Os medos existem e estão instalados, ao colocar estas questões, não estou à procura de respostas, mas apenas quero contribuir para a sua reflexão, outras questões podiam-se levantar, mas já temos matéria suficiente para analisar.
Parto do princípio que os problemas de segurança, são transversais a qualquer cidadão, existe também esta ideia generalizada de uma crescente desmotivação, de um crescente desacreditar, de um crescente deixa andar, de um crescente não vale a pena.
Muito se fala dos Bairros Sociais, como sendo um foco que provoca nos grandes centros urbanos sentimentos de insegurança.
Bairros Sociais, quem tem medo de que e de quem?
Porque que se tenta rotular com a categoria de criminosos, todos os moradores de um determinado bairro social?
Será que a comunicação social tem responsabilidade sobre esta rotulação, Na perspectiva de limitar e definir uma visão desajustada da realidade, criando um universo de ideias, criando uma distância entre o real e o imaginário?
Porque que existe desvalorização da venda dos imóveis, quando este se encontram próximos dos Bairros Sociais?
Será pelo facto dos Bairros Sociais constituírem territórios populacionais mais “temidos” pelas outras classes sociais?
Será que este quadro agudo de pobreza e miséria, de desigualdades, de individualismo, de desumanização, de desprezo pela vida ou sobrevivência dos excluídos crescente em Portugal, vai contribuir para este aumento destes receios?
O estado Português terá condições para criar formas de protecção que possam auxiliar a segurança individual e colectivo dos nossos bairros e das nossas cidades?
Será que os profissionais de segurança estão motivados, imunes e impermeáveis à corrupção?
Será que a maioria da população sofrerá a repressão e somente alguns poderão comprar segurança?
Que estratégias de sobrevivência devem ser adoptadas nesta arquitectura de violência?
Quem são os detentores de duas nádegas, que nada temem? Será que são aqueles que têm um cadastro impecável?
Quem são aqueles que desafiam as autoridades, rompendo com os códigos e normas estabelecidas pela sociedade, movendo-se e regendo-se pelas suas causas?
Será que são apenas os moradores de bairros sociais?
Aquilo que o cidadão comum sabe para estar seguro é preciso, não ser cúmplice, estar livre de perigos, de incertezas, de riscos eventuais, sem ter o que temer e poder gozar de efectiva tranquilidade.
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