A Europa do Futuro com a Merkel
Segundo o jornal “Financial Times” de hoje, a Grécia declarou ontem aos seus credores que não pode pagar as dívidas a vencer este ano e pediu uma reestruturação das mesmas que já tinha sido parcialmente iniciada no fim do ano passado.
O Governo grego está a trocar títulos a cinco e dez anos que venciam juros de 1,5 a 2,2% por novas obrigações do tesouro que a dez anos pagam 10% de juros, apesar da intervenção do Fundo de Estabilização Europeu e do FMI. Estes juros astronómicos incorporam cerca de 2,9% de seguro de crédito.
Na Irlanda, a intervenção dos referidos apoios não impediu a subida dos juros, apesar de se tratar de uma economia muito mais pequena com 4 milhões de habitantes.
Muita gente pede a intervenção do FMI, sabendo já que aos mercados não interessa que o FMI esteja ou não esteja. Os mercados não estão a atacar um ou outro país ou a zona euro como é costume dizer. Os mercados procuram o juro máximo e as seguradoras de crédito querem também maximizar o seu spread. Para os mercados não há política, há simplesmente aquilo que é característico do capitalismo em que a ocasião tem de ser aproveitada para obter o lucro máximo.
Sendo os mercados constituídos por grandes bancos, seguradoras e fundos de investimento, principalmente alemães, franceses, ingleses, italianos e suíços, além de americanos, chineses, árabes é óbvio que todos os gestores procuram maximizar os seus lucros, aproveitando-se do facto aberrante de o Banco Central Europeu não emitir mais moeda para comprar dívida soberana e privada a juros razoáveis como está a fazer o Fed nos EUA. Curiosamente, o comportamento do BCE liderado pela França e Alemanha está a provocar o afundamento do Euro relativamente ao Dólar quando o objectivo de não emitir moeda era precisamente o contrário, ou seja, manter o Euro forte.
Os economistas estão a errar em toda a Europa. Aprenderam nos manuais de macroeconomia que a emissão de moeda corresponde à sua desvalorização, mas sucede o contrário. O Euro desceu para 1,28 dólares e continua a descer diariamente com a agravante que quase todas as matérias primas, incluindo o tão precioso petróleo, estão cotados em dólares. A Zona Euro está a pagar um preço extremamente elevado pela teimosia da bruxa Merkel que nada percebe de economia e não acata os conselhos de alguns dos principais institutos de investigação macroeconómica alemães.
No Financial Times vem num mapa as dívidas soberanas das principais nações da zona euro e as projeções para 2013, sendo que muitas são bem superiores à portuguesa e as que estão abaixo são de poucos porcentos.
Os mercados querem juros máximos e a única maneira de lhe fazer frente seria o Governo ter a coragem de colocar no mercado nacional obrigações a cinco anos com juro de 2,5 a 2,7% e a dez anos com juro de 3,2 a 3,5%, isentando os juros do Imposto de Capitais e IRS, pois nos títulos colocados no estrangeiro, o Estado português não vai buscar quaisquer impostos.
Claro, o senhor Salgado Espírito Santo ficaria furioso e todos os senhores da banca, pois o dinheiro sairia dos bancos e do próprio mercado, já que um aumento do aforro nacional levaria as pessoas a comprarem menos, logo a importar-se menos. Se o aforro nacional tivesse sido mais compensado no ano passado, tenho a certeza que não teria sido vendidos mais de 200 mil viaturas ligeiras de passageiros.
A banca quer continuar a pagar a prazo juros de 1,2 a 1,5% e cobrar por pequenos empréstimos de 18 a 23%. Fugindo as poupanças para as obrigações do Estado, a banca teria de aumentar muito os juros que paga pelas contas a prazo.
A Merkel está apoiada por uma opinião pública que diz que os países periféricos não têm a reforma aos 67 anos como os alemães e só há dois países na Europa a pagarem 14 mensalidades de reforma e de salários, Portugal e o Luxemburgo, como já escrevi, o mais rico e o mais pobre da Zona Euro.
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