Cavaco Silva anda a incitar o povo da direita a manifestar-se; declarou mesmo que era uma manifestação de vitalidade, isto a propósito do financiamento das escolas dos paizinhos ricos que, além de não quererem pagar impostos, querem o dinheiro do Estado para as suas escolas quando há uma rede nacional de escolas públicas com muita qualidade e que tem sofrido uma queda de alunos matriculados devido à baixa natalidade nos últimos vinte e tal anos.
O candidato e putativo presidente eleito brinca com o fogo, pois essa manifestação de vitalidade pode estender-se a muitos ou todos os sectores da sociedade, dado que há algo de novo na sociedade portuguesa.
Como economista, Cavaco tinha o dever de saber que, com os atuais juros, acabou o ciclo do viver na base do fiado, isto é, do crédito barato e, além disso, o custo dos juros vão absorver tudo aquilo que poderia no futuro ser défice para despesas gerais como apoios às escolas privadas, às misericórdias e a quase toda a gente de direita ou de esquerda, rica, média ou pobre.
O Estado deverá terminar o ano com um défice de 4,6% , quase todo destinado a juros. Por isso, toda a gente terá o direito de mostrar a sua vitalidade e ir para a rua manifestar-se, mas daí não virá mais dinheiro e, provavelmente, sabe bem o economista Cavaco, os mercados irão fazer subir ainda mais os juros das obrigações do tesouro a colocar em leilão. Cavaco e Correia de Campos não sabem que o Banco Central Europeu não pode emitir moeda em valor superior a 1% do Pib da zona euro (93 mil milhões de euros) e que o economista Paul Krugman (Prémio Nobel) disse que isso representava umas algemas colocadas a todos os europeus, pois sem moeda nenhuma economia pode crescer. A única alternativa é exportar para fora da Europa como está Sócrates a fazer. Mas, claro, isso é areia a mais para a camioneta do economista Cavaco e do não sei quê Correia de Campos.
Cavaco mostra a sua estupidez, brincando com o fogo, mas não tem a coragem de apresentar uma alternativa e se acha que não é assim deveria proclamar bem alto a célebre frase de Humberto Delgado, “obviamente demito-o” ou antes “obviamente dissolvo a Assembleia da República e convoco novas eleições”. E depois explicaria que não é verdade que os juros estejam tão altos e que não é verdade que o Governo tenha de fazer cortes em todas as despesas como está a fazer e que é tudo má vontade do José Sócrates e que outro PM faria aparecer dinheiro para os bispos e suas escolas e para todos os que exigem mais e mais disto e daquilo, incluindo o fim dos cortes nos salários superiores a 1.500 euros dos funcionários públicos e os cortes nas pensões milionários com uma limitação quase completa à multiplicação de pensões e destas com salários.
Provavelmente, o atual presidente dirá que não é verdade que a dissolução da AR tenha custos para o País e que novas eleições não terão influência nos mercados, antes pelo contrário, estes ao saberem que é possível a saída de Sócrates vão descer os juros para 1 ou 2%.
Cavaco não sabe o que dizer nas suas arruaças, pelo que entrou num perigoso ciclo de asneira e estupidez extremamente graves para o País.
Correia de Campos tinha a obrigação de ouvir os discursos do Sr. Silva e saber que não é nenhum referencial de estabilidade. Só os estúpidos é que podem acreditar nele. Cavaco é um "obviamente ... nada".
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