouvir histórias de mulheres que enfeitiçaram homens e os fizeram fazer coisas que eles nunca teriam feito, se a dita bruxa não tivesse aparecido.
As histórias são muitas. As mais comuns envolvem mulheres traídas que não atribuem culpas ao tonto do ex, que não se soube controlar, perante tanta beleza que há no mundo, ou a elas próprias, que nunca tiveram energia ou paciência para melhorar a relação.
Não, a razão tem que ser de algo mais transcendental. E o mais fácil é colocar as culpas numa bruxa, que por acaso nem as conhecia, que apareceu das brumas e enfeitiçou o coitado. Já quando o caso é ao contrário, é diferente. A culpa raramente é do outro, é da bruxa da ex, que enfeitiçou o outro e o fez cometer adultério. Dois pesos e duas medidas que me começam a irritar.
Se, por exemplo, o caso é de duas pessoas comprometidas do mesmo grupo de amigos que se apaixonaram e que acaba descoberto, quem é expulso do grupo? Dos casos que eu conheço, sempre a mulher. Porque a bruxa é a culpada, claro.
Se duas pessoas trocam um olhar menos correcto, de quem é a culpa? Dos dois, diria eu. Da mulher, diria a maior parte da pessoas que eu conheço. Ficaria rica se ganhasse 50 euros por cada vez que ouvi um homem a fazer-se de vítima em situações que era óbvio serem recíprocas.
Os homens podem escorregar, pecar e arrepender-se no fim. As mulheres, quando fazem o mesmo, são afastadas.
O que me faz mais confusão em todas estas histórias é como os bananas dos homens destas histórias permitem que isto aconteça, só para fugirem às responsabilidades, e não dão um passo à frente para admitir a sua parte. Na maior parte dos casos, preferem acreditar na culpa da mulher, para não terem que avaliar o seu próprio comportamento ou, pior, terem que ficar com peso na consciência.
Mas, lá está, é mais fácil deixar uma mulher a arder, principalmente quando todos estão habituados a fazê-lo, do que ter que admitir que não somos perfeitos.
Serão resquícios da inquisição?
tsetse: http://internofeminino.blogs.sapo.pt/#ixzz1HzmSfKFt
PS
Não creio que sejam resquícios da "santa inquisição" mas revelador de algum machismo não há duvida (ou então de comodismo feminino) mas que a blogosfera, também, parece dominada pelos machos é certo. Veja-se aqui o Luminária, só homens!
Despesas públicas e competências respectivas nos termos do Decreto-Lei nº 40/2011 de 22 de Março.
A demagogia dos políticos que nos desgovernam tem guarida nos fundos da Rua de São Bento, em Lisboa. Como diz um amigo meu “o nosso mal reside naquele monte de lacraus, sangue sugas, que passam os seus dias ocupados em produzir verborreias legislativas que só a eles e as seus comparsas dão proveito.”
Anda um certo alerido nas hostes do PSD e de outras agremiações congéneres, a propósito da publicação de um diploma que dá por título de Decreto-lei nº 40/2011 de 22 de Março do corrente mês que, todavia, foi aprovado em Conselho de Ministros de 23 de Dezembro, conforme se pode ler na parte final do mesmo.
Portanto, dentro do prazo que a lei de autorização legislativa lhe impõe (ver nº 2 do artigo 42º da Lei 3-B/2010 de 28 de Abril de 2010).
Nos termos do referido diploma, a Assembleia da República aprovou que, e passa-se a citar,
“1- Fica o Governo autorizado a legislar sobre a competência para autorizar a realização de despesas som a celebração e execução de contratos publicos pelas autarquias locais, no âmbito da revisão do regime jurídico da realização de despesas públicas constante dos artigos 16º a 22º e 29º do Decreto-Lei nº 197/99, de 8 de Janeiro, com o seguinte sentido e extensão:
a) Elevar os limites até aos quais cada um dos órgãos das autarquias locais pode autorizar a realização de despesa, no sentido de reforça as suas competências próprias e delegadas, tendo por limite o dobro dos valores actualmente em vigor;”
b) ...
c) Possibilidade de estabelecer que os montantes referidos nas alíneas anteriores podem ser aumentados até três vezes no caso de urgência, objectivamente verificável, das obras ou reparações a realizar;”
Ora compete ao governo governar formalizando, nomeadamente os instrumentos legislativos pertinentes para o efeito e às oposições seja na Assembleia da Republica seja nas autarquias locais e na observação ou não dos princípios do bom governo da coisa pública e não fazer gincana política.
É claro que, aos olhos do cidadão comum, quem aparece como “mau da fita” é o governo ao deitar cá para forma, nesta altura, uma norma legislativa desta natureza e de não ter sido capaz de enjeitar a, hipócrita autorização, de legislar que a Assembleia lhe estendo num tapete que agora diz querer lhe retirar.
O país e a população pagam muito caro, demasiadamente caro, as incompetências e a falta de ética politicas de muitos políticos e partidos que, irresponsavelmente, continuam a desempenhar funções de Estado.
Quase já não vale a pena malhar no ceguinho, como é popular e habitualmente ouvir-se. Contudo, como também já se tem visto, ouvido e lido “só são vencidos os que desistem de lutar”.
São raras, mas louváveis, as freguesias que já informam, assídua e qualitativamente, os seus respectivos fregueses, tanto da actividade dos Executivos como das suas Assembleias, nomeadamente através da publicação das respectivas actas e outros documentos nas suas páginas da net.
Outras são as que, com a assiduidade que as circunstâncias o requerem, promovem debates publicos, com a necessária e cuidada informação atempada às populações, sobre matérias importantes, tanto gestionárias como de cidadania.
Encontram-se a debate público dois importantes documentos/planos que é a Agenda 21 de Lisboa e o respectivo Plano Director Municipal da capital do país, quantas e quais as juntas de freguesias e/ou respectivas assembleias já fizeram ou têm marcados debates de tais e tão importantes assuntos?
Tais matérias não deveriam envolver os cidadãos, eleitores e fregueses?
Só se lembram dos votos e não das pessoas?
Eleições no Sporting Clube de Portugal - Contagem dos votos
Os votos expressos pelos associados ao lado dos boletins de voto excedentes do acto eleitoral.
E afirmam que não houve inconformidades!
Deu entrada na Assembleia da República um documento que quer ver discutida a possibilidade das despesas com saúde dos animais domésticos poderem ser incluídas na declaração de IRS.
A petição, que tem como primeiro signatário Mário Rui da Rocha Cardoso, argumenta que a vacinação e os tratamentos dos animais são “uma situação de prevenção da saúde pública”. No entanto, “nenhum dos encargos médicos com os nossos animais podem ser incluídos na declaração do IRS”.
Os peticionários, que se apelidam de “amigos dos animais” sublinham ainda que “muitos de nós já nos deparamos com avultadas contas em medicamentos, tratamentos e outras contas para tratar os nossos animais de estimação”.
A petição deu entrada em São Bento no dia 16 de Fevereiro e está neste momento à espera de discussão na Comissão de Orçamento e Finanças. Porém, tal como a restante legislação, também esta petição poderá ficar pendente durante mais alguns longos meses devido à provável dissolução do Parlamento por parte do Presidente da República.
Ao que isto está a chegar! Está tudo louco!
Agora que o governo está a cortar fortemente nos benefícios fiscais das pessoas, deparamo-nos com propostas destas!
Só podem estar a brincar.
Assustador o que esta gente quer fazer ao país!
Islândia. O povo é quem mais ordena. E já tirou o país da recessão
Os protestos populares, quando surgem, são para ser levados até ao fim. Quem o mostra são os islandeses, cuja acção popular sem precedentes levou à queda do governo conservador, à pressão por alterações à Constituição (já encaminhadas) e à ida às urnas em massa para chumbar o resgate dos bancos.
Desde a eclosão da crise, em 2008, os países europeus tentam desesperadamente encontrar soluções económicas para sair da recessão. A nacionalização de bancos privados que abriram bancarrota assim que os grandes bancos privados de investimento nos EUA (como o Lehman Brothers) entraram em colapso é um sonho que muitos europeus não se atrevem a ter. A Islândia não só o teve como o levou mais longe.
Assim que a banca entrou em incumprimento, o governo islandês decidiu nacionalizar os seus três bancos privados - Kaupthing, Landsbanki e Glitnir. Mas nem isto impediu que o país caísse na recessão. A Islândia foi à falência e o Fundo Monetário Internacional (FMI) entrou em acção, injectando 2,1 mil milhões de dólares no país, com um acrescento de 2,5 mil milhões de dólares pelos países nórdicos. O povo revoltou-se e saiu à rua.
Lição democrática n.º 1: Pacificamente, os islandeses começaram a concentrar-se, todos os dias, em frente ao Althingi [Parlamento] exigindo a renúncia do governo conservador de Geir H. Haarde em bloco. E conseguiram. Foram convocadas eleições antecipadas e, em Abril de 2009, foi eleita uma coligação formada pela Aliança Social-Democrata e o Movimento Esquerda Verde - chefiada por Johanna Sigurdardottir, actual primeira-ministra.
Durante esse ano, a economia manteve-se em situação precária, fechando o ano com uma queda de 7%. Porém, no terceiro trimestre de 2010 o país saiu da recessão - com o PIB real a registar, entre Julho e Setembro, um crescimento de 1,2%, comparado com o trimestre anterior. Mas os problemas continuaram.
Lição democrática n.º 2: Os clientes dos bancos privados islandeses eram sobretudo estrangeiros - na sua maioria dos EUA e do Reino Unido - e o Landsbanki o que acumulava a maior dívida dos três. Com o colapso do Landsbanki, os governos britânico e holandês entraram em acção, indemnizando os seus cidadãos com 5 mil milhões de dólares [cerca de 3,5 mil milhões de euros] e planeando a cobrança desses valores à Islândia.
Algum do dinheiro para pagar essa dívida virá directamente do Landsbanki, que está neste momento a vender os seus bens. Porém, o relatório de uma empresa de consultoria privada mostra que isso apenas cobrirá entre 200 mil e 2 mil milhões de dólares. O resto teria de ser pago pela Islândia, agora detentora do banco. Só que, mais uma vez, o povo saiu à rua. Os governos da Islândia, da Holanda e do Reino Unido tinham acordado que seria o governo a desembolsar o valor total das indemnizações - que corresponde a 6 mil dólares por cada um dos 320 mil habitantes do país, a ser pago mensalmente por cada família a 15 anos, com juros de 5,5%. A 16 de Fevereiro, o Parlamento aprovou a lei e fez renascer a revolta popular. Depois de vários dias em protesto na capital, Reiquiavique, o presidente islandês, Ólafur Ragnar Grímsson, recusou aprovar a lei e marcou novo referendo para 9 de Abril.
Lição democrática n.º 3: As últimas sondagens mostram que as intenções de votar contra a lei aumentam de dia para dia, com entre 52% e 63% da população a declarar que vai rejeitar a lei n.o 13/2011. Enquanto o país se prepara para mais um exercício de verdadeira democracia, os responsáveis pelas dívidas que entalaram a Islândia começam a ser responsabilizados - muito à conta da pressão popular sobre o novo governo de coligação, que parece o único do mundo disposto a investigar estes crimes sem rosto (até agora).
Na semana passada, a Interpol abriu uma caça a Sigurdur Einarsson, ex-presidente-executivo do Kaupthing. Einarsson é suspeito de fraude e de falsificação de documentos e, segundo a imprensa islandesa, terá dito ao procurador-geral do país que está disposto a regressar à Islândia para ajudar nas investigações se lhe for prometido que não é preso.
Para as mudanças constitucionais, outra vitória popular: a coligação aceitou criar uma assembleia de 25 islandeses sem filiação partidária, eleitos entre 500 advogados, estudantes, jornalistas, agricultores, representantes sindicais, etc. A nova Constituição será inspirada na da Dinamarca e, entre outras coisas, incluirá um novo projecto de lei, o Initiative Media - que visa tornar o país porto seguro para jornalistas de investigação e de fontes e criar, entre outras coisas, provedores de internet. É a lição número 4 ao mundo, de uma lista que não parece dar tréguas: é que toda a revolução islandesa está a passar despercebida nos media internacionais.
Uma das evidências desta crise política é o estado catastrófico do PS.
Amarrado a uma liderança sem outro rumo que não seja o da autopreservação do poder, o PS é hoje um partido mergulhado num incompreensível autismo, sem capacidade para gerar um debate interno que o recoloque no seu espaço próprio, construído por valores de abertura, tolerância, transparência e liberdade de opinião.
O PS de Sócrates nada tem a ver com a herança de líderes como Soares, Sampaio, Guterres ou Ferro Rodrigues. É um partido barricado na falsa união, no unanimismo obediente, na defesa de privilégios e benesses típicos do exercício do poder de forma autocrática. Há porém um PS que está muito para lá das lógicas propagandísticas do aparelho medíocre construído por Sócrates e seus apaniguados.
Há um PS de eleitores que é muito mais do que o partido de militantes que conforta Sócrates nas suas maiores norte-coreanas eleições internas. E é esse PS de eleitores que está a abandonar o outro de militantes. Há gente que está a ver isso no largo do Rato mas permanece estranhamente silenciosa. Onde pára, afinal, esse outro PS? Sem sinais de respiração, o partido de eleitores também se vai desvanecendo. Sem esperança, o PS de eleitores vai dar mais de uma década de castigo ao outro, desenhado por Sócrates.
Por:Eduardo Dâmaso[Correio da Manhã]
A cabra terá sido um dos primeiros animais a ser domesticados, algures no Médio Oriente, por voltas do ano 7000 a C.
As treze freguesias do conselho de Guimarães, que este ano é capital europeia da cultura, irão receber, do respectivo município, um apoio financeiro para a aquisição de alguns daqueles animais ruminantes, de modo a serem utilizados na limpeza das ervas em espaços publicos.
Deixo aqui o pedido àquelas populações vimaranenses para que nos tragam, durante algum tempo, os caprinos, para ver se limpam, tambem, em Lisboa sobretudo ali para as bandas de São Bento, muitas das ervas daninhas que abundam nesta nossa capital.
Numa altura em que o discurso político vai no sentido da conter custos, Governo aumenta os montantes que podem ser gastos por ajuste directo e sem concurso público.
Ministros, autarcas e directores-gerais, a partir de Abril todos estão autorizados a gastar mais dinheiro. No caso dos presidentes de câmara, o montante dos contratos que podem decidir por ajuste directo pode chegar aos 900 mil euros (até agora o máximo era 150 mil). Isto porque na véspera do debate parlamentar sobre a quarta versão do Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC), que incluiu cortes nas pensões e nos benefícios sociais, o Governo fez publicar em Diário da República o Decreto-Lei 40/2011, que estabelece as novas regras para autorização de despesas com os contratos públicos.
[DN].
Ainda pensei em pôr o seguinte título neste post: Dinheiros Públicos vs. Vícios Privados. Pelos vistos continuamos pelos ajustes.
O putativo candidato a Primeiro Ministro Passos Coelho começou já a sua campanha de mentiras.
Ele afirmou há dias muito claramente na Televisão que era melhor a vinda do FMI pois a Grécia e a Irlanda estão a pagar juros menores que Portugal.
Ora, na página 8 do Expresso Economia do passado Sábado leio o seguinte:
“A verdade é que os investidores não se mostram muito contentes com a Grécia e a Irlanda e continuam a penalizar a dívida destes países. Os juros a dez anos gregos estão nos 12,7% e os irlandeses em 10º,1%..
O FMI exigiu aos irlandeses um corte nos salários dos funcionários públicos pela via da eliminação dos 13 e 14º mês e redução do respetivo número com 1 entrada por 5 saídas, congelamento nominal das pensões e fim dos subsídios de Páscoa, férias e Natal. Menor subsídio de desemprego, etc., etc.
Na Irlanda, o FMI exigiu uma diminuição imediata de 5% dos funcionários públicos e corte nos salários totais de 14%, redução das prestações sociais e travão aos investimentos. Tudo sem emissão de moeda.
Na Irlanda, as contas públicas estavam em ordem; houve apenas uma especulação desenfreada em torno do valor das casas e de várias aplicações imobiliárias que falharam por não haver moeda. Alguma emissão por parte do BCE com empréstimos a baixos juros aos bancos privados falidos teria resolvido o problema sem crise.
A crise da dívida soberana é uma crise artificial inventada pelo Banco Central Europeu sob a influência da Alemanha. Essa é a verdade que Paul Krugman não se cansa de repetir.
Até 2006, o BCE forneceu créditos baixo juro aos bancos capitalistas e de repente cortou a torneira. Em Portugal, os bancos foram buscar os créditos a baixo juro lá fora e descuraram o aforro nacional ao pagarem juros abaixo de 1%.
Curiosamente, a Grã-Bretanha que não está no Euro e tem a Libra que pode desvalorizar encontra-se igualmente em crise. Ontem vimos uma manifestação em Londres de mais de 250 mil pessoas com cenas de grande violência e destruição de montras, viaturas, etc. É que o governo de direita britânico está a fazer a mesma política para manter a libra forte quando ao desvalorizá-la pode incrementar as exportações britânicas e diminuir o desemprego.
Na Secção do Lumiar, Ameixoeira e Charneca, o camarada Sócrates obteve uma vitória esmagadora por 84% dos votos expressos.
A Lista dos Delegados ao Congresso venceu igualmente pela mesma percentagem, fazendo eleger os quatro delegados a que a secção tinha direito.
Assim, foram eleitos os seguintes camaradas:
Patrocínia Vale César
Dieter Dellinger
Isabel Cabaço Antunes
Albernoz.
Não se tratou de uma lista organizada pelo aparelho do partido, mas simplesmente por aqueles quatro delegados que resolveram entre si apresentarem-se às eleições, apoiando a Moção de José Sócrates.
Houve outra lista que apoiava o camarada Fonseca Ferreira, também candidato a secretário-geral do partido que obteve 9 novos, pelo não elegeu nenhum delegado.
O camarada Brotas não teve uma lista de delegados a acompanhá-lo e conseguiu um voto na secção, enquanto o candidato madeirense Jacinto Serrão não viu nenhuma cruz nalgum boletim de voto.
Dado que a secção tem numerosos militantes, que não são mais nem menos que os quatro militantes eleitos pois enquanto socialistas somos todos iguais, podiam ser apresentadas outras listas, a apoiar qualquer das Moções dos candidatos a secretário-geral. Assim, os estatutos não impedem que, por exemplo, haja mais que uma lista apoiante de Sócrates.
Não venham pois falar no aparelho do partido pois parece-me que nenhum dos eleitos pertence a qualquer órgão do partido e se pertencesse não teria perdido por isso o direito a candidatar-se a delegado ao Congresso.
Na próxima quinta-feira há eleições para a direção da secção. Apareçam e votem para evidenciar o caráter democrático do PS.
Era o argumento de que o homem de Boliqueime estava à espera. Tinha feito, ainda que metaforicamente, vários avisos à navegação socialista que, embriagada com as loas governativas, não quis, não soube ou não pode dar atenção. Resultado está aí sobre os ombros de todos nós contribuintes que também, de certa forma somos co-responsáveis por tais desideratos.
O Dr. Mário Soares, com a atitude que assumiu em torno das eleições, cujo resultado permitiu o regresso do Sr. “acabado Silva”, não pudera deixar de fazer a sua penitência e reconhecer os seus pecados, ainda que isso de nada sirva para corrigir tais erros adiantará enquanto catarse para a mudança de comportamentos futuros.
Ele, o argumento, omnipotente, deu-lhe na veneta de não dar cavaco a ninguém, cá dentro, (se é que isso adiantasse alguma coisa!) foi-se, de pasta e papeis na mão, a despacho em Bruxelas, junto de uma chanceler que nem sequer é pertença da sua família política mas que é quem manda, nas actuais circunstâncias eurocêntricas alemãs.
Não nos admiremos que o argumento venha a ser o mesmo que o utilizado pelo sr. Silva para derrubar o governo de que igualmente o povo se vai socorrer para atribuir a responsabilidade, ao Partido socialista, para formar o próximo. É que, pelo que se começa a ouvir, o PSD além da sua mal disfarçada hipocrisia, também, começa a mostrar a sua real razão de ter provocado eleições antecipadas, o assalto ao poder sem nenhuma solução que o PS não tivesse já apontado.
Para que tal desiderato aconteça (os socialistas voltarem a ganhar as eleições) basta tão-somente que o PS tenha aprendido a lição e dê mostras de alguma regeneração de atitudes associada à necessária dinamização interna, separando as águas da responsabilidade governativa, da responsabilidade legislativa da Assembleia da república e da acção própria partidária na qual deverá envolver, de forma profícua e continuada, os seus militantes.
Iremos ver esta evolução de comportamentos e atitudes democráticas ou continuaremos a ser cegos?
PS
Os socialistas são, hoje e amanhã, chamados a eleições internas para, em sufrágio directo e universal, elegerem os delegados ao congresso e o respectivo secretário-geral.
Ao lugar de liderança, como é do conhecimento público, concorrem três militantes mas, como é sabido de antemão, dois deles já estão, considerando, também, a desigualdade de armas, marcados com a cruz necrológica que irá ficar registada nos anais partidários.
Quanto ao congresso propriamente dito constituirá, como sempre, mais uma passerelle de vaidades sem que, realmente, se debata o partido e a falta de democracia interna ou a correcção de atitudes desviantes aos princípios da ética, do rigor e da transparência democráticas inclusivé a possibilidade de os militantes poderem votar as/os cabeças de listas para os diferentes actos eleitorais aos diversos níveis e cargos publicos. Nas presentes circunstâncias, com alguma justificação, acresce o facto da urgente necessidade de debater a crise do país e a concomitante preparação da luta eleitoral legislativa.
É uma justificação atendível mas que os congressistas não devem deixar passar em claro aprovando em congresso que, uma vez concluído o processo legislativo, a partir de Junho, o partido deverá entrar em serio e conclusivo debate interno analisando toda a estrutura, desde a secções de residência, temáticas e sectoriais até ao papel do Secretário-Geral e as diversas formas do partido e seus militantes se relacionarem com a sociedade e com os diferentes poderes publicos, nomeadamente na forma como os respectivos cargos devem ser exercidos.
Jean-Claude Juncker, presidente do Eurogrupo, afirmou que obteve garantias claras de Pedro Passos Coelho de que as metas do programa de estabilidade acordado entre Portugal e a Zona Euro serão cumpridas caso o PSD venha a liderar o próximo Governo.
Pedro Passos Coelho, além de já falar em aumento do IVA, que negou até há bem pouco tempo, assume, também, em Bruxelas, o que recusou em Portugal. Uma atitude demonstrativa de que o único interesse que o move não é a defesa do país é o poder, é o egoístico interesse partidário, é a cede governativa. Em suma engana os portugueses prejudica o país.
A Sondagem Sapo de votação por computador/ID de uma só vez deu às 19H40 de 24.03.2011 os seguintes resultados:
PS 32% = 11.847 votantes
PSD 28% = 10.132 “
CDS 14% = 5.293 “
CDU 6% = 2.352 “
BE 7% = 2.492 “
Outros 13% = 4.621
O Universo foi de 36.737 votantes, portanto, superior ao de muitas sondagens feitas para telefones fixos.
Claro, votaram pessoas que têm computador ligado à net no trabalho ou em casa.
A sondagem é completamente aleatória, pois não se sabe mais que aqueles números, mas mostram já que a euforia do PSD de ontem como se já tivesse ganho as próximas eleições foi prematura e nada nos diz que venha a ganhar e talvez nem venha a formar uma maioria absoluta com o CDS.
O governo caiu e agora?
A angústia e a consciência, à mistura com o amor socialista, turvaram-lhe a vista e não lhe deixaram enxergar à realidade dos factos, impediram-lhe de entender as palavras, travaram-lhe a leitura do discurso, e não conseguiu ler o alcance das intenções. Afinal repetiu os mesmos erros que havia cometido quando não teve a coragem, porque não está na sua natureza, de ter feito as pazes com o seu velho amigo e companheiro de jornadas, Manuel Alegre, na corrida a Belém e ter tido uma atitude muito pouco nobre. Agora as lágrimas derramadas são insuficientes e demasiadamente tardias.
Conforme já abordei, num anterior post, que intitulei “Mário Soares: Entre a angústia e a ingenuidade”, Mário Soares foi, mais uma vez Ingénuo por ignorar, ou não ter percebido, a real intenção das referidas declarações produzidas por Cavaco Silva, no discurso da sua posse, quando se comprometeu a “exercer uma magistratura de influência activa.” Os factos vinham demonstrando quais eram as reais intenções do, efectivamente, líder da área ideológica neoliberal portuguesa. Essa e outras declarações do discurso de posse, como o já havia sido o da noite das eleições presidenciais foram, elas próprias, um claro exercício da influência activa visto que tais palavras, a partir momento em que foram ditas, impulsionaram Pedro Passos Coelho, PSD e toda a “família” neoliberalista sedenta de partilha das benesses que sempre se podem chupar do magro Estado.
Cavaco foi tão-somente o impulsionador dessa actividade, os multiplicadores passaram a ser, a partir daí, toda a oposição, com o PSD ao leme e que, paradoxal e estranhamente, nunca antes constatado no parlamento português, se uniu com o exclusivo intuito de derrubar o governo.
Cavaco Silva nunca esteve tão activo como está actualmente, ainda que se não oiça, se não veja e se não sinta. Ele é o Facebook. Ele anda por aí, está na queda do governo, vai estar na marcação das eleições, vai estar na escolha do próximo governo e até de alguns ministeriáveis.
É facto, não se pode nega-lo nem sequer omiti-lo, que tanto governo como o PS cometeram erros de palmatória e deram diversos tiros nos próprios pés.
O partido tornou-se inoperante e deixou-se enfiar numa promiscuidade de papéis tendo confundido o seu próprio com o da acção governativa. Os militantes ficaram ao abandono quase só contando a voz daqueles que orbitavam e orbitam em qualquer centro de poder. A máquina partidária foi absorvida e controlada, usando métodos antidemocráticos, por gente que se confunde com o exercício de cargos políticos em que os secretários de secções partilham as juntas de freguesia, os presidentes concelhios vão a secretários de Estado ou governam municípios, os presidentes federativos escolhem deputados e fazem-se nomear para o governo ou ficam no governo de capitais de distrito e o próprio secretário-geral divide o tempos, preocupações e saberes entre as responsabilidades governativas e a condução dos destinos partidários.
Natural e compreensivelmente um caldo destes nunca poderá resultar num progresso sustentado tanto governativo como de aprofundamento da democracia. Uma miscelânea desta natureza aproveita e continuará a aproveitar a meia dúzia de oportunistas que se aproveitam das circunstâncias de cada momento e da falta de exercício de cidadania por parte da maioria dos cidadãos a começar pelos inscritos nos partidos que por acção ou omissão são coniventes com o actual estado de coisas, com a situação doentia em que caiu a democracia e com toda a panóplia de injustiças de que a sociedade sofre.
Somos arrastados para eleições, é certo, e o que é que daí vai resultar?
Alguém acredita que Bloco de Esquerda ou o PCP chegam ao arco governativo? E ainda que chegassem fariam melhor, nas presentes circunstancias em que o país se encontra?
Alguém acredita que o PSD, sozinho ou coligado com o CSD, ganhará as eleições? E se as vier a ganhar quem acredita que venha a ser, socialmente, mais justo na governação que foi ou poderá ser o PS?
O abismo: o resgate
"Esta pode ser a semana em que eles terão de accionar o fundo de resgate", diz um perito da Economist Intelligence Unit, citado hoje pela BBC a propósito da crise política que pode levar a demissão do Governo esta tarde.
Pois!
Os portugueses pagarão duramente as favas. Mas PS e PSD, os dois maiores partidos que não puderam/quiseram entender-se para evitar o resgate, terão de responder perante os portugueses.
Portugal à beira do abismo
No comentário que esta manhã fiz sobre o momento político nacional na rubrica Conselho Superior da Antena UM apoiei o Dr. Mário Soares no apelo que lançou à intervenção do Presidente da República para impedir o país de se precipitar no abismo, persuadindo PS e PSD a um entendimento para que o Governo possa apresentar-se no dia seguinte no Conselho Europeu confirmando os compromissos necessários quanto às metas no quadro do PEC IV.
Frizei que os esforços têm de ser feitos de parte a parte, Governo e PSD.
E voltei a sugerir (como já o tinha feito no passado dia 18 num debate com Paulo Rangel e Carlos Daniel na RTP-N) que esse entendimento, quanto aos compromissos sobre os objectivos de equilibrio orçamental e medidas de austeridade, passe por um ACORDO À IRLANDESA, isto é marcando eleições para breve.
Fundo de Estabilização do Euro vai ser flexibilizado ou não?
Os apelos dos Presidentes Mário Soares, Jorge Sampaio e Eanes, entre outros, para um entendimento partidário sobre o PEC IV têm o objectivo de salvaguardar o interesse nacional - permitindo ao Governo apresentar-se no Conselho Europeu depois de amanhã a reiterar o compromisso que assumiu quanto às metas do PEC IV (metas que o PSD, num comunicado em inglês que ontem emitiu, diz que subscreve).
E têm um pressuposto - é que esse compromisso garantirá ao país acesso ao Fundo de Estabilização Financeira do Euro, nas anunciadas condições de maior flexibilização já pré-acordadas. Condições que deverão permitir a Portugal comprar divida pública no mercado primário e dessa maneira aliviar as condições de financiamento, sem ter de recorrer a um resgate nas condições desastrosas a que foram sujeitas Grécia e Irlanda; isto é, com uma ajuda financeira que não nos obrigue a sair do mercado.
- Mas será que essas condições estão mesmo pré-acordadas, vão materializar-se e aplicar-se já a Portugal?
Wolfgang Munchau, o reputado especialista financeiro, num artigo ontem publicado no "Financial Times", diz que NÃO. E exemplifica concretamente com o nosso país:
"Quando foi anunciado que o Mecanismo de Estabilização do Euro (MEE) seria autorizado a comprar títulos do tesouro nos mercados primários, isto parecia uma grande concessão alemã. Até eu me deixei enganar durante algum tempo. Mas acontece que o argumento do mercado primário era uma fraude. O MEE não está em posição, por exemplo, de apoiar Portugal nos próximos meses, quando o país precisa de refinanciar grandes parcelas de dívida. Se Portugal não se puder refinanciar, não terá escolha senão aceitar um programa-padrão de apoio ao crédito no quadro do actual esquema de resgate. Só depois de alguns anos, quando um Portugal mais magro e transformado emergir da austeridade e planeie voltar aos mercados de capitais, é que o MEE poderá querer ajudar intervindo num pequeno número de leilões de bilhetes do tesouro como comprador de última instância".
A leitura deste artigo alarmou-me. Levantou-me dúvidas. - Saberia o Governo disto? Que fundamentos terá Wolfgang Munchau? É essencial que o Governo esclareça, até para não deixar avolumar acusações de que foi o Primeiro Ministro quem escolheu desencadear a crise política agora.
Deixei já esta manhã o pedido ao Governo, no comentário que fiz na rubrica Conselho Superior da Antena UM
Assim vai o PS...
Crise política? qual crise?
Crise europeia? E isso o que é, a Europa?
E para que servem deputados europeus? para decorar cartazes nas eleições europeias, está visto!
Porque para serem regularmente consultados sobre para onde vai ou não vai a Europa, sobre o que Portugal faz, não faz ou devia fazer na Europa, sobre como vamos de crise financeira, e como saimos desta crise política em concreto, deputados europeus não servem para nada, deve achar este PS.
E por isso eles não são sequer, por sistema, convocados para reuniões da Comissão Política. Incluindo esta, extraordinária, que a esta hora está em curso em Lisboa.
Ou será que a este PS, que se esmera em encenações de abertura nas "Novas Fronteiras", bastam as sensibilidades dos eurodeputados já alinhados como membros da Comissão Política e do Secretariado Nacional?
Pois esta direcção do PS dispensará bem ouvir-me, como deputada europeia, numa crise nacional de gravidade sem precedentes e implicações para a Europa e para o papel de Portugal na Europa.
Mas eu é que não dispenso dizer à direcção do PS o que tenho a dizer. Nos órgãos próprios. Ou fora deles.
[- por AG, CausaNossa, 22 e 23.3.2011]
Facto 1: A fazer fé nas sondagens, e caso se realizassem hoje eleições legislativas, a maioria dos portugueses daria a vitória ao PSD, sem contudo lhe entregar uma maioria absoluta para governar o País.
Facto 2: A fazer fé nas sondagens, a maioria (agora sim absoluta) dos portugueses não acredita que o Governo seja capaz de cumprir as metas orçamentais a que se propôs. Que é como quem diz, a maioria dos portugueses não confia minimamente no Governo.
Facto 3: A fazer fé nas sondagens, uma esmagadora maioria dos portugueses (63%) defende que o PSD deve evitar provocar eleições antecipadas.
Confuso? Eu também. Especulemos pois sobre esta bizarria.
Cenário 1: Os portugueses ensandeceram de vez e querem ver no Governo um partido em que não confiam em absoluto sem primeiro tirar de lá um outro em que não confiam de todo. Uma espécie de arranjinho político desenhado por M. C. Escher. É a tese do "enlouquecimento global".
Cenário 2: Os portugueses estão verdadeiramente fartos de políticos, politólogos, sondagens e eleições, desistiram de ter opinião, divertem-se a responder o que primeiro lhes passa na mona e vão à sua vidinha que está muito difícil. É a tese do "seja lá o que Deus quiser" ou, na versão mais laicamente correta, "o último a sair que apague a luz".
Cenário 3: Os portugueses estão com o Eng.º Sócrates pelos cabelos (fartos dos seus "truques", no dizer mais requintado de Alexandre Soares dos Santos), sabem que o homem os conduzirá fatalmente à desgraça, mas não fazem a mínima ideia do que seja esse tal de PSD. É a tese do "estamos à beira do precipício mas ainda não percebemos se a alternativa não será um passo em frente".
Entre as três hipóteses, confesso, mon coeur balance. Mas como sou um homem prático facilmente entendo que pouco ou nada há a fazer se os portugueses tiverem coletivamente ensandecido ou se tiverem desistido desta pátria improvável. O que nos deixa com o Cenário 3. E mesmo relativamente a esse, não vale a pena perder muito tempo nem muitas energias. Ninguém, no seu inteiro juízo, se vai pôr agora a exigir ao Dr. Passos Coelho que nos explique o que é o PSD. Há desafios que todos reconhecemos ser impossíveis e parece cristalinamente óbvio que não existirão dois militantes com a mesma resposta para tão esfíngica pergunta. Felizmente a forma de sair deste intrincado paradoxo - e começa a ser urgente desatar este nó - é estupidamente simples: bastará que o Dr. Passos nos diga o que não é o PSD. Ou, melhor ainda, quem não é o PSD.
Sossegue o País, Dr. Passos. Diga-nos mais claramente ainda (porque é verdade que já o sugeriu) que o seu governo não será o comboio fantasma de apparatchicks que todos imaginam. Diga-nos que não nos vai obrigar a mudar de governo para que tudo fique na mesma. Diga-nos que percebe, tão bem como nós percebemos, que muitos dos seus entusiasmados apoiantes de hoje foram os indefetíveis de Sócrates até anteontem. Diga-nos que não vai ficar refém dos mesmos interesses económicos e financeiros que sustentaram o delírio socialista. Diga-nos com firmeza e coragem o que não é, nem nunca será. Vai ver que é o que basta para fazer desequilibrar a balança.
Pedro Norton [Visão]
Entre a angústia e a ingenuidade
Naturalmente que uma velha raposa da politica como, obrigatoriamente, se terá de reconhecer a Mário Soares é muita ousadia estar a atribuir-lhe o epíteto de ingénuo.
Contudo e, admitindo memo que o tenha feito conscientemente, não deixou de ser oportuna a sua, pública, angustia manifestada no artigo que acaba de fazer publicar, na sua habitual crónica no DN e que aqui se poderá ler. Fê-lo tendo em conta a gravíssima situação, de deficit público e recessão económica, em que o país se encontra e que o bom senso deveria levar os partidos (chamados pelo Presidente) a formar um governo de coligação multipartidária sem necessidade do recurso antecipado a eleições. Infelizmente e para nosso mal não será lido nem escutado com a assertividade que as circunstancias o exigem.
Ingénuo porque parece ignorar, ou não ter percebido, a real intenção (os factos demonstram-no) das referidas declarações produzidas por Cavaco Silva, no discurso da sua posse, quando se comprometeu a “exercer uma magistratura de influência activa.” Essa e outras declarações do mesmo discurso foram, elas próprias, o exercício da influência activa visto que as mesmas, partir desse momento, impulsionaram Pedro Passos Coelho e o PSD para desenvolver toda a actividade seguinte e que irá continuar. Cavaco foi tão-somente o impulsionador dessa actividade, os multiplicadores passaram a ser, a partir daí, toda a oposição com o PSD ao leme.
Cavaco Silva nunca esteve tão activo como está actualmente, ainda que se não oiça, se não veja e se não sinta. Ele anda por aí, vai estar na queda do governo, vai estar na marcação das eleições, vai estar na escolha do próximo governo e até de alguns ministeriáveis.
Como diz o poeta, só que desta vez é o corpo e, também, o povo é que paga.
Para quem, como Alexandre Soares dos Santos, anda a pregar a ética empresarial, esta decisão veio confirmar diversos provérbios populares: Olha para o que eu faço, não olhes para o que eu digo; O hábito não faz o monge; Não bate a bota com a perdigota; Não há bela sem senão; As aparências iludem; Antes sê-lo que parecê-lo; Cara de mel, coração de fel; Com bom traje se esconde ruim linhagem; Nem tudo o que parece é...
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Assédio moral aumenta
As situações de assédio moral têm-se agravado nos locais de trabalho (para além do assédio físico e sexual). A conclusão é das sociólogas L.Veloso e L.Oliveira que lançaram o livro ''Portugal Invisível''. O assédio moral consiste numa ''infernização do quotidiano das pessoas'' pelos superiores hierárquicos ou pelos colegas. Apesar de não haver estatísticas sobre as situações de assédio moral no trabalho, porque quase não há denúncias, a socióloga LV acredita que este fenómeno tem-se agravado, afectando homens e mulheres, velhos e novos. Para a especialista, as mudanças nas economias e nos mercados de trabalho estão na origem deste incremento. Excesso de carga horária ou exagero de funções ou de responsabilidades laborais são exemplos frequentes.- www.readmetro.com e www.destak.pt , 21.03.2011
Casos de assédio moral dificilmente detectáveis por falta de especificação do problema
“Há dificuldade metodológica em identificar e distinguir situações de assédio das situações conflituais normais que ocorrem no trabalho. O ponto comum a todas as definições de assédio moral é o caráter de intencionalidade do fenómeno. É praticado com o intuito de fragilizar as pessoas”, afirmou à agência Lusa o coordenador do estudo “Assédio moral: estratégias, processos e práticas de prevenção”.A equipa liderada por Rui Moura recomenda “uma maior especificação do problema”, sugerindo “a adoção de uma única versãoconceptual de assédio moral”.
O estudo concluiu ainda que o assédio moral “está a aumentar”.
“A Organização Mundial de Trabalho considera que uma das grandes doenças do século XXI é causada pelo assédio moral. Os casos perniciosos do ponto de vista psicológico e físico vão aumentar fortemente”, afirmou Rui Moura, professor da Universidade Autónoma de Lisboa.
De acordo com o estudo, nas grandes empresas o assédio moral é mais forte no que diz respeito ao cumprimento de objetivos.
“Obrigam muito ao cumprimento de objetivos muito elevados, fazem reestruturações radicais, criam condições de trabalho muitas vezes difíceis e isso facilita o assédio”, referiu o coordenador do estudo.
Nas pequenas e médias empresas, “muitas vezes o assédio projeta-se para a vida privada e geram-se coisas complicadas, entre as quais o assédio sexual”.
Rui Moura lembra que há pouca fiscalização, devido à dificuldade de identificação do fenómeno. Além disso, mesmo que o caso seja identificado como assédio moral, “não há testemunhas, porque a maior parte das pessoas são omissas quando vão testemunhar”. “Isto dificulta a vida ao assediado e à própria fiscalização”, afirmou.
O estudo refere que é necessário “estabelecer e delimitar com clareza os alcances e limites do conceito, pelo menos ao nível europeu”, refere o estudo.
De acordo com o atual Código do Trabalho (CT), o assédio “corresponde a um comportamento refletido numa ação ou num conjunto de ações (materiais interligadas) indesejadas pelo destinatário, (…) tendo como objetivo e/ou o efeito de perturbar ou constranger a pessoa, afetar a sua dignidade ou criar-lhe um ambiente intimidativo, hostil, degradante, humilhante ou desestabilizador”.
O estudo defende que “a ideia de ‘objetivo ou efeito’ expressa no CT transforma o assédio moral num grande ‘chapéu’ onde cabem inúmeras situações conflituais no trabalho, pelo que importa determinar se o conceito de assédio moral e um conceito agregador onde cabem múltiplas situações – conflituais e de violência laboral – ou se se pretende que este conceito seja a tradução de situações de conflito específicas com delimitação própria”.
Costuma dizer-se que os deuses devem andar loucos mas, na minha modesta opinião, esta afirmação constitui uma metáfora para aligeirar a verdade dos factos dado que a loucura é dos Homens.
Quem anda (sempre terá andado?), efectivamente, louco são as pessoas e os deuses andam loucos na medida em que estes só existem nas suas cabeças e delas vem tal loucura.
Ora veja-se o paradoxo dos Homens que reside no facto de, os ideólogos, politica e doutrinariamente, como também socialmente, considerados de direita, que levaram tanto o sistema financeiro como bancário à recente/actual ruptura assim como o inevitável arrastar de recessão económica com a consequente estagnação do desenvolvimento social, quer na Europa como nos EUA, sejam esses mesmos ideólogos que têm vindo a ser eleitos/mantidos, nos mais variados países, para/no poder e a serem indigitados para encontrarem respostas às crises por si provocadas.
No caso da Europa, dos 27 que compõem a UE, apenas, três (Espanha, Grécia e Portugal), ainda, mantêm governos ditos de esquerda.
No caso português, chegamos até ao caricato, como recentemente o homem que continua a “andar por aí” deu conta, que o primeiro-ministro dum governo socialista foi a Bruxelas negociar, com a chefe (Sr.ª Merkel) da família politica que governa actualmente a Europa, o Partido Popular Europeu (PPE) e de que o PSD nacional é membro integrante, medidas ditas de consolidação do PEC, é internamente o dito partido dessa mesma família a dizer que discorda, tirando, dessa forma, o tapete (ou tentando tirar) ao governo e desautorizando os seus irmãos, tios, primos e por aí fora, sem qualquer vislumbre de sugestão alternativa.
É claro que o governo, que deveria ser de todos nós e mais parece ser só de alguns, não está isento de culpas no purgatório e tambem sofre das suas loucuras.
Mas, se tudo isto não representa umas graves loucuras deixem que sejam os loucos a governar-nos, talvez Portugal e mundo se tornem mais equilibrados.
Portugal é o terceiro país do Mundo com a maior produção de energia elétrica pela via eólica.
O Expresso revelou os números globais pelos principais países com grande capacidade eólica sem atender à grandeza e número de habitantes. Assim, países como os EUA e a China estão muito à frente de Portugal, mas em termos de produção de Megawats por milhão de habitantes estão imensamente atrás. Não há jornalistas em Portugal capazes de ver a realidade de uma pequena nação de 10 milhões de habitantes em comparação com uma de 1.400 milhões de habitantes.
Assim, em MW por milhão de habitantes, temos:
Dinamarca: 740
Espanha: 464
Portugal: 380
Alemanha: 318
EUA: 119
Itália: 88
França: 78
China: 24
Índia: 11
É quase o inverso dos números dados pelo Expresso Economia que colocava a pequena Dinamarca com 5 milhões de habitantes em último lugar quando é o maior produtor mundial por habitante seguida da Espanha e de Portugal.
Há uma incapacidade quase genética dos jornalistas do Expresso e de todos os outros órgãos de informação de colocarem Portugal no seu devido lugar. A Pátria tem de estar sempre em último lugar para gáudio masoquista dos maus escreventes portugueses e, naturalmente, estúpidos.
A 31 de Dezembro de 2010 Portugal tinha já 2027 torres eólicas.
Segundo divulga o DE, Pedro Passo Coelho abre o jogo direitista afirmando que um novo Governo «de maioria alargada» aumentaria a legitimidade política para impor mais medidas de austeridade.
O líder do PSD já tinha dito, em Alcobaça, que estava convencido que «da clarificação desta crise pode sair um futuro Governo mais forte do que este, com mais autoridade, mais respeitado e mais respeitador de Portugal e dos portugueses».
«O pior que podia acontecer a Portugal era ficar com um Governo que está desacreditado e descredibilizado, que empenha a palavra do país lá fora sem o poder fazer e que depois faz chantagem sobre toda a gente cá dentro», afirmou.
Tais declarações parecem deixar antever, na perspectiva do PSD, que não há outra alternativa que não seja eleições antecipadas.
Num comunicado, em inglês, enviado esta segunda-feira à agência Reuters o PSD diz considerar que a implementação de um programa mais duro seria mais eficaz se contasse com o apoio dos partidos políticos e dos parceiros sociais.
Nesta mensagem claramente dirigida aos mercados, o PSD acrescenta que não pode estar ao lado de medidas que impõem sacrifícios aos membros mais vulneráveis da sociedade, mas reafirma o apoio inabalável a reformas estruturais, à consolidação orçamental, à redução da divida pública e ao crescimento económico.
Alguém acreditará que uma vez no poder (se lá chegasse) iria impor os tais “sacrifícios” aos membros mais fortes da sociedade e que são os da sua órbita política? Está visto que para o PSD o “sangue” sugado pelo PS é insuficiente, ainda que cá dentro afirmem o inverso, na prática quer mais e mais rápido, enquanto o povo e o país vão deitando algum.
A referida «Crise política é também crise moral» efectivamente vem desde o tempo do governo de Cavaco Silva, de quando ele se insurgiu contra os barões do seu próprio partido que continuam “a andar por aí” e tão-somente foram substituídos por outros parecidos da família socialista. É uma crise política e moral que emerge da própria sociedade, atravessa os partidos políticos, passa pela justiça, corrói a governação e destrói o país. Tudo isto com a conivência de políticos e instituições europeias.
A situação é muito grave e é o próprio regime democrático que já entrou em decadência, com todos os riscos que isso comporta a menos que mudemos de atitudes e comportamentos, urgentemente. Para isto não é necessário nem exigível a realização de eleições. Onde pára o Presidente da Républica?
Sócrates parece daqueles velhinhos que se metem pelas auto estradas em contra-mão, com o Teixeira dos Santos no lugar do morto, a gritarem que os outros é que vêm ao contrário.
De rabo entre as pernas, fartinhos de saberem que estavam errados, não conseguem agora disfarçar o mal que nos fizeram.
Ainda estão a despedir-se, agradecidos, do Constâncio, e já dão a mão a Passos Coelho, que lhes jura que conhece uma saída perto e sem portagem.
Estamos bem entregues!
Vão-nos servindo a sopa do Sidónio, à custa dos milhões que ainda recebem da Europa, andam pelo mundo fora sem vergonha, de mão estendida, a mendigar e a rapar tachos, tratados pelos credores como caloteiros perigosos e mentirosos de má-fé.
Quando Guterres chegou ao Governo, a dívida pouco passava dos 10% do PIB.
15 anos de Guterres, Barroso, Sócrates e de muitos negócios duvidosos puseram-nos a dever 120% do PIB.
Esta tropa fandanga deu com os burrinhos na água, não serve para nada e o estado do próprio regime se encarrega de o demonstrar.
Falharam todas as apostas essenciais.
Todos os dias se mostram incapazes.
Mas com o Guterres nos refugiados, o Sampaio nos tuberculosos e na Fundação Figo, o Constâncio no Banco Central e o Barroso em Bruxelas, a gente foge para onde?
Joaquim Letria
Os defensores da energia nuclear argumentam que Chernobyl só foi possível porque a tecnologia e as normas de segurança soviéticas eram miseráveis. Estes argumentos levar-nos-iam a supor que nas democracias capitalistas o risco de desastre nuclear seria praticamente inexistente. É caso para perguntar: como é possível que o Japão, um dos países tecnologicamente mais avançados do mundo, esteja a braços com uma catástrofe nuclear?
«As doses de radiação poderão ser potencialmente letais num curto espaço de tempo», diz Gregory Jaczko, presidente da Comissão Reguladora da Energia Nuclear norte-americana; a contaminação radioactiva espalha-se já por um raio de 80 quilómetros.
A verdade é que nem a tecnologia mais avançada nem as mais rigorosas normas de segurança são capazes de garantir o risco zero. Os riscos podem ser minimizados, mas não podem ser totalmente eliminados.
Fukushima relançou a questão da energia nuclear, nomeadamente na Europa. Os governos europeus, de uma forma geral, têm tentado passar a ideia de que o desastre de Fukushima está circunscrito e não assume proporções dramáticas. O ministro francês da Indústria, Eric Besson, referiu-se a estes acontecimentos como «um acidente grave, mas não uma catátrofe nuclear»; o Secretário de Estado Chris Huhne disse que o que aconteceu no Japão não tem paralelo com a situação britânica, em virtude de aqui a actividade sísmica ser muito menor; o editorial de um jornal belga comparava o número de vítimas do tsunami com as da fuga radioactiva.
Esta comparação é absurda não só porque o número de vítimas de um desastre nuclear se conta ao longo dos anos, mas também porque se compara um acidente natural, inevitável, com uma catástrofe perfeitamente evitável e de origem humana. Juntando a tudo isto as várias denúncias de falsificação de dados sísmicos (Sortir du Nucléaire), percebe-se facilmente que o objectivo deste discurso é evitar uma nova mobilização anti-nuclear.
Os argumentos do lobby nuclear são inaceitáveis e escondem o fundamental: a energia nuclear tem capacidade para destruir toda a humanidade.
Há dias conversava com um amigo meu, designer, que me falava de uma discussão em que tinha participado sobre que símbolos criar, para sinalizar cemitérios e depósitos de resíduos nucleares, de forma a garantir que estes fossem compreensíveis daqui a uns milhares de anos.
O debate em torno da opção nuclear é um debate eminentemente político, já que é de uma escolha de modelo de civilização que se trata. O grande desafio da humanidade, como diz Daniel Tanuro, é acabar simultaneamente com a energia nuclear e com o recurso a combustíveis fósseis. Ora, isto implica não apenas enormes investimentos em soluções eficientes, mas também a diminuição do consumo energético, principalmente nos países mais desenvolvidos.
Em última análise, este projecto reclama um outro compromisso económico, social e político, uma vez que, como diz o economista Paul Sweezy, «não havendo nenhuma maneira de aumentar a capacidade do ambiente de suportar os fardos (económico e demográfico) colocados sobre ele, resulta que o ajuste deve vir inteiramente do outro lado da equação. E uma vez que o desequilíbrio já atingiu proporções perigosas, também se segue que o essencial para o êxito é uma reversão, não simplesmente um abrandamento, das tendências subjacentes nestes poucos séculos passados».
Quase toda a gente sabe que, em terra de políticos surdos e que não querem ver, de pouco valerá escreverem-se ou dizerem-se certas verdades, contudo como diz o poeta “a arvore que dá os frutos de pouco se importa se alguém ou quem os comerá, dá-os porque é da sua natureza”. Também nós escrevemos estas coisas porque somos militantes e porque é da nossa natureza interpretar, em diálogo aberto e através da escrita, aquilo que sentimos e pensamos sobre o que se passa à nossa volta, sobre o que se passa no interior de certos partidos e sobre a sociedade em geral. Em concreto sobre a situação, algo adoentada em que se encontra a democracia portuguesa.
De quase nada que acompanhei os trabalhos do congresso do CDS/PP constatei que já se está (e bem) a preparar para a eventualidade (quase certeza, na perspectiva do seu líder) de virem a ser chamados para a partilha do poder, quer o convite surja do lado do PSD quer apareça do lado do PS, tanto lhes importa, o essencial é que chegue, tal é a cede ainda que tanto mal digam da governação.
Todavia, mostra sinais de alguma inteligência, ao invés do que tem sucedido com o PS que neste particular se deixou afunilar e praticamente desaparecer, o CDS quando parece criar condições para evitar a “morte” do partido através do envolvimento dos seus principais responsáveis nos compromissos que vier a ter na governação.
A eventual criação do lugar de Vice-Presidente da comissão politica, que agora o congresso do CDS assumiu, vem colocar a pertinente questão do debate sobre se o lugar de Primeiro-ministro deve ou não ser acumulado na mesma figura pessoal do Secretário-Geral e/ou presidente da comissão politica do partido ganhador das eleições.
Pelos vistos, o CDS, aprendeu com os seus próprios erros e com erros alheios que são os actuais do Partido Socialista completamente desaparecido em favor do seu líder ao ponto da sua candidatura a Secretário-Geral ter a designação de “Socrates 2011” e da sua moção de candidatura versar quase em exclusivo sobre politicas governativas e pouco (quase nada) se referir aos problemas partidários nomeadamente a democracia interna, a organização, o compromisso militante, o debate politico, as autarquias e tudo o mais que deveria preocupar, permanentemente, militantes, dirigentes e partido no seu todo.
Assim, bastante mais inteligente parece o CDS ao preparar-se para criar condições de defesa, simultânea, do partido e do governo, se a este for chamado, autonomizando um do outro deixando ao primeiro o campo aberto à criatividade, à crítica ideológica dos seus militantes e à capacidade solidária que deve, sempre e em todos os momentos, aportar aos que no arco da governação se esforçam para levar a bom porto os destinos do país como lhes compete e para o que foram nomeados e cujo compromisso aceitaram.
Não tem sido isso que vem acontecendo com o PS e com o actual governo, para mal de ambos, para prejuízo do país e dos portugueses.
Será que algum dia virão a dar as mãos à palmatória? Oxalá que sim!
Na Líbia o Ocidente anda a enganar o Mundo. Na ONU foi decidida uma zona de exclusão aérea, o que significava que os aviões europeus deveriam voar sobre a Líbia e apenas evitar que aviões líbios bombardeiem alvos civis.
O que está a suceder é serem os aviões da NATO a bombardear a Líbia, tanto as forças militares de Kadhafi como até alvos civis, provocando grande número de vítimas.
É intolerável que, sem mandato do Conselho de Segurança da ONU, um país seja bombardeado. O fascista Sarkozy foi o primeiro e a mandar os seus aviões bombardearem a Líbia seguido por outros e os americanos dispararam mísseis de cruzeiro sem para isso estarem devidamente autorizados pela ONU.
O Governo português não pode deixar de protestar contra essa infâmia, tanto mais que o embaixador português foi nomeado responsável pelas sanções à Líbia, limitadas ao não fornecimento de armas a qualquer das partes em guerra.
A Alemanha, a Rússia e a China abstiveram-se de intervir no conflito e criticam o exagero dos bombardeamentos. Entretanto, as forças de Khadafi entraram em Benghazi e chegaram já à praça principal. Uma força pró-Khadafi foi bombardeada em plena cidade, provocando vítimas civis. A ONU não autorizou a intervenção terrestre dos aviões ocidentais. A Alemanha está a ser criticada por se recusar a enviar os seus aviões para bombardear os líbios. Portugal também não disponabilizou um único F-16 para o efeito. Por isso, Sócrates que está tão dependente da UE merece ser elogiado.
Um dia, isto tinha de acontecer..
Existe uma geração à rasca? Existe mais do que uma! Certamente!
Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida.
Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações. A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo.
Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.
Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.
Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A vaquinha emagreceu, feneceu, secou.
Foi então que os pais ficaram à rasca.
Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais.
São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.
São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!
A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas.
Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional.
Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.
Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração?
Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.
E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!
Novos e velhos, todos estamos à rasca.
Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles.
A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.
Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.
Haverá mais triste prova do nosso falhanço?
Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de uma generalização injusta.
Pode ser que nada/ninguém seja assim.
Rogério Fonseca, sociólogo e psicólogo - recebido por email
O mundo vai poder observar a maior lua cheia das últimas duas décadas no próximo sábado. Como é véspera de equinócio, quem paga é a Páscoa, que se vê este ano empurrada para mais tarde no calendário. No dia 19 de Março, a lua vai parecer invulgarmente maior, porque vai ficar tão próxima da Terra como não acontecia há 18 anos, explicou à Lusa Rui Jorge Agostinho, director do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL).
O fenómeno de aproximação da lua à Terra é designado perigeu (oposto ao apogeu, quando está mais afastada), explica-se por a órbita deste satélite não ser circular, mas elíptica, e não é invulgar, acontecendo todos os anos.
O que acontece de extraordinário este ano é explicado pelo astrónomo: «A forma da elipse, a excentricidade da elipse, varia periodicamente, às vezes é mais alongada, outras mais curta. Alguns dos perigeus que ocorrem sucessivamente são mais próximos do que outros».
«A coincidência é haver um perigeu desses muito próximos e que também coincide com a lua cheia, e isso dá uma lua maior do que o habitual», acrescentou.
Nelma Silva, do núcleo de divulgação do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, especificou que este perigeu vai fazer com que a lua esteja a cerca de 356 mil quilómetros da Terra, enquanto que em média está à volta dos 360 mil quilómetros de distância.
Isto equivale a dizer que a lua se aproximará da Terra cerca de quatro mil quilómetros, sendo 12% maior, à vista humana, especificou.
Mas os fenómenos astronómicos do próximo fim-de-semana não se ficam por aqui: no domingo há o equinócio da primavera, dia que marca a mudança da estação e em que o dia e a noite têm exactamente a mesma duração.
Mas esta coincidência temporal não tem qualquer consequência a não ser atrasar o domingo de Páscoa.
Como explicou Nelma Silva, a Páscoa é um feriado católico, mas a data é calculada em função da astronomia: celebra-se no primeiro domingo a seguir à primeira lua cheia após o equinócio.
Uma vez que este ano há uma lua cheia imediatamente antes do equinócio, há que esperar pela próxima lua cheia e pelo domingo que se segue.
Quanto à influência que a aproximação da lua pode ter sobre a Terra, designadamente desencadear catástrofes naturais, como se tem especulado ao longo dos anos, os cientistas afastam completamente essa hipótese.
Segundo David Luz, investigador do Centro de Astronomia e Astrofísica, do OAL, a lua exerce influência sobre as marés.
«Haverá uma amplitude das marés ligeiramente maior. Por exemplo, no porto de Lisboa o Instituto Hidrográfico prevê para a altura da preia-mar 4,27 metros e baixa-mar de 0,20 metros, enquanto na lua cheia precedente as alturas foram de 4,21 e 0,12 metros», afirmou.
Apenas isso e nada de sismos, já que o «comportamento da Terra depende do movimento das placas tectónicas, que por sua vez depende do movimento do magma no interior da Terra. São fenómenos muito lentos e independentes do movimento da lua em torno da Terra».
Existe, contudo, uma correlação documentada entre as actividades humanas (explosões em pedreiras, perfuração petrolífera, grandes obras) e a sismicidade, assegurou.
«Se admitirmos que as marés podem ter um efeito de desencadear um sismo no caso de existirem fortes tensões acumuladas, então também temos de admitir que as actividades humanas podem ter o mesmo efeito».
Recebido via e-mail
PS
Será que a analise aqui reportada já tem em consideração a deslocação, segundo já ouvi, de cerca de 10 centimetros no nucleo terrestre que influencia as tais placas tectónicas, que por sua vez depende do movimento do magma no interior da Terra, na decorrencia dos recentes tremores de terra ocorridos no Japão?
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Diário da República Electrónico
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Acabar com o SIADAP das fichas maradas, quotas absurdas, e que destruiu toda a convivência entre colegas e chefes...
não há que dar quotas ou notas ... o País como está não precisa de tretas destas ...