Não aceitar a quarentena (.por Daniel Oliveira)
Não devemos fazer confusão. O FMI e o Fundo de Estabilização Europeu não nos vão salvar. Este empréstimo, a juros usurários e em troca de condições que nos transformariam num país da América Latina dos anos oitenta, não é um gesto de solidariedade. Pelo contrário. Trata-se de isolar o infectado para salvar o países mais fortes e o seu capital financeiro.
A quarentena não salvará o doente, como se vê pelos resultados trágicos na Grécia e na Irlanda. Deixa-o morrer sem pôr em perigo o vizinho. Porque se a doença chegasse a Espanha, e ela vai chegar a Espanha, a Europa teria finalmente de abandonar, sob perigo de ver o euro colapsar, o dogma monetário alemão. O que, já agora, seria uma excelente notícia para nós.
Antes de o fazer, a Alemanha e a França preferem aniquilar a gordura. E a gordura, nesta reconstrução da Europa egoísta, são as economias periféricas, que curiosamente são alguns dos principais mercados de destino para as exportações alemãs (e francesas). Mas, como sabemos, a racionalidade não tem sido o forte dos líderes europeus.
Perante isto, o indisfarçável desejo da direita portuguesa em ver chegar os nossos coveiros não é apenas irresponsável. É, usando uma terminologia que lhe é cara, uma demonstração de antipatriotismo. A vinda do FMI e do FEE é o atalho que levará o PSD mais depressa para o poder. E perante essa possibilidade, depois de anos de seca sem lugares para distribuir, o futuro do País passa a ser uma irrelevância. E à boleia das exigências que virão do exterior, os liberais poderão finalmente impor a sua receita, mesmo que ela não seja politicamente aceite pela maioria dos portugueses: emagrecimento do Estado Social, privatizações, mais mudanças nas leis laborais. E ter um alibi externo para o seu programa.
É bom não termos dúvidas: no dia em que aceitarmos a pressão alemã e francesa para fazer este "contrato" assinamos a nossa certidão de óbito. E, no entanto, do ponto de vista da nossa economia, não ganhamos rigorosamente nada com isto. Ele não nos salvará. Pelo contrário, apenas tornará mais rápida a tragédia.
(bandeira 'nacional' com saca-rolhas: luso 'sacanço' ? 'sacanice'? 'sacanas'?... promoção de rolhas e vinhos?)
estado da nação (.por Pedro Vieira )
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