Terça-feira, 10 de Agosto de 2010
Mais grave que essas reformas acresce o facto destes senhores acumularem outros benefícios e mordomias.
Segundo a "IOL/Agencia Financeira" a Caixa Geral de Aposentações atribuiu 72 reformas acima dos 5 mil euros brutos mensais desde Setembro do ano passado. Juízes e magistrados lideram o grupo de reformas milionárias, com o ex-ministro da Administração Interna de Santana Lopes à cabeça. Reformado da Procuradoria-Geral da República, depois de 40 anos e um mês de serviço, Daniel Sanches recebe 7.316,45 euros por mês.
As contas feitas pelo jornal «i» tiveram em conta as pensões de mais de 5.030,64 euros, valor limite decorrente da aplicação da nova lei da Segurança Social para a a fixação das reformas do sector privado.
O Governo garante que esse limite abrange também o sector público, mas este ano 51 pessoas passaram a auferir pensões acima desse patamar. Deste número, oito trabalhadores chegam a receber mais de 6 mil euros.
Estas 11 novas reformas milionárias em relação aos primeiros nove meses do ano passado correspondem a uma subida de 23%.
De Zé das Esquinas, o Lisboeta a 11 de Agosto de 2010 às 14:05
Se formos a ver só aqui no Luminária as vezes em que estas e idênticas escandaleiras foram denunciadas e referidas, perdemo-lhes o conto.
Resultados? Nenhuns!
Cada ano (ou semestre) que passa é sempre a aumentar o número de barões reformados e apsentados, com elevados pecúlios.
Mas também aqui temos o DD, defensor destes 'direitos adquiridos' que acha que os portugueses lhes devem alguma coisa e que é a justa compensação dos 'anos de trabalho'...
Porca miséria.
De
DD a 12 de Agosto de 2010 às 18:37
As reformas ditas milionárias da Função Pública resultam de se calcular a reforma a partir do último ordenado e não, como no privado, a partir da média de toda a vida contributiva ou dos melhores dez anos dos últimos quinze como foi até há pouco tempo quando me reformei.
Sucede que uma mudança na lei para igualizar todo o sistema iria provocar grande celeuma , dado que afectaria a totalidade dos funcionários públicos que, ao longo da sua carreira, vão subindo de posto ou categoria.
Devido à minha actividade jornalística na Revista de Marinha tenho muitas reuniões no Clube Militar Naval , muito frequentado por oficiais reformados, e reparei que o número de vice e contra almirantes é enorme. A maior parte foi promovida a meses de atingirem a reforma para saírem o mais cedo possível e dar o lugar a outros. Claro, com boas reformas.
Se a reforma deles contasse com a média de todos os prés recebidos, desde guarda-marinha a vice ou contra almirante, o nível das reformas que recebem desceria bem para metade.
Pázinhos, isso daria lugar a uma revolução armada. O pessoal militar, militarizado e policial saia todo para a rua acompanhado pelos professores e todos os funcionários públicos. Tomavam conta do poder mais rapidamente que no 25 de Abril ou no 28 de Maio e organizavam eleições "democráticas" para colocarem um professor como PM que reconduzisse tudo à legalidade da reforma calculada a partir do último ordenado.
O professor iria poupar umas massas, fazendo com que uma série de oficiais fossem para Governadores Civis e presidentes de C.Municipais.
De Zé das Esquinas, o Lisboeta a 13 de Agosto de 2010 às 08:14
Então de que é que estamos à espera?
Não somos todos 'iguais' nos direitos?
É o tal medo, miáufa ou cagufa?
Então as revoluções já não são possíveis na UE como aqui escreveu à tempos?
Ou é, mais uma vez, dois pesos e duas medidas?
E se são promovidos para a reforma, o sistema alinha? Não anula?
E carreira por antiguidade? Não por vagas e qualidade?
Então como é?
O tal '25 de Abril' já aconteceu?
Que é que lhe parece?
Vamos à luta ou pomos a fralda descartável?
De
DD a 13 de Agosto de 2010 às 22:06
O 25 de Abril até partiu de uma questão de antiguidades em postos militares entre os oriundos da Academia e os milicianos que depois de várias comissões de serviço foram completar os seus conhecimentos na Academia Militar.
Recordo bem como são os militares. Há décadas, durante a guerra colonial, o governo quis retirar aos militares um suplemento de risco ao pessoal que estava em Luanda por considerar que aí não havia riscos nem combates. Logo a seguir começaram a rebentar sacos de granadas nos mais diversos locais da cidade que acabaram logo que o suplemento de risco foi reposto.
De Zé das Esquinas, o Lisboeta a 14 de Agosto de 2010 às 10:08
Mais uma vez tem razão no que escreve, mas não aborda o essensial da permissa.
O 25 de Abril é um golpe militar contra os tais descontentamentos militares acumulados a outros reais e justificados descontentamentos. De acordo.
Mas isso é o acto militar do dia 25 de Abril de 1974.
E então o depois? Quando por arrastamento os políticos e os partidos políticos tomam contam do golpe e o transformam numa mudança de regime ou, se quiser, fazem do golpe militar uma revolução?
Onde está esse '25 de Abril'?
O '25 de Abril' do pensamento político de mudança de uma ditatura para um regime de democracia e igualdade entre cidadãos?
Era a esse que eu me refria e não ao golpe militar do tal dia.
Mas por este seu comentário, parece-me que continuamos na 'mão' dos militares, com medo das granadas a rebentar se lhes vão aos 'direitos'...
Torno a perguntar, vamos à luta ou pomos a fralda descartável?
Comentar post