Sexta-feira, 3 de Setembro de 2010

 

 

 

 

Parece que há um número cada vez maior de portugueses que adoram o fogo, principalmente nos dias de calor e muito secos.

            E não me estou a referir à gente das aldeias que lançou fogo aos matos e florestas, mas também ao pessoal da cidade de Lisboa.

            Assim, no edifício em que trabalho há uma loja que utiliza um toldo normal. Eis que há dois dias aquilo ia ardendo tudo. Alguém de um andar de cima resolveu numa tarde de máximo calor e secura lançar uma beata acesa para o toldo que provocou logo um princípio de incêndio. Ainda foi possível ir ao primeiro andar e daí lançar uns baldes de água sobre o toldo que ficou esburacado, mas não provocou um grande incêndio. A loja é de molduras e quadros.

            No meu carro, também há dias, alguém de um andar qualquer lançou várias beatas sobre o mesmo, tendo uma delas feito um buraco num friso de plástico que o carro tem junto ao pára-brisas. O carro podia ter ardido todo e o fogo propagado aos carros que enchiam a minha praceta lado a lado.

            Depois dizem que a culpa é do Sócrates.

            Acredito que em ambos os casos as pessoas não sejam incendiárias, são é desleixadas e sem a mais pequena preocupação pelos bens dos outros e por tudo o que esteja fora das suas casas. Vão para as varandas fumar porque nem toda a família fuma e suporta mal o cheiro e acham que o trabalho de apagar previamente uma beata é excessivo, mesmo depois das televisões falarem tanto nos fogos.



Publicado por DD às 00:18 | link do post | comentar

7 comentários:
De É responsavel, pois claro... a 3 de Setembro de 2010 às 09:09
Naturalmente que a culpa, também é do Socrates que nunca tem uma palavra de incentivo à responsabilidade e para quem está sempre tudo bem e o país roda numa maravilha evolutiva.
Ele não seria responsável de fosse capaz de olhar as realidades de frente e tivesse uma postura responsabilizante e de apelo à mobilização das capacidades e às alterações de comportamento dos portugueses.
Não será que muitos dos incêndios são resultado de jogos de interesses corruptos? E o que tem feito o ministério da justiça e da administração interna de cujos governos Socrates, há mais de uma década, faz parte para alterar o trafico de interesses em torno dos incêndios?
Em vez disso permite uma cultura de boys e de desenrasca por isso é responsável...




De + Responsabilidade e Valores de Cidadani a 3 de Setembro de 2010 às 11:57
Claro que a RESPONSABILIDADE é de muitos, em diversos graus, e deve ser reconhecida e assumida (e penalizada/ paga/ ressarcida):

Seja por não ter actuado devidamente, seja a nível, legislativo, administrativo, preventivo, inspectivo, de alocação dos recursos e meios necessários, e de responsabilização das entidades (e dirigentes) que tutela, dos agentes que dispõe, ... do que fazem, não fazem ou deixam fazer...

- claro que a responsabilidade é de S. (leia-se do Governo) ou melhor dos vários governos (do PS e PSD)...
- e também dos cidadãos/ eleitores que os escolheram ou deixaram que outros os escolhessem, demitindo-se do seu direito e dever de cidadania básica;
- e também dos criminosos, dos negligentes, dos maldosos, pirómanos, loucos, inimputáveis, ...
- e também da Justiça, tribunais, e seus agentes ...
- da AR / deputados ...
- dos Governos civis, autarquias, ...
- da ANProtecção Civil, ...
- dos proprietários de terrenos, florestas, matas, ...
- dos cidadãos (que não cumprem as leis e regras de prevenção e de civismo)...
- das televisões, editores, autores, 'opinion makers', educadores, artistas, da publicidade ...
que também 'formam/ DEFORMAM' cidadãos/ consumidores na sua cultura, valores, prioridades, carácter, práticas, ...



De Incêndios e falta de valores, prevenção, a 3 de Setembro de 2010 às 10:18
A grande questão dos incêndios

Esta questão não pode/ nem deve ser pensada de ânimo leve.

Precisa de um equacionamento global, onde até a discussão da nossa "textura " como País, como Povo, merece ser analisada. Que constrangimento nos impede de lançar medidas de ataque a este flagelo em devido tempo?

Todos os anos são centenas de milhões de euros que ardem, mais umas quantas vidas humanas que desaparecem, mais as condições de desenvolvimento que se complicam.

Para muitos devo estar a dizer barbaridades. Admito.

Só não percebo, embora saiba que não é possível evitar completamente os incêndios, mas sei que é possível minorar essa tragédia e sobretudo os efeitos do tipo que já estão a acontecer, repito não percebo porque não se começa por uma ponta do País a ensaiar, de uma forma séria a prevenção de incêndios do Próximo ano.

Se são tantos os milhões de euros que se vão, porque razão não se arranca com projectos até de muito menos dinheiro, mas com a criação de postos de trabalho como reflorestação com as espécies mais apropriadas, com a abertura correcta de caminhos etc, etc,. Esta matéria deixo para quem sabe.

Ganhava o País, ganhavam as autarquias, ganhavam as pessoas, ganhavam os cidadãos que todos os anos se vêem ameaçados pelo fogo, mas que também só pensam nisso sobre a hora. Durante o ano esquecem-se de fazer as limpezas adequadas das suas parcelas de terreno e quantas vezes dos arredores das casas.

Isto será assim tão difícil?

Deve ser porque nunca se criou uma mentalidade de prevenção e de ordenamento. E é aqui que entra o que antes chamei de "textura" do nosso povo e já agora dos nossos políticos por extensão.

Sempre pensei que este governo, ou melhor, o anterior se distinguisse dos anteriores neste domínio.

Mas, afinal, ainda está para vir esse governo, se é que alguma vez chegará.

Parece que temos de continuar à espera de um D. Sebastião!! Mas pelo caminho da espera vão chegando as desistências.

Etiquetas: Falta de medidas preventivas., Incêndios
# posted by Joao Abel de Freitas, PuxaPalavra, 2.9.2010


De fazem falta outras politicas... a 3 de Setembro de 2010 às 11:54
Não será responsabilidade do governo uma politica de subsidio dependência em vez de, com um pouco mais de esforço contudo com muito mais produtividade e criação de riqueza, promover ocupações ambientais e de prevenção a incêndios feitos através de intervenções nas florestas e matagais ?

Da falta dessa politica não será responsável Sócrates e o seu governo? acho que é, deste e de todos os que já foram e dos que hão-de vir se nada fizerem.


De DD a 3 de Setembro de 2010 às 22:01
Houve este ano um mapa político dos fogos. Nas zonas onde os partidos de direita ganham habitualmente as eleições houve muitos mais fogos.
Não sei se é por acaso e por haver mais floresta a norte que a sul, mas parece haver política no assunto.

O fogo implica muito negócio e interesses, a começar pelos bombeiros que querem ser mais profissionais e, como tal, ganhar todo o ano para trabalharem intensamente durante mês e meio a dois meses; há a venda do material por parte de empresas que pertencem às chefias dos bombeiros; há interesses nas madeiras ardidas; há a vontade de os pastores verem ardidas as árvores para alargar a área dos pastos; há os interesses ligados à venda e/ou aluguer de aviões e helicópteros, etc. Enfim, muitos milhões de euros estão em jogo nos fogos.
Saliente-se que tem havido um certo cuidado dos incendiários em não lançar fogo a áreas muito próximas das zonas habitadas, se bem que, por vezes, o fogo tivesse chegado a lamber habitações, mas os bombeiros evitaram o pior.


De Quem ganha com os incêndios ? a 13 de Setembro de 2010 às 17:28
A indústria dos incêndios
http://holocaustocorrosivo.blogspot.com/2005/09/indstria-dos-incndios.html
José Gomes Ferreira - Sub-director de Informação da SIC Online

"A evidência salta aos olhos:
o país está a arder porque alguém quer que ele arda. Ou melhor, porque muita gente quer que ele arda.
Há uma verdadeira indústria dos incêndios em Portugal.
Há muita gente a beneficiar, directa ou indirectamente, da terra queimada.

Oficialmente, continua a correr a versão de que não há motivações económicas para a maioria dos incêndios.
Oficialmente continua a ser dito que as ocorrências se devem a negligência ou ao simples prazer de ver o fogo.
A maioria dos incendiários seriam pessoas mentalmente diminuídas. Mas a tragédia não acontece por acaso.

Vejamos:
1 - Porque é que o combate aéreo aos incêndios em Portugal é TOTALMENTE concessionado a empresas privadas, ao contrário do que acontece noutros países europeus da orla mediterrânica?
Porque é que os testemunhos populares sobre o início de incêndios em várias frentes imediatamente após a passagem de aeronaves continuam sem investigação após tantos anos de ocorrências?
Porque é que o Estado tem 700 milhões de euros para comprar dois subma-rinos e não tem metade dessa verba para comprar uma dúzia de aviões Cannadair?
Porque é que há pilotos da Força Aérea formados para combater incêndios e que passam o Verão desocupados nos quartéis?
Porque é que as Forças Armadas encomendaram novos helicópteros sem estarem adaptados ao combate a incêndios?
Pode o país dar-se a esse luxo?

2 - A maior parte da madeira usada pelas celuloses para produzir pasta de papel pode ser utilizada após a passagem do fogo sem grandes perdas de qualidade.
No entanto, os madeireiros pagam um terço do valor aos produtores florestais. Quem ganha com o negócio?
Há poucas semanas foi detido mais um madeireiro intermediário na Zona Centro, por suspeita de fogo posto.
Estranhamente, as autoridades continuam a dizer que não há motivações económicas nos incêndios...

3 - Se as autoridades não conhecem casos, muitos jornalistas deste país, sobretudo os que se especializaram na área do ambiente, podem indicar terrenos onde se registaram incêndios há poucos anos e que já estão urbanizados ou em vias de o ser, contra o que diz a lei.

4 - À redacção da SIC e de outros órgãos de informação chegaram cartas e telefonemas anónimos do seguinte teor: "enquanto houver reservas de caça associativa e turística em Portugal, o país vai continuar a arder".
Uma clara vingança de quem não quer pagar para caçar nestes espaços e pretende o regresso ao regime livre.

5 - Infelizmente, no Norte e Centro do país ainda continua a haver incêndios provocados para que nas primeiras chuvas os rebentos da vegetação sejam mais tenros e atractivos para os rebanhos.
Os comandantes de bombeiros destas zonas conhecem bem esta realidade.
Há cerca de um ano e meio, o então ministro da Agricultura quis fazer um acordo com as direcções das três televisões generalistas em Portugal, no sentido de ser evitada a transmissão de muitas imagens de incêndios durante o Verão.
O argumento era que, quanto mais fogo viam no ecrã, mais os incendiários se sentiam motivados a praticar o crime...
Participei nessa reunião. Claro que o acordo não foi aceite, mas pessoalmente senti-me indignado.
Como era possível que houvesse tantos cidadãos deste país a perder o rendimento da floresta - e até as habitações - e o poder político estivesse preocupado apenas com um aspecto perfeitamente marginal?
Estranhamente, voltamos a ser confrontados com sugestões de responsáveis da administração pública no sentido de se evitar a exibição de imagens de todos os incêndios que assolam o país.
Há uma indústria dos incêndios em Portugal, cujos agentes não obedecem a uma organização comum mas têm o mesmo objectivo - destruir floresta porque beneficiam com este tipo de crime.

Estranhamente, o Estado não faz o que poderia e deveria fazer:
1 -...


De Incêndios, o Estado e os outros... a 13 de Setembro de 2010 às 17:29
Estranhamente, o Estado não faz o que poderia e deveria fazer:

1 - Assumir directamente o combate aéreo aos incêndios o mais rapidamente possível.
Comprar os meios, suspendendo, se necessário, outros contratos de aquisição de equipamento militar.

2 - Distribuir as forças militares pela floresta, durante todo o Verão, em acções de vigilância permanente. (Pelo contrário, o que tem acontecido são acções pontuais de vigilância e combate às chamas).

3 - Alterar a moldura penal dos crimes de fogo posto, agravando substancialmente as penas, e investigar e punir efectivamente os infractores

4 - Proibir rigorosamente todas as construções em zona ardida durante os anos previstos na lei.

5 - Incentivar a limpeza de matas, promovendo o valor dos resíduos, mato e lenha, criando centrais térmicas adaptadas ao uso deste tipo de combustível.

6 - E, é claro, continuar a apoiar as corporações de bombeiros por todos os meios.
Com uma noção clara das causas da tragédia e com medidas simples mas eficazes, será possível acreditar que dentro de 20 anos a paisagem portuguesa ainda não será igual à do Norte de África.

Se tudo continuar como está, as semelhanças físicas com Marrocos serão inevitáveis a breve prazo. "

José Gomes Ferreira - Sub-director de Informação da SIC Online


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