O lobby das escolas privadas que são financiadas pelo Estado não desarma: onde estiverem Cavaco ou Alegre, lá estarão manifestações de criancinhas, devidamente industriadas, gritando "SOS", ou os respectivos paizinhos empunhando cartazes com palavras de ordem.
Aprendeu bem a Direita a lição com o PCP.
Há só um aspecto que me faz confusão: mantendo-se o financiamento das escolas privadas instaladas em áreas em que não há oferta pública (financiamento limitado - claro - a valor igual ao que é entregue às escolas públicas), por que razão os cartazes parentais ostentam palavras de ordem como "tenho o direito de escolher a escola do meu filho"?
É que, obviamente, se eu escolher colocar as minhas filhas numa escola privada, sei que terei de pagar o valor real de propinas que permitem a escola funcionar. Mas porque raio deverão ser os restantes contribuintes a pagar a minha escolha?
É que aquelas manifestações não defendem a instituição do cheque-ensino com a possibilidade de escolha universal por parte de todas as famílias portuguesas.
Nada disso.
Defendem apenas a sua possibilidade de escolher.
Como qualquer corporação.
Nuno Santos Silva [Arcádia]
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