5 comentários:
De DD a 10 de Outubro de 2010 às 00:12
Nenhuma forma de luta altera o facto de vivermos já a relação de 1:1. Por cada trabalhador activo há um inactivo sustentado pelo Estado, ou seja, pelos contribuntes activos.
São 3,6 milhões de reformados das CGA e CNP. 350 mil desempregados pagos pela Segurança Social e mais outros trabalhadores com subsídios de doença, maternidade e reformados dos subsistemas de pensões.
Atualmente, reformam-se quase 150 mil trabalhadores por ano e morrem uns 100 mil cidadãos. A longevidade aumenta a olhos vistos, havendo cada vez mais centenários.
A minha mãe faleceu com 96 anos e a minha tia com 98 anos. Ambas tinham todos os filhos e filhas reformados e havia já dois netos e uma neta também reformados. Três gerações de reformados. Já são os bisnetos a sustentarem a reforma dos bisavôs.
Nenhum greve altera esta realidade que tem de ser vivida com boa disposição e alegria, mas sempre com a consciência que nada é gratuito.
Esta greve é política e destina-se a angariar votos para o PCP. Só que este partido não tem soluções, pois fala em o Estado gastar mais muitos milhares de milhões e ir buscar uns poucos milhões à banca ou aos ricos. Não sabem aritmética, pelo que nunca serão capazes de governar.
O desemprego não é reduzido com greves, nem com qualquer política, excepto a expoirtação e o eventual fecho das fronteiras europeias aos prodfutos chineses e de países com mão de obra barata. O desemprego em Portugal e na Europa só se resolve pela via da sua exportação para a China, Índia, etc., isto é, com direitos aduaneiros muito elevados para todos os produtos que os 502 milhões de mulheres e homens da União Europeia podem fabricar.
Claro, pagar-se-ia mais nalguns artigos por os salários europeus serem mais elevados, mas nunca se pode ter tudo na via. Não são possíveis altos salários sem desemprego e produtos baratos.


De Izanagi a 10 de Outubro de 2010 às 13:03
Essa ideia de que são as gerações mais novas que sustentam as gerações dos actuais reformados é um mito que convém ser esclarecido. Os trabalhadores descontam para a reforma 33% do seu salário ou seja por cada 3 meses financiam um. Significa isto que ao fim de um ano de trabalho financiaram quase 5 meses da sua futura reforma. Se multiplicarmos estes 5 meses por 40 anos de descontos verificamos que são aproximadamente 200 meses o que dividido por 14 (um ano e respectivos subsídios) dá um pouco mais de13 anos. Acontecendo a reforma aos 65 anos, se juntarmos 13 dá 78 anos, mais do que a esperança de vida média em Portugal. Acresce que a reforma da Segurança Social em Portugal não ultrapassa os 80% e em consequência podemos acrescentar mais três anos, o que dá 81 anos, sem entrar em linha de conta com as capitalizações do capital acumulado.
Teoricamente os reformados subsidiaram as suas reformas. O que aconteceu foi que os governos, para a sua política social de “compra de votos” de que destaco a atribuição de pensões e reformas a quem nunca descontou, utilizando aí o dinheiro do Fundo de Pensões, descapitalizaram-no. Mas isso foi uma opção política, que pouco difere da praticada pelo regime que foi (?) deposto com o 25 de Abril, que ao contrário de instruir os cidadãos, cívica e politicamente, disponibilizando os meios para que o voto dos eleitores fosse um voto esclarecido e consciente, optaram por receio do voto esclarecido por mantê-los na ignorância, manipulando assim mais facilmente o seu voto, estratégia que ainda hoje se verifica, sobretudo ao nível do poder autárquico. O poder central, porque mais afastado da população, adoptou as suas políticas de manipulação de massas, às novas formas de comunicação.
Esta descapitalização do Fundos de Pensões é a causa de as actuais contribuições dos trabalhadores activos, serem a fonte principal de financiamento das actuais reformas, mas seguramente que em Portugal este modelo é irreversível e com os actuais trabalhadores vai acontecer o mesmo quando atingirem a reforma.
Em conclusão, se os reformados actuais, que fizeram os seus descontos normais para a Segurança Social têm as suas reformas financiadas pelos actuais trabalhadores no activo, isso só se deve á péssima gestão que os diversos ministros da Segurança Social do PS e do PSD fizeram dos dinheiros de que eram fiéis depositários.




De Zé das Esquinas, o Lisboeta a 10 de Outubro de 2010 às 15:27
Essas contas são muito simplistas e naífes.
As importâncias descontadas nos primeiros anos são infimas comparadas com o que se vai receber na reforma que são baseadas nos últimos vencimentos.. E então os custos do sistema de segurança social? E as baixas médicas pagas? E as comparticipações em medicamentos, médicos e hospitais? E os abonos de família, casamento, funeral etc.? E não só de quem descontou mas da família agregada a si e que passa ater direitos de segurança social - filhos e muitas vezes a mulher, os pais e sogros que nunca descontaream.Tudo o dinheiro que mantem o sistema sai de onde?


De Izanagi a 11 de Outubro de 2010 às 02:26
Há muitos , mas mesmo há muitos anos que o SNS é financiado com os impostos que alguns portugueses pagam, os quais em função do rendimento e do custo de vida são demasiado elevados.
Quanto á questão da diferença de salários entre o início do desempenho e o fim do mesmo, na maioria das situações nem é muito grande e a reforma não é pelo último salário, mas sim pela média dos últimos X anos. Os abonos de família, subsídios de nascimento e de funeral pouco impacto têm na despesa da segurança social pelo que é facilmente coberta pela capitalização dos descontos, nem que mais seja por depósitos à ordem.
Já representa um custo considerável o subsídio de desemprego e as baixas médicas, mas estas na maioria têm a conivência do Ministério responsável que não fiscaliza quem emite as mesmas e todos sabemos que muitas eram falsas, mas também há um apoio ás companhias de seguros , pois muitas são doenças profissionais, cobertas por companhias de seguro que estão sobretudo disponíveis, repito, com a conivência dos governos, para receberem o prémio do seguro.

Concluo dizendo que a maioria dos reformados actuais descontou o suficiente para a reforma que recebe.


De DD a 10 de Outubro de 2010 às 20:41
Os 33% são a soma dos descontos para os agregados sociais que incluem o Serviço Nacional de Saúde com o subsídio de doença, o Fundo de Desemprego, os abonos de família, o subsídio de nascimento, de casamento e de funeral. Este último é um pouco mais de dois mil euros.
Só uma parte dos 33% vai para as reformas e a situação atual é possível pela simples razão de haver reformas muito baixas e o seu nível geral é muito inferior ao dos salários.
Nos privados (Centro Nacional de Pensões), a média ronda os 600 euros que é inferior à média salarial.
Se em termos financeiros fosse 1 a 1, o sistema não teria sustentabilidade possível.
Se um número muito elevado de portugueses não tivesse aldrabado a Segurança Social, o atual modelo não seria viável.
O um a um é por cabeça, não por massa monetária.
O futuro está em o financiamento vir não só dos descontos como do IVA e outros impostos. O IVA encarece tudo o que está à venda, mas para que as vendas se efectuem provoca a necessidade de racionalizar produções e formas de comercialização em que o lucro por unidade vendida seja bem mais baixo.
Veja-se o caso dos telemóveis, computadores e até roupas e outros artigos em que há o luxo de marca e o barato praticamente com a mesma qualidade do artigo de luxo.


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