De . a 5 de Maio de 2010 às 11:50
OS DESEMPREGADOS QUE PAGUEM A CRISE

«Pedro Passos Coelho decretou a si próprio a inevitabilidade de vir a ser primeiro-ministro no dia em que foi ter com José Sócrates para tomarem uma posição comum de "salvação do País".

José Sócrates, por seu lado, confirmou-se a si próprio como mero poder transitório ao, no final dessa encenação política, anunciar aos portugueses que a resposta que tinha, a resposta do seu Partido Socialista para a "ofensiva" dos mercados financeiros, era um corte nos subsídios sociais. Traduzido por miúdos, foi o mesmo que ouvi-lo dizer, em horário nobre: "Os desempregados que paguem a crise!" Como suicídio político, foi do mais confrangedor que já se viu...

Mas o essencial da questão não é isso. O elemento mais relevante desse momento de suposta união nacional foi o conformismo com que quer Coelho quer Sócrates, olham para a situação: para ambos, face ao ataque de que Portugal está a ser alvo pela conjugação simultânea da acção das agências de notação, do paralelismo à situação grega e das contradições europeias, a resposta a dar é o PEC. Apenas e só o malfadado PEC!

E o que significa afinal o PEC, mais ajuste menos ajuste, com melhor ou pior embrulho? Significa, já toda a gente percebeu, que os problemas provocados pelos ricos (alguns deles ricos-vigaristas) vão ser resolvidos pelo sacrifício financeiro de quem nada teve a ver com o assunto.»

DN, por Pedro Tadeu.


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