Depois de classificar o SNS como algo "impossível" de manter, dado que "entre médicos e pacientes, exames e receitas", ao ministro das Finanças só chegam as contas para pagar, Bessa apontou algumas soluções. Desde logo a possibilidade de acabar com o IRC, ou mesmo uma isenção do pagamento por parte das empresas da Segurança Social, possível à custa de uma "taxa de IVA a 23%, mas sem isenções".
Para quem tem a memória curta lembro que Daniel Bessa foi ministro "independente" da Economia num governo de Guterres. Constou-se na altura em que foi demitido por Guterres, se proponha alterar a lei que regulava os horários de abertura das grandes superfícies, permitindo que estas funcionassem os sete dias na semana. A esta decisão que prejudicava o comércio tradiconal mas beneficiava as grandes superfícies, algumas a quem Daniel Bessa prestava a sua colaboração como economista a troco de compensações financeiras, opôs-se Manuel dos Santos, Secretário de Estado e militante socialista, tendo ambos sido demitidos por Guterres.
Qual foi o contributo de Daniel Bessa para o desenvolvimento da economia nacional ? Quer como ministro, quer depois?
Seria também interessante conhecer a evolução patrimonial de Daniel Bessa antes de chegar ao Governo e depois de ter saído deste.
Está recentemente em cartaz, um filme "Inside job - A Verdade da Crise" que aconselho aos leitores, o qual, para além de outras coisas, mostra a falta de ética de muitos professores universitários de Economia.
A 12 do corrente, o Público trazia a informação que Daniel Bessa, "independente" próximo dos socialistas na liderança de Guterres, agora integra a comissão de honra da recandidatura de Cavaco Silva a Belém. A mesma é também integrada por outro "independente", que até muito recentemente estava muito próximo dos socialistas de Lisboa, refiro-me a José Miguel Júdice.
Talvez esteja na altura dos militantes do PS que defendem uma sociedade mais justa e livre de "epizoários" debaterem o futuro do Partido e a "abertura aos independentes(?)", e pugnarem pela utilização primeira dos recursos caseiros.
De Paus mandados a 17 de Novembro de 2010 às 09:52
O caro Izanagi , deve ser um socialista que ainda acalenta, algumas, expectativas de que o PS seja capaz de se regenerar por dentro (ou mesmo por fora), veja à sua volta!
Ao PS bem se poderá aplicar aquele ditado "em casa de ferreiro..." e como tudo indica que, no partido, viraram a ferreiros terão de governar com paus...mandados, está claro!
De Zé T. a 17 de Novembro de 2010 às 11:22
Gostei do 'post'.
Mais um caso demonstrativo das ligações e dependências dos (ex-)políticos (e 'eminentes economistas e universitários') ao poder económico ('nacional', multinacional ou apátrido),
seja da Banca, das grandes empresas de distribuição, comunicações, energia, ... ou de fundações e 'think tanks'...
E mais um exemplo de que os ''independentes'' são um grande EMBUSTE !
Estes 'independentes' até podem ser políticos (todos os Cidadãos SÂO Políticos) sem partido, ... mas não são independentes do poder económico, ideológico, mídia, ...).
Estes só se auto-atribuem o ''isento'' rótulo de ''independente'' ...para melhor se aproveitarem de todos os ventos, oportunidades, infuências, cunhas, tachos, negociatas e nepotismos que os possam beneficiar... em troca de uma 'aura de seriedade' que os políticos com partido já não têm, na sua maioria.
De Cartão, desValores e Nepotismo a 17 de Novembro de 2010 às 11:46
Este é um problema do PS... mais ainda 'deste' PS em que muitos Socialistas não se revêem.
No CDS/PP, no PCP, e (menos) no PSD ... os militantes são considerados VALORES para aquém e além eleições...
Neste PS de 'meias tintas' (sem valores nem princípios) e muitos oportunistas, vale tudo, ... mas há uma condição:
SÓ se for parente amante ou sócio (de 'antes' ou depois, na partilha de dividendos) ... de chefinho, chefe, ou chefão na Secção, na Concelhia, na Assembleia, no Executivo, na direcção, no serviço ou empresa pública, ...
o CARTÃO do Partido, só por si, há muito que já não vale NADA ... só atrapalha e dá desgostos.
Neste aspecto, a verdade é que a 'filiação' no PS ou no PSD, ou na loja maçónica, ou ... também já não vale nem chega ...
foram/são tantos os interessados em obter alguma coisa (dum simples emprego até um tacho) que se DESVALORIZOU o cartão/filiação.
De Regabofe usual ... e outros pagarão ! a 17 de Novembro de 2010 às 11:56
«... jovem de 26 anos, sem currículo profissional nem formação de nível superior, foi contratado, em Dezembro, como assessor técnico e político do gabinete da vereadora Graça Fonseca na Câmara de Lisboa (CML). Remuneração mensal: 3950 euros ilíquidos a recibo verde. Desde então, o assessor - que estava desempregado, fora funcionário do PS e candidato derrotado à Junta de Freguesia de Belém - acumulou esse vencimento com cerca de 41.100 euros de subsídios relacionados com a criação do seu próprio posto de trabalho.
...»
Público, 17.11.2010, JACerejo http://www.publico.pt/Local/assessor-do-ps-na-camara-de-lisboa-recebeu-41100-euros-indevidamente_1466587
De Receita para Deputado, Ministro, ... a 17 de Novembro de 2010 às 14:14
MUITO MORDAZ OU REALISTA !? . . .
Como se faz um deputado... - receita:
- 1 dose de falta de carácter
- 1 dose de ganância
- 1 dose de mentira
- Euros qb
- 1 pitada de merda
Nota:
Não exagerar na merda, senão sai um ministro!...
De LUTAR por 1 VIDA MELHOR a 17 de Novembro de 2010 às 12:25
«...
A (greve-geral) destina-se a dar o sinal de que foi atingido o limite da tolerância e que deixou de haver margem para continuar o rega-bofe.
É importante que os políticos que nos governam e os especuladores nacionais e internacionais que nos estrangulam entendam que chegou o momento em que a nossa compreensão para as actuais medidas não é um sinal de aceitação dos erros continuados que nos conduziram até aqui.
É inevitável fazê-los entender que não estamos na disposição de continuar a admitir novos pedidos de austeridade para tapar os buracos de uns e os roubos de outros.
Isto serve para todos os que têm responsabilidades começando pelo Governo, passando pela Assembleia da República e pela oposição e terminando no Presidente da República.
Quanto aos especuladores há que dar o sinal de que também eles estão no limite.
Impingem condições e chantageiam-nos com ameaças de corte de crédito fazendo-nos crer que o crédito que nos atribuem é uma dádiva e não o negócio de agiotagem que justifica a sua existência.
»
LNT, a barbearia do sr.Luis, 4.11.2010
---comentário de Zé T. a 5.11.2010
Texto quase excelente...
pois discordo sobre a questão da necessidade de aprovação deste Orçamento (com suas injustiças...),
desligado de medidas coordenadas e adequadas da UE (e da aliança dos 'PIGS'/'GIPSI', sob ataque) para combater a Agiotagem dos 'mercados'/ especuladores/ banca e suas 'mandadas' agências de rating ...
De Neurose a 17 de Novembro de 2010 às 13:12
nEUROse…
Por João Rodrigues, Arrastão.org
Bom título do negócios. O trabalho de Elisabete Miranda, a partir de uma entrevista ao economista grego Yianis Varouhakis, faz o balanço da “ajuda europeia”, esse trágico eufemismo:
“Mais pobreza e uma severa recessão”.
Entretanto, podem ler um contributo deste economista grego, embora com tradução descuidada, onde se avançam propostas convergentes com o que eu já defendi no mdiplo:
trata-se de combater o desgraçado AUSTERITARISMO europeu através de REFORMAS na Zona Euro.
Já que estou a falar do euro, recomendo a leitura de um artigo, já com umas semanas, onde Vital Moreira exibe o seu ordoliberalismo, oportunamente colocado na Aba da Causa: “a provação e o teste”.
Com o desemprego a atingir 10% da força de trabalho e com a generalidade das periferias a arder, agora com destaque para a Irlanda, graças a uma austeridade permanente e aditivada pelas pressões dos especuladores, é preciso uma dose cavalar de ideologia para vir anunciar o sucesso da arquitectura institucional subjacente ao euro.
Esta desgraça conduz ao aumento da POLARIZAÇÃO SOCIAL e REGIONAL e, eventualmente, à autodestruição do euro, como sublinha o economista social-democrata Joseph Stiglitz.
O mais trágico é que as elites nacionais e europeias vão precisar de duas DÉCADAS de DECADÊNCIA económica para chegar à conclusão, se não ocorrer um COLAPSO do euro antes disso, de que este arranjo NÃO nos SERVE.
Enfim, o europeísmo feliz LIQUIDOU a social-democracia e agora liquidará, na ausência de luta social denodada, o ESTADO SOCIAL e o que resta dos DIREITOS LABORAIS, transferindo o custo social da CRISE para os TRABALHADORES e para os mais pobres.
O pensamento de Vital ou de Vitorino, dominante entre o centro-esquerda, tem RESPONSABILIDADES, à nossa escala, por este desastre.
As ideias têm consequências.
De
DD a 17 de Novembro de 2010 às 23:54
Daniel Bessa, como os outros economistas de todos os quadramtes, só tem falsas soluções e sempre no sentido de reduzir as receitas do Estado ou aumentar as despesas. Agora, o homem aparece com a defesa delirante do fim do IRC ou corte do mesmo imposto nas empresas de segurança social sem especificar o que são: seguradoras de saúde, fundos depensão privados?
Sim, não há empresas de saúde e pensões com o adicional do subsídio de desemprego,subsídio de doenças, materinidade, nascimento, abono de família e de funeral.
É evidente que isto tudo é muito caro e digo aqui aos estúpidos: com quatro milhões de reformados e muitos subsidiados justamente por doença, desemprego, etc.ninguém espere que venha alguém tornar isto mais barato ou que alguns ordenados um pouco mais elevados de ministros, assessores, administradores, etc. quando reduzidos possam proporcionar verbas para cobrir os quase 50% do OE que o Estado gasta com prestações sociais. Até porque a taxa máxima do IRS está nos 46,5%.
Passos Coelho já falou no custo exagerado das pensões de reforma, apesar de em média serem baixas, mas abrangem um univeros muito vasto. Segundo o Pordata, a idade média de reforma em 2009 foi de 59,5 anos, o que dá uma esperança de vida média superior a 20 anos, considerando que a esperança de vida a partir dos 65 está nos 18,5 anos.
NOTA: A TSF deu hoje um número estatístico do Pordata. Por cada docente universitário há 11 alunos apenas, o que coloca Portugal no quarto lugar cimeiro na Europa.
Portugal tem o problema de quase não ter indústria e agricultura e todos os empresários de ambos os sectores esperam apenas subsídios e pouco fazem para ganhar verdadeiramente a vida.
O que se investiu no País foi, em grande parte à custa do Estado com empréstimos especiais da CGD e subsídios diversos. Assim desenvolveu-se a indústria do papel e a dos equipamentos eólicos. Mas, os contribuintes, não possuem verbas suficientes para pagarem o complemento de 40 a 60% dos apoios do QREN às indústrias.
Um empresa que não ganhe dinheiro não é nada, não garante postos de trabalho e não pode investir na produção ou comercialização dos seus produtos.
De Zé das Esquinas , o Lisboeta a 18 de Novembro de 2010 às 10:13
Muito mal vai este País quando se vê as "alternativas" ao PR Cavaco Silva é na realidade apenas uma. Cavaco Silva. Não existe mais nenhuma. Porque ser alternativa, para mim, significa no mínimo, ter a hipótese de poder através de uma boa campanha, poder vir a ser eleito. E não vejo nos actuais candidatos nenhuma figura com essa hipótese.
Portanto, repito, que muito mal vai este País.
Aqui o postante tem muita razão sobre o que questiona em relação a Daniel Bessa, mas teria de ser válido para todas as outras "figuras" da política nacional e muitas que "circulam" à volta dos políticos portugueses. Essa procura comparativa de enriquecimento do "antes" e do "depois de", devia ser feita independentemente de se haver crime este já estar ou não prescrito . Isto é, deviam os portugueses saber que fulano e sicrano cometeram os ilícitos mesmo que não pudessem , por particularidades da lei, vir a ser condenados. Penso que era bom para Portugal, os portugueses saberem que alguns senão muitos dos eternos líderes que se apresentam como paladinos da moral e do pensamento político português, são uns hipócritas e utilizaram o sistema para o enriquecimento pessoal e de familiares. É sempre bom saber a verdade ou as verdades, mesmo que não gostemos delas. O tempo tudo cura.
E em relação aos "independentes" de que o PS sempre gostou de apadrinhar ou os dissidentes que o PS sempre gostou de absorver, foram na maioria dos casos o próprio fim do PS. Isto é, do S como socialismo. E se pensarem bem, no desempenho de cargos no PS, hoje não há quase ninguém que não tivesse vindo de outro lado... Até Guterres, em que segundo me recordo para poder ser eleito num Congresso, fez com que a data do mesmo fosse adiada, a fim de ele completar o ano de partido. Enfim, o PS hoje, segundo o seu líder é PNL (partido neoliberal )
Mas são "ingénuos" ou "crentes" como o Izanagi que, com a sua complacência, bondade, esperança na regeneração, etc., etc., , permitem que esta miserável mediocridade política e governativa se perpetue no poder.
De 'Economistas' tipo frei Tomás... a 18 de Novembro de 2010 às 16:08
Fico fora de mim!
Esses grandes cérebros da economia que tanto pregam a necessidade de combater a crise (de que só a eles se pode atribuir culpas)
com a redução de salários, a flexibilização do emprego, a diminuição da gordura do Estado,
não admitem que lhes toque nos ordenados milionários que ganham, nem nas reformas em duplicado ou triplicado que usufruem, nos cartões de crédito que lhes atribuem, etc.
Estes patriotas tonitruantes com moralidade rasca, censuram os bispos por afirmarem em nota pastoral que a diferença incomensurável de vencimentos é imoral e cria uma situação social de crispação e desagregação.
Que ética de sentido público, de coesão social e de solidariedade patriótica tem esses palradores da mercearia que ocupam tempos de antena a falar da crise?!...
Fazem lembrar os que defendiam as colónias, mas metiam cunhas para que os seus filhos não fossem à guerra.
P… q… p…!!!
# posted by Primo de Amarante, http://margemesquerdatribunalivre.blogspot.com/
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