Crise nuclear no Japão
«O Governo teme uma nova explosão na central nuclear de Fukushima I, ao mesmo tempo que decretou o estado de emergência numa segunda central.
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) anunciou hoje que as autoridades japonesas decretaram o estado de emergência numa segunda central nuclear, em Onagawa (a norte de Fukushima) também afectada pelo sismo.
Isto depois de o Governo japonês ter assumido esta manhã que possa ter já acorrido uma fusão parcial dos bastões de combustível em dois reactores da central de Fukushima I, que fica a 270 km a norte de Tóquio, devido a falhas nos sistemas de refrigeração.
Ontem, uma explosão destruiu o edifício onde se encontra o reactor número um. E as autoridades temem que o mesmo suceda no reactor número três da central Fukushima I.» [DE]
Parecer:
Para além das consequências económicas que (a destruição feita pelo terramoto de 9ºrichter + o associado maremoto/tsunami) pode vir a ter, este acidente nuclear coloca muitas interrogações em relação à opção nuclear em regiões com elevado risco sísmico. ...»
Olhar o Japão a pensar em Lisboa (Portugal)
«Um dia de imagens. Uma maré de tudo, que avança por campos cultivados como para nos mostrar o significado da palavra "inexoravelmente".
Os carros a vogar de pescoço mergulhado e traseira alçada, porque a indústria automobilística japonesa os faz de motor à frente.
O patinho de plástico e amarelo apanhado no remoinho de ralo de banheira que não são nem um nem outro: é um barco perdido no remoinho de toda uma baía.
Um comerciante agarrado à prateleira da sua loja, como se tudo a salvar fosse ela. Carros que desejamos vazios, sabendo que é voto piedoso: há luzes acesas. Os japoneses de Fukushima na emergência de saber que o horror nuclear não acontece só quando o homem quer.
Um aeroporto onde o lodo aterrou. Dois homens abraçados, encostados a um pilar, e, se calhar, foi a Natureza que os apresentou. A torre, símbolo de Tóquio, ontem símbolo de Tóquio ontem: com a antena torta. Num vídeo, a surpresa de no previdente Japão ainda haver um candelabro...
Em Cândido ou o Optimista, Voltaire pôs Cândido a chegar a Lisboa no dia do terramoto de 1755. O seu amigo Pangloss dizia-lhe que se vivia no melhor dos mundos e a prova era que Cândido acabava a comer pistácios apesar de toda uma vida infeliz. No fim do romance, Cândido, menos optimista, respondia: "É verdade, mas o melhor é cultivarmos o nosso jardim."
Os lisboetas viam as imagens de ontem com a suspeita de que não têm cuidado do seu jardim. » [DN, Ferreira Fernandes].
- via O Jumento
De Zé das Esquinas, o Lisboeta a 14 de Março de 2011 às 17:48
No Japão têm o TERRAMOTO, o MARMOTO, O VULCÃO e até a ameça NUCLEAR, mas têm a esperança de dias melhores.
Nós por cá temos o SÓCRATES, o CAVACO, o LOUCÂ e até o PORTAS ameaça, mas a esperança em Portugal tem o nome de COELHO...
Triste vida esta, hein?
De Zé T. a 15 de Março de 2011 às 15:59
Infelizmente, os japoneses hoje começam a ter muitas dúvidas quanto à sua vida/futuro ... e quem pode começa a pensar emigrar...
a radiação nuclear não é para brincadeiras nem afecta 'apenas' num determinado espaço e tempo (como o sismo+tsunami) ... a desgraça da radiação e seus efeitos contaminando o ar, água, alimentos, locais e objectos em geral... continua para o futuro (dos já afectados e dos seus descendentes, com doenças, lesões e deficiências graves) e pode ir até paragens longínquas (dependendo dos ventos...) e pode ainda agravar-se mais ... pois outras fugas radioactivas ou mesmo a explosão de reactores não está posta fora de causa.
Associada à utilização destas centrais nucleares falta ainda referir que, mesmo em situação de utilização sem acidentes, subsiste um grave problema: os seus resíduos radioactivos !
-onde são/estão a ser colocados?
-até que ponto estão a degradar o ambiente e a afectar as populações próximas onde foram depositados?
Sem dúvida que a opção nuclear é demasiado perigosa para ser tomada em consciêrncia.
Quanto a Portugal, o triste fado é outro ... é mais uma tragicomédia ... de ''pão e circo'' cada vez com menos pão e circo enfastiante.
De . a 15 de Março de 2011 às 16:30
NÃO HÁ A SEGUIR
À medida que as imagens e as notícias se sucedem, aumenta o nosso estupor com a catástrofe que assola o Japão.
Seiscentas mil pessoas deslocadas, meio milhão de outras retidas em abrigos, duzentas mil aconselhadas a não sair de casa, dez mil desaparecidas, perto de quatro mil cadáveres identificados.
E nem um ai.
Tóquio é desde domingo uma cidade-fantasma, com milhões de pessoas impedidas de regressar a suas casas desde sexta-feira, a electricidade racionada, duzentas linhas de metro encerradas, supermercados vazios, comércio de luxo encerrado por tempo indeterminado, turistas em fuga, bolsa em queda livre.
Mas o embaixador de Portugal, julgando estar ainda em Maputo, disse sem se rir que a normalidade é completa e os jardins estão cheios de crianças a brincar...
Sendai, cidade com um milhão de habitantes, desapareceu do mapa:
sem água desde sexta-feira, o aeroporto inutilizado, comboios parados, estradas esventradas.
E nem um ai.
Os russos vão evacuar as ilhas Curilas e Sacalina enquanto é tempo.
Tentando tapar o sol com a peneira, o governo japonês contradiz os números das autoridades internacionais de segurança nuclear.
Voltou o fantasma de Chernobyl.
Etiquetas: Catástrofe, Japão
posted by Eduardo Pitta, http://daliteratura.blogspot.com/ 15.3.2011
De .Grave Crise Nuclear. a 16 de Março de 2011 às 12:30
JAPÃO À BEIRA DE UMA GRAVE CRISE NUCLEAR
«O facto de o Governo japonês ter mandado evacuar todas as pessoas num raio de 20 quilómetros em torno da central de nuclear de Fukushima,
iincluindo funcionários da estação e o facto de ter reconhecido que
os índices de radiação estão a disparar e que já atingiram valores considerados nocivos para a saúde faz temer o pior sobre as consequências dos problemas naquela estação.
A Organização Mundial de Saúde afirma, num comunicado no seu site, que o Governo japonês está a tomar todas as medidas necessárias para proteger a saúde da população após as fugas de radioactividade provocadas pelas constantes explosões em vários reactores de Fukushima.
Mas a Agência Internacional de Energia Atómica, a quem o Japão já pediu ajuda para lidar com esta crise nuclear, como mandam os procedimentos internacionais, aponta os níveis de radiação em mais de 400 miliSieverts, quatro vezes mais do que o necessário para provocar cancro e 400 vezes maior que o limite legal.
E os serviços meteorológicos indicavam para hoje uma mudança da orientação do vento que se espera hoje que sopre no sentido de terra.
Teme-se que acelere a chegada da radiação a Tóquio, a 250 quilómetros de Fukushima.» [Público]
Se a contaminação aumentar e a nuvem radioactiva chegar a Tóquio está em causa a segurança de muitos milhões de japoneses.
PARALISADA 10% DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL JAPONESA
«Os danos provocados pelo terramoto e pelo maremoto e a catástrofe nuclear no Japão levaram já à paralisação de quase 10 por cento da produção industrial nipónica.» [Público]
Mais uma dor de cabeça para a economia mundial.
«As ondas de choque de uma crise económica japonesa andarão mais depressa e chegarão a mais paragens do que as do tsunami.»
De Nuclear ... absurdo a 16 de Março de 2011 às 12:04
O absurdo
A humanidade tem de gerar energia suficiente para satisfazer o seu bem-estar.
Esta afirmação, que nada tem de especial, inclui o conceito de estar bem mesmo quando, para gerar essa energia, se põe em risco a própria humanidade.
A argumentação é sempre a mesma.
Foram tomadas todas as medidas de segurança e ficou comprovado que o colapso é impossível.
Já se tinha dito o mesmo quando um simples iceberg tratou de realizar uma impossibilidade, ou a fusão de Chernobyl demonstrou que só é impossível o que ainda não aconteceu.
O Japão martirizado pelo abanão e pela água está a beira de voltar a lembrar gerações de má-formações, desta vez não provocadas pelo delírio bélico mas antes pelo modelo de bem-estar.
Oxalá não, que aquele povo não merece tanta provação.
A Alemanha já anunciou que irá encerrar as suas centrais com mais de trinta anos (presume-se que as outras não porque, dizem eles, são seguras).
Esperar-se-ia o mesmo em França e em Espanha mas as notícias não chegam.
E por cá, espreita-se a oportunidade .
Cavaco já levou um rotundo não há três anos, veremos o que aí vem.
LNT, [0.086/2011] A Barbearia
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