Sábado, 31 de Maio de 2014
“Quem semeia miséria colhe raiva” (-por C. Romualdo, Aventar, 29/5/2014)


foto: Demotix
Em Barcelona, e desde o início desta semana, as ruas ardem, literalmente, de descontentamento. Há perseguições policiais, dezenas de detenções, caixas de multibanco destruídas, contentores incendiados, barricadas. Consequências da decisão do autarca Xavier Trias que ordenou o despejo (e demolição do edifício) de Can Vies, um centro social gerido por iniciativa popular. Num edifício ocupado desde 1997, organizaram-se, ao longo dos últimos anos, oficinas de teatro, debates, apresentações de livros, peças de teatro, concertos, jantares comunitários, e até um jornal de bairro: “La Burxa”. Can Vies tem sido um lugar emblemático daquilo a que se vai chamando “movimentos alternativos”, uma espécie de laboratório onde várias gerações foram construindo utopias e dando corpo a projectos sociais com impacto directo na vida da gente de um bairro operário, o de Sants, com grande tradição de associativismo e múltiplas cooperativas.
Ora, uma “escola de militância”, como alguns lhe chamaram, transcende as suas quatro paredes, e o despejo foi sentido como uma afronta às gentes de Sans. O rastilho de Can Vies incendiou o bairro, em seguida a cidade, e os tumultos já chegaram às vizinhas Lleida, Tarragona e Girona.
A autarquia argumenta que não houve, por parte dos colectivos de Can Vies, abertura para chegar a um acordo quanto à utilização do local, e que não cederá à violência dos protestos. Mas não deixa de ser surpreendente, por muito que a acção política se vá mostrando cada vez mais cega às necessidades e anseios das pessoas, que um autarca decida despejar um centro social que é, há quase duas décadas, uma referência na vida de uma cidade, sem prever que essa atitude de força, ainda que tenha a lei do seu lado, é uma afronta aos cidadãos.
Can Vies tem tudo para se transformar num símbolo da violência imposta por governantes cuja arrogância os estupidifica, que são incapazes de entender o alcance de um centro social, incapazes de prever as consequências de uma atitude violenta numa cidade já incendiada pela crise económica, pelas centenas de despejos de famílias, pelo desemprego, pelos cortes, pela desigualdade crescente.
A autarquia lembra agora a necessidade de acabar com a violência, recusa-se a negociar enquanto não terminarem os tumultos, sem reconhecer que era sua obrigação compreender e respeitar o papel social de um lugar que sempre contribuiria mais para a solução do que para o problema. Porque é disso que se trata, procurar soluções cidadãs num contexto cada vez mais difícil e mais desagregador. Foi o acto violento da autarquia que gerou a violência nas ruas. Como se gritava num dos protestos, “quem semeia miséria, colhe raiva”. E é por isso que Can Vies já é muito mais do que as suas quatro paredes entretanto encerradas, já é um símbolo da revolta dos cidadãos já não apenas ignorados e silenciados, mas pisoteados pelo poder político.
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Sexta-feira, 30 de Maio de 2014

Porque se fosse o Brasil não estava como está...
E por cá basta ver as autarquias que são ou foram geridas pelo PC.
Não fazem nem fizeram diferença nenhuma
das outras geridas por qualquer partido à sua «direita» ou à sua «esquerda»...
E admiram-se pelo povo não ir votar! Pela elevada abstenção!
Só com a verdade nos têm enganado.
A mentira é imediatamente apanhada e descoberta.
Só tendo bom aspecto e bom discurso, se consegue aplicar o conto do vigário...
Já alguém foi enganado pela cantiga de um «maltrapilho»?
Admirável mundo velho (-por J.J. Cardoso, Aventar, 29/5/2014)


J.A.Fernandes disserta hoje no Público sobre o populismo do «Podemos», o novo partido que em poucos meses escavacou o bipartidarismo (do centrão de interesses) espanhol. Entendem estas almas plácidas e serenas que está tudo bem como está e não poderia estar melhor, criticando todos os movimentos que dão voz precisamente ao que estão fartos de que isto fique sempre na mesma.
O conservadorismo é um ideologia muito meiga, querida e terna. O conservador não quer mudanças porque o conservador está bem como está, embora eventualmente possa ficar melhor se tiver acesso ainda mais simplificado a um paraíso fiscal. O conservador é normalmente de direita, mas numa Internacional dita Socialista qualquer até se diz de esquerda, mas da responsável. Responsável por termos chegado a este ponto, após décadas de terceira via (Blairismo), a tal que acha inevitável ser tão liberal como uma Thatcher, e que para gáudio do mesmo J.A. Fernandes agora enterra as ruínas da esquerda italiana. Responsável pelo aumento da desigualdade e pela liberdade de os mercados financeiros assaltarem à mão desarmada todos os povos e todos os direitos que conquistaram.
O que criticam aos fundadores do Podemos (furiosos por lhes terem ido aos votos que como toda a gente sabe são propriedade privada dos partidos arqueiros (do"arco-do-poder"), num fantástico conceito de democracia em que um centro oscilante e minoritário decide o futuro de um país), e chamam de populismo, é terem um programa que contraria o que está e proporem soluções fora do quadro previsto pelo actual governo alemão. O clássico Não Há Alterrnativa, soltado em gritinhos histéricos e consecutivos, muitas vezes, muitas vezes, muitas vezes, convencidos de que continuarão a convencer quem se vê despejado da sua casa, desempregado, arruinado, transformado em reserva laboral barata, entre a indigência e a esmola.
Quando a extrema-direita violenta avança na Europa, esforçam-se por garantir que não é bem assim, não são todos nazis, o que é verdade, muitos são apenas fascistas, e bem os preferem cavalgando o descontentamento popular. O Expresso entrevista hoje um tal de Nial Fergussen, apresentado como “historiador superstar”. Entre chamar paneleiro a Keynes, acreditar numa crítica do Financial Times a um livro que ainda não leu e proclamar que o Reino Unido foi “uma enorme força para o bem no mundo”, assegura que os populistas de direita não são fascistas ou nazis, e garante que os outros é que não estudaram História e por isso nos colocam nos anos 30. Lá está, enquanto lava o focinho aos Le Pen, mimetiza tão bem aqueles que deixaram a República vizinha entregue a Franco. O problema, para eles, são sempre os outros, a esquerda, o pavor bolchevique. Esta gente é tão repetitiva como previsível.
Quinta-feira, 29 de Maio de 2014
5 abril 2014 , Federico Mayor Z. - Comité de Apoyo de ATTAC España
---Cambiar de tal modo los procedimientos electorales que las próximas elecciones resulten en un Parlamento realmente representativo, prestigioso, eficaz. No pueden aceptarse como “democráticos” los parlamentarios que han alcanzado su escaño con porcentajes de participación ciudadana tan exiguos.-
---Unión política y unión económica: no puede seguir siendo una Comunidad dependiente de pautas económicas dictadas por grandes consorcios neoliberales. Con la unión monetaria se empezó la casa por el tejado. Es indispensable remediar este gran error.
---Propiciar un multilateralismo democrático, con la refundación del Sistema de las Naciones Unidas, rechazando con firmeza y apremio el dislate de la gobernanza por grupos plutocráticos (G7, G8… G20).
---Rápidas acciones a favor de una seguridad autónoma sin las vinculaciones y supeditaciones actuales.
---Inmediato desarme nuclear, promoviendo un clamor popular mundial desde la Unión Europea.
---Aumentar el trabajo para todos en un nuevo marco laboral, que no esté guiado por intereses de grupo sino por la justicia social.
---Favorecer I+D+i, sin recortes, para conseguir una auténtica competitividad.
---Facilitar la equidad y la transición desde súbditos a ciudadanos, de espectadores a actores (agentes e activos políticos e sociais).
---Transición desde una economía de especulación, deslocalización productiva y guerra a una economía de desarrollo global sostenible.
---Perseguir la evasión fiscal y la intolerable insolidaridad que representa, tomando las medidas para que se eliminen, de una vez, los paraísos fiscales.
---Favorecer el establecimiento de prioridades mundiales, especialmente las relativas a la alimentación, suministro de agua, salud y respeto al medio ambiente. Los europeos debemos poner en práctica medidas para la reducción de anhídrido carbónico y favorecer, a través de un compromiso renovado cada día un desarrollo humano y sostenible a todas las escalas, evitando de este modo -y no con vallas y concertinas- una inmigración forzada por la pobreza extrema y el hambre.
---Poner de manifiesto sin pausa, por la palabra y por el grito, el genocidio de miles de personas, la mayoría niñas y niños de 1 a 5 años, que mueren en el desamparo y el olvido, mientras se invierten casi 4.000 millones de dólares en armas y gastos militares.
---Adoptar todas las medidas propias de la responsabilidad intergeneracional, especialmente las que se refieren a procesos potencialmente irreversibles, con el fin de asegurar a las generaciones venideras la calidad que corresponde a la habitabilidad de la Tierra.
---Fortalecimiento de la democracia a escala personal, local, nacional, regional y mundial, favoreciendo la adopción, por las Naciones Unidas, de una Declaración Universal de la Democracia, único contexto en el que será posible la inflexión histórica de la fuerza a la palabra que se avecina.
---La educación debe basarse en la experiencia de los docentes y en los principios establecidos por instituciones bien acreditadas en pedagogía en lugar de atender las sugerencias de organizaciones especializadas en otras dimensiones, tales como la economía y las finanzas.
*** Si se abordaran estas cuestiones y otras similares, el Europarlamento sí que podría tener un papel relevante no sólo en el futuro continental sino mundial.
..... Não ao TTIP : este Acordo Transatlântico de Comércio e Investimento é o fim da Democracia
Un tratado depredador
Xavier Caño Tamayo – ATTAC Madrid
En Bruselas se negocia un Tratado de Libre Comercio e Inversión entre Estados Unidos y la Unión Europea. Hasta hace poco, en secreto. En realidad, una patente de corso (/pirataria) para grandes empresas y corporaciones, gran banca y fondos de inversión (investimento). El sueño de Al Capone: conseguir beneficios sin norma, regla ni control. Son muchos los daños y males que sufriría la ciudadanía con ese Tratado, pero citamos dos: extensión del fracking y resolución ("arbitral") de controversias entre inversores y estados.
Tratado de libre comercio con EEUU y crisis en Ucrania levantan un nuevo muro en Europa
Marco Antonio Moreno – Consejo Científico de ATTAC España
La crisis en Ucrania está levantando un nuevo muro en Europa y cada paso que da Alemania y Estados Unidos va en esta dirección. Y aunque resulte insólito, Alemania está haciendo retroceder a Europa varias décadas al aceptar a rajatabla el tratado de libre comercio que favorece principalmente (as grandes empresas/multinacionais dos) Estados Unidos.
R. García Z. : “La Europa social no existe, existe la Europa de los capitales”
Francisco Romero – La Voz del Sur
Para el presidente de Attac España, las finanzas están “absolutamente descontroladas y desreguladas”, por lo que plantea desde la asociación que preside “un control ciudadano de los mercados financieros”
...... Perigo: políticas económicas e acordos comerciais neoliberais !!
Políticas económicas recentes e TPP e TTIP (Trans-Pacific Partnership e Acordo de comércio e investimento Transatlântico)
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Terça-feira, 27 de Maio de 2014
Segunda-feira, 26 de Maio de 2014

E depois de votar
O meu filho mais velho votou hoje pela primeira. Consciente do que fazia. Informado. A escola onde votámos estava vazia. A abstenção parece que vai vencer, mais uma vez, estas eleições. É muito triste. Depois pergunto-me: será que a minha avó sabe exactamente o que faz um deputado europeu? Que responsabilidades tem? Que diferença faz? Talvez não. Como ela, existirão muitos, digo eu. Culpa dos partidos e, mea culpa solidária com quem é da profissão, dos jornalistas. Os americanos aprenderam o sistema político que têm com uma série televisiva, "Os Homens do Presidente". Os europeus também agradeceram essa oportunidade. ...
alguma matéria para reflexão … (-por Francisco )
. ... que União Europeia é esta que:
1) Ao mesmo tempo que temos cada vez mais famílias com dificuldades em alimentar as suas crianças, aumenta a riqueza dos mais ricos em Portugal, na Europa e no mundo;
2) Ao mesmo tempo que a miséria, desespero e a taxa de suicídio aumenta, o BCE empresta dinheiro a banqueiros a cerca de 1% para que estes possam posteriormente emprestar aos Estados europeus (ex: Portugal e Grécia) a juros claramente superiores (4%, 5% ou mais). Desta forma parasitária é fácil ganhar muitos milhões à custa do emprego e salários dos trabalhadores europeus;
3) Prepara um acordo comercial com os EUA, que essencialmente favorece os grandes grupos económicos em prejuízo dos direitos laborais, dos pequenos empresários e do meio ambiente;
4) Promove ex-ministros e 'reguladores' ... depois de admitidas as suas falhas/"ingenuidade"... que custam milhares de milhões aos contibuintes (só o BPN custa entre 5 mil a 7 mil milhões de euros ao Estado Português…)
5) Ao mesmo tempo que esta União Europeia concorda com o envio de tropas para países africanos, recebem as riquezas desse continente, apoia ditaduras (e e criminosos) mas as populações que legitimamente tentam emigrar/ fugir da fome e da repressão, procurando trabalho na Europa são tratados como criminosos, considerados ilegais e expulsos...
O PSD-CDS e PS são fiéis representantes das políticas europeias e nacionais que levaram a este percurso na chamada União Europeia. Não contem comigo para reforçar estes partidos e estas políticas destes últimos anos. (-por pestanandre )
Mais reflexão e memória
a Regulação Estatal é necessária... Concorrência a Sério:
- os privados não querem que exista concorrência de empresas públicas... porque... É MUITO MAIS FÁCIL "dar a volta" a um qualquer Regulador... do que... "dar a volta" a uma empresa pública a fazer concorrência no mercado.
1: ... em produtos de primeira necessidade (leia-se, sectores estratégicos) - que implicam um investimento inicial de muitos milhões - só a concorrência de empresas públicas é que permitirá combater eficazmente a cartelização privada.
2: ... não está em causa o facto da iniciativa privada ser importante... : apenas se faz referência ao facto de também ser importante um certo tipo de intervenção estatal na economia, para a própria defesa da REPÚBLICA e da Democracia.
P.S.- mais 'regulação' falhada... é ver o caso do BES...
Revolução Social em Donetsk. República vs Oligarcas, nazis e mafiosos. (-por Francisco, 21/5/2014, 5Dias)
A República Popular de Donetsk (futura Federal Republic «Novorossia» ?) anunciou a nacionalização dos bens da Oligarquia no seu território. Esta decisão é uma resposta directa às manobras de Rinat Akhmetov, um dos homens mais ricos da Ucrânia, que depois de alguma ambiguidade decidiu condenar a República e forçar os trabalhadores das suas minas e fábricas a protestarem contra os insurgentes. Esta tomada de posição da República Popular marca uma alteração qualitativa no conflito. A propriedade de outros oligarcas já tinha sido atacada e as suas empresas banidas na República. Já tinham acontecido também greves e ocupações de fábricas propriedade de Akhmetov, mas só agora foi tomada a decisão política de nacionalizar os bens desse Oligarca que detem/detinha a maior parte das empresas na região. A partir deste momento a República Popular está em confronto aberto com a Oligarquia e o grande capital na Ucrânia. O conflito transforma-se assim numa Revolução Social. De resto, só assim poderá a República solidificar o apoio popular conquistado e ganhar as bases necessárias para derrotar a Junta de Kiev (e os para-militares e mafiosos nazis dos oligarcas vampiros, com o apoio do FMI+UE+NATO).
.
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“Os teus avós construíram as Fábricas. Agora o oligarca é dono delas.”
... Tudo isto ocorre tendo como pano de fundo a data de 25 de Maio, quando se irão realizar eleições presidenciais na Ucrânia. Eleições que irão decorrer num país em Guerra, onde os candidatos anti-junta não podem fazer campanha na zona do ocidente, onde todos os candidatos anti-junta desistiram das eleições, onde um dos maiores partidos está em vias de ser ilegalizado e vários jornalistas têm sido detidos pelos gangs a soldo da junta de Kiev (aqui, aqui e aqui)! ... ...
Domingo, 25 de Maio de 2014
A encruzilhada da social-democracia
A combinação de elementos que caracterizou a social-democracia europeia nas últimas décadas deixou de ser possível. Só que os próprios sociais-democratas ainda não o perceberam.
A social-democracia europeia transformou-se profundamente nas últimas décadas. Durante a maior parte do século XX, os partidos denominados socialistas ou trabalhistas desempenharam um papel central na consolidação do Estado social e na adopção de um amplo conjunto de medidas que melhoraram a condição dos trabalhadores e classes populares. Da década de 1980 em diante, porém, a social-democracia europeia aderiu rapidamente aos princípios da liberalização, privatização e salvaguarda dos interesses do capital. Em suma, ao neoliberalismo.
Sociais-democratas... e neoliberais A origem do sucesso político do projecto neoliberal residiu na sua capacidade de resolver a crise estrutural que, na década de 1970, resultara dos desincentivos ao investimento originados pelo crescimento dos salários no pós-guerra. O sucesso político de figuras como Thatcher ou Reagan deveu-se à promessa, em grande medida cumprida, de reestabelecer o dinamismo económico através do ataque sistemático aos salários directos e indirectos, restaurando os lucros e o incentivo ao investimento. E esse sucesso político foi tão estrondoso que conseguiu cooptar a social-democracia. De então em diante, os sociais-democratas passaram a distinguir-se dos conservadores pela robustez das políticas sociais defendidas, pelas posições em matéria de costumes e direitos das minorias... mas não pelas medidas de política económica defendidas, virtualmente idênticas na sua adesão ao neoliberalismo.
O fim de uma era Só que o neoliberalismo, além de iníquo do ponto de vista da justiça social, revelar-se-ia também disfuncional do ponto de vista do crescimento económico: a prazo, era inevitável que a desigualdade crescente na distribuição do rendimento acabasse por comprometer a procura agregada e provocar, ela própria, estagnação. Durante algum tempo, o crescimento do endividamento permitiu ter sol na eira e chuva no nabal - elevada rendibilidade do capital a par de procura agregada dinâmica -, mas mais cedo ou mais tarde este teria de atingir os seus limites, o que sucedeu em meados da década de 2000. O neoliberalismo tornou-se então incompatível com o dinamismo económico.
A actual estagnação das economias avançadas é, por isso, a crise estrutural do neoliberalismo e sinaliza o fim da era em que foi possível conciliar políticas económicas neoliberais com políticas sociais relativamente robustas. Doravante, a restauração do dinamismo económico e a sustentabilidade do Estado social exigirão, necessariamente, uma ruptura profunda com o modelo neoliberal. O problema é que este encontra-se inscrito no ADN de inúmeras políticas e instituições nacionais e europeias, que os próprios sociais-democratas dedicaram as últimas três décadas a construir. De Hollande a Seguro, é precisamente essa a contradição com que se confrontam e confrontarão os sociais-democratas europeus. Infelizmente, ainda nem sequer o perceberam. (no Expresso online, por Alexandre Abreu, 22.5.14, Ladrões de B.)
Sábado, 24 de Maio de 2014
Caríssimos,
Retive um email que me chegou mail já a alguns dias porque me pareceu alarmante e não sei se verdadeiro. Mas,...
Decedi compartilhá-lo com as devidas reservas, porque a ser verdade merece divulgação.
Se não for, peço desde já as minhas desculpas a todos.
Vou portanto transcrever (sic) o que me chegou por email e que não tenho conhecimentos para fazer a confirmação, mas que a ser verdade merece que aqui sem postado:
«Banco Espirito Santo (BES) - o novo BPP ?
Nota: Leiam com atenção este blog. Mantive-o curto e espero que de fácil entendimento. Para protecção de todos nós, divulguem-no ao máximo possível. Os dados descritos são 100% factuais e de fácil verificação.
O BES está a usar as mesmas tácticas que o BPP.
O BES está a comercializar, de forma agressiva, um produto
obrigacionista do próprio BES, para se auto financiar, fazendo com que os clientes do BES transformem Depósitos a Prazo, que estão cobertos pelo Fundo de Garantia (até 100,000 euros) em Obrigações do BES, sem qualquer protecção!
Factos:
1) O BES está a telefonar aos clientes com Depósitos a Prazo CR7
2) O BES está a sugerir em vez do CR7 uma Obrigação BES (ISIN: XS0782021140). O ISIN é o identificador do Produto registado na CMVM. Corresponde ao ISBN dos livros.
3) Esta Obrigação BES, por ser uma Obrigação, não é um Depósito a Prazo. Os clientes não tem qualquer protecção, se o BES for à falência ou se houver problemas graves.
4) Os comerciais do BES apenas falam dos juros da Obrigação BES, mas não referem:
4a) Que a Obrigação BES não tem qualquer protecção para os depositantes
4b) Que existe uma penalização na venda da Obrigação de 3%, O que quer dizer que, se comprar a Obrigação e a vender um mês depois, perde imediatamente 3% do Capital. Estamos a falar de 3% do Capital, não dos juros.
4c) A Obrigação não tem qualquer liquidez, mesmo em mercado secundário, porque é uma colocação privada. Isto é, o BES controla totalmente o preço. Pode acordar um dia e ver que perdeu 50% do capital. Quem ganhou? O próprio BES !!! Esteve a trabalhar uma vida inteira e as suas poupanças estão agora a ser utilizadas para capitalizar o BES.
4d) Ou seja, a valorização do seu dinheiro agora depende do que o próprio BES acha que vale, pois tem uma capacidade imensa de manipulação do preço, uma vez que tem uma baixíssima liquidez.
5) O BES é o único dos 4 grandes Bancos Portugueses que não teve (ainda) ajuda do Estado. Mas está a usar manobras agressivas e ilegais de financiamento.
6) Os comerciais do BES não estão a respeitar os deveres impostos pela CMVM e pelo Banco de Portugal de explicação do produto, perfilagem do risco do cliente e explicação dos riscos. Aproveitam-se das relações de confiança e emocionais com os clientes. Isto é especialmente verdade com a população sénior, mais vulnerável pelo seu conhecimento mais limitado de mercados.
7) O Dr. Ricardo Salgado na apresentação de resultados em finais de Julho de 2013 comunicou prejuízos de mais de 200 milhões de euros. Os rácios de solvabilidade desceram de 10,9% para 10,4%, pouco acima dos 10% exigidos. Disse que tem ao seu dispor "um número de alavancas para capitalizar o Banco". Sabemos agora quais são, transformar os Depósitos a Prazo em Obrigações do BES com uma maturidade a perder de vista (2018 ou 2019). (já que os comerciais não informam que a maturidade é a altura em que as obrigaçoes vencem, ou seja, quando lhe devolvem finalmente o capital ... caso contrário se não esperar até 2018 fica sem 3% do capital como já vimos)
Lembram-se do BPP ? Dos depósitos maravilha do BPP que supostamente davam 8% ?
Afinal não foram considerados depósitos! Afinal não estavam garantidos! Afinal os clientes ficaram sem nada.
Só pode ser consideradas acções de negligência grosseira ou má-fé as políticas extremamente agressivas de comercialização destas obrigações. (se precisarem de se lembrar de mais episódios lembrem-se das Obrigações Covertíveis BES onde os detentores das Obrigações perderam mais de 50% também... foi mais uma "alavanca de capitalização" agressiva).
Acções a Tomar:
1) NUNCA converter Depósitos a Prazo em outros produtos, nomeadamente Obrigações ou Acções do BES. Em Depósitos a Prazo não corre riscos,a não ser que lhos venham a considerar como não depósitos a prazo, como no BPP!... Em Obrigações ou Acções do BES se algo correr mal ao BES fica sem o dinheiro (lembre-se do Banco Privado Português) ?
2) Se lhe apresentarem um impresso "Operações Sobre Instrumentos Financeiros" é porque a coisa já está a correr mal. É precisamente esse impresso que indica que quer fazer a subscrição das Obrigações e que conhece o risco de mercado. Não Assine.
3) Se o impresso tiver o ISIN: XS0782021140, é precisamente destas obrigações que estamos a falar. Mas podem existir outras!!! Cuidado.
4) Se tiver no seu Extracto "Compra Fora de Bolsa BES LDN6", já correu mal. Já tem Obrigações. Era mesmo isso que queria, ficar sem a protecção do seu dinheiro ao abrigo da Garantia de Depósitos? Se não era, reclame ! Junto do BES, mas mais importante junto da CMVM e Banco de Portugal, onde já não está o Victor Constâncio e, por isso, talvez valha a pena reclamar:
http://web3.cmvm.pt/SAI/criarreclamacao.cfm
5) Agora, que já verificou a sua situação, ajude a comunidade. O BES está a transformar milhares de depósitos de idosos e pessoas com menos conhecimentos em Obrigações BES, para seu proveito próprio.»