Na Europa central, nomeadamente na Alemanha, reina uma grande preocupação quanto ao futuro do euro. Angela Merkel disse hoje “se o euro falhar, falha a Europa”.
Trata-se evidentemente de uma visão de direita ou dita democracta-cristã, pois o problema básico reside entre duas variáveis: euro forte igual a mais desemprego e euro fraco a menos desemprego. Quanto à questão de o euro ser ou não uma moeda de refúgio é completamente irrelevante para os trabalhadores europeus. Deixai os americanos serem os campeões mundiais dos défices externos, o que interessa é os europeus terem trabalho.
Um euro forte em resultado de medidas de austeridade e redução de consumo a ponto de criar uma recessão torna os produtos europeus mais caros e os que vem da China, EUA, etc. mais barato. A exportação europeia diminui, fecham mais fábricas, aumenta o desemprego. Por outro lado, o aumento das despesas do Estado com subsídios de desemprego obriga os Estados a gastarem menos, logo a consumirem menos, mesmo com os próprios subsídios de desemprego, o que conduz ainda a mais fábricas fechadas. As próprias exportações americanas e chinesas não subirão muito porque o consumo reduz-se e haverá menos dinheiro para comprar produtos cada vez mais baratos. Das exportações alemãs, 70% vão para os países da União Europeia e apenas 5% para a China. Da produção portuguesa quase nada vai para a China. Nessas circunstâncias, o Euro não será moeda de refúgio. Os países árabes a venderem menos petróleo e os chineses não vão comprar euros, a não ser para adquirirem a preços de saldo a alta tecnologia europeia como aconteceu recentemente com a aquisição por parte de chineses da Volvo sueca por 1,5 mil milhões de euros quando há uns anos atrás a GM comprou-a por 4,5 mil milhões. Os chineses apoderaram-se de milhares de patentes e de uma experiência tecnológica quase secular por tuta-e-meia sem que o governo sueco se preocupasse com o facto. As autoridades suecas desistiram já de uma indústria automóvel nacional.
Com um euro fraco, os produtos europeus tornam-se mais baratos e os chineses e extra-zona euro mais caros. Portugal e os países do euro tornar-se-ão mais competitivos relativamente aos parceiros europeus de fora da zona euro como a República Checa, Roménia, etc. e relativamente à China, Brasil, etc., o desemprego será menor por haver mais fábricas a trabalhar, tanto para o mercado europeu como para fora. Portugal que se tornou um grande exportador para Angola verá a sua posição reforçada relativamente ao concorrente chinês. E, curiosamente, com o crescimento dos países da zona euro, os Estados vão gastar menos com subsídios de desemprego, as suas receitas serão maiores por via da actividade económica e não há dúvida que o euro terá uma maior tendência para ser moeda de refúgio.
Assim, podemos dizer que a política do euro forte é capaz de produzir mais rapidamente um euro fraco e a política do euro fraco a um euro mais forte.
Tirem os economistas da economia. Esta nada tem a ver com os economistas, mas com os engenheiros, agricultores, trabalhadores, empresários, exportadores, enfim: PRODUTORES. O resto são estatísticas à posteriori que nada dizem quanto ao futuro.
Claro, Portugal está numa situação particular de os seus bancos não se poderem financiar a juros razoáveis no estrangeiro e não quererem pagar juros mais altos pela poupança nacional e pelo regresso dos enormes stocks de moeda de portugueses aplicados no estrangeiro.
A poupança nacional não se forma à custa de bens essenciais, mas sim de bens mais supérfluos, incluindo viagens ao estrangeiro, automóveis, etc. Com juros mais altos esses sectores que são de exportação de euros para fora sofrerão, mas em compensação a balança de pagamentos portuguesa terá uma maior tendência para se equilibrar ou vir a ser positiva para Portugal.
A CGD, como banco do Estado, deve dar o exemplo e oferecer depósitos a prazo a juros mais altos no primeiro ano e não apenas no quarto ou quinto ano do depósito. As famílias portuguesas não são suficientemente ricas para terem depósitos a longo prazo, pelo que os juros devem aumentar nos depósitos a um ano.
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