Grécia - Espelho meu?
«... não somos como os gregos. É verdade: os portugueses, na sua maioria quase esmagadora, parecem estar resignados. Os gregos não. E talvez isso venha um dia a fazer toda a diferença.»
A polícia «espera» tumultos? Tem esperança?
(-por Joana Lopes)
Era uma vez também na América (2)
A ler:
* Declaration of the Occupation of New York City
* "Los Marines vamos a Wall Street... a proteger a los manifestantes"
* ‘Occupy Wall Street’ protests spreading to Canada
Rumo à maior manifestação internacional: dia 15 de outubro
Em frente, as ruínas da Grécia antiga; atrás de vós a (actual) Grécia arruinada !.
Partido Pirata ?
ou piratas nos partidos, nos governos, na U.E. e nas ''offshores''/paraísos fiscais ?!
(em: A diferença ; Tobin or not Tobin? ; O Raio ),
A VERDADEIRA LIÇÃO DINAMARQUESA
As eleições legislativas realizadas na Dinamarca, no passado dia 15 de Setembro , foram notícia pela vitória da esquerda. Uma ligeira brisa agitou a imprensa europeia. Entre nós o PS, algo contidamente, mostrou-se satisfeito. Um ou outro comentador deixou escapar a hipótese de uma nova vaga de vitórias eleitorais da esquerda, que talvez tivesse tido aqui o seu início.
Na Edição de hoje do Diário de Notícias, no lugar onde se poderia ler uma notícia referente ao mais importante acontecimento da véspera - as manifestações de Lisboa e Porto - encontrava-se: “PSP e secretas esperam maiores tumultos desde PREC”. Como isto vinha misturado com referências às manifestações, o objectivo era induzir uma associação imediata e espontânea entre manifestações e tumultos.
Na continuação podia ainda ler-se: “Polícia e SIS já têm elementos no terreno para antecipar as acções de grupos organizados que podem criar grande agitação social. A agitação social deve crescer e pode atingir proporções nunca vistas nos últimos 30 anos. A previsão é de um grupo de comandantes da PSP, feita num relatório confidencial a que o DN teve acesso. O descontentamento popular com a crise económica faz a polícia e os serviços secretos temerem actos violentos. Por isso, já têm agentes a identificar grupos e protagonistas da contestação.”
A avaliar pela insistência com que a SIC, e se calhar outros canais, estiveram todo o dia a noticiar o mesmo, não foi só o DN que teve acesso ao “relatório confidencial”.
Estamos assim chegados ao início da execução do plano inclinado inaugurado por Passos Coelho e Portas há algumas semanas: transformar protesto em tumulto para justificar a vigilância e a repressão do protesto.
O que estão a fazer os elementos das secretas “no terreno”, além de escutar telemóveis? A preparar grupos de provocadores especialistas em transformar protestos em tumultos? O que estão a fazer alguns "jornalistas" nas redacções? A amplificar “relatórios confidenciais” lá plantados pelas “secretas”?
Esta agitação toda faz de facto temer mais actos ilegais das secretas e mais preparação de actos violentos, igualmente ilegais, por sectores das forças de segurança pouco amigos da liberdade.
Percorremos sofridamente os caminhos sombrios de uma comédia trágica. O governo da direita mergulha na vertigem das mais complexas equações, para apurar com rigor até que ponto é que deve apertar o pescoço do povo. A si próprio se considera corajoso por levar um pouco mais longe a violência de cada aperto. Homens graves, esguios, cinzentos e estrangeiros, analisam à lupa o grau de aperto e muito circunspectamente, com a mais fria das objectividades, concluem que o governo está a ter a coragem de ser excessivo. No entanto, à cautela, murmuram vagamente a necessidade de um pouco mais de aperto. É certo que do pescoço do povo (ou do povo, enquanto pescoço que outros apertam) nada sabem. Mas não se lhes pode exigir algo de diferente. Eles são apenas técnicos de aperto, sacerdotes frios do sacrifício dos fracos para que os fortes possam continuar tranquilamente a vampirizá-los. É claro, que sem qualquer má intenção, escravos que são da fria objectividade de alegados números, que invocam com a força com que os crentes invocam o espírito santo.
As oposições de esquerda mais radicais gritam, é certo. Mas como já gritavam antes do garrote actual, quiçá com mais energia, vão passando despercebidas. O PS discorda da intensidade do aperto, é forte na recusa da posição dos dedos, no repúdio pela brusquidão dos gestos. Murmura, quando se esperava que gritasse.
O próprio pescoço apertado, ou seja, o povo, agita-se aflito com a falta de ar, espantado com esta comédia trágica que o atinge, representada por uns quantos almofadinhas que chegaram de repente para lhes apertar o pescoço, envoltos na ingénua fleuma de quem joga ao berlinde com a vida dos outros; mas vai consentindo no garrote que o asfixia. Por enquanto...
Ninguém parece ainda suficientemente acordado para poder perguntar: “É absolutamente inevitável que o governo aperte o pescoço do povo, apenas prometendo que terá coragem de o apertar ainda mais se os oráculos loucos da finança internacional assim o ordenarem ?” Ou talvez ninguém tenha ainda perdido suficientemente a paciência para dizer: “ Tirem imediatamente a mão do meu pescoço!” Dizer ; e pegar na mãozinha do poder, arrancando-a de vez deste pescoço.
Quando o fizer , os numerólogos engravatados da finança internacional esvaziar-se-ão como um balão furado, porque o povo está previsto na sua obscura ciência como vítima e não como sujeito. Essa é, aliás, uma das limitações dos teóricos do garrote que suportam o actual governo; e talvez uma das causas que os impede de compreender que o caminho que seguem os vai levar, forçosamente, ao mesmo tempo que ficcionam em vão uma saída para a crise, a praticarem uma perigosa sementeira de tempestades.
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