Na Beira (desertificada) do Interior
Para o secretário de Estado do Comércio e Serviços, Fernando Serrasqueiro, estudo vai servir para “responder àqueles que dizem que deveria haver portagens em todas as Scut’s”
“É BOM que se prove que nós reunimos condições para que não haja portagens na A23”. É desta forma que reage o secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor à possibilidade de introdução de portagens pagas na A 23.
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O documento vai servir para “responder àqueles que dizem que deveria haver portagens em todas as Scut’s”, diz Fernando Serrasqueiro ao microfone da RJF. Nas regiões onde não existem estradas alternativas e onde os indicadores económicos estão abaixo da média do País, as Scut’s vão manter-se sem portagens, explica. “Condições que o distrito reúne”, acredita o secretário de Estado.
Também o presidente da Câmara de Castelo Branco é contra a introdução de portagens na A23, já que as empresas e as pessoas “não têm condições” para suportar estes pagamentos e tendo em conta que o o seu desenvolvimento económico é “muito débil”. “Se houver portagens, o nosso desenvolvimento económico sofre um revés, na medida em que é mais um custo para empresas e para as pessoas, inclusive em termos turísticos”, aponta ainda Joaquim Morão.
Pronto para unir esforços com este autarca socialista, está Manuel Frexes, o presidente da Câmara o Fundão eleito pelo PSD, que na última reunião de executivo assumiu já ter debatido o assunto com Morão. “Tal como eu encontrei-o muito preocupado com a situação, mas quero aqui deixar claro que não aceitaremos portagens na A23”, disse, reiterando o argumento da falta de vias alternativas. “Não temos nenhuma via decente para nos podermos deslocar. E que não nos venham falar na EN18, porque foi o próprio Governo que transformou troços dessa estrada em estrada municipal”, disse,
“Eu até compreendo que no norte onde a A29 é paralela à A1, uma das vias tenha de ser portajada, mas aqui isso não acontece”, acrescentou o autarca. Além disso, Manuel Frexes recorda que a região ainda não atingiu o nível de desenvolvimento per/capita que se regista a nível nacional. “A média nacional é de 80 por cento, nós estamos na casa dos 68 por cento. Portanto justificam-se medidas de discriminação positiva. Nós não podemos comparar esta zona a outras do país e, nós os autarcas, certamente que não deixaremos que cometam mais esta injustiça com a nossa região”, prometeu, não deixando de incitar os vereadores do PS a revelarem qual a sua posição em relação a esta questão.
Em resposta, Leal Salvado disse que também não concorda com a introdução de portagens na referida via, mas apelou à serenidade. “Estamos a falar de especulação e do que se fala nos jornais. Ainda não vi o Governo anunciar qualquer decisão, portanto nada nos pode levar a acreditar que isso sequer tenha sido pensado”, defendeu.
Uma falta de informação que também foi invocada pelo autarca da Covilhã, Carlos Pinto (PSD), para não emitir opinião. Contactado pelo JF, Carlos Pinto recusou fazer qualquer declaração sobre a matéria. “Até agora não sei de nada em concreto”, limitou-se a responder.
Em contrapartida, e noutro quadrante, o Conselho Empresarial do Centro (CEC) também já se insurgiu contra a introdução de portagens, por entender que é penalizador para as populações e pode comprometer a competitividade das empresas.
“Além de não existirem alternativas rodoviárias efetivas às Scut nas regiões abrangidas pelas concessões, o seu reduzido nível de desenvolvimento, a par do rendimento das populações muito inferior à média nacional, reforça a necessidade de manter gratuito o uso daquelas infraestruturas pelos residentes”, afirma o presidente da instituição, em comunicado.
“A introdução de portagens nas referidas vias em função do argumento da crise das finanças públicas portuguesas constitui um exemplo de boa razão para má decisão, já que, tal como no passado, continuam a não existir condições objetivas que suportem a introdução de portagens naquelas vias”, sustenta o CEC.
A Scut Beira Interior, “desencravando o interior da Região Centro, fomenta o desenvolvimento do eixo Guarda, Fundão, Covilhã, Castelo Branco”, e a SCUT Interior Norte, a partir de Viseu, “permite potenciar uma ligação e os respetivos fluxos entre as regiões norte e centro”.
A Comissão de Utentes Contras as Portagens na A25, A23 e A24 anuncia entretanto acções de luta em conferência de imprensa a realizar hoje, quinta-feira.
Célia Domingues, Jornal do Fundão
De Desertificação e despovoamento a 25 de Junho de 2010 às 10:04
Razões há e muitas para que no interior se mantenham as SCUTs tal como estão.
Não creio que o lobby do Norte aceite tais argumentários sempre habituados a certos benefícios em relação ao resto do país e nem os governantes, em Lisboa, se preocuparam pois há muito tempo deixaram de dar atenção às assimetrias regionais deixando ao abandono esse interior cada vez mais despovoado quer de pessoas como de investimentos.
De Zé T. a 25 de Junho de 2010 às 12:02
1- Ninguém devia pagar por passar nas vias públicas (sejam estas Auto-estradas, SCUTs, IPs, ICs, ENs, EMs, avenidas, ruas, caminhos, praças, largos, ...).
2- Havendo necessidade... de dinheiro e não chegando os impostos gerais... devem pagar todos os cidadãos que usem/ beneficiem de serviços ou bens públicos.
3- Se não pagarem os cidadãos que usam/ beneficiam ...
quem pagará serão todos os outros contribuintes, ...
mesmo aqueles que têm rendimentos muito mais abaixo do que essa média regional/local,...
mesmo aqueles que não usam essa via/ bem/ serviço público, ...
porque não podem, porque não têm automóvel, porque usam transporte colectivo, porque não querem ou não precisam ...
- o que é uma injustiça ainda maior !
De . a 25 de Junho de 2010 às 12:20
HOJE VOU FAZER DINHEIRO
- por Filipe Garcia, Economista da IMF, WWW.MERCADOPURO.COM, em Metro, 25.6.2010
Sou proprietário de vastas terras nesta era medieval.
A colheita está fraca e exagerarei nas despesas. Preciso de fazer dinheiro.
Mais impostos? Sim, mas já não chega. Quero algo a que ninguém consiga escapar.
Eureka! Vou cobrar portagens dentro da propriedade!
Já recebo de quem vem de longe e aproveita para refrescar os cavalos aqui, mas agora taxarei os meus camponeses.
Eles têm que passar de uma quinta para a outra, do poço para o estábulo, do palheiro para o meu palácio.
Pagarão sempre que se mexerem, não interessa se não têm opção. Só não vou cobrar – para já – naquelas terras mais a Sul, as terras do Rei.
Primeiro pagam a Norte, depois logo se verá.
De V.M. a 25 de Junho de 2010 às 13:33
SCUT
Compartilho da opinião de que as SCUT devem acabar, todas elas. Não há nenhuma razão para autoestradas gratuitas.
Hoje há uma legião de políticos e comentadores a dizer isso. Onde estiveram, porém, nos últimos 10 anos, quando poucos tinham a ousadia de o dizer?
Por mim, sustentei numerosas vezes que as SCUT custam um dinheirão ao orçamento e constituem um privilégio territorial injustificado.
De Zé das Esquinas o Lisboeta a 27 de Junho de 2010 às 19:24
Origem: Wikipédia:
"Uma SCUT é uma auto-estrada em regime de portagens virtuais, cujos custos são suportados pelo Estado Português. A construção e manutenção é da responsabilidade de uma empresa concessionária. A sigla SCUT é uma abreviatura de "Sem Custo para os UTilizadores ".
Leram bem?
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Origem: Wikipédia: <BR>"Uma SCUT é uma auto-estrada em regime de portagens virtuais, cujos custos são suportados pelo Estado Português. A construção e manutenção é da responsabilidade de uma empresa concessionária. A sigla SCUT é uma abreviatura de "Sem Custo para os UTilizadores ". <BR>Leram bem? <BR>S de Sem <BR>C de Custo <BR class=incorrect name="incorrect" <a>UT</A> de UTilizador <BR>Então, são SCUTs ou não? <BR>E ainda é bom de lembrar que foram uns senhores do PS, um tal de Guterres e de um de Cravinho, que inventaram estas auto-estradas sem custos para o utilizador. <BR>Estes cavalheiros inventaram umas autoestradas que o utilizador não paga e os de agora querem que se pague. Tá mal. <BR>Ora a solução é simples, deixam-se de chamar SCUTs e passam a ser Auto-estradas . E aí podem ter portagens. <BR>E o não haver alternativas a essas estradas é treta, porque as Pontes de acesso a Lisboa é que não têm alternativa, e são pagas.
De Zé das Esquinas o Lisboeta a 27 de Junho de 2010 às 19:29
Origem: Wikipédia:
"Uma SCUT é uma auto-estrada em regime de portagens virtuais, cujos custos são suportados pelo Estado Português. A construção e manutenção é da responsabilidade de uma empresa concessionária. A sigla SCUT é uma abreviatura de "Sem Custo para os UTilizadores ".
Leram bem?
S de Sem
C de Custo
"Uma SCUT é uma auto-estrada em regime de portagens virtuais, cujos custos são suportados pelo Estado Português. A construção e manutenção é da responsabilidade de uma empresa concessionária. A sigla SCUT é uma abreviatura de "Sem Custo para os UTilizadores ". Leram bem?
S de Sem
C de Custo
UT de Utilizador
Então, são SCUTs ou não? E ainda é bom de lembrar que foram uns senhores do PS, um tal de Guterres e de um de Cravinho, que inventaram estas auto-estradas sem custos para o utilizador.
Estes cavalheiros inventaram umas auto-estradas que o utilizador não paga e os de agora querem que se pague. Tá mal.
Ora a solução é simples, deixam-se de chamar SCUTs e passam a ser Auto-estradas. E aí podem ter portagens. E o não haver alternativas a essas estradas é treta, porque as Pontes de acesso a Lisboa é que não têm alternativa, e são pagas.
De
DD a 29 de Junho de 2010 às 23:54
O Governo quer isentar aquelas pessoas que foram referidas nos "Prós e Contra" que ganham 500 e tal euros por mês e deslocam-se diariamente nas Scuts para ir trabalhar longe de casa. Acho justo que sejam isentadas e mesmo as pessoas com rendimentos inferiores a 1.500 euros que diariamente tem de deslocar-se do ponto A em que habitam para o ponto B onde trabalham e passam por uma Scut.
Sim, aqueles que ganham 500 euros não ganham para o carro e a gasolina e deslocam-se em transportes públicos. Mas, os que ganham cerca de 1,500 euros já devem ter dinheiro para o carro.
De aproveitam os q. + têm . a 30 de Junho de 2010 às 09:26
Isenções
[-por Vital Moreira]
Não vejo nenhuma razão para a proposta de isenção de portagens nas actuais SCUT para os municípios com rendimento per capita abaixo da média nacional.
Primeiro, quem utiliza as autoestradas não é a população em geral, mas sim os donos de veículos motorizados.
Os proprietários de BMW residentes em municípios pobres não merecem tratamento diferente dos residentes em municípios ricos.
Segundo, por essa mesma razão deveriam ser isentos também os municípios pobres atravessados por todas as autoestradas e não somente os atravessados pelas SCUT.
Não há nenhuma razão para discriminar, por exemplo, contra os municípios alentejanos pobres atravessados pelas duas auto-estradas dessa região...
De Zé das Esquinas o Lisboeta a 30 de Junho de 2010 às 12:21
Se em Portugal a estupidez pagasse imposto, o governo estava bem de finanças e alguns bem mais aliviados nos bolsos...
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