De Economia e polític: Questões pertinentes a 13 de Dezembro de 2010 às 10:42
O Perigoso Esquerdista:
(por Fernando Moreira de Sá, http://albergueespanhol.blogs.sapo.pt/ 10.12.2010)

Agora que me tornei, segundo alguns companheiros da destra, um perigoso esquerdista por defender a existência do salário mínimo e a consequente subida deste para valores mínimos de dignidade na retribuição pelo trabalho
e após o silêncio devido nestes momentos denominados “períodos de nojo” ou “travessia do deserto” por, pelos vistos, ter aderido à sinistra, nada como voltar à carga. Aliás, acusação que não é virgem: fui acusado por um velho amigo de ser um bloquista disfarçado tanto no referendo do aborto como na questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Adiante.

Não sou economista nem tão pouco domino tal matéria. Os teóricos conheço-os pela rama, de vista e com a devida distância. Aliás, o meu conhecimento dos “teóricos” é inversamente proporcional ao conhecimento prático do mundo empresarial (por conta própria pois com o dinheiro dos outros…) de boa parte dos restantes litigantes. Repito, pelo menos alguns daqueles que conheço.

Analisando os dados existentes no INE (Instituto Nacional de Estatística) assim como os que são elaborados pelo IEFP (Instituto de Emprego e Formação Profissional) e outros dados oficiais e mesmo fazendo o adequado e devido desconto obrigatório que estas coisas obrigam, podemos concluir que
boa parte (mas não o todo) dos trabalhadores que auferem o ordenado mínimo nacional estão no amplo sector da restauração e similares, na construção civil (cada vez menos por dois motivos: escassez de obras e idêntica dificuldade de mão-de-obra especializada), no que resta do sector têxtil de mão-de-obra não qualificada e pouco mais. Boa parte.

Nem de propósito:
áreas de negócio conhecidas por estarem infestadas por um número elevado de empresários sem a devida formação
e, nalguns casos, publicamente conhecidos pelas mais variadas e elaboradas formas de fuga ao fisco.
Parte, não o todo e desejando evitar as generalizações.

Por isso, volta a bater na mesma tecla, a exemplo de outro perigoso esquerdista chamado Pedro Marques Lopes,
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-que empresas são essas cuja sobrevivência depende de mão-de-obra barata, em verdadeiro saldo?
-O que produzem?
-Como o produzem?
-Qual a sua viabilidade financeira?
-Como estão essas contabilidades?
-Que países são esses onde abunda a mão-de-obra barata de braço dado com a qualidade de vida?
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Mas posso estar redondamente enganado. Acredito e até estou preparado para dar a mão à palmatória mas não me venham com teorias muito bonitas e paradisíacas mas cuja aplicabilidade prática é desconhecida. Da mesma forma que os cemitérios estão cheios de não fumadores, as universidades estão pejadas de maravilhosos teóricos sem experiência prática. O que não invalidade que o tabaco mate nem que as teorias não possam ser óptimas.

Uma coisa é certa, para mim, a direita que defende aquilo que eu defendi não é nem deixa de ser de esquerda como a direita que defende o contrário não é nem deixa de ser de extrema-direita. Não sou assim tão definitivo nem senhor de tantas certezas…


De FP Açores e os outros a 13 de Dezembro de 2010 às 11:26
As compensações de Carlos César (presid.gov. Açores)

Sinto-me dividido sobre a decisão de Carlos César.

Considero que politicamente a decisão de Carlos César é de pouca solidariedade com a sua família política a nível do País.

Considero que esta decisão gera uma desigualdade primeiro na Região se se aplicar apenas aos funcionários dependentes do Governo Regional e não às Autarquias e segundo estabelece desigualdades gritantes entre trabalhadores dependentes do patrão Estado, ou seja, entre os funcionários públicos dos Açores e os do resto do País.

No entanto, sempre disse que discordo da desigualdade que os cortes salariais estabeleceram entre trabalhadores. Porquê só os trabalhadores públicos, e mesmo nestes sem se saber muito bem como se aplica às empresas públicas, pois o conceito de empresas públicas é elástico (só as 100% públicas?).

Daí uma certa compreensão das compensações de Carlos César.

Compreendo e acho coerente que José Sócrates tenha tido uma posição clara sobre isto.

# posted by Joao Abel de Freitas , PuxaPalavra, 1.12.2010


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