Sábado, 29 de Junho de 2013



Publicado por [FV] às 11:47 | link do post | comentar

O Governo falhou dizem os patrões. Os trabalhadores, mesmo os que não fazem greve, dizem-no também. Os que fazem, é claro que não só concordam como entendem esse falhanço como quase um crime. Os partidos da oposição não duvidam de que o Governo falhou e tenho para mim que, secretamente, lá no fundo da sua consciência keynesiana, Sua Excelência o Presidente da República entende o mesmo.

O próprio Governo, ou pelo menos alguns ministros do Governo, hão de estar convictos de que o Governo falhou. É objetivo, não vale a pena discutir. A situação está pior, o desemprego é insuportável, ganhamos menos (mesmo alguns capitalistas ganham menos e outros estão praticamente falidos), há menos protecção social, pagamos mais impostos. 

O Governo não fez as reformas que devia ter feito e as que fez produziram pouco efeito. Outras, que chegou a propor, como a da TSU, revelaram-se um desastre (pelo menos junto da opinião pública). 

Ora, o que faz  no poder um Governo que falha? 

A pergunta é retórica, porque na verdade este Governo olha à volta para outros Governos que têm estado a falhar. Hollande falhou; Obama não é o que se esperava; Dilma tem problemas; Enrico Letta teve de se aliar ao pavoroso (e agora condenado) Berlusconi; Cameron é o que se vê; Merkel faz promessas tontas para se aguentar no poder. 

Nunca - para utilizar uma expressão cara a Vasco Pulido Valente - o mundo esteve tão perigoso como está. Há todo um modelo a falhar e arrastar consigo conquistas, valores, direitos. 

Esta constatação não é, como muitas vezes é entendida, uma resignação. Pelo contrário! É um desafio. 

Sim, o Governo falhou, essa é a parte que já sei! Mas agora deem-me novidades. Jurem sem se rir que um Governo do PS seria substancialmente (reparem que eu digo na substância das medidas e não apenas no modo de as apresentar) diferente. Ou jurem-me que sair do Euro não era a tragédia que se sabe. Ou jurem-me que romper com a troika não tinha um efeito devastador. 

O problema não é só o Governo ter faltado à palavra, romper promessas, tomar más decisões. O problema é muito mais vasto. 

Esta situação inteiramente nova carece de entendimentos internos e externos, de novas regulações sobre a financeirização da economia, de novos acordos sobre o comércio livre, de novos alinhamentos políticos, de novas formas de representação. 

O problema reside em todos aqueles que ainda não entenderam ou não quiseram entender que o mundo não voltará ser como era. O problema é que o Governo insiste numa receita e as oposições noutras, embora nem uns nem outros (nem eu, não me tomem por presunçoso) conheçam a doença. O desafio é refazer as relações sociais num mundo diferente sem perder o essencial do que construímos. E o essencial são coisas simples de enumerar, mas difíceis de concretizar e preservar: em primeiro lugar a liberdade, ou melhor, as liberdades (política, sindical, de expressão, associativa, empresarial, de propriedade, etc.); em segundo lugar a justiça, a igualdade de todos perante uma lei efetiva e imparcialmente exercida; em terceiro lugar, a solidariedade ou o Estado Social, a rede de proteção aos mais fracos.

Não separo o mundo em bons e maus. Não acho que as preferências políticas (como as religiosas) separem os justos dos delinquentes. Existe à esquerda e à direita (assim como no Governo) quem defenda estes princípios; como existe, à esquerda e à direita (e não sei se no Governo), quem os ataca.

Hoje, acho eu, é um bom dia para pensar nisto.

 

Por: Henrique Monteiro [Expresso]



Publicado por [FV] às 11:01 | link do post | comentar

Sexta-feira, 28 de Junho de 2013

"Do rabo"

   Já é famosa a conversa entre dois quadros  (directores) do Anglo-Irish Bank em que, em amena cavaqueira sobre o resgate público ao banco falido, um deles afirma ter “tirado do rabo” o valor a pedir ao Banco Central Irlandês – 7 mil milhões de euros.
   Entretanto a contabilidade criativa não é exclusiva dos irlandeses. Hoje soubemos que o défice públic do primeiro trimestre é de 10,3% do PIB (anualisado), mas que não nos devemos preocupar com isso. Parte dele, 700 milhões, não vale nas contas para a troika. E, como não conta, é como se não existisse. Já os cortes inconstitucionais contaram a dobrar, se observarmos o valor crescente estimado para os cortes na despesa nos próximos anos.

Mas a contabilidade criativa não fica por aqui. O acontecimento da semana foi o anúncio em relação aos mil milhões pagos à banca devido aos exóticos instrumentos financeiros contratados por empresas públicas. “Descobriram” uns contratos – certamente também exóticos – no instituto público que gere a dívida, o IGCP, cujos ganhos (potenciais?) compensam estas perdas. Que sorte, hein? Que contratos são estes? São todos de valor positivo? A que desconto foram finalizados? (só assim se explica o acordo da banca) Afinal há dinheiro?

Tudo demasiado estranho e opaco. Mais uma razão para subscrever a campanha empreendida pela “Iniciativa por uma Auditoria Cidadã à Dívida Pública”.

 

                   A  ponta  do  iceberg ?   (-por Nuno Serra, Ladrões de B.)

«Um dos executivos pergunta ao outro "como chegou ao número de sete mil milhões como sendo a soma correcta para pedir ao Estado". O outro ri-se e diz que "a tirou do rabo" ["picked it out of my arse"].
Mais a sério, explica que "inicialmente não convém pedir muito". O melhor é deixar que o financiamento pelo Estado vá crescendo discretamente, sempre usando o argumento de que "deixar o banco afundar-se seria pior para toda a gente".
Acima de tudo, sugere o executivo (rindo ainda mais, juntamente com o seu colega) "não se pode deixar que os contribuintes percebam que nunca vão recuperar o que é deles". A cada nova solicitação de fundos, tem de se explicar que é para o cidadão comum proteger "o seu dinheiro".
Com um pouco de sorte, acrescentam os executivos, "o banco ainda acaba nacionalizado e eles os dois conservam os seus lugares".
Ao todo, o Estado irlandês já investiu 30 mil milhões de euros, só naquele banco. Estas novas revelações, surgidas no diário Irish Independent, podem vir a ter consequências.»

Excertos de uma conversa entre dois executivos do Anglo Irish Bank, gravada em 2008, nas vésperas de o governo irlandês injectar milhares de milhões de euros no banco («o BPN de lá», como refere Luís M. Faria, que assina esta notícia no Expresso).
Trata-se somente de um caso, «documentado» (as gravações podem ser ouvidas na íntegra aqui, em inglês). O que aconselha, obviamente, prudência nas generalizações. Mas não custa mesmo nada captar e perceber, através deste episódio, o estado das coisas e o «espírito do tempo» que antecedeu o início da crise. O início da crise? Não será este, por acaso, o «perfume» que paira no ar, desde então?

(Nem de propósito, este escândalo é conhecido no dia em que Vítor Gaspar avisa que o défice no primeiro trimestre pode ficar acima dos 10%, devido a novas ajudas à banca, nomeadamente ao BANIF). 
 -------------- 

E  Quantos  pobres  foram  necessários ?   (-por J.Rodrigues)

Passos Coelho insiste que todos estão a fazer sacríficos e que estamos na direcção certa. No meio de uma crise socioeconómica que se acentua, multiplicam-se os indicadores que confirmam para quem se dirige a política deste governo: o número de milionários subiu 3,4% no ano passado e está a caminho dos 11 mil portugueses com mais de um milhão de dólares. E quantos pobres foram necessários?
 (c. mil habitantes para cada 1 que fica milionário)

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Publicado por Xa2 às 19:21 | link do post | comentar

 

 

É  um lusitano à procura de tumulo, o mais profundo possível, para que o povo português possa enterrar este governo. Nem o tumulo foi, ainda, encontrado nem o povo se decide enterrar o governo. Como diz o ditado "nem o pai morre nem a gente almoça".

Acabaremos por morrer, todos, de fome. Muitos  portugueses e populações por essa Europa e por todo o mundo já passam e morrem de fome, não por falta de recursos mas porque a riqueza está vergonhosamente distribuída.

Como diriam os do "gato fedorento" temos de importar imigrantes, sobretudo brasileiros, par virem fazer a agitação necessaria que obriguem os politicos a fazer as mudanças que urge sejam efectuados. Por lá a coisa está a dar frutos!

 



Publicado por Otsirave às 14:23 | link do post | comentar

Quinta-feira, 27 de Junho de 2013


Da democracia fizemos mau uso

A cidadania entrou em parafuso

E agora fazem-nos pagar

Tudo o que deixamos roubar

 

É preciso novos compromissos acertar

Que não sejam só de, vez em quando, votar

E para outra de democracia alcançar

Mais fortemente todos temos de participar

 

Gente sem controlo nem regulação

Apanham tudo o que lhes vai à mão

Já romperam, vezes sem conta, o contrato social

Rapinando os direitos e as poupanças do pessoal

 

Estão ao serviço Clube Bilderberg

Um poder secreto que ninguém enxergue

Usando paraísos fiscais

Lixam-nos cada vez mais

 

É preciso por termo a esta palhaçada

E correr com esta cambada

Que corromperam os partidos

São políticos que corrompem e são corrompidos

 

Ainda que não nos pareça

Continuam a nascer-nos negócios na cabeça

De tanta traição suportar

Prometem-nos o que não nos dão

E corneiam-nos à traição.



Publicado por Zurc às 14:18 | link do post | comentar

( Eu, funcionári* públic* " )    um  dia ...   faço  Greve  !!

 porque :

 

. Um dia decidem que apenas alguns podem ter desempenho de excelência.   -  Implementação do SIADAP - Lei nº 66-B/2007, de 28 de Dezembro

 

. Um dia tiram-me o vínculo à Função Pública. -  Alteração unilateral do vínculo - Lei nº 12-A/2008

  

. Um dia obrigam-me a estagnar na carreira depois de me aliciarem a fazer um estágio de 2 anos para progredir -  Suspensão dos procedimentos concursais e das mudanças de nível pendentes - Despacho do MF nº 15248-A/2010, de 7/10/2010

 

. Um dia decidem pagar-me menos pelo mesmo trabalho -  Redução salarial - Artº 19º da Lei Nº 55-A/2010, de 31-12 (Lei do OE 2011)

  

. Um dia supero todos os objectivos e apenas vou ganhar umas palmadinhas nas costas. -  Proibição das valorizações remuneratórias, designadamente das alterações de posicionamento remuneratório resultantes de progressões e promoções  - Artº 24º da Lei nº 55-A/2010, de 31-12 (Lei do OE 2011)

 

. Um dia vou ser solidário à força. -  Contribuição extraordinária de solidariedade - Artº 162º da Lei nº 55-A/2010, de 31-12 (Lei do OE 2011)

  

. Um dia fico sem subsídio de férias. -  Corte dos subsídios de férias e de Natal  -  Artº 21º e 25º da Lei Nº 64-B/2011, de 30/12 (Lei do OE 2012)

  

. Um dia obrigam-me a descontar durante 40 anos de trabalho para receber menos 30% do que já recebia antes. -   Alteração do cálculo da pensão de aposentação -  Artº 80º da Lei nº 66-B/2012, de 31-12 (Lei do OE 2013)

  ...

  . Um dia  o/a  chefe "não vai com a minha cara" e manda-me para a «mobilidade especial / requalificação», ...  i.e. para o desemprego. 

...

Por isto  e muito mais ... HOJE  É  O  DIA .  FAÇO  GREVE  GERAL . 

( recebido por e-mail )



Publicado por Xa2 às 07:41 | link do post | comentar | comentários (1)

Quarta-feira, 26 de Junho de 2013
Encontro APRe! Lisboa Norte com lotação esgotada!
No dia 24 de Junho, realizou-se no Auditório da Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro, em Telheiras, freguesia do Lumiar, em Lisboa, um Encontro dos Reformados das freguesias de Carnide, Lumiar, Santa Clara, Benfica e S. Domingos de Benfica, aberto a todos os reformados e aposentados.
O resultado do esforço de dinamização e divulgação nestas freguesias foi o enorme êxito que constituiu esta iniciativa, uma verdadeira enchente havendo participantes em pé e sentados nas escadas de acesso. Num espaço com 144 lugares sentados, estiveram presentes e participaram nos trabalhos cerca de 200 pessoas, tendo resultado de imediato 33 novos associados da APRe! e sido distribuídos dezenas de boletins de adesão. 
Na mesa estiveram, além da representação da Direcção e da Delegação de Lisboa, os dinamizadores destas freguesias.
No arranque deste encontro foram evidenciados aspectos relevantes da intensa actividade da associação, nomeadamente sobre o apoio do Gabinete de Advogados que está a dar suporte jurídico; foi mencionado o empenho que existe em que a APRE! venha a ser reconhecida como membro do Conselho Económico e Social em representação dos aposentados e reformados; foi também evidenciada a importância de acordos e parcerias com outros grupos similares em Portugal ou estrangeiro e sobre acções futuras em preparação, como um Colóquio Internacional a realizar, previsivelmente, em Outubro.
Com suporte num conjunto de slides elucidativos, foi apresentado o que tem sido o trabalho dos núcleos destas freguesias, pondo também grande enfoque nas iniciativas já em curso e futuras, como audiências com os Presidentes das Juntas de Freguesia; constituição de grupos de trabalho para elaboração de estudos e estatísticas; reuniões plenárias periódicas dos associados dos núcleos Lisboa – Norte; campanha “Venham mais cinco”; etc. Referiu-se ainda, contar com as sugestões dos associados destas zonas e com a colaboração de todos, para a identificação de novas acções e para o crescimento exponencial da APRe! nestas freguesias. 
No animado e muito participado período de debate, considerado o momento mais importante do Encontro, os presentes colocaram questões pertinentes, tendo sido devidamente esclarecidos pelos elementos da Direcção e da Delegação de Lisboa, presentes na mesa e várias dessas sugestões irão tomadas em conta pelos órgãos da APRe!
Merece registo o número de presentes que se manifestaram disponíveis para colaborar activamente na acção e expansão da APRe! nesta zona da cidade.
Para esclarecimentos ou sugestões, contacte os Núcleos Lisboa Norte, pelos endereços de mail:
aprecarnidelumiarsantaclara@gmail.com
aprebenficasdomingosbenfica@gmail.com
P.S. Qunatos mais formos maior será a nossa força. Hoje somos milhares amanhã deveremos ser milhões!  Temos de lutar contra as maldades que nos andam a fazer e contra a velhacaria que nos governa.


Publicado por Otsirave às 16:16 | link do post | comentar

Terça-feira, 25 de Junho de 2013

Horta do Monte: Testemunho de um dos feridos e fotos da destruição

Armand Munoz foi das vítimas da agressão policial que teve lugar esta manhã durante a destruição da Horta do Monte, promovida pela Câmara Municipal de Lisboa. Após ter sido assistido no hospital, necessitando de pontos na cabeça, relatou ao esquerda.net como tudo se passou.

 

Armand Munoz “estava a levar as suas filhas à escola” quando recebeu uma mensagem de telemóvel informando-o de que as máquinas estavam a destruir a Horta. Quando chegou ao local, “por volta das 7h30, as máquinas já tinham destruído a Horta do Monte e estavam talvez cinco pessoas” ligadas ao projeto comunitário no local. Pouco depois chegaram mais pessoas, sendo que, no total, não seriam mais de dez.

Segundo descreveu ao esquerda.net, foram feitas várias tentativas no sentido de solicitar à Polícia Municipal o despacho que autorizava a intervenção, contudo, os agentes policiais negaram o acesso ao documento, argumentando que seria necessário “dirigir um requerimento à Câmara para esse efeito”. “Apenas um polícia municipal se encontrava identificado”, referiu.

“Enquanto me encontrava fora da cerca que foi montada pela Polícia Municipal à volta da Horta, uma amiga começou a tirar fotografias com o telemóvel”, relatou Armand Munoz, avançando que a representante da CML presente no local rapidamente se deslocou para fora do perímetro da cerca, em direção ao passeio, onde se encontravam. Tentando acalmar os ânimos Armand Munoz colocou-se em frente da sua amiga, sendo alvo de um encontrão por parte da representante camarária.

Apesar de constantemente apelar à calma, Armand Munoz acabou por ser vítima de um novo empurrão, por parte de um agente da Polícia Municipal, acabando por bater com a cabeça no chão. A sua amiga levou duas bastonadas. "Todas as agressões tiveram lugar no passeio, fora da cerca montada pela Polícia Municipal", assegurou. [Esquerdanet]

Fotos retiradas do facebook de Cátia Maciel:

  

Fotos de Alex Mogly:

  

  

  

 



Publicado por [FV] às 18:14 | link do post | comentar | comentários (6)

 

Duas pessoas foram detidas esta terça-feira em Lisboa, e três ficaram feridas, durante a operação de limpeza dos terrenos onde estava instalado o projeto comunitário Horta do Monte, cujos responsáveis garantem não terem sido oficialmente notificados para desocuparem o local.

Hoje de manhã, explicou à agência Lusa o subcomissário Alcides Rodrigues, a Polícia Municipal (PM) de Lisboa acompanhou funcionários da autarquia e um empreiteiro até aos terrenos situados na Rua Damasceno Monteiro, perto do Largo da Graça, "no sentido de garantir a sua segurança", para realizarem a operação de limpeza ordenada pela autarquia.

"Alguns hortelãos revoltaram-se e insurgiram-se contra os nossos agentes, tendo sido detidas duas pessoas por agressões, injúrias, resistência e coação", disse Alcides Rodrigues à agência Lusa.

O responsável policial acrescentou que a ordem de despejo foi assinada pelo vereador José Sá Fernandes, que tem os pelouros dos Espaços Verdes e do Espaço Público, depois de os hortelãos terem sido notificados pelo município lisboeta para desocuparem o espaço.

Os responsáveis pelo projeto comunitário Horta do Monte disseram hoje à Lusa não terem sido notificados oficialmente para abandonarem os terrenos.

"Estávamos em conversações [com a Câmara de Lisboa]. Neste momento aguardávamos a marcação de uma reunião e uma notificação oficial", disse hoje à Lusa Isabel Serôdio, no local, onde pelas 11.30 se mantinham agentes da PM enquanto uma retroescavadora continuava a operação de limpeza dos terrenos. [DN]

A coordenadora da Horta do Monte afirma que houve três feridos na sequência de agressões de agentes da autoridade, mas o comandante daquela força policial desmente essa versão dos factos.

Inês Clematis conta que pouco depois das 7h00, quando os primeiros apoiantes do projecto chegaram ao terreno, entre a Rua Damasceno Monteiro e a Calçada do Monte, “já estavam com as máquinas a destruir tudo”. “Os polícias não nos deixaram entrar, foram violentos”, descreve a coordenadora da horta, lamentando que a autarquia tenha optado por uma “desocupação forçada, em total desrespeito pelas pessoas envolvidas e pela comunidade”.

De acordo com Inês Clematis, duas pessoas foram detidas pela polícia e outras três ficaram feridas. Uma delas, descreve, caiu ao chão depois de ter sido empurrada por um polícia e foi transportada para o hospital com a cabeça partida. A coordenadora da horta acrescenta que uma outra pessoa “levou bastonadas nas costas quando estava a tentar acalmar as pessoas”, e que uma terceira “foi arrastada e ficou com o braço todo arranhado”.

Na Internet circulam vários relatos que corroboram a versão de Inês Clematis. “Quando cheguei à horta, poucas pessoas, muitos polícias, um rapaz com a cabeça partida e a uma amiga no chão com o namorado a ser imobilizados à força. Fui para onde estavam a correr levei um empurrão que me lixou o cotovelo e mais empurrões sempre que tentava chegar ao pé dela. Muitos polícias e com testosterona e bastões ao alto. Antes, os polícias tinham tirado uma rapariga de uma árvore à força, arranharam-na toda”, descreve-se um desses testemunhos.

Dois detidos: um turco e uma francesa
O comandante da Polícia Municipal de Lisboa confirmou ao PÚBLICO que houve dois detidos, um homem de nacionalidade turca e uma mulher francesa, por “resistência e coacção a funcionários”. Segundo André Gomes, estas duas pessoas “forçaram a entrada” na horta quando esta já se encontrava vedada para que fossem realizados os trabalhos de limpeza ordenados pelo vereador José Sá Fernandes.

“O casal desviou a rede, meteu-se lá dentro e começou a injuriar os funcionários”, descreve o comandante, acrescentando que o homem que acabou por ser detido "agarrou um agente da polícia pelas costas e atirou-o ao chão”. André Gomes acrescenta que esse elemento da Polícia Municipal de Lisboa ficou com os óculos partidos e sofreu ferimentos num braço e num dedo.

Quanto à existência de três feridos entre os apoiantes do projecto da horta comunitária, o responsável da Polícia Municipal de Lisboa assegura que não tem conhecimento dessa situação. “A polícia só desviou as pessoas do terreno. Não houve nenhuma carga policial”, afirma. “Não sei se alguém se aleijou uns contra os outros”, acrescenta, admitindo que se gerou “alguma confusão no local”, onde, segundo diz, se concentraram cerca de 20 pessoas em protesto contra a limpeza do terreno.

Os apoiantes da Horta do Monte fizeram chegar ao PÚBLICO várias fotografias tiradas esta manhã, nas quais se vê um casal deitado no chão e algemado, rodeado de agentes da Polícia Municipal de Lisboa. Há também imagens das máquinas a destruir a horta comunitária e de uma mulher que se colocou em frente a uma delas, tentando impedir o avanço.

Jardim e parque agrícola
A Câmara de Lisboa determinou a desocupação do local para ali construir um jardim e um parque hortícola, com abertura prevista para o próximo mês de Setembro. O assessor do vereador dos Espaços Verdes diz que tanto os dinamizadores da horta comunitária como outros cinco hortelãos que cultivavam o terreno foram convidados a ocupar um talhão no novo parque verde.

“Os cinco hortelãos vão voltar mas o grupo comunitário não aceitou, não quis”, acrescenta João Camolas, garantindo que os dinamizadores da Horta do Monte tinham sido notificados para desocupar o espaço até ao passado dia 14. Já a coordenadora do projecto diz que não recebeu “uma notificação como deve ser”, mas apenas “uns papelinhos que nem estavam assinados”.

“Estávamos receptivos a aceitar o terreno que nos ofereciam no parque hortícola”, garante por sua vez Inês Clematis, apesar de dizer que a proposta da autarquia ia inviabilizar o desenvolvimento de algumas das actividades que o grupo vinha desenvolvendo até agora. [Público]



Publicado por [FV] às 14:53 | link do post | comentar | comentários (22)

               Compreender a dívida Pública     (-por  #  Raimundo Narciso)

     Até 1973 o Estado francês controlava o sistema financeiro do país, assim como a moeda, o franco, através do Banco Central. Para as necessidades do Estado, para pagar a administração pública, para investir na saúde ou na educação o governo, se o dinheiro dos impostos não lhe chegava, pedia dinheiro emprestado ao Banco Central e não pagava qualquer juro.
     Aconselhado pelos banqueiros, em 1973, o presidente Pompidou publicou uma lei que alterou radicalmente a situação. A partir de então o Estado quando necessita de dinheiro pede emprestado aos bancos privados que, obviamente levam o seu juro. Parece absurdo. Parece, mas assim os bancos, os acionistas dos bancos e os administradores dos bancos passam a ter uma gigantesca fonte de riqueza e de facto passam a controlar, mais ainda, a vida económica do país.
     No vídeo que aqui está, informa-se que, de 1973 a 2010 a dívida pública da França tinha aumentado 1,348 biliões (milhões de milhões) e que, sintomaticamente, os juros pagas pelo Estado à banca privada nesse mesmo período foi de 1,408 biliões de euros. O aumento brutal da dívida pública da França nestas 4 décadas foi praticamente igual aos juros pagos, neste período, pelo Estado aos banqueiros , consequência daquela lei de Pompidou que entregou aquele poder do Estado, poder do povo, aos banqueiros e acionistas dos bancos.
     Esta situação de os Estados terem de pedir dinheiro emprestado aos bancos privados em vez de o obterem sem juros do banco central do seu país generalizou-se a quase todo o mundo. E é  também a situação na zona euro. Esta mudança de paradigma foi aliás um passo grande do sistema financeiro internacional na sua longa caminhada para o controlo dos governos nacionais e do "governo do mundo".
    Obviamente que não podemos concluir que os bancos são "maus". Os bancos foram instrumentos fundamentais e absolutamente indispensáveis ao desenvolvimento histórico e atual da economia mundial. Deveriam era serem propriedade dos Estados ou controlados por eles e não o contrário.
  

            Pseudodemocracia - Entre a Revolução e a Ditadura      (-por Ana Paula Fitas )

Na crueldade abusiva e indiferente com que a política vai conduzindo os tempos, como se a servidão, a pobreza e a dependência fossem naturais por inerência à condição social da vida humana, vale a pena registar as palavras de D. Januário Torgal que podemos ler AQUI e a síntese assertiva de um homem cuja experiência e determinação em marcar o pensamento e a história de Portugal podemos encontrar no texto que, a seguir, transcrevo:

     «O antigo Presidente da República Mário Soares considera que a «democracia está em baixa», porque as pessoas tem «muito medo», mas, adverte, o desespero é tal que aqueles que têm fome podem zangar-se.   Em entrevista ao jornal "Público", o histórico socialista afirma que os portugueses não reagem com veemência às dificuldades que estão a atravessar porque "há muito medo na sociedade portuguesa".

    "É por isso que a democracia está em baixa, porque não havia medo e hoje há muito medo. As pessoas têm de pensar duas vezes quando têm filhos. Mas é uma coisa que pode levar a atos de violência", adverte.   Mário Soares ressalva que é uma situação que não quer que suceda. No entanto, "pode acontecer, porque o desespero é tal que aqueles que têm fome podem zangar-se".

     Fazendo um paralelismo sobre a reação dos portugueses às dificuldades que atravessam e o que se passa no Brasil, afirma que "no Brasil vieram para a rua de forma pacífica porque acham que há muita corrupção. Aqui, em Portugal, não há corrupção a rodos, porque a justiça não funciona. Ou por outra, a justiça só funciona para os pobres".    "Aos que roubam milhares de contos ao Estado, em bancos e fora de bancos, não lhes acontece nada", critica. Mário Soares receia que a seguir à crise política possa "vir uma revolução": "Eu esperaria que fosse pacífica, mas pode não ser". Pode também seguir-se uma ditadura, o que "era ainda pior", sublinha.

     O antigo presidente considera que não existe uma relação entre o país e o Governo, que "ignora o povo", e que a "democracia está em perigo".

Neste momento, somos uma pseudodemocracia, porque a democracia precisa de ter gente que resolva os problemas", diz, questionando: "Quando o Presidente da República não é capaz de resolver nada a não ser estar de acordo com o Governo, e o Governo não faz nada porque não tem nada para fazer, nem sabe o que há-de fazer, o que é que se passa?"

    Sobre o que faz a oposição, Mário Soares afirma: "protesta". "Eu não tenho nenhuma responsabilidade política, nem quero ter, mas penso, leio, escrevo e estou indignado, claro, porque estão a destruir o país", sublinha.    Questionado pelo Público sobre se o Banco Central Europeu devia estar a emitir moeda, Mário Soares foi perentório: "pois claro". Não admite a saída do euro, frisando que é a "favor do euro e da União Europeia, embora não aceite que a chanceler Merkel seja uma pessoa não solidária com os outros países, é contra o espírito da União Europeia.     Relativamente ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, Mário Soares acusa-o de ser "um camaleão", considerando que Portugal não ganhou nada em tê-lo naquele cargo. "Foi só desprestigiante para Portugal. Nunca achei que ele podia ser bom. Avisei sempre, escrevi que era um grande erro. Diziam que era português, mas na Europa não há portugueses, nem de qualquer outro país, há europeus", comenta.   Mário Soares diz ainda que Durão Barroso "não pode" chegar ao cargo de secretário-geral da ONU, "depois de tudo o que disseram dele, a senhora Merkel, os franceses e tantos europeus". "Futuro político acho que não tem", remata.»   in DIÁRIO DIGITAL/LUSA

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           Este é um dos «clubs da elite política-financeira-...»

(há outros, incluindo 'pensadores/thinkTanks', fundações, associações maçónicas, religiosas /OpusD, caridadezinhas, universidades, partidos, ... financiados por magnates da Banca, da Especulação bolsista, das Multinacionais : armamento, farmacêuticas, alimentos/sementes, petróleo, automóveis, aviões, minérios, água-distribuição, electricidade, telefones, jornais, TVs, redes sociais/internet, ...) 
    ... que MANDA, compra/ameaça/manipula desGovernos FANTOCHES, seus capatazes e avençados escribas. ... e "faz a opinião" das maiorias e dos eleitorados, desvirtuando a Política, a Democracia, a transparência, as liberdades e a equidade de acesso, ... prejudicando o interesse público e milhões de contribuintes e cidadãos.



Publicado por Xa2 às 07:40 | link do post | comentar | comentários (5)

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