Já não bastava mais uma polémica com o primeiro-ministro. Não era suficiente termos um Presidente da República fragilizado. Também era necessário que a sociedade portuguesa se confrontasse agora com as divergências públicas entre o presidente do Supremo Tribunal de Justiça e o procurador-geral sobre as certidões do "Face Oculta"!
Tudo isto parece uma tragédia de fim de regime, de consequências imprevisíveis.
Além do mais, no terreno, os administradores da justiça estão notoriamente empenhados em devassar, de novo, os processos que deveriam defender e investigar de forma recta e sem mácula.
É preciso que o País se habitue a investigar e castigar os poderosos, sim senhor, mas é absolutamente imprescindível que o faça num quadro europeu, de Estado de direito, em que toda a gente seja considerada séria até ao momento em que, de facto, deixa de o ser.
Não é isso que acontece e ontem foi um dia curioso neste sentido.
No preciso momento em que José Sócrates viu a respeitada e insuspeita polícia inglesa arquivar o processo Freeport (que produziu por cá as consequências de todos conhecidas), abriu-se já uma nova frente a partir de escutas entre o primeiro-ministro e o seu amigo Armando Vara.
Não sabemos de que factos falamos. Não sabemos se as conversas são criminalmente relevantes. Não sabemos, sequer, da respectiva legalidade. Mas a realidade está à vista de todos: crescem as notícias, florescem os comentários, impõe-se uma comunicação doentia em que não faltam sequer os poucos escrúpulos de grupos de jornalistas ávidos de acertar contas com o passado.
[Diário de Notícias, João Marcelino]
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