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O ressabiamento é menos importante do que a ideologia na reacção de Correia de Campos. As suas posições são a expressão da colonização ideológica da social-democracia pelo neoliberalismo, como já aqui defendi. Manuel Alegre, pelo contrário, sempre recusou esse triste destino, um destino que contribuiu para o actual impasse da União Europeia e para esta crise.
O Rui Tavares já disse o essencial sobre Manuel Alegre e sobre os seus valores. Sublinho apenas dois ou três pontos.
Em primeiro lugar, Manuel Alegre foi dos primeiros em Portugal a defender a necessidade de uma iniciativa diplomática das periferias para evitar uma austeridade que as vai destruir, o que requer reformas na arquitectura do euro.
Em segundo lugar, Manuel Alegre tem um compromisso político firme com a defesa do Estado social e com o seu reforço, uma das melhores expressões de uma comunidade política decente que não desiste de garantir as mais amplas e concretas liberdades para todos.
Isto também passa pela defesa de direitos laborais fundamentais, já que a democracia não pode ficar à porta da empresa.
Isto quer dizer que Manuel Alegre é o candidato em melhores condições para garantir a estabilidade constitucional ameaçada por derivas reaccionárias.
Em terceiro lugar, Manuel Alegre sabe que o actual “capitalismo de pilhagem” ameaça o Estado social, gera crises e desemprego e tem de ser superado pela acção de um Estado estratego autónomo face aos grandes interesses. É preciso mudar os termos da conversa.
Estas parecem-me ser as linhas de fractura mais importantes na actual conjuntura política, as linhas onde se decide politicamente a estabilidade para a maioria. É aqui que as esquerdas têm de estar, nas presidenciais e para lá delas.
Imagens de Gui Castro Felga
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