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Está, pois, na hora, de obrigar cada um a assumir as suas responsabilidades. Não vale a pena conversar com o PSD, porque o PSD não existe. Existe Passos Coelho, que quer qualquer coisa que evite a descida de Rui Rio à capital, e cujo principal exercício político é disfarçar. Disfarçar as políticas que quer tentar, resumidas no “salve-se quem puder”. Existe Rui Rio e os que querem um PSD “credível” para tomar conta da intendência, mas que ainda não acabaram de ultimar o plano de assalto ao palácio de inverno. E existe o chefe da oposição, que reside oficialmente em Belém.
Assim sendo, Sócrates, como PM e SG do PS, deve ir a Belém e dizer a Cavaco Silva: “o senhor Presidente acha que os portugueses não podem fazer mais sacrifícios; os seus aliados nas instituições europeias passam os dias a exigir-me que peça mais sacrifícios aos portugueses; os seus aliados nos partidos portugueses concordam consigo que isto vai lá sem mais sacrifícios – e eu não estou a ver como; o senhor Presidente teve a sua manifestação da maioria silenciosa, que ajudou a convocar no seu discurso de tomada de posse, na sua habitual abrangência política alimentada pela crítica sem alternativa, porque a alternativa é onde a porca torce o rabo; portanto, senhor Presidente, eu vou-me embora, o PS vai para a oposição, que já se esforçou o suficiente, e o senhor Presidente assuma as consequências do seu activismo e arranje uma solução”.
É preciso saber sair a tempo. Sócrates não quer deixar a sua obra por mãos alheias, compreendo – mas o julgamento de Sócrates não terá lugar agora, mas daqui a dez anos, quando as estatísticas mostrarem o que mudou radicalmente por consequência da sua governação. E o grande sobressalto de que o país precisa é ser confrontado com as responsabilidades próprias dos cobardes que falam para não serem entendidos. O chefe de orquestra, que está em Belém, que trate do concerto. Única objecção razoável: o país não suporta uma crise política. A minha resposta: crise ou mudança, como lhe queiram chamar, terá sempre de acontecer antes de o país voltar a entrar nos eixos; assim sendo, que não tarde. O país precisa de uma pedrada no charco do faz de conta. Sócrates pode ser o autor de mais esse serviço ao país, habituado como está a fazer os lances decisivos.
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Porfírio Silva [Machina Speculatrix]
De Zé das Esquinas, o Lisboeta a 14 de Março de 2011 às 10:06
Independentemente de até poder concordar com o raciocínio aqui exposto, permito-me mesmo assim perguntar:
1) Será que existem soluções socio-económicas para Portugal, exclusivamente dependentes da aplicação políticas internas? Quais e como?
2) Será que existem soluções para Portugal na política externa? Na UE? Se sim, quais são?
4) Ó será que o UE (Alemanha) só vê Portugal (e outros países periféricos) como clientes que não pagam (credores)?
5) E qual a visão de prosperidade e vida tem a UE (Alemnha) para além da cobrança da dívida?
Se alguém souber ou tiver uma solução prática, não só ideológica, agraeço que diga.
Mas permito-me ainda perguntar se o País precisa de manter os «gastos» que tem com as chamadas instituições democráticas, se estas não têm nenhuma solução por si mesmas para a vida do País.
É que se não têm, não precisamos de políticos e dessas instituições, precisamos apenas de diretores-gerais para cumprir o que vem «lá de fora». Pelo menos saía-nos «mais barato»...
De
DD a 14 de Março de 2011 às 22:16
Eu defendo que em próximas eleições, o pessoal das mesas não receba qualquer retribuição como acontece agora com os 72 euros que erecebe mais o almoço.
Além disso, o dinheiro dado aos partidos deve ser reduzido para metade ou menos ainda.
O número de deputados deve passar para 180 e a Presidência da República deve limitar os seus exorbitantes gastos e as mais de 500 pessoas que trabalham para o PR.
Claro, isto não dá para muito, pelo que deve ser acompanhado por muitas mais medidas de contenção de despesas a nível de administração pública central e autárquica.
De anónimo a 15 de Março de 2011 às 10:48
Até podia concordar com as propostas de DD ... o que me espanta é que ainda há bem pouco tempo DD andava a dizer que isso eram migalhas e que bla bla...
o que é que fez DD mudar de opinião ?
De o início da caminhada?...até Bruxelas a 14 de Março de 2011 às 15:45
O 12 de MARÇO É UM MARCO POLÍTICO !
As manifestações hoje havidas sob lema de «Geração à Rasca» são um marco político em Portugal!
Ao todo cerca de meio milhão de pessoas, a maioria jovens precários, manifestaram-se esta tarde em onze cidades congregados por um grupo através do Facebook.
Até hoje apenas a CGTP, uma central sindical, teve capacidade para mobilizar centenas de milhares de trabalhadores!Mais nenhuma organização o pôde fazer até hoje!
O desejo dos manifestantes é claro, querem mudanças, em especial no seu estatuto de precariedade do trabalho.
Todavia, no horizonte próximo, não há ninguém que lhe possa satisfazer esta reivindicação no quadro da economia capitalista!
Não será este governo, nem um um governo do PSD, nem um eventual governo de esquerda no actual quadro europeu.
Assim ,a luta contra a precariedade é a luta pela superação deste sistema económico que vive hoje do desemprego e da precariedade!
Hoje o capitalismo europeu sobrevive e é competitivo gerando desemprego e trabalho flexível e escravo!
A situação piora nos países periféricos como nosso.
Este é o drama que está no centro da situação política actual e que condena estas novas gerações ao desemprego e á precariedade e, ao fim e ao cabo, ao empobrecimento progressivo de todas as gerações!
O caminho, assim, é lutar, agir, mesmo sem saber como vai ser o dia da amanhã!Lutar cada vez mais convergentes em gerações, em organizações em países e povos!
- por A.Brandão Guedes, BemEstarNoTrabalho
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