Em termos etimológicos (origem das palavras) Demagogia provém do Grego “ἐτυμολογία, composto de ἔτυμον e -λογία -logia“, querendo dizer "a arte de conduzir o povo" de forma falseada.
É pois a “arte” de dizer ou propor algo que não pode ser posto em prática, apenas com o intuito de obter um benefício ou compensação.
O demagogo era aquele que, na antiga Grécia, era escolhido para “vender” ao povo uma mentira, constituindo-se assim numa especialidade de manipulação popular, sendo vista e muito condenada enquanto forma corrompida do exercício da democracia.
Os demagogos tinham como características a facilidade de oratória, a exploração dos medos e do desconhecido, a exploração de preconceitos e dos valores espirituais.
No nosso contexto actual, a demagogia está muito associada aos políticos e ao mundo da política e às promessas de "mundos e fundos", que depois na prática não se concretizam.
A população da Grécia actual parece estar a viver as consequências da demagogia dos políticos que os andaram a enganar, durante demasiado tempo. O grave da questão é que tal fenómeno não seja só da Grécia mas de toda a Europa, de todo o mundo, continuamente governado por gente sem escrúpulos nem vergonha.
Esta gente, que tem tido responsabilidades governativas, não tem a mínima vergonha de, inclusivamente, aproveitar as próprias situações de catástrofes naturais para roubar das populações as mais diversas ajudas e solidariedades.
Em qualquer parte do mundo em que se tenham verificado situações catastróficas, sejam elas naturais ou provocadas por conflitos armados, as populações nunca mais saíram de tais situações pela simples razão que por maior que sejam as ajudas nunca chegam aos seus destinos, nunca o mundo viu as reais, as verdadeiras aplicações em benefício dos necessitados.
Vivemos demagogias sem precedentes e não comparáveis com as da Grécia antiga. Será porque os demagogos se democratizaram universalmente?
De incrédulo a 5 de Maio de 2010 às 00:03
E o amigo "Zé Povinho" acredita que não vai ser paga de outra maneira?
Seguramente que a cúpula do PS encontrou alguma forma de "engenharia financeira" capaz de subsidiar tão ilustre e profícua deputada. Ela sempre afirmou” eu é que não pago”.
Aliás, o insigne socialista Francisco Assis (FA), veio a terreiro, através do Jornal Público defender a sua dama, e à boa maneira socialista, muitas palavras mas pouca obra. Diz nomeadamente que, e passo a transcrever:"Acedeu a participar activamente na vida política portuguesa. Fê-lo em nome de causas, de um projecto e de uma esperança. Trouxe consigo o seu percurso..."
Quantos militantes do PS, anónimos, não participaram e participam activamente na vida política portuguesa. Mais, fazem-no em nome de uma causa socialista, bem identificada. No entanto nunca foram convidados pelas estruturas de topo do PS para ocuparem lugares de deputados. E seguramente que não iriam exigir despesas suplementares da AR em seu benefício.
Mas diz mais FA :” Antes de ser deputada, Inês de Medeiros tinha uma história, quer no plano profissional, quer no âmbito da intervenção pública. Foi essa história que a conduziu à Assembleia da República. A sua biografia tem densidade e significado. No cinema e no mundo da cultura em geral, Inês de Medeiros percorreu um caminho, construiu o seu próprio percurso. Que é, aliás, conhecido e respeitado”
Também aqui, a agora deputada independente tem uma história, que FA omite, mas que passa sobretudo por trabalhos subsidiados pelo Estado, ou seja, pelos impostos que muitos portugueses pagam. Como exemplo do que afirmo estou a lembrar-me de um filme, integralmente subsidiado, sobre o 25 de Abril, cuja adesão da população foi mínima. Da sua biografia, talvez o que sobressaia mais seja o facto de ser filha de Vitorino de Almeida. Mas nós não vivemos em Monarquia, ou vivemos?
Seria interessante que FA esclarecesse um pouco o que entende por “biografia com densidade e significado” e poderá mesmo ir mais longe e dizer-nos com que suporte financeiro foi construído o seu caminho. È que estou convencido que com os mesmos apoios financeiros que Inês de Medeiros tem recebido, haverá muitos portugueses capazes de construírem caminhos bem melhores.
Mas vai mais longe FA, mostrando o que pensa do papel de deputado, quando diz “Como deputada ela é herdeira da sua própria vida”. Ou seja, alcançado o estatuto de deputado, acabam-se as ligações com o partido político pelo qual foi eleito (como se fosse possível concorrer sem ser através de um partido político a deputado), e com isso as obrigações que se assumiram com o partido político e com os eleitores, valendo apenas aquilo que o seu interesse pessoal determina. E é este sr. líder parlamentar de uma bancada de um partido ainda denominado socialista.
Não haverá no espectro político partidos onde FA se enquadraria mais espontaneamente, ou será que o actual PS está ainda muito mais á direita do que eu penso?
De anónimo a 5 de Maio de 2010 às 09:50
bom comentário.
Qualquer cidadão de bem (fora da 'carneirada' e da nomemklatura partidária) subscreve estas críticas.
De Zé das Esquinas o Lisboeta a 5 de Maio de 2010 às 10:14
Bom comentário.
É falta de vergonha na cara. É a 'desavergonhice' total.
Mas o povo é manso...
De Mansos e agachadinhos ?!! a 5 de Maio de 2010 às 15:04
Os Gregos desfraldaram enormes faixas nos muros da Acrópole de Atenas com dizeres :
LEVANTEM-SE CIDADÂOS DA EUROPA !
Os Gregos desfilam, manisfestam-se, fazem greve, ... lutam pelos seus direitos e pela sua dignidade como trabalhadores e cidadãos.
E nós ? fazemos o quê ?!
Quando nos ''cair em cima o Carmo e a Trindade'' ?!
... é que os 'mansos' e 'agachadinhos' é que vão berrar ...?! talvez já seja tarde...
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