Governo e seus lacaios preparam-se para atirar as culpas da tragédia que provocaram, de forma deliberada, sobre quem resiste à sua política criminosa
... Quanto à realidade, por mais que a tentem esconder, ela impõe-se. As notícias da “retoma” não passam de propaganda, um sol enganador.... A verdade é que o BCE já confirmou que vai existir um segundo programa, um programa que vai ter de ser aprovado em todos os parlamentos europeus no rescaldo ou em plena campanha para as europeias de 2014. Um programa que pode muito bem ser um segundo 'resgate'.
Perante isto a estratégia do governo é a dissimulação. No início ele era o “ir mais além da troika”, ele era “o PS vai seguir a Troika por obrigação, nós seguimos por convicção”, ou o “o programa da Troika é o nosso programa”. Tudo isso foi dito pelo governo de inimigos do povo e traidores à pátria e pelos seus lacaios. Agora (...) o Passos também vai ensaiando esse discurso de distanciamento em relação à Troika.
Mas a dissimulação não se fica por aí. Muito notório na miserável entrevista dada recentemente por Passos (em que o director da TSF Baldaia comportou-se como um agente de propaganda ao serviço do Passo-Troikismo) foi a tentativa de criar a ideia de que a tragédia social e económica que se vive em Portugal foi obra de forças sobre-naturais e sem rosto, que toda a miséria criada não tem absolutamente nada a ver com a sua acção política. Pois bem, muito pelo contrário !
A actual situação económica e social é resultado directo das acções governativas e é uma estratégia seguida de forma deliberada. O objectivo destas políticas era mesmo gerar uma monumental crise para purgar a economia e sociedade consideradas “provincianas”, dos escombros desta “destruição criativa” uma nova “economia cosmopolita” distópica (desregulada, ultra-neoliberal, global) seria erguida.
Derrubar este governo, recorrendo a todos os meios ao nosso alcance, é uma condição para a sobrevivência, é o primeiro passo para podermos sair desta tragédia social.
Desobediências (-por J.Rodrigues, 18/10/2013, Ladrões de B.)
Será que “Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária” (Artigo 1.º da Constituição da República Portuguesa)?
A Comissão Europeia, agora através do inenarrável relatório de um seu representante por cá, acha que não. O resto da troika concorda com esta posição, claro. A austeridade permanente está aí. No fundo, os credores, julgam que mandam em primeira e última instâncias, sobretudo quando o poder de ser credor de última instância está em Frankfurt e as regras de um jogo económico desequilibrado são definidas em Bruxelas. O governo colabora, até porque sabe que a sua força interna está lá fora. Dada a convicção dos credores e as estruturas muito objectivas que a suportam, a questão talvez tenha de ser reformulada: - será que Portugal ainda quer ser “uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária”? No fundo, quem manda aqui? Como tenho aqui insistido, o Tribunal Constitucional ajuda também a responder a esta questão. A mais importante resposta, como sempre, terá de caber ao povo português: a soberania é popular nos termos das regras que por aqui devem vigorar. Pela minha parte, julgo que responder positivamente implica recusar a chantagem externa, desobedecer nacionalmente, aqui onde a democracia ainda está, procurar recuperar o máximo de soberania perdida e ser intransigente na recusa de qualquer perda adicional. Quem manda aqui? Temos de ser nós, mas para isso temos de ter instrumentos: e este nós é uma questão de dignidade social e nacional, as duas estão imbricadas hoje. Desobedecer a Bruxelas é imperioso. Todos os actos que defendem os valores da Constituição, nas presentes conjuntura e estrutura, fazem-no de forma intencional ou não.
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Governo esconde benefícios fiscais de 1045 milhões a grandes grupos económicos. (-por Ana Suspiro e João D'Espiney, 20/12/2013, i online)
O Tribunal de Contas volta a alertar para a excessiva concentração dos benefícios fiscais em poucas empresas e entidades públicas. Considerando os cinco principais tipos de benefício em sede de IRC, que correspondem a mais de 60% de toda a despesa fiscal, quase metade (48,2%) está concentrada nos dez maiores beneficiários que deixaram de pagar 132 milhões de euros.
... O parecer às contas do ano passado destaca ainda a receita de 258 milhões de euros obtida no ano passado, graças ao RERT (Regime Excepcional de Regularização Tributária) para capitais que estão fora da União Europeia. Este montante "foi substancial mas indicia que patrimónios significativos não foram declarados ao fisco, no valor de 3440 milhões de euros para efeitos de tributação", situação que o fisco não conseguiu identificar em tempo útil. O documento revela que o Estado deixou prescrever mais de mil milhões de euros em dívidas fiscais em 2012. Mais de metade, equivalente a 566 milhões de euros, refere-se a dívidas prescritas no IVA. No IRC prescreveram 168 milhões de euros, ao passo que no IRS as dívidas prescritas foram de 71 milhões de euros. O valor das prescrições detectado pelo TC - 1017 milhões de euros - é superior ao indicado pelo governo na Conta Geral do Estado de 2012, e que apontava 833,7 milhões de euros.
------Aleixo:-
Esta democracia representativa, fazendo parte do cardápio destes biltres do… “ ao presente não vejo outro remédio “!, permite subverter os interesses da maioria, em nome…da própria maioria! É assim que os interesses instalados, vão roubando a riqueza do Povo: – o património e a força de trabalho. Aos vendidos, já nem as aparências incomodam! Para além de venderem a Soberania, estes “grandes estadistas” e seus acólitos, têm a lata de defender a legitimidade e a prevalência de um “memorando” …sobre a Constituição da República .
Pingo Doce da Rua 1 de Dezembro na Praça do Rossio (ou onde houver Pingos Doces e desempregados)!
A 4 de Dezembro, Nelson Arraiolos, desempregado de longa duração sem rendimentos, dirigiu-se ao supermercado Pingo Doce para levar um pacote de arroz sem pagar, numa acção simbólica contra a austeridade que atira cada vez mais desempregados para uma criminalidade envergonhada, forçados a roubar só para garantir que os filhos não dormem de barriga vazia.
O Pingo Doce disse compreender a acção e ofereceu-lhe um cabaz de Natal, manifestando-se solidário com a sua causa.
No dia 21 de Dezembro, vamos todos nós, desempregados, aos supermercados Pingo Doce exigir também o nosso cabaz de Natal grátis!
Oferecem a um, oferecem a todos os desempregados !!
Porque a Jerónimo Martins do Pingo Doce e 19 das 20 maiores empresas portuguesas fogem aos impostos via Holanda, empobrecendo todos os portugueses que têm de pagar por elas.
Porque lucrou 360 milhões em 2012 a explorar e pagar mal aos seus trabalhadores e a esmagar os pequenos e médios produtores, obrigando-os a vender abaixo do custo de produção para depois revender os produtos por vezes 100% mais caros.
Porque até quando finge a caridade, o Pingo Doce e os outros distribuidores, continuam a lucrar nas campanhas de recolha de alimentos com as compras dos clientes.
Porque a fortuna do segundo homem mais rico do país e dono do Pingo Doce, Soares dos Santos, matava a fome a 1.500.000 desempregados.
Porque no meio de uma miséria inimaginável em 2013, o número de multimilionários aumentou de 785 para 870 às custas do empobrecimento de 2,6 milhões de pessoas.
Neste sistema, se não damos lucro, não temos direito a viver. O que fomos no passado não interessa. Hoje somos todos desempregados. Há que lutar, unidos, porque somos 1.500.000 desempregados e juntos venceremos com facilidade 870 multimilionários e os políticos que os servem.
Notas:O EVENTO ORIGINAL FOI DENUNCIADO E A PÁGINA DA MARIA CABAZ ENCERRADA. A denúncia foi contestada e já está de volta. OBRIGADO A TODOS PELA SOLIDARIEDADE by mcabaz
Nas palavras da Maria Crise: «É o evento-rizoma do ano. Deixou de ser uns que convidam outros e, daí em diante, em ramificação por árvore, para passar a ser todos convidam todos, a todo o momento, imitando as leis do rizoma e da insurreicção. Descobriu-se esta solução de resistência na semana passada, após o evento “Cabazes nanananana Pingo Doce” ter sido repetidamente cancelado, dia após dia, por denunciantes anónimos do Facebook, desconfia-se em simpatia ou mesmo a mando dos seus patrões.»
E como disse Frederico Aleixo: «Porém, resta-nos escolher o modelo de sociedade que nós queremos. Ficamo-nos pela condição de trabalhadores, precários e desempregados de reserva ou fazemos uso dela para inverter a situação e começar uma transformação da realidade? O país dos quatro homens mais ricos de Portugal não é o nosso. No dia 21 de Dezembro, o pedido de cabazes é simbólico. O que é pedido pelo lado oprimido transcende a conjuntura. E não há censura que cale esta voz.»
Quando vejo alguém falar em “barões” do PSD, tiro de imediato a conclusão de que não faz a mínima ideia do que é o PSD dos nossos dias, ou, de que percebe bem demais o PSD actual, e está a falar de má-fé numa perspectiva do conflito interno. Ele haveria uns “barões” odiados pelas “bases”, com prestígio na opinião pública, mas sem vestir a “camisola do partido”. Eles, pelo contrário, mesmo dando má fama ao partido, estão lá de “serviço” para o que der e vier.
O PSD, como o PS, é hoje controlado internamente de forma muito rígida por uma nomenklatura de carreira, que encontra no acesso ao poder partidário o principal mecanismo “profissional” de promoção, assim como múltiplas oportunidades de “negócio”, a todos os níveis. É um sistema muito fechado, tanto mais fechado quanto a conjuntura eleitoral diminuiu as benesses e ameaça ainda mais diminui-las nas próximas eleições. Por isso é como um exército em guerra, sabedor das enormes vantagens do controlo das estruturas e dos sindicatos de voto, mas saltando com violência contra os adversários que suspeitem não lhes vão dar ou manter o que já têm.
Existe no PSD e no PS uma mentalidade de cerco, que se acentuou com a subida ao poder de políticos profissionais, sem influência e prestígio na sociedade. A sua permeabilidade com a opinião pública é escassa, porque o que conta é o que acontece dentro e os poderes de dentro. São pessoas unidas pelo seu papel nas estruturas do partido, onde se encontram todas as possibilidades e todos os riscos. Nem sequer muitas vezes existe a pulsão de “ganhar”, mas essencialmente de conservar. Se por acaso um desastre eleitoral coloca em causa o pool de empregos e lugares de forma drástica, como por exemplo ocorreu em Vila Nova de Gaia – Porto, – e muitas pessoas são simultaneamente dirigentes partidários e empregados pelas autarquias do PSD, ou com elas fazendo negócios altamente rentáveis em termos de “serviços” como consultadoria jurídica, encomendas a empresas criadas para este mercado específico no âmbito da “comunicação” ou do marketing, – então soam os sinais de alarme e parte-se para a guerra civil.
“Encolhendo” os lugares disponíveis, vale tudo. Foi o que aconteceu com a pressa de encontrar “traidores” nas listas autárquicas que se acelerou pela necessidade de colocar fora do partido, antes de eleições internas, todos aqueles que podiam personificar uma oposição vinda de dentro aos interesses instalados. A especulação recente sobre uma hipotética candidatura de Rui Rio ajuda ao acantonamento, até porque, como António Costa no PS, Rio não tem qualquer chance no PSD dos dias de hoje, se pretendesse repetir aquilo que Passos Coelho fez contra Manuela Ferreira Leite: a constituição de uma fracção organizada, muito bem financiada (aí é que é interessante saber se há “barões”…) e usando de todos os recursos, mesmo a manipulação das eleições internas, como se veio a saber em recentes revelações de um dos obreiros dessa tomada do poder. Como se vêem ao espelho é isto que temem, por que pensam que os "outros" irão fazer como "eles".
Nenhuma mudança no PSD é hoje possível de dentro, de tal maneira o aparelho partidário está controlado ferreamente, e, mesmo de fora, com o apoio de um forte movimento de opinião em que o eleitorado social-democrata tem um papel decisivo, não estou certo que tenha sucesso sem grandes convulsões. Nem Rio, nem Costa, nem ninguém de bom senso e que saiba como está a nossa democracia, quer herdar uma partidocracia que muda de fidelidades apenas em nome da partilha de lugares e de benesses de um cavalo morto, para outro mais vivo, logo com mais sucesso eleitoral.
Ambos sabem que em democracia os partidos são fundamentais, mas as partidocracias são uma perversão. A chave está pois de fora, de fora para dentro, ou, quando isso se revelar impossível, seguir o caminho que Rui Moreira fez nas eleições autárquicas, onde foi eleito com nem mais nem menos do que grande parte do eleitorado do PSD no Porto. A chave está em encontrar forma de fazer emergir esse eleitorado, seja para o partido formal, seja para o partido informal”. Só aí, os dois únicos homens, Rio e Costa, que acumulam o raríssimo prestígio da acção política prática, nas duas maiores câmaras do país, com o voto dos portugueses, podem lá chegar. Eles são também a última oportunidade do sistema político partidário português sobreviver. É uma grande responsabilidade.
Os inimigos da Escola Pública (Crato&amigos) nos últimos dias têm demonstrado estar preocupados com o novo movimento nacional de professores pelo Boicote&Cerco à prova. Têm bons motivos para isso, porque com menos de 1 mês de existência e infelizmente sem qualquer apoio de sindicatos ou associações de professores, este movimento continua a crescer e já chega a mais de 20 cidades: https://www.facebook.com/events/183018931901485/183037361899642/?notif_t=event_mall_comment
Imagine então o Crato, o que poderia fazer este movimento, se estivesse organizado há mais tempo?
No entanto o que é mais impressionante é a propaganda sobre a suposta violência deste movimento nacional de professores. Falam de violência, mas não será realmente violento:
- milhares de crianças em Portugal chegarem às Escolas com fome?
- não se dar o acompanhamento necessário às nossas crianças com necessidades educativas especiais?;
- haver falta de funcionários nas Escolas, o que potencia os “acidentes” no recreio?;
- varrerem os contratados das Escolas, e simultaneamente haver turmas com 30 ou mais alunos?
- impedem milhares de estudantes de frequentar o ensino superior por motivos financeiros?;
- um Ministro da Educação usar a mentira (em horário nobre televisivo e sem direito a contraditório) para tentar desprestigiar os professores?;
- tirarem milhões de euros à Escola Pública para dar diretamente milhões a colégios privados de amigos do Governo?
Até quando teremos que suportar um governo mentiroso, sem legitimidade democrática e fora da lei ? E um governo que supostamente “não tem dinheiro” para assumir condições dignas para todas as nossas crianças e jovens mas assume a dívida de milhões de euros de vários amigos (ex: Duarte Lima do PSD). Até quando? http://www.youtube.com/watch?v=rH5TRzmOVFo
“Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem.”-Bertolt Brecht
Notas complementares:
Crato mente ou é incompetente? Um dos exemplos mais gritantes da mentira (ou da total incompetência) usada contra os professores, foi a afirmação do Ministro Crato em Setembro quando afirmou que ainda existiam cerca de 2000 vagas porque (supostamente) nenhum professor teria concorrido para esses horários…
Governo sem legitimidade democrática? Além da maioria da população não ter votado nos partidos deste governo (considerando a abstenção, votos brancos e nulos), este governo quando foi sufragado, foi por um programa que não está claramente a cumprir (lembram-se das promessas em eleições de não cortar subsídios e aumentar impostos?).
Governo fora da lei? Pela lei, qualquer trabalhador com 3 anos contratados seguidos teria que entrar para os quadros, quantos milhares de professores contratados temos nessa situação e continuam na total precariedade? Pela lei, apenas os professores, poderiam vigiar exames de alunos, no entanto na greve aos exames de junho, houve casos em que foram funcionários escolares a vigiar. Por isso apesar de devermos actuar em todas as frentes, não podemos esperar ou alimentar ilusões nos tribunais (estes são claramente condicionados pelo poder político) e só podemos confiar nas nossas forças.
Colegas, infelizmente vivemos tempos difíceis, onde a precariedade, o desemprego e a falta de esperança têm reinado. O meu caso é apenas mais um exemplo, encontrando-me desempregado há 15 meses e com um filho de 17 meses…
Sinceramente, como já tive oportunidade de afirmar por diversas vezes, não julgo os colegas que se inscreveram e pagaram para esta prova (nomeadamente a forma como a luta estava a ser dirigida levou à desmoralização de muitos colegas). No entanto todos nós devemos saber as reais possibilidades e as consequências dos nossos actos que apesar de serem individuais, podem ajudar a formar uma atitude colectiva mais negativa ou positiva para a nossa sociedade.
Para os professores contratados com menos de 5 anos de serviço, as duas principais possibilidades possíveis neste momento são:
1) Fazer a prova este ano.
A esmagadora maioria dos professores contratados com menos de 5 anos está no desemprego e se for realista admitirá que a probabilidade de ser colocado no próximo ano (se este Ministro e estas políticas educativas não forem derrotadas) é, infelizmente, muito baixa. Ou seja, quem fizer esta prova este ano não tem nenhuma garantia de emprego mas tem a garantia de, paradoxalmente, fortalecer o Ministro e a política que cada vez mais tem varrido os professores contratados das Escolas. Em contrapartida, se os professores que fizerem a prova este ano reprovarem, ficarão impedidos de concorrer por muito tempo ou para sempre (o Ministério da Educação ainda não definiu se permitirá a quem reprovar, voltar a concorrer). Ou seja, ao fazer a prova este ano não temos garantia nenhuma de colocação para o ano e as únicas garantias que temos é o reforço do Ministro Crato e das suas políticas e a nossa humilhação como classe e como professores individuais;
2) Recusar fazer a prova este ano.
Se não fizermos a prova, no pior dos cenários não podemos concorrer apenas no próximo ano (mas na realidade, quem é que, com menos de 5 anos de serviço, tem garantia de colocação para o ano?). E o que ganhamos? Além da possibilidade de contribuir para a derrota de um Ministro e da sua política de “varrer” milhares professores permanentemente das Escolas (degradando a qualidade de ensino), respeitamos todo o percurso académico e profissional que fizémos (todas as avaliações, estágios educacionais, exames, provas, etc) ao longo de vários anos, além de respeitarmos também o esforço que os nossos familiares fizeram para a nossa longa formação.
Sem dúvida que é importante que os colegas “vigilantes” se solidarizem, porque de fato esta prova tenta humilhar TODA a classe docente. No entanto não é correto colocar toda a responsabilidade do desfecho desta luta nesses colegas quando efetivamente são os colegas contratados os que são diretamente lesados. Nesse sentido, também para potenciar a adesão à greve dos vigilantes é fundamental que TODOS os professores, juntamente com toda sociedade (estudantes universitários, psicólogos, pais, etc) estejam a realizar cordões humanos no maior número possível de Escolas de norte a sul do País. Mesmo que se “apenas” 30% dos professores contratados não realizassem a prova, seria uma séria derrota para o Crato, porque a sua propaganda cairia (ainda mais) no ridículo (de que é uma ultra minoria que é contra a prova) e objetivamente a vida política deste senhor está indissociavelmente ligada a esta humilhante prova… Se a prova cair o Crato sai!
Concluindo, sem dúvida que vivemos tempos difíceis, mas a Humanidade já viveu tempos incomparavelmente mais difíceis e foi possível resistir e vencer (por muito que por uns tempos, fossem poucos a resistir e a vitória parecesse uma miragem)… (ver com atenção a imagem do início). E cada vez mais, como se pode ver neste movimento nacional de professores pelo Boicote&Cerco à prova: https://www.facebook.com/events/183018931901485/185115781691800/?notif_t=like
NÃO ESTAMOS SOZINHOS e JUNTOS SOMOS MAIS FORTES !
André Pestana, professor contratado com +de 5 anos de serviço (e que nunca se inscreveu na prova).
Não sou contra a violência revolucionária. Olhe e quem. …Mas noto que na revolução francesa fizeram um panfleto de uma lista de uns 286 (é de cabeça, podem ser mais ou menos uns quantos) para abater – os nobres e tudo o que cheirasse à gestão anterior, o 1% da altura, na linguagem da malta mais nova. Pelo contrário, no 25 de abril não fizeram isso e há, agora, quem lamente o facto – são uns radicais, os nossos concidadãos, apesar das caixas e caixas de antidepressivos e das tentativas de hipnotismo por parte das mais altas figuras do estado na TV (tátuuuuddoooobeeeeeemmmm).
A questão, voltando aos franceses, é que não planearam matar só o rei, percebe o que quero dizer? Ou é, ou não é. É que coelhos há muitos, e muita gente lucrava com (apenas) uma mudança de caras – o PSD nos dias que correm já faz governo e oposição, arriscando-se, portanto, a ser suficiente. E portanto a continuar o "circo", sozinho ou com o resto do centrão.
… neste sentido, um Chuck Norris (steven who?) a dar um balázio nos tim-tins do PM de serviço – um homem com os olhos no futuro (…tacho que ocupará depois do fim deste governo, pois claro, e que merece pelo que já deu a ganhar a quem serve) tinha dois efeitos: a elevação de um idiota a herói nacional e a elevação de um rio a PM, sem passar pela urnas. …Não? Acha que eles não se ensaiavam? Nunca fiando. Já fizeram uma data de coisas que não podiam fazer.
O certo é que o capitalismo tem muitas cabeças, e cortar só uma (e tão oca) não adianta de grande coisa. Preocupa-me, sempre, esta concentração de atenções nas caras e não nas ideias. E a espera por um salvador-sebastião que há de vir resolver os nossos problemas.
…Não sendo para eliminar gente às centenas – é um bom princípio, generoso, e por mim, castigo maior era pô-los pobres, mas já se sabe que é mais difícil isso do que lhes dar um tiro nas nalgas – fazia mais sentido mobilizar as pessoas para elas se ajudarem a si mesmas e se associarem a outros com os mesmos problemas, combatendo esta apatia individual de ‘cada um perdido nos seus problemas’ – e exigirem as coisas que lhes fazem falta, exigirem controlo popular sobre as opções económicas, ganharem espaço, encanzinarem, impedirem as negociatas ruinosas, auto-reduzirem as contas da luz, pressionarem à subida do salário mínimo, e essas coisas. Nem o governo é tão frágil como alguns pensavam, nem a miséria progressivamente insuportável faz, por si só, as pessoas reagir (, a maioria das vezes, leva-as primeiro a doença e a valeta).
… Se não tem no staff quem lhe diga que aquelasolução (a)final parecia ‘o segredo‘, diga, que a gente arranja-lhe um painel de ilustres e implacáveis desconhecidos, com sentido de humor acidulado e capacidade de lhe dizer, nas trombas, quando for preciso, que é preciso pensar mais um bocadinho. Pu-lo na minha work-wish-list. O que significa que se gerou aqui uma expectativa que não se pode defraudar assim. Upa, upa. cumprimentos, gui
Existe uma conversa, perdoem-me, um pouco cassete que diz que o «capital não tem rosto». É uma excelente desculpa para não se fazer nada. É o ante-passado do actual «os mercados», um entidade que seria divina, que não se podia apalpar, agarrar, nomear. Paulo Morais diz o rosto, os nomes, as moradas dos escritórios, as moradas das sedes destas empresas e diz o mais importante, na minha opinião: «deve-se expropriar os bens destas pessoas (e empresas), é lá que está o dinheiro». Não louvar esta coragem por razões ideológicas seria também uma falta de coragem nossa.
Há pouco mais de 100 anos os homens – Buiça e Costa – que mataram o rei tiveram direito a um funeral popular, um dos maiores da história do país, que reuniu mais gente que o funeral do rei morto, conta-se. ... 100 anos depois uma piada de uns humoristas faz cair o carmo e a trindade. Não sei explicar se é porque os valores democráticos das liberdades e protecção jurídica se reforçaram – o que é bom – se é porque o povo perdeu de vez a noção de conflito colectivo – o que é mau.-------
Pelo seu próprio estilo de vida e de pensamento, ... transmite a nossa vontade em libertar a vida diária do controlo e estrangulamento de uma economia baseada na exploração lucrativa do homem. Nós formamos um grupo-em-risco que estava consciente da hostilidade do mundo dominante, da necessidade de ruptura radical, e do perigo de ceder à paranóia típica das mentes sob cerco.
(…) Tem de haver uma ruptura definitiva com um sistema económico que tem sistematicamente propagado a ruína e a destruição ao mesmo tempo que pretende, por entre a miséria generalizada, produzir um hipotético bem-estar. ... A desobediência civil significa desrespeitar as decisões de um governo que defrauda os seus cidadãos para apoiar o desfalque do capitalismo financeiro. Para quê pagar impostos ao estado-banqueiro, impostos usados em vão para tentar tapar o ralo da corrupção, quando pelo contrário podemos direccioná-los para a auto-gestão de redes de energia livre em cada comunidade local? A democracia directa de conselhos auto-geridos tem todo o direito de ignorar os decretos da democracia parlamentar corrupta. A desobediência civil a um Estado que nos está a saquear é um direito. Cabe-nos aproveitar esta mudança histórica para criar comunidades onde o desejo pela vida supere a tirania do dinheiro e do poder. Não precisamos de nos preocupar nem com a dívida pública, que encobre uma enorme fraude no interesse público, nem com o artifício do lucro a que eles chamam de “crescimento.” ...