Um conhecido tabloide britânico publicou um artigo de um racista típico da Grã-Bretanha e da maior parte dos países do Norte da Europa.
O homem escreveu que Portugal é o país mais atrasado da Europa porque os portugueses são o povo menos europeu do velho continente com uma percentagem muito elevada de ADN africano. Segundo o autor, há 200 anos atrás, mais de 15% da população do País era negra e desapareceu totalmente sem que tenha sofrido uma solução final do tipo germânico. Simplesmente, essa população negra misturou-se com a população branca e, com isso, reduziu a capacidade de os portugueses serem criadores e trabalhadores, etc.
Cita ainda o autor os EUA que tendo tido uma vasta população negra, esta nunca se misturou verdadeiramente com os elementos das raças brancas, mantendo um rigorosa linha divisória entre as duas populações e entre estas e outros de origem mexicana e sul-americana.
Cheio de desprezo, o racista britânico salienta que os portugueses continuam a receber muitos negros africanos e os jovens casam-se cada vez mais sem se preocuparem com a respectiva cor da pel. Os portugueses, além da sua herança africana, estão a tornar-se cada vez mais africanos, daí os problemas que enfrentam, diz o racista.
O homem não percebeu que o racismo não tem razão de ser. Não há populações superiores ou inferiores, há apenas situações geográficas e educacionais diferentes. O ser humano faz o que precisa de fazer e não faz o que não necessita. Uma mulher esquimó não compra um bikini para se banhar nas águas geladas e uma família californiana não se instala num iglu.
Pegando em uma amostra aleatória de qualquer população infantil, há muito que se verificou que, sujeita a uma mesma educação, os resultados são iguais desde que o ambiente familiar não seja muito diferente. Haverá sempre uns melhores que os outros, mas nenhuma raça tem o monopólio da qualidade ou da inferioridade. Qualquer um de nós que fosse viver numa aldeia da floresta amazónica era capaz de não sobreviver por falta de “inteligência” no reconhecimento do novo meio ambiente e dos perigos que ele encerra, ao contrário do que sucede com a população local.
Claro, há casos excepcionais como um Einstein e burros extremos. Assim, o racista britânico deve ser geneticamente um cruzamento de homo sapiens com um arcaico homo asinus e escreveu o seu texto com os cascos da frente, raciocinando com o seu ânus asinário. Por isso, esqueceu-se de descrever a profunda decadência dos povos britânicos que perderam quase toda a sua indústria e encontram-se perante uma gigantesca crise financeira, talvez porque se tenham cruzado com espécies animais do tipo asnal.
Mesmo assim, o racista britânico tem algumas desculpas, pois não há povo mais racista que o português, mas racista contra si mesmo. Mesmo neste blog, quase todos os escribas desprezam os seus conterrâneos, não reconhecem qualidades, não veem o que foi feito e desconhecem a existência de uma plêiade de cientistas e intelectuais saídos recentemente das muitas universidades relativamente novas com que o Portugal se dotou depois do 25 de Abril. Para muitos, nada do que é português tem valor.
Ainda hoje, o Expresso compraz-se a escrever que o País desceu na escala mundial de valores, listando a posição de Portugal sem esquecer que estão à frente um conjunto daquilo que designo por “não países” ou seja, estados minúsculos que por via da especulação financeira e do roubo e fuga aos impostos instalaram uma banca enorme que lhe proporciona lucros avultados per capita porque as suas populações são ínfimas, ou porque são um bocado de deserto cheio de petróleo por baixo.
Por exemplo, o principado do Luxemburgo gere perigosamente ativos financeiros no valor de 1.486% do seu PIB e a Irlanda geria ativos da ordem dos 1.390% do seu PIB. Os estrangeiro que confiaram o seu aforro à Islândia e à Irlanda perderam os seus haveres e não é por acaso que o Sr. Jean Claude Junker do Luxemburgo defende as posições de Portugal e o apoio da EU e BCE aos Pigs, pois sabe que a riqueza do seu país assenta em pés de barro. Para além disso, há muitos outros “não países” à frente de Portugal em termos de PIB per capita como o Qatar, Singapura, Brunei, Hong Kong, Macau, Emiratos Árabes Unidos, Ilhas Virgens, etc.
A maioria dos portugueses só têm de se orgulhar de não ser racista relativamente a outros grupos étnicos que têm vindo para o País e que os casamentos mistos são cada vez mais numerosos. E não é por acaso que os africanos se sentem muito melhor em Portugal que em qualquer outro país europeu, apesar de haver mais dinheiro e melhores salários por essa Europa fora.
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