As medidas tomadas por Sócrates e o seu Governo foram um golpe de rins perigoso, mas extremamente corajoso, perante uma situação que vem em grande parte do exterior como a concorrência da escravatura capitalista-comunista chinesa e da ditadura alemã que impõe aos países europeus a abertura das suas fronteiras ao exterior e medidas duras de contenção de despesas. Estes dois fatores provocaram a ruína de uma parte da indústria nacional e só lentamente é que vão aparecendo fábricas como a Efacec, Martinfer e outras do papel, mobiliário, calçado, etc. a exportarem.
Ontem na televisão, o homem da CIP dizia com ar crítico que só temos 24 mil empresas a exportar. Fiquei deveras admirado. Só 24 mil!! É obra!!!
As exportações estão a aumentar, mas os mercados não se conquistam de um dia para o outro, pelo que não de esperar grandes ganhos num futuro imediato nem um crescimento muito grande do PIB, principalmente porque temos uma natalidade negativa de 5 mil crianças anuais, o que significa que o PIB per capita sobe sempre mais que o geral. Porque a população está a decrescer, o que não é propriamente bom, mas é a realidade que temos neste momento.
Há, evidentemente, uma componente nacional relacionada com a despesa do Estado que resulta do monstro criado por Cavaco com o excesso de liberdade de reforma e um sistema de promoções muito agradáveis, mas extremamente caras.
Assim, consultando o Pordata vemos o seguinte:
Em 1989 havia 634.001 funcionários subscritores da CGA (Estado) para 245.215 reformados e pensionistas.
Em 2009 há 675.560 funcionários subscritores para 564.046 reformados e pensionistas.
Para um pequeno aumento de 41.559 funcionários em vinte anos registamos uma mais que duplicação em 318.831 reformados, graças ao aumento da longevidade e ao fato de os funcionários se terem reformado muito cedo, muitos deles com 55 anos e até menos.
O Estado tem a seu cargo 2.708.066 reformados da Segurança Social (sector privado) e em 1990 tinha 1.722.794.
Assim, a viver à conta do Estado, mas com justiça, temos atualmente 3.947.675 mais uma parte importante dos 524.700 desempregados e umas tantas pessoas com baixa por doença. Serão cerca de 4,5 milhões de pessoas que absorvem a quase totalidade das receitas do Estado, sendo as despesas intermédias e investimentos pagas com empréstimos.
Para além disso, houve uma tendência para a promoção que se verifica em excesso em todas as instituições não governamentalizadas ou pouco como a justiça, forças armadas, foças policiais, ensino universitário, etc.
Na Marinha, por exemplo, há quase meia centena de almirantes que foram promovidos dois meses antes de passarem à reserva com pouco mais de 50 anos e reformados na idade devida. Uns bons 5 ou mais anos de reserva são já uma reforma com o ordenado por inteiro. Com 7 barquitos oceânicos temos mais de 70 almirantes.
Na justiça, há juízes que tiveram nota negativa e, mesmo assim, foram promovidos para a Relação.
No professorado, quase toda a gente pode chegar ao 10º escalão, o que é bom e justo, mas como tudo o que é bom não é barato.
A questão dos reformados tem a ver com o prolongar da vida e tudo indica que no futuro a situação ainda será melhor. Por volta de 2050 talvez a esperança de vida esteja já nos 100 anos de idade com muitas pessoas a atingirem os 110 a 120 anos e no fim do séculos até se admite uma esperança de vida de 130 anos ou mais, o que é óptimo, mas tem de ser encarado também no aspeto financeiro e não podem os políticos fingir que não se vive hoje mais que antes e que na maior parte dos casos os últimos anos de vida são cheios de problemas de saúde, apesar de os avanços da medicina estarem a dominar ou controlar muitas doenças degenerativas, mas sem as curar como é óbvio, já que os anos ninguém os tira.
No Século XIX, os funcionários podiam ser reformados ao fim de 25 anos de serviço e após 10 anos tinha direito a meia reforma. Mas, ao consultar a biografia dos políticos dos dois grandes partidos de então, Regeneradores e Histórico-Progressits, vemos que raramente passavam dos sessenta anos.
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