Segunda-feira, 16 de Setembro de 2013

As rendas escandalosas que o governo oferece à EDP com o nosso dinheiro

Portugal deu um salto enorme na produção de energias renováveis. Em 2013 produz 23 vezes mais do que em 2003. De 494 GWH ( 1% da produção nacional de energia elétrica) em 2003 passou a produzir, dez anos depois, 11.500 GWH (cerca de 23%).     Foi uma aposta bem sucedida de Sócrates, desde 1995, primeiro como ministro do Ambiente, no Governo de Guterres, e depois até 2011 com os seus governos.
   Mas “não há bela sem senão” e o senão é brutal. São as rendas exorbitantes, injustas e até ilegais na opinião do secretário de estado da Energia, que a "EDP demitiu" em 2012.
      Este importante sucesso ambiental do país não acrescentou benifício à população, a não ser nos aspetos ambientais, mas serviu para os governos oferecerem à EDP, à  Portucel (energia da biomassa) e aos bancos, seus acionistas e seus financiadores centenas de milhões em cada ano. Sem custos para os governos pois quem paga tudo são os consumidores de electricidade.
   Rendas? Sim e brutais.   No fim de 2012 somava 4 mil milhões o "défice tarifário" do Estado resultado dessas rendas. É um valor enorme que estamos e continuaremos a pagar.
    A produção de energia elétrica de origem eólica sai, por enquanto, mais cara do que a de origem fóssil (petróleo, gás ou carvão) e portanto para que haja quem a produza o Estado terá de pagar, logicamente, um subsídio, por cada watt.hora produzido. Acontece assim por todo o lado. Mas é no montante que está o busílis e é a marca distintiva do regime que temos, dominado pela banca e as muito grandes empresas como a EDP ou a Portucel (produção de energia elétrica renovável por biomassa).    Enquanto o preço médio de venda de eletricidade (PVP) no mercado regulado foi de 51,80 € / MWh, a EDP recebe do Estado uma renda leonina de – pasme-se - 101,8 € por cada MWH de origem eólica.   E como em 2012 produziu 11.500.000 MWH o Estado entregou à EDP 1.103,9 milhões de euros, que vai buscar onde lhe parece mais fácil, às pensões, aos salários, ao emprego, à saúde, ao ensino.
     Os governo fazem isso com alegre bonomia porque pagar... pagam com o nosso dinheiro e assim transferem a riqueza dos menos ricos para os mais ricos no país mais desigual da União Europeia.
     Olhem só para Eduardo Catroga como foi recompensado com um salário de 40.000 € por mês num emprego sem atividade no Conselho Geral da EDP. Mas não está só, outros ex-ministros lá estão, como Celeste Cardona ou Jorge Braga de Macedo e muita outra gente muito respeitável mas que são de facto os empregados de luxo da casta financeira que por detrás dos nossos votos governa Portugal, na verdade.     Os verdadeiros “donos de Portugal”.
     A EDP recebe 101,8 € por MWH em Portugal. Mas em Espanha onde o seu poder de influência é menor contenta-se com 88 € e nos EUA basta-lhe 35,82 € e ainda ganha o que deve ganhar, obviamente.    O roubo "legal" é tal que até essa escandalosa Troica que nos visita a miudo achou o negócio demasiadamente escandaloso após o ter comparado com o que se passa pelo resto da Europa. Mas afinal, com este governo e com a troica, a situação agravou-se já que o preço das energias renováveis foi subindo de 97 € / MWh em 2010 até 109,9 € / MWh em 2012 e continua a crescer em 2013.
    O então secretário de Estado Henrique Gomes tratou do assunto, como lhe competia. Achou as rendas “ilegítimas” e até “ilegais” (ver abaixo, no vídeo, as suas declarações a José Gomes Ferreira, na SIC). Entregou o relatório e as suas propostas para moralizar a situação ao seu ministro Álvaro Santos Pereira, entretanto também afastado, que o enviou (declarações do ministro na televisão)  em mão, ao 1º ministro e que uma hora depois estava na posse do presidente da EDP.     O secretário de Estado foi demitido a grande velocidade por “vontade própria e razões pessoais” e o ministro (então ainda ministro) da Economia, informou pela TV, indignado mas conformado, que o presidente da EDP festejara com champanhe a demissão do seu secretário de estado que se metera, legítima mas ingenuamente, como se pode concluir, nos negócios da EDP e dos bancos, convencido que eram assunto do seu ministério.
      “Mas… foi a EDP como empresa ou foram principalmente os bancos seus acionistas e que ganham também como credores a influir no governo?”. Perguntava José Gomes Ferreira (ver vídeo) a Henrique Gomes e este concordou que “as pressões passavam principalmente por aí”.
     A crise… mas qual crise? Interrogará a EDP – aqui (na EDP) a “crise é esta: “... os lucros líquidos foram em milhões de euros os seguintes:
           2007:    907,2                2008:   1.091,5          2009:   1.023,8           
      2010:  1.078,9                2011:   1.332             2012:   1.182.         
Em seis anos, a EDP, e os seus acionistas receberam 6.615,4 milhões € de lucros líquidos enquanto a maioria dos portugueses empobrecia. Como consequência destes lucros excessivos, os dividendos distribuídos aos accionista dispararam. Segundo dados do próprio "site" da EDP, no período 2007-2012, o valor do dividendo por ação subiu todos os anos e passou de 0,125 € a 0,185 € entre 2007 e 2012. Enquanto os salários e as pensões diminuiam nestes 5 anos, os lucros (dividendos) dos acionistas da EDP subiram 48%. Mas o custo da eletricidade esse tem aumentado sempre. No mesmo período de 5 anos o preço da eletricidade em Portugal aumentou 23,9%,
     “E como reconheceu o ex-secretário de Estado no discurso que escreveu, mas que não leu, para as famílias "em 2010, a fatura de eletricidade já era superior às despesas com a educação (2,2%), estando a aproximar-se do valor médio das despesas com a saúde que, entre 2000 e 2010, tem apresentado um valor estável entre 5% e 6%".    Segundo o inquérito aos orçamentos familiares realizado pelo INE em 2010-2011, as despesas com a eletricidade e gás já representavam 5,8% do orçamento das famílias
____________________
    A natureza do Governo fica aqui bem ilustrada. A “resolução” da crise, por este governo, arruinará as classes trabalhadoras e classes médias mas salvará “os donos de Portugal”. É absolutamente indispensável uma grande mobilização da sociedade civil, no trabalho e na rua, para que Portugal não volte, no plano social e quiçá político, ao Portugal do tempo da ditadura agora pela mão desta democracia falsificada. As eleições e o voto se não forem associados à mobilização da sociedade, das classes médias e dos trabalhadores irão pouco além de álibi para anestesiar o cidadão e não chegam para contrariar aqueles poderes fácticos. 
   ...  Os Vídeos referidos estão aqui :  http://youtu.be/jqAnktfokXw   ;  http://youtu.be/oW5KxDR_mKA  ; 
http://youtu.be/iD5E1kBtaCg   ;   http://youtu.be/oW5KxDR_mKA  .


Publicado por Xa2 às 07:48 | link do post | comentar | comentários (4)

Sábado, 14 de Setembro de 2013

O homem que sabe a hora e que faz acontecer nasceu há 78 anos. Parabéns Vandré!



Publicado por Xa2 às 10:36 | link do post | comentar | comentários (3)

Sexta-feira, 13 de Setembro de 2013

Portugal  Desigual ...    

   A notícia é grave e chocante: Portugal arrisca-se a ser o país com mais desigualdades, o que, além do mais, significa que um quarto da população, incluindo pessoas empregadas, vivem ameaçadas pelo risco de pobreza (ler Aqui).      No relatório publicado pela Oxfam, apela-se a que os países europeus defendam um novo modelo económico e social, capaz de garantir uma fiscalidade justa e investimentos públicos promotores de um desenvolvimento sustentável.
    A ONG chama ainda a atenção para o facto dos efeitos perversos da adopção de medidas de austeridade ter provocado tão dramáticos custos sociais, designadamente a subida em flecha do desemprego, que os próprios promotores dessas medidas estão já a manifestar preocupação com o facto já que, a manter-se o ritmo de empobrecimento, o número de pessoas muito pobre na Europa poderá atingir os cerca de 145 milhões (ler aqui)    A notícia da própria OXFAM sobre o relatório agora divulgado está acessível AQUI.
A riqueza das nações    ou a Perda de recursos   (-por Nuno Serra)
«A emigração irrompeu nos anos mais recentes, atingindo níveis semelhantes ao grande êxodo registado em Portugal nos anos sessenta. Fontes oficiais e investigadores apontam para que pelo menos 100 mil pessoas estejam a abandonar anualmente o país, o que equivale à saída de uma pessoa em cada cinco minutos e aproxima Portugal das taxas de emigração da Irlanda. "Num país com 10 milhões de pessoas, isto representa uma enorme vaga de emigração", diz Peixoto, sociólogo do Observatório Português da Emigração. A diferença, desta vez, é que ao contrário dos trabalhadores que deixaram o país nos anos sessenta, com baixas qualificações e na sua maioria rurais, os emigrantes de hoje possuem frequentemente graus universitários e elevadas competências profissionais. "Estamos a perder alguns dos nossos melhores e mais brilhantes", diz Peixoto. "As pessoas que estão a sair do país neste momento são jovens, urbanas e escolarizadas".»
...
Se nos tiram a educação, vamos ser mal educados
 Hoje começaram as aulas para milhares de crianças. O ministério diz que está tudo bem e tudo preparado. Eu não sei, mas ouvi dizer que há turmas com 36 alunos, muito acima do máximo permitido mesmo depois do aumento imposto por este canalha e que como ainda não existem professores contratados há muitas turmas que não vão ter aulas. 
     No meio de tudo isto o aldrabão foi com o mentiroso do seu chefinho inaugurar duas escolas que já tinham sido inauguradas e estavam a funcionar há mais de uma ano. É que é mês de eleições e como estes bandalhos não fizeram mais nada pelas escolas que cortar em professores, auxiliares e condições de trabalho vão inaugurar as escolas que outros mandaram construir antes deles. Mas, desta gente não se pode esperar mais.
     Se isto te revolta, se te sentes insultado como ser humano ao ver este governo destruir a saúde e a escola pública, a cortar nas reformas dos que já vivem com dificuldades estremas, a atirar milhões para o desemprego, para a pobreza e para a miséria enquanto eles, os seus amigos e os mercados engordam que nem porcos participa na concentração de dia 15 de Setembro, já no próximo domingo, na Praça de Espanha pelas 16H30. Vamos dizer não e vamos mudar isto. Vai e leva outro amigo também. Vozes ao alto .


Publicado por Xa2 às 13:37 | link do post | comentar | comentários (7)

Quarta-feira, 11 de Setembro de 2013

      Pacatos e trabalhadores, poupados e prudentes    (-por Daniel Oliveira)

  A falta de contraditório promove preguiça de quem argumenta. E esta crise é também uma crise de debate. A simplicidade dos argumentos dos advogados da austeridade não resulta da sua evidência. Resulta de um populismo moralista que transforma a economia numa espécie de catecismo sobre as virtudes e pecados nacionais.

... A ressonância salazarenta deste retrato dos portugueses, tão comum na propaganda de um regime que promovia e elogiava a pobreza e a resignação, só passa despercebida a quem tenha pouca memória.

... Nos anos 60, Portugal não era pacato. Era obediente.  ...

... Portugal não era apenas trabalhador. Era escravo. ...

... Portugal não era poupado. Era miserável. ...

... Portugal não era prudente. Era obstinado no seu conservadorismo. ...

...    tudo o que, como povo, exigimos e fizemos nos últimos 39 anos, talvez seja disso mesmo que estamos a precisar. Talvez a ideia de que o que conquistámos nunca estaria em risco nos tenha tornado demasiado pacatos. Ao ponto de aceitarmos, sem uma pinga de indignação, que nos digam que devíamos ser como "os nossos avós": resignados, obedientes e pobres.

---------------

        Portugal, 1960. Uma gaiola, mas não dourada    (-por Sérgio Lavos)

João César das Neves publicou mais uma crónica repugnante no Diário de Notícias. Não é novidade, mas esta é especialmente asquerosa, porque inventa um país de Salazar tão fictício como "A Gaiola Dourada", o filme que agora está na moda, defendendo o derrotado regime fascista a que, julgando por este texto, César das Neves gostaria de voltar. A Raquel Varela respondeu à alucinada fantasia de César das Neves como deve ser respondido: com factos.

              "João César das Neves acaba de publicar no DN um texto onde diz que Portugal em 1960 «era um país pacato e trabalhador, poupado e prudente, que se sacrificava generosamente, labutando dia e noite para cumprir os deveres» e que depois do 25 de abril ter-se-á esbanjado de tal forma – e trabalhado mal –, o que teve como consequência a crise económica.

     Regressemos pois a Portugal em 1960 «pacato, trabalhador e poupado». A produtividade por trabalhador em Portugal em 1961 era menos 430% do que hoje. Desde logo porque uma boa parte destes trabalhadores estavam ainda no mundo rural: a industrialização do país só se dá a partir dessa data, bem como a generalização da educação (que sobe a produtividade da mão de obra – quem mais sabe trabalha em geral melhor). Nesse tal país «pacato» a mendicidade será crime até ao final dos anos 60, considerada um caso de polícia. O divórcio, proibido, filhos ilegítimos, a prisão por pensar diferente do regime, comum.

     Nos anos 60, o Estado português e os seus grupos económicos resolveram viver também da exportação da força de trabalho, dando como alternativa a 1,5 milhão de pessoas – mais de 10% da população – a emigração[1]: saiam, trabalhem como robôs na Renault, mandem para cá divisas. Divisas que entre outras coisas alimentaram a pujante economia de guerra, que levou ao colapso o orçamento público mas fez taxas de crescimento que brilhavam nos olhos de Champalimaud ou dos Mello, chegaram a ser de 10%!

     Não há nada na economia que diga que o colapso das contas públicas não possa viver lado a lado com a pujante riqueza de algumas contas privadas.

     O conjunto das despesas sociais do Estado em 1973 em Portugal correspondia a 4,4% do total do PIB, sendo que na mesma altura era de 13,9% na Grã-Bretanha, por exemplo[2]. A pensão média anual da segurança social sobe mais de 50% entre 1973 e 1975[3]. A mortalidade infantil era, antes do 25 de abril, quatro vezes maior que as da Holanda e da Suécia; a mortalidade materna, o dobro da França (…) a mortalidade por doenças infecciosas é 30% superior à de Itália. A esperança média de vida estava a 7 anos da Holanda[4]. 26% dos portugueses eram analfabetos. Em 1960, no pacato Portugal de César das Neves, estava-se a um ano de iniciar uma guerra contra os povos de África. 9000 mortos portugueses, dezenas de milhares em África.

     Já sabemos que a crise vem da transformação da crise privada em dívida pública. Quando o FMI chegou em 2011, a dívida era de cerca de 70% do PIB. Agora é de 130%. O resgaste virou assim um sequestro. Entretanto, por juros da dívida, parcerias público-privadas e mercantilização do Estado social, os trabalhadores reformados foram expropriados do seu salário e pensão, enquanto algumas empresas (Mota Engil, EDP, Portucel, Grupo Mello, entre outras) regressaram aos lucros. Mas para que estas regressassem aos lucros, os Portugueses sofreram a segunda maior queda salarial de toda a OCDE. Portanto a visão da crise de João César das Neves – falta de trabalho árduo por parte dos Portugueses – é uma lenda contrafactual.

     Com o 25 de abril, os pobres souberam o que era educação de qualidade gratuita, os doentes «inevitáveis» souberam que afinal a saúde também era para eles, os que já tinham trabalhado souberam o que era descansar e viver com dignidade com uma pensão, os angustiados souberam o que era o direito ao trabalho. Como a riqueza social é limitada – um bolo que tem limites –, houve um avanço de 15% no conjunto do PIB do trabalho e uma perda dos mesmos 15% no capital. Que foi conseguida com muita falta de pacatez: greves, ocupações de fábricas e empresas, controle operário exercido por comissões de trabalhadores, manifestações, com trabalho árduo, muito árduo, mas em que os trabalhadores exerceram a democracia directa (na produção, escolas, bairros, hospitais) em vez de aceitar somente a democracia representativa (delegação de poderes). Foi preciso muito trabalho, para muitos milhares foi de sol a sol, voluntário e arriscado porque pela primeira vez tinham a responsabilidade sobre a produção e a reprodução da sociedade, numa palavra a responsabilidade pela vida.

      Tenho apenas um acordo com João César das Neves. Temos sido demasiado pacatos. Fomos pacatos em 1960 e somos hoje. Mas já houve um tempo em que fomos impacientes. (..., revolução popular e guerra civil no séc.19, atentados vários, revolução republicana em 1910,) Nas greves de 1934, 1943, 1962, 1968, 1973. E, finalmente, em 1974, quando os Portugueses, junto com os capitães, perderam a paciência. Nasceu aí um novo país, que César das Neves acha abominável. Porque, como dizia o grande geógrafo brasileiro já falecido Milton Santos, há dois tipos de classes, os que não comem e os que não dormem com medo da revolução dos que não comem. João César das Neves pertence aos segundos, os que ainda vão conhecer muitas noites de insónia.

-----------------

[1]  Barreto, António, Mudança Social em Portugal: 1960-2000, In Pinto, Costa. Portugal Contemporâneo, Lisboa, D. Quixote, 2005.

[2] Fonseca, Bernardete Maria, «Ideologia ou Economia? Evolução da Proteção no Desemprego em Portugal», Tese de Mestrado, Universidade de Aveiro, 2008, p. 87.

[3] Pordata. Consultado a 16 de março de 2013.

[4] Campos, António Correia de, «Saúde Pública», In Barreto, António, Mónica, Maria Filomena (org.), Dicionário de História de Portugal, Porto, Figueirinhas, 2000, p. 405.



Publicado por Xa2 às 19:45 | link do post | comentar | comentários (2)

CITAÇÃO,  458  (-por Eduardo Pitta, DaLiteratura, 8/9/2013)

 José Pacheco Pereira, Contratos para cumprir e contratos para violar, ontem no Público. Excertos, sublinhados meus:
    «A questão que se segue pode ter um tratamento jurídico, mas não é esse tratamento que me interessa. Pode ter um tratamento de ciência política, mas não é esse tratamento académico que me interessa. O único tratamento que me interessa é um tratamento que se pode chamar “civilizacional”, cultural no sentido lato, político no sentido restrito, de escolha, visto que prefiro viver numa sociedade assente em contratos, confiança e boa-fé, do que numa selvajaria em que impera a lei do mais forte. [...]
    A tempestade originada pela decisão do Tribunal Constitucional equipara a “confiança” a umdireito adquirido”, uma expressão que ganhou hoje, na linguagem do poder, a forma de um qualquer vilipêndio. Segundo essa linguagem, repetida por muito pensamento débil na comunicação social, os “direitos adquiridos” não são mais do que privilégios inaceitáveis, que põem em causa a “equidade”. [...]
     Claro que os “direitos adquiridos” são essencialmente do domínio do trabalho, dos direitos do trabalho e dos trabalhadores, activos e na reforma, e não se aplicam a outros “direitosque esses são considerados intangíveis na sua essência. Por exemplo, os contratos com as PPP e os swaps, ou a relação credor-devedor, são tudo contratos que implicam a seu modo “direitos adquiridos”, mas que, pelos vistos, não podem ser postos em causa.
     O meu ponto neste artigo é que o Governo e os seus propagandistas, ao porem em causa os “direitos adquiridos” quando eles se referem a pensões, salários, direitos laborais e emprego, estão também a deslegitimar os outros contratos e a semear a “revolução”. Assim mesmo, a “revolução”, defendendo uma sociedade em que o Estado e, mais importante, a lei ou a ausência de lei em nome da “emergência financeira”, não assegura qualquer “princípio de confiança”, ou seja, os pactos feitos na sociedade, pelo Estado, pelas empresas, pelas famílias, pelos indivíduos. Esta lei da selva é, espantem-se ó defensores da ordem, outro nome para a “revolução”, a substituição do Estado de direito e da lei pela força [...]
    Ao porem em causa o cumprimento dos contratos com os mais fracos, os que menos defesa têm [...] por que razão é que os contratos das PPP são “blindados” [...] e não podem ser pura e simplesmente expropriados, em nome da “emergência financeira”. [...]
    Ou seja, por que razão é que tenho que aceitar que o Governo me pode confiscar o meu salário e despedir sem direitos, por livre arbítrio de um chefe de uma repartição, ou diminuir drasticamente a minha pensão, agora que já não existo para o “mercado de trabalho” e sou completamente dependente, ou condenar-me ao eufemismo do “desemprego de longa duração”, ou seja tirar-me muito mais do que 60% ou 70% da minha “propriedade”, que não são acções, nem terras, nem casas, nem depósitos bancários, e quem tem tudo isso não pode ver a sua propriedade confiscada num valor semelhante ao que eu perco? E aí, ironia das ironias, teríamos o Tribunal Constitucional, com os aplausos do outro lado, a defender a propriedade e a condenar o confisco, como deve fazer.
     É por isso que estes meninos estão a brincar com o fogo e depois gritam que se queimaram
         (Etiquetas: Austeridade selectiva, Citações )
-------- Brincar com o Fogo
    ... de futuro, os pensionistas da Segurança Social e dos fundos de pensões públicos, bem como os titulares de cargos políticos, não poderão acumular a pensão com os honorários auferidos pelo exercício de funções no Estado. Mas só os do futuro. Quem já recebe dos dois lados continuará a acumular. Não vale a pena citar nomes. O país conhece-os e não são as pessoas que estão em causa. A pestilência alastra e a opinião pública tem dado provas de conviver bem com o fedor.


Publicado por Xa2 às 07:42 | link do post | comentar | comentários (4)

-------

                                                 Obscenidades Político-Financeiras...  (-por A.P.Fitas, 29/8/2013)

Depois de serem tornadas públicas, as inquietantes (mas, infelizmente!, sociologicamente previsíveis!) notícias sobre a manipulação de dados estatísticos relativamente à fundamentação de decisões políticas (evidentemente anti-sociais e claramente promotoras de uma ideologia neoliberal ao serviço do mais primário capitalismo/imperialismo - LER AQUI), as instâncias internacionais, seguras do balanço atual entre os dois factores, a saber: "conhecimento de facto" e "potencial grau de manipulação e desinformação", insistem na lógica do empobrecimento radical dos países ...
---------

        Da Liberdade e da Igualdade...


... há exatamente 50 anos, em 28 de agosto de 1963, Martin Luther King proferiu o grande discurso libertário: "Eu tenho um Sonho"... Hoje, prestamos a merecida homenagem ao sonho que persiste e à coragem convicta que o continua a animar.
--------

Urbanismos... exemplos paradigmáticos da História e da Literatura...

 "(...) – Mas não estaremos nós a viver numa redoma, em círculo fechado, ignorando ou querendo ignorar a indiferença, o egoísmo, a estupidez de uma maioria narcotizada?
 - Qual maioria qual quê! Alguém que puxe fogo ao rastilho e você verá…
 - Mas se isto é um país sem indústrias, sem proletariado, sem consciência cívica!… ”(...)

(Urbano Tavares Rodrigues in "Terra Ocupada"). Escritor, político, cidadão, nascido em 1923 e falecido há pouco, no corrente ano de 2013, deu uma entrevista ao Jornal de Negócios, no passado dia 7 de setembro de 2012 mas que o jornal republicou no dia do seu falecimento, 9 de Agosto de 2013... vale a pena reler essa entrevista: AQUI. 

------

    SALVADOR  ALLENDE - O  socialismo  impossível ?  (-por A.Brandão Guedes)

      No próximo dia 4 de Setembro comemoram-se os 43 anos desde que o candidato socialista Salvador Allende venceu as eleições presidenciais. A experiência chilena para o socialismo emocionou e dividiu a esquerda em todo o mundo. Experiência que viria a ser interrompida de forma bem trágica por Pinochet e a sua sangrenta ditadura, iniciada com o golpe militar de 11/09/1973.   
    Em Portugal de 1974 tivemos também a nossa experiência e a nossa via. Não sendo felizmente interrompida por uma ditadura, as classes dominantes conseguiram, porém, travar o processo e, pouco a pouco, procuram esvaziar a democcracia do seu conteúdo popular de direitos económicos, sociais e de liberdade e justiça social inscritos na Constituição.  A questão central está sempre na mobilização popular ena unidade, dentro da diversidade, das forças sociais e políticas que estão com as transformações necessárias á superação de um modelo económico e social altamente predador da natureza e das pessoas -o capitalismo neoliberal.
VER 


Publicado por Xa2 às 07:15 | link do post | comentar | comentários (5)

Segunda-feira, 9 de Setembro de 2013

             Do  desemprego  à   exploração    (-por Sérgio Lavos, 6/9/2013)

A descida da taxa de desemprego apanhou toda a gente de surpresa, incluindo o próprio Governo. Mas isso não impediu que os apoiantes das políticas de austeridade fizessem a festa, atirando os foguetes ao ar e apanhando as canas. A realidade, no entanto, continua a cumprir o seu papel de desmancha-prazeres, teimando em destruir os sonhos de uma austeridade virtuosa. 

     O relatório trimestral do INE mostra outra coisa, se calhar mais grave do que uma taxa de desemprego próxima dos 18%. Mostra que o decréscimo do desemprego se deveu a aumento acelerado do número de empregos com remuneração inferior a 310 euros, grande parte dos quais é emprego não remunerado, isto é, os tenebrosos estágios não remunerados que perfazem 80% dos anúncios de emprego. Segundo o relatório:

   "No 2º trimestre de 2013, o emprego total para o conjunto da economia, corrigido de sazonalidade, evidenciou uma diminuição menos acentuada, passando de uma variação homóloga de -5,2% no trimestre anterior para -4,1%. Face ao 1º trimestre, o emprego total apresentou um aumento de 0,8% (redução de 2,2% no trimestre precedente). Por sua vez, o emprego remunerado, igualmente corrigido de sazonalidade, registou variações homólogas de -5,0% e -4,0% no 1º e 2º trimestre de 2013, respetivamente." 

  Resumindo:

enquanto o emprego total registou uma variação homóloga que evidencia uma quebra menos acentuada - a que corresponde um crescimento em cadeia de 0,8% -, quando olhamos para o emprego remunerado vemos que teve uma queda no 2.º trimestre de 4% (ligeiramente inferior à do 1.º). Portanto, o emprego criado foi o que configura a mais absoluta precariedade, o que mais próximo podemos estar da escravatura. Estágios não remunerados a prazo que quase sempre não terminam com a assinatura de um contrato de trabalho pago. Esta prática generalizou-se a sectores da economia que não tinham o hábito de recorrer a ela. O comércio, por exemplo (conheço pelo menos dois casos concretos), ou os serviços.

    Se somarmos a isto os empregos surgidos com o Impulso Jovem - o programa do Governo que subsidia a contratação por parte dos privados, esquema que está a permitir ainda mais precarização, perpetuando os contratos a prazo -, assim como os cada vez mais comuns falsos recibos verdes - também estes generalizando-se a sectores onde antes não existiam -, e temos perante nós o admirável mundo novo sonhado por Pedro Passos Coelho e pela direita neoliberal.

     Este é um projecto económico e social que está a transferir rapidamente rendimento do trabalho para o capital, através de uma contracção salarial que já vai nos 10%, (espremendo a classe média,) aprofundando desigualdades e favorecendo a concentração monopolista dos grandes grupos. A receita não é nova - é aplicada desde os anos 80 em vários países - e visa acabar com as democracias sociais nascidas no pós-guerra. Não há maior insegurança na vida das pessoas do que a provocada pelo desemprego. Atingido o ponto de desequilíbrio, tudo passa a ser possível. As leis do trabalho ou deixam de existir ou são desrespeitadas pelos patrões com a conivência dos trabalhadores, e volta a instituir-se um regime de trabalho que se aproxima a passos largos de tempos em que os direitos e a contestação dos trabalhadores eram duramente reprimidos pelo poder económico em conluio com o poder político. É este o país que estamos a criar.        (A análise aos números do INE foi feita pelo Ricardo Arroja.)



Publicado por Xa2 às 19:35 | link do post | comentar | comentários (2)

 

Sob proposta do Governo foi aprovada no passado dia 24 de Julho de 2013 pela Assembleia da República, com os votos favoráveis do PSD, do CDS e do PS a Proposta de Lei 150/XII, por meio do Decreto nº 166/XII, enviado já para promulgação pelo Presidente da República e depois para posterior publicação no Diário da República, a nova lei que regula a a obrigatoriedade de publicitação dos benefícios concedidos pela Administração Pública a todos os particulares.

Esta lei procede à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 167/2008, de 26 de agosto, e revoga as Leis n.ºs 26/94, de 19 de agosto e 104/97, de 13 de setembro.

Esta nova lei, agora aprovada pela AR, no seu art.º 2, n.º 4, alínea b) exceciona propositadamente da publicitação "OS subsídios, subvenções, bonificações, ajudas, incentivos ou donativos cuja decisão de atribuição se restrinja à mera verificação objetiva dos pressupostos legais".

Ou seja, coloca fora do conhecimento público, portanto ficam protegidas pelo sigilo, as subvenções vitalícias dos titulares de cargos políticos.

 Lembramos que na lista dos beneficiados destas subvenções encontram-se os titulares de cargos políticos desde o 25 de Abril de 1974, sendo todos OS Presidentes da República, os membros do Governo, os deputados à Assembleia da República, os ministros da República para as regiões autónomas, os membros do Conselho de Estado e osJuízes do Tribunal Constitucional.

É caso para dizer que, infelizmente, uma vez mais, em Portugal os políticos são tratados como cidadãos acima da lei, dando-se a si próprios privilégios e prerrogativas anormais e superiores aos demais portugueses, que depois mantêm secretas, portanto, total e absurdamente à margem da lei.

http://euacuso.blogs.sapo.pt/2013/08/13/

http://www.parlamento.pt/ActividadeParlamentar/Paginas/DetalheDiplomaAprovado.aspx?BID=17734



Publicado por [FV] às 16:19 | link do post | comentar

«A Crise, a Troika e as Alternativas Urgentes» 

Depois de Lisboa no dia 10 de Setembro (terça-feira), será a vez do Porto no dia 11 (quarta-feira). Coimbra será a seguir. Apareçam. Mais detalhes no sítio do Congresso Democrático das Alternativas.

----- Let's look at the (book) trailer 

              A  era  dos  investidores      (-por Sara Rocha)

      Desde Junho de 2011 o governo tem promovido a desacreditação de todos os serviços públicos: da saúde à educação, da sustentabilidade da segurança social às “vantagens” da privatização da água. Já faltam menos de dois anos para as eleições e o governo ainda tem muito para fazer. Vai ser rápido.
      Terão os dois anos anteriores sido suficientes para nos extenuar ao ponto de não reagirmos? As expectativas em relação ao futuro perderam-se tanto que a maior parte das pessoas nem ousa pensar em planos. Para todos nós, um ano passou a ser o longo prazo e cinco anos são o abismo. Até lá, quantos direitos e serviços perderemos, quantas mais pessoas da nossa família estarão a passar dificuldades, quantos amigos terão ido embora?
      Gaspar tinha razão quando dizia que se estava a entrar numa nova fase da economia portuguesa, a que ele chamava a fase do investimento. De facto, haverá uma nova fase de investimento, mas não será o investimento de que precisamos. Será o investimento dos grupos económicos (essencialmente estrangeiros, mas também portugueses) a comprarem o que resta do setor empresarial do estado, a apoderarem-se de bens comuns e naturais, e a criarem sistemas para pobres e para ricos em todas as dimensões da nossa vivência coletiva.
      Será o período em que nós próprios passaremos a vida a ser investidores. Investiremos na nossa educação ou na dos nossos filhos, para que um dia consigamos continuar a pagar por novos serviços. Investiremos na nossa saúde e em seguros, porque um dia eles poderão ser a forma de escaparmos a um setor público desprovido de condições de qualidade para servir todas as pessoas e de forma igualmente digna. Investiremos em seguros de poupança reforma para garantirmos que não ficamos na miséria que nos anunciam para a nossa velhice, esquecendo irresponsavelmente que a última crise financeira derreteu milhares de poupanças dessas, nos Estados Unidos e pelo mundo fora.
      Até às próximas legislativas as classes altas terão a oportunidade de investir na privatização das águas, dos correios e da TAP, em cada vez mais escolas e clínicas privadas. As outras pessoas ganham o direito de lhes pagar por isso. E quanto mais o sistema privatizado for generalizado, mais fácil será no futuro o discurso de que o estado terá de proteger essas empresas para proteger o acesso aos serviços.
      Enquanto isso, a maioria de pessoas com empregos precários ou sem emprego, que mal têm dinheiro para sobreviver, quanto mais investir (nem que seja na sua própria vida), serão cada vez mais, na vida económica e nos media, “os outros”.
      Servir os interesses dos cidadãos é assegurar serviços públicos de qualidade que garantem igualdade entre todas as pessoas. Isso sim, é investir: na saúde, na qualificação e no bem-estar da população, que é muito mais importante para o desenvolvimento da sociedade (e da economia) do que proteger o investimento privado. Nos próximos meses, a luta pela sua preservação dos direitos e dos serviços públicos terá de ser mais dura do que nunca!


Publicado por Xa2 às 13:36 | link do post | comentar | comentários (1)

  

Nenhuma lei deveria substituir a soberana decisão do povo, nem este deveria submeter-se a vontades alheias sendo sua essa soberania, conforme expressa (por enquanto) a Constituição da República.

Quase toda a gente sabe (há sempre aqueles que por confiar na senhora de Fátima ou no “seja o que Deus quiser” não querem saber sobre o que se passa à sua volta e é um deixa andar que Deus nos livre) que o Tribunal Constitucional optou pela conjugação dos princípios da liberdade como o da responsabilidade, na decisão sobre limitação de mandatos.

A liberdade que cada aparelho partidário, controlado por interesses próprios dos mesmos de sempre, propor como candidatos quem bem lhes convenha, conforme é seu exclusivo nos termos da própria Constituição e a lei do financiamento eleitoral (muito bem) acautela.

A responsabilidade do povo exercer a sua (limitada, porque assim o permite) cidadania no ato de eleger ou recusar quem lhe é proposto para ser seu representante na gestão dos recursos disponibilizados por via dos impostos e na condução  dos interesses colectivos das freguesias ou dos municípios.

A, falaciosa, dita lei de limitação de mandatos (que agora se conclui não existir, de fato) foi um logro, foi uma chapelada que o próprio povo quis enfiar.

O povo deixou-se envolver num, bem urdido, embrulho levado acabo pelos eleitos na Assembleia da República, em seu nome e por negligente omissão no exercício da cidadania e do exercício do poder popular. A soberania do povo não exercida.

O embrulho foi agora, clara e inequivocamente, posto a nu pelo Tribunal Constitucional decidindo (e bem) pela liberdade no exercício dos direitos de cidadania eletiva e pela responsabilização dos eleitores na decisão de quem escolhe para os representar.

A maioria dos políticos não prestam, é certo, isso sabemos de sobra. Que fazemos nós, enquanto povo, para correr com eles?

Qual é o esforço para escolher os melhores e assumir-mos iniciativas de controlo dos seus comportamentos?

Os partidos deixaram-se acorrentar, estão aprisionados por joguetes de interesses por parte de quem os controla. O que fazem os militantes para alterar tais circunstâncias?

A esmagadora maioria do povo está ausente de toda e qualquer participação associativa, mesmo ao nível do bairro, foge, como é dito o diabo da cruz, de toda e qualquer participação na fiscalização e no controlo da gestão de recursos da freguesia ou do município. Como queremos que as coisas possam ser diferentes?

Os primeiros culpados do embrulho/imbróglio que agora o Tribunal Constitucional aclarou são os “energúmenos” residentes desse palácio cito ao fundo da rua de São Bento.

São os primeiros, disso não haja dúvida, mas não os principais. O principal responsável é o povo (é cada um de nós) que não assume as suas responsabilidades no exercício de cidadania (ser cidadão é ter direitos e responsabilidades, exercer uns e outras), em cada dia e a todos os níveis.

Enquanto continuarmos a deixar andar “o condomínio” ao deus dará continuamos a pagar muito caro tal desleixo.



Publicado por Zé Pessoa às 11:30 | link do post | comentar

MARCADORES

administração pública

alternativas

ambiente

análise

austeridade

autarquias

banca

bancocracia

bancos

bangsters

capitalismo

cavaco silva

cidadania

classe média

comunicação social

corrupção

crime

crise

crise?

cultura

democracia

desemprego

desgoverno

desigualdade

direita

direitos

direitos humanos

ditadura

dívida

economia

educação

eleições

empresas

esquerda

estado

estado social

estado-capturado

euro

europa

exploração

fascismo

finança

fisco

globalização

governo

grécia

humor

impostos

interesses obscuros

internacional

jornalismo

justiça

legislação

legislativas

liberdade

lisboa

lobbies

manifestação

manipulação

medo

mercados

mfl

mídia

multinacionais

neoliberal

offshores

oligarquia

orçamento

parlamento

partido socialista

partidos

pobreza

poder

política

politica

políticos

portugal

precariedade

presidente da república

privados

privatização

privatizações

propaganda

ps

psd

público

saúde

segurança

sindicalismo

soberania

sociedade

sócrates

solidariedade

trabalhadores

trabalho

transnacionais

transparência

troika

união europeia

valores

todas as tags

ARQUIVO

Janeiro 2022

Novembro 2019

Junho 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Agosto 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

RSS