De Zé das Esquinas, o Lisboeta a 3 de Março de 2011 às 10:18
«Não se muda de políticas, sem mudar de políticos». Certo.
E mudando de políticos, muda-se de políticas? Ignoro.
É que a análise das práticas governativas recentes tem mostrado que independentemente de ter mudado várias vezes de políticos (personagens) e de políticas (partidos) os resultados para o cidadão comum tem sido sempre a mesma. Uma classe média (sempre mais) pagante, uma classe baixa (sempre mais) aumentada e necessitada e, uma classe alta (sempre mais) rica.
A única coisa que une as diferentes políticas e políticos recentes é o «sempre mais» do mesmo.
Não há mudança de políticas e de rumo do país sem revolta (revolução) do povo pagante e explorado.
Que raio de políticas são estas que fazem o País estar falido, o Estado (cidadãos) empobrecidos e os seus gerentes (políticos/governantes) enriquecidos? Qual é a lógica de tudo isto? Cabe na cabeça de alguém que quem nos governa e tem governado esteja bem na vida e quem lhes paga os ordenados (povo) esteja na penúria? E o País falido? E não há culpados? Ninguém vai preso?
De Zé T. a 3 de Março de 2011 às 11:46
Bem observado.
Mais premente do que mudar de políticos
(e atenção: há políticos e políticos, com vários graus de participação e responsabilidade; e TODOS os CIDADÃOS são POLÍTICOS, mesmo aqueles que não se interessam/ não participam e automaticamente delegam as decisões/escolhas noutros cidadãos ou grupos !)
é mudar as POLÍTICAS (os actos legais e executivo-administrativos que afectam directa ou indirectamente os cidadãos),
as PRÁTICAS (o modo de utilização de recursos, as éticas/pricípios, os comportamentos, os métodos e regulamentos internos...) de governantes, deputados, dirigentes partidários, militantes, cidadãos, ...
e as ideias, VALORES e princípios dominantes e difundidos.
Mas isso, e a discordância de aspectos pontuais ou linguísticos, não deve ser sobre-valorizado e impedir a UNIÃO e PARTICIPAÇÃO em CAUSAS ou actos com as quais concordamos na sua esssência ou na globalidade.
De Revolta justa mas Risco de Falsa respost a 7 de Março de 2011 às 11:42
--- ...
Reinventar o futuro, ou, como diz, recuperá-lo, requer bem mais do que um corte da copa de uma árvore. Pois já vimos pela nossa história que não é por se cortar a copa de uma árvore que as suas raízes são arrancadas.
Tenho dúvidas quanto a este novo movimento. Parte de mim quer ir para a rua, quer erguer os braços. Outra parte está mais trémula: Será ou não este um verdadeiro mote? Será ou não mais uma mera busca de protagonismo?
Sacudindo, digo: Na vida temos a obrigação de lutar, mas não de vencer.
Um abraço,
João Matos
-----Rui Namorado disse...
Também tenho dúvidas.
As emoções de revolta são inequivocamente justas, mas o modo como têm sido colocadas as questões parece-me potenciar o risco de falsas respostas.
De Zé T. a 3 de Março de 2011 às 13:28
Dos ''mercados/BANGSTERs'' gananciosos ao ''PÃO-e-CIRCO'' desmobilizador da UNIÃO dos Cidadãos, Governos e U.E.
Com ou sem FMI+ FundoEuropeu alguns aspectos a fixar:
- Quem assina os empréstimos e o ''acordo'' é o governo +A.R. (que o valida), e que toma as decisões/medidas .
- As medidas serão sempre e cada vez mais custosas, e a ''doer'' mais para uns do que para outros (sendo claro que os que nada têm, nada perdem; os que têm muito têm formas de o esconder sob esquemas ''legais'' de fuga ao fisco ou em empresas/contas offshores;
restam os pagantes, aqueles que têm alguma coisa - classe média e suas subclasses, principalmente os trabalhadores por conta de outrém, os a ''recibo verde'', os reformados, os pequenos empresários, naquela parte do negócio em que não puderem fugir ao fisco).
- Os ''mercados'' i.e. os especuladores, os ''BANGSTERS'' (gangsters e piratas financeiros), vão continuar a querer ganhar mais dinheiro e vão continuar a especular, comprar e vender, a jogar /alimentar o seu ganancioso vício sanguinário,
seja com títulos de ('tesouro' de) estados ''soberanos'', seja com 'bonds'/obrigações, seguros, moedas ( € £ $ ...), metais, petróleo, alimentos, medicamentos, guerras ... não tendo em consideração éticas, políticas, povos, estados, ...
- Os ''mercados/bangsters'' são piores que vampiros, sem pátria nem lei ... e fazem sangue, sangue, sangue, dor, dor, dor, ... enquanto ninguém se LHES OPÔR com força suficiente.
- E é aqui que verdadeiramente se deve atacar (pois os ''remendos''/pensos'' dos PEC, austeridades e empréstimos, não curam a ferida e levam-na à gangrena !!), mas para isso é necessário muita força/vontade política, é necessária Diplomacia e UNIÃO, especialmente daqueles que mais são atingidos pela ''crise'' dos ''Bangsters/mercados'' e pela Injustiça.
- União no Mundo (ONU, CS, OCM, ...) e/ou nos grandes blocos regionais OCDE, União Europeia, G20, G8, ...
- União nos países/estados da UE, principalmente os mais atingidos da 'Eurolândia' e os que o irão ser a seguir: GIPS + Itália, Bélgica,...+ Bálticos, Leste, ...
- União dentro de cada país (em torno de partidos/ movimentos/ sindicatos/ associações cívicas, independentes, eleitores...) que exijam políticas e medidas que favoreçam o Emprego e a Comunidade, que combatam os ''mercados/Bangsters'', os ''offshores'' e a fugas ao Fisco, a Fraude, a Corrupção, o Nepotismo e a falta de Transparência, ... e a Injustiça.
- União dos cidadãos em torno das grandes questões político-económicas, rejeitando quem os quer ANESTESIAR com ''pão-e-circo'', com tricas, com técnicas esquemas particularismos preciosismos que levam à desmobilização e à desunião.
De É a vida, é a vida... a 3 de Março de 2011 às 14:54
É bem verdade o que diz o subtítulo. E onde estão políticos credíveis e dignos que não se tornem, ao fim de muito pouco tempo, iguais ou, mesmo, piores que os presentes?
Os cidadãos, os que estamos e os que não estamos na politica, não serão todos iguais?
Veja-se o que se passa dentro dos partidos, da base ao topo, cada um à medida dos respectivos poderes, faz os mais variados atropelos à democracia para se demitir das responsabilidades militantes ou para trepar no aparelho.
É a vida, é a vida ... que desculpabiliza tudo e todos.
De InJustiça inaceitável a 7 de Março de 2011 às 12:15
DE MANUEL GODINHO A RUI PEDRO
«Após 16 meses de prisão, a justiça portuguesa libertou Manuel Godinho, o principal dos 34 arguidos do megaprocesso "Face Oculta", acusado de 60 crimes, de corrupção, associação criminosa e tráfico de influências, entre outros.
Não que tenha sido deduzida acusação. Não que tenha sido apurada inocência.
Apenas porque se esgotou o prazo máximo da prisão preventiva sem que existisse da parte da investigação nesse período, recentemente reduzido, conclusões que pudessem dar continuidade ao processo que corre sobre o empresário da sucata com contactos ao mais alto nível.
A discussão pode, como muitos pretendem, centrar-se na "figura" da prisão preventiva ou nos prazos da mesma.
Admito até que possa estudar-se a sua não aplicação na maioria dos casos, contemplando-a apenas para excepções em que haja risco de fuga ou destruição de provas, como é prática noutros países.
Mas o grande problema, e é sobre esse que interessa de facto reflectir, está na investigação.
Na América, Bernard Madoff - responsável pela maior fraude financeira de sempre, em dinheiro e número de pessoas envolvidas - foi investigado, julgado e condenado em menos de um ano.
Em Portugal, Godinho sai da prisão 16 meses depois do escândalo que abalou o País sem que o seu processo esteja concluído (quanto mais as dezenas de investigações paralelas que dele derivaram).
No mesmo país, o nosso, uma mãe espera 13 anos (e após trabalho de três equipas de investigadores da PJ e duas do Ministério Público) para saber que ninguém sabe o que aconteceu ao seu filho, desaparecido quanto tinha 11 anos.
Em Portugal, Godinho, numa táctica contrária à de Al Capone, é acusado um dia depois de ser libertado, de uma fraude de 14 milhões em facturas falsas.
No nosso país, a justiça decide, 13 anos depois, acusar de rapto um único suspeito, não porque esteja em causa um crime de tráfico de seres humanos mas apenas porque transportou o menor no carro sem autorização para tal.
São demasiados erros. São contradições a mais. São muitas explicações que deviam ser dadas e ninguém dá.
Não vale a pena elencar o número de casos da justiça portuguesa que continuam por esclarecer durante anos e anos, tendo vitimado publicamente muitos inocentes e deixando escapar outros tantos culpados.
Aceitam-se as justificações habituais:
falta de meios, humanos e técnicos, e demasiada burocracia.
O que não se pode aceitar é que nada mude, nem nenhum Governo tome decisões.
Ou que tenhamos um responsável, como o procurador-geral da República, a sentir-se uma rainha de Inglaterra sem poderes e até se queixa de não conseguir fazer cumprir a lei.»
[DN, Filomena Martins].
De Gerações à Rasca a 7 de Março de 2011 às 12:55
PROTESTO da Geração à Rasca
12 de Março 15Horas em Lisboa, no Porto e na praça principal da Tua Cidade.
A RUA e a VOZ são Nossas.
ESTAMOS a CAMINHO
Art. 21º - Direito de Resistência
Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, liberdades e garantias e de repelir pela força qualquer agressão, quando não seja possível recorrer à autoridade pública.
in Constituição da República Portuguesa
PORTUGAL diz :
PRESENTE !
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