Segunda-feira, 2 de Janeiro de 2017

Há 48 anos «comemorámos» assim, hoje festejamos, amanhã não sabemos

 
Francisco Fanhais cantou pela primeira vez a Cantata da Paz, com letra de Sophia Mello Breyner, numa vigília contra a guerra colonial.       Ler AQUI(-J.Lopes, 31/12/2016, Entre as brumas)
 
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              É  só  para  relembrar        Que  já estamos em 2017 mas...
. continuam a chegar refugiados (e migrantes) à Europa;

. continuam os atentados terroristas;
. aumenta a tensão entre a Arábia Saudita e o Irão;
. a Coreia do Norte, governada por um doido, é uma potência nuclear;
. o crash financeiro na China poderá desencadear uma nova crise financeira à escala global;
. o terrorista Daesh/ISIS/EI continua vivo e não será desmantelado apenas com bombas, porque muitos dos seus fanáticos militantes vivem na Europa;
. a Europa continua mergulhada numa profunda crise (política, económica e € );
. a crise não se resolve com  austeridade, mas com solidariedade;
. a solidariedade é impossível, enquanto cada país pensar apenas por si e não com um espírito europeu;
. Se não houver espírito europeu, a crise instalada contribuirá para aumentar as desigualdades (entre os 1% muito ricos e os pobres, cada vez mais);
. o aumento das desigualdades aumenta o descontentamento das populações;
. as populações descontentes  deixam-se facilmente seduzir pelo canto da sereia da extrema direita;
. a extrema direita está a crescer em todo o espaço europeu, fomentando a xenofobia (horror/ animosidade/ ataque aos estrangeiros, aos imigrantes);
. a xenofobia conduz à violência (e um ciclo 'venenoso'...);
. a violência faz aumentar a ameaça de desintegração europeia;
. apesar de tudo isto, os portugueses voltam a endividar-se como se não houvesse amanhã;
. os bancos continuam a conceder crédito ao consumo sem grandes objecções, porque sabem que os contribuintes cá estão para pagar o crédito mal parado. 
          Publiquei este texto aqui em Janeiro de 2016 mas um ano depois mantém-se actual. Há um ano apenas incluí mais esta frase:"o espaço europeu ameaça desintegrar-se se, ainda este ano, os ingleses votarem a favor da saída da UE".
. Concretizado o Brexit, este ano novos desafios (eleições) se colocam na Holanda, Itália França e Alemanha, que poderão precipitar a inevitável desintegração europeia.   Salvo se, por milagre, aparecer por aí um qualquer líder europeu que ponha esta gente toda a reflectir sobre os erros que cometeu durante o percurso que colocou a UE em estado comatoso.    (---
 
 ----------- Luzes  e  sombras
   Ao iniciar um novo ano, Portugal compara favoravelmente com muitos outros países em matéria de estabilidade política, paz social, ausência de movimentos xenófobos ou populistas, imunidade ao terrorismo internacional.   
   E mesmo na frente económica e social o País registou, embora menos do que o previsto e necessário, alguma retoma económica, recuperação do emprego e consolidação orçamental.
    Há, todavia, que anotar também as principais vulnerabilidades, nomeadamente a enorme quebra do investimento público, o aumento da despesa pública permanente, o baixo nível da poupança nacional e o excesso de consumo, o aumento da dívida pública e do respetivo custo.
   Os dois fatores que muito contribuíram  para o relativo desafogo económico e financeiro corrente - petróleo barato e dinheiro barato - não vão durar sempre. E a "política de devolução de rendimentos" tem limites orçamentais, tanto maiores quanto menor for o crescimento económico e quanto maior for a pressão da dívida pública...
 
 (-por j.simões, derTerrorist, 3.1.2017)     Hollande foi ao Iraque dizer às tropas que estão ali porque são pagas para ali estarem, ou noutro sítio qualquer desde que lhes paguem, que afinal estão ali para prevenir o terrorismo em França, mais ou menos a mesma razão invocada por Sarkozy para bombardear a Líbia de Kadafi, criar um mar de mortos no Mediterrâneo a todos os dias da semana e a todos os meses do ano, desestabilizar toda uma região e inventar terrorismo onde ele não existia.    O mesmo argumento usado por W.Bush para bombardear e invadir o Iraque, com as tropas americanas que são pagas para isso e com o trabalho sujo, que nem as tropas americanas que são pagas para fazer o que lhes mandam fazer aceitam fazer, entregue aos mercenários fora-da-lei da Blackwater, acrescentando ao argumento o piedoso neoliberal devaneio do "efeito dominó" de espalhar a 'democracia' a toda à volta depois da queda do ditador Saddam, na realidade e na prática mais um mar de mortos no Mediterrâneo, um mar de mortos em terra, no Iraque, com bombas e ataques suicidas a todos os dias da semana e a todos os meses do ano, e a invenção do ISIS, que em franciu se diz Daesh, e que é a razão para os franceses estarem onde estão, segundo Hollande.     [Depois Paulo Portas foi o primeiro governante ocidental a aterrar em Tripoli, a capital da nova Líbia democrática para negociar um manancial de contratos para as empresas e as exportações portuguesas, o El Dorado no norte de África depois da conquista de Ceuta por D. João I, mas isso são outros quinhentos.]  (mas outros USA/UK/Fra/Alem/... já lá tinham estado e continuam a 'negociar'/ saquear os recursos do país, sem se importar com a tragédia que criaram e/ou aumentaram...)


Publicado por Xa2 às 07:50 | link do post | comentar | comentários (8)

Domingo, 1 de Janeiro de 2017

passagens de ano    (-H. Araújo, 14/1/2017, 2dedos de conversa)

 [ Post para ser lido enquanto corre esta música: ]

 Em menos de duas semanas já festejei duas passagens de ano. Dois anos em quinze dias, a bem dizer: é assim que uma pessoa se põe velha...
     A primeira foi no dia 31 de Dezembro, às dez da noite - meia-noite em Moscovo. A segunda foi ontem, também às dez da noite - à hora a que em Moscovo se entrava no novo ano, pelo calendário juliano (ortodoxos). Estas passagens de ano às dez da noite são muito convenientes para quem, como eu, gosta de se deitar cedo. O problema é que os convivas, mal se distraem, desatam a falar russo, e eu fico com cara de mal integrada. É isso, e é quando se põem a cantar as suas canções arrebatadoras - ah, a alma rrrussa! - e dá uma vontade irreprimível de acompanhar, mas só se consegue fazer la-la-la.
      A festa de ontem foi no atelier de um pintor russo que vive em Berlim há décadas. Tinham-nos dito que é especial, mas confesso que não estava preparada para tanto. O monta-cargas que levava os convidados para o atelier no quarto andar tinha as paredes cobertas com papel dourado, e uma mesinha onde havia uma travessa com pão escuro e um creme de rábano delicioso, e... vodca. Sim: o primeiro copinho de vodca já cá cantava ainda antes de entrar na festa. E numa das mesas de comida havia um fontanário de vodca. .

Na sala ao lado havia uma banheira antiga, daquelas com pés, a fazer de aquário de peixinhos vermelhos. E na terceira sala, sobre a mesa de bilhar, havia uma arena para uma corrida muito sui generis, como contarei a seguir (mas sugiro às pessoas mais sensíveis que fujam deste post no fim do próximo parágrafo). O papel dourado, os candelabros kitsch, o enorme cão embalsamado que parecia guardar a mesa do caviar, a escassa iluminação sobre as paredes pintadas em vermelho escuro, a cantora de música russa cigana com uma energia contagiante, que pôs toda a gente a dançar logo à primeira canção, a força da banda de instrumentos de sopro, a extraordinária diversidade do público, a beleza e o estilo de muitos dos presentes, o à-vontade de todos: ontem fiz uma incursão na boémia berlinense, e gostei.
* os mais sensíveis não devem ler mais *
     A água esgotou por volta das dez (meia-noite em Moscovo), e o vodca esgotou pouco depois. O que deve ter contribuído bastante para o sucesso da espectacular corrida de... baratas. Um clássico das festas deste pintor: as baratas correm nos corredores de uma "arena" de plástico, à qual nem sequer faltam os cartazes de publicidade dos estádios. Cada barata tem um nome, há bandeiras para os respectivos fãs brandirem durante a corrida, fazem-se apostas. Numa das paredes havia cartazes com fotografias das baratas e o título "o combate dos gigantes", ao lado de um cartaz que também anunciava outro combate de gigantes (e a corrida ao domínio do mundo inteiro), com outras baratas:

:..(...)


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Publicado por Xa2 às 15:33 | link do post | comentar

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