António Vitorino já deixou o pedido formal: "O Presidente da República não vai poder ficar fechado numa torre de marfim", quando o País lhe cai aos pés de uma crise de ingovernabilidade. Atente-se: só passaram dois meses das eleições legislativas e já se clama pela intervenção de Cavaco Silva para tentar um regresso à normalidade.
A bem da verdade, o Presidente está, nesta crise iminente, como o resto do País. Preso ao resultado eleitoral de há tão pouco tempo, limitado pelas funções que jurou cumprir e que o obrigam a respeitar o poder de uma Assembleia mais dividida e acalorada que nunca. Mas se isto é verdade, em bom rigor não é - e não pode ser - toda a verdade.
É que ao Presidente da República cabe garantir, pela mesma Constituição da República, o regular funcionamento das instituições. Dir-se-ia que lhe será impossível pedir outro Governo quando este acaba de ser eleito. Mas nem só de dissoluções vive o poder de Belém. A um chefe do Estado cabe, como muito bem tem vindo a dizer o próprio Presidente, o maior dos poderes: o da palavra. E a última coisa que o País espera de um Presidente eleito directamente é que deixe de o usar, precisamente no momento em que ele mais é preciso.
Mas, mais do que isso, o Presidente tem nas mãos outro instrumento precioso: o de mediação de conflitos. Cavaco Silva já o fez, em pleno Governo maioritário de José Sócrates. Fê-lo no caso do aeroporto da Ota e no Pacto da Justiça. Talvez seja tempo de o voltar a praticar, a bem do futuro colectivo. Uma coisa é certa: Portugal precisa de alguém ao leme para não correr o risco de um dia perder o rumo. [Diário de Notícias]
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