Segunda-feira, 14 de Março de 2011

Crise nuclear no Japão 

«O Governo teme uma nova explosão na central nuclear de Fukushima I, ao mesmo tempo que decretou o estado de emergência numa segunda central.

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) anunciou hoje que as autoridades japonesas decretaram o estado de emergência numa segunda central nuclear, em Onagawa (a norte de Fukushima) também afectada pelo sismo.

Isto depois de o Governo japonês ter assumido esta manhã que possa ter já acorrido uma fusão parcial dos bastões de combustível em dois reactores da central de Fukushima I, que fica a 270 km a norte de Tóquio, devido a falhas nos sistemas de refrigeração.

Ontem, uma explosão destruiu o edifício onde se encontra o reactor número um. E as autoridades temem que o mesmo suceda no reactor número três da central Fukushima I.» [DE]

Parecer:

Para além das consequências económicas que (a destruição feita pelo terramoto de 9ºrichter + o associado maremoto/tsunami) pode vir a ter, este acidente nuclear coloca muitas interrogações em relação à opção nuclear em regiões com elevado risco sísmico.   ..

Olhar o Japão a pensar em Lisboa (Portugal)

     ENERGIA NUCLEAR? NÃO OBRIGADO!

 «Um dia de imagens. Uma maré de tudo, que avança por campos cultivados como para nos mostrar o significado da palavra "inexoravelmente".

Os carros a vogar de pescoço mergulhado e traseira alçada, porque a indústria automobilística japonesa os faz de motor à frente.

O patinho de plástico e amarelo apanhado no remoinho de ralo de banheira que não são nem um nem outro: é um barco perdido no remoinho de toda uma baía.

Um comerciante agarrado à prateleira da sua loja, como se tudo a salvar fosse ela. Carros que desejamos vazios, sabendo que é voto piedoso: há luzes acesas. Os japoneses de Fukushima na emergência de saber que o horror nuclear não acontece só quando o homem quer.

Um aeroporto onde o lodo aterrou. Dois homens abraçados, encostados a um pilar, e, se calhar, foi a Natureza que os apresentou. A torre, símbolo de Tóquio, ontem símbolo de Tóquio ontem: com a antena torta. Num vídeo, a surpresa de no previdente Japão ainda haver um candelabro...

Em Cândido ou o Optimista, Voltaire pôs Cândido a chegar a Lisboa no dia do terramoto de 1755. O seu amigo Pangloss dizia-lhe que se vivia no melhor dos mundos e a prova era que Cândido acabava a comer pistácios apesar de toda uma vida infeliz. No fim do romance, Cândido, menos optimista, respondia: "É verdade, mas o melhor é cultivarmos o nosso jardim."

Os lisboetas viam as imagens de ontem com a suspeita de que não têm cuidado do seu jardim. » [DN, Ferreira Fernandes].

- via O Jumento


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Publicado por Xa2 às 13:13 | link do post | comentar

5 comentários:
De Zé das Esquinas, o Lisboeta a 14 de Março de 2011 às 17:48
No Japão têm o TERRAMOTO, o MARMOTO, O VULCÃO e até a ameça NUCLEAR, mas têm a esperança de dias melhores.
Nós por cá temos o SÓCRATES, o CAVACO, o LOUCÂ e até o PORTAS ameaça, mas a esperança em Portugal tem o nome de COELHO...
Triste vida esta, hein?


De Zé T. a 15 de Março de 2011 às 15:59
Infelizmente, os japoneses hoje começam a ter muitas dúvidas quanto à sua vida/futuro ... e quem pode começa a pensar emigrar...
a radiação nuclear não é para brincadeiras nem afecta 'apenas' num determinado espaço e tempo (como o sismo+tsunami) ... a desgraça da radiação e seus efeitos contaminando o ar, água, alimentos, locais e objectos em geral... continua para o futuro (dos já afectados e dos seus descendentes, com doenças, lesões e deficiências graves) e pode ir até paragens longínquas (dependendo dos ventos...) e pode ainda agravar-se mais ... pois outras fugas radioactivas ou mesmo a explosão de reactores não está posta fora de causa.
Associada à utilização destas centrais nucleares falta ainda referir que, mesmo em situação de utilização sem acidentes, subsiste um grave problema: os seus resíduos radioactivos !
-onde são/estão a ser colocados?
-até que ponto estão a degradar o ambiente e a afectar as populações próximas onde foram depositados?
Sem dúvida que a opção nuclear é demasiado perigosa para ser tomada em consciêrncia.

Quanto a Portugal, o triste fado é outro ... é mais uma tragicomédia ... de ''pão e circo'' cada vez com menos pão e circo enfastiante.


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