Quarta-feira, 5 de Janeiro de 2011
"Ataques desonestos" ou gato escondido com rabo de fora, senhor candidato Cavaco Silva?
Mostre a ordem de venda das "famigeradas" acções e esclareça que agiu com seriedade, como tanto faz questão de afirmar.
"Não é sério" como V. Exa. costuma dizer remeter para o blog presidencial...
De Cavaquistas a 5 de Janeiro de 2011 às 16:28
Apoiado!
Só teria alterado o titulo e colocado "A maldição do BPN chama-se Cavaco" pela simples razão de que foi criado, usado e destruído por cavaquistas e os contribuintes que paguem...
De Cavaco, candidato da velha Direita a 5 de Janeiro de 2011 às 17:42
As mulheres de Cavaco
(por Daniel Oliveira, Arrastão, 27.12.2010)
No debate com Defensor Moura - em que o actual presidente, sem estar protegido por discursos escritos, demonstrou até onde pode ir a sua arrogância -, coube a Cavaco Silva o minuto final. Dedicou-o às mulheres, que nesta quadra festiva estão em destaque. Não fosse a virgem Maria modelo para todas as senhoras sérias e a família o centro das suas vidas.
Ao falar às mulheres, Cavaco fez-lhes um elogio.
Pela sua participação cívica na vida em comunidade ? Não.
Pelo papel crescente que vão tendo nas empresas, na Academia, na cultura, na política? Menos ainda.
O elogio foi para as mães, esposas e donas de casa. Por cuidarem das crianças e fazerem milagres com o apertado orçamento familiar.
Quando Cavaco Silva fala o tempo anda para trás. Revela-se o líder paternal, que trata, com a serenidade dos homens ponderados, das coisas do Estado. Vigilante, protege-nos dos excessos.
Nunca debate, porque o debate poderia dar a ideia de que ele navega nas águas sujas da polémica democrática. Ele é o consenso.
Apesar de tudo o que sabemos, representa a honestidade no seu estado mais virginal. E para ser mais honesto do que ele qualquer um teria de nascer duas vezes e, supõe-se, duas vezes escolher Dias Loureiro como seu principal conselheiro político.
A cada acusação responde sem resposta, porque ele está acima da crítica. A crítica a Cavaco é, ela própria, uma afronta à Pátria.
Mas o tempo volta para trás não apenas no olhar que tem de si próprio, mas no olhar que tem do País. Nesse País está, no centro de tudo, a família. E no centro da família está a mulher.
Não a mulher que tem uma vida profissional relevante e é uma cidadã activa e empenhada.
Mas a esposa e a mãe. É ela - quem mais? - que cuida dos filhos e gere as finanças domésticas.
Cavaco Silva não se engana.
Esse país modesto e obediente - onde o chefe de família confia no líder que trata das finanças da Nação e na mulher ponderada que trata das finanças da casa - ainda existe. Ao lado de um outro, feito por uma geração que nasceu numa democracia cosmopolita.
Onde os cidadãos têm sentido crítico e as mulheres têm vida fora do lar.
Onde os homens também cumprem o seu papel nas coisas comezinhas da educação dos filhos e a gestão da economia doméstica também é obrigação sua.
Onde os cidadãos não pocuram homens providenciais que os protejam do Mundo.
O problema de Cavaco não é viver divorciado do País real. É haver uma parte desse país que lhe escapa.
Cavaco Silva recorda o que fomos:
provincianos, medrosos, conservadores, ordeiros.
E nós, como todos os povos, carregamos no que somos um pouco do nosso passado.
O cavaquismo representa um Portugal que demora a dar-se por vencido. É o último estertor do nosso atraso. E o seu último minuto teve aquele cheiro insuportável a nefetalina.
Aos mais velhos, que o reconhecem, dá segurança. Aos mais novos, a quem diz tão pouco, parece tão inofensivo como um avô que vem de outro tempo.
Há quem ache que Cavaco não é de direita. Engana-se.
Cavaco é a única direita que realmente existe em Portugal:
conservadora, tacanha, provinciana, caridosa e estatista.
A outra (direita), liberal, cosmopolita e tão pouco latina, se não se adaptar terá de esperar muito tempo pela sua vez.
Passos Coelho, que representa tudo o que Cavaco despreza, irá descobri-lo muito mais cedo do que julga.
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