Terça-feira, 15 de Março de 2011

Já não existirão grandes dúvidas, que a malta anda mesmo à rasca. Desta vez parece que já nem o Sócrates escapa.

Por isso e porque já, tambem, se adivinhava o que por aí vinha não se sabendo, ao certo, o que por aí mais virá, é que foram marcadas e levadas a efeito, no passado Sábado dia 12 de Março, um conjunto de concentrações/manifestações que não só mobilizaram a juventude dita “geração à rasca” como ainda outras gerações.

Em boa verdade foi uma mobilização geracional que reuniu pais, avos e netos. As manifs decorreram como era de esperar e, tambem, como é decorrência habitual e onde se viu de tudo um pouco, ou de quase tudo, que se costuma ver neste tipo de manifestações. Não se viram nem se ouviram, como nunca se ouvem, quaisquer sugestões ou propostas concretas e exequíveis de saídas resolutivas dos erros e maleitas apontadas.

O que foi agitado, mais uma vez e como sempre, foram cartazes e vozearias contra a situação actual que, a quase todos, nos desagrada. Ouviram-se reclamações, mais ou menos ajustadas aos prejuízos que cada um em particular ou a sua respectiva corporação, e exigiram-se, em relação a isso, mudanças de politicas sem que se apontassem formas, meios, agentes nem metas a atingir com tais exigidas mudanças.

O que vimos, sobretudo no caso de Lisboa, e que também não é, de todo, novidade, salvo o acentuado emergir, foi um cheiro do período do PREC. Em abono da verdade e ainda bem, porque é um sinal que o regime democratico (pelo menos nesse pormenor) está vivo aqui representado pelos “homens da luta” numa representação mitigada com comédia à teririca brasileira ou coelhada madeirense.

Seja como for, a verdade é que muito por culpas próprias mas, acima de tudo, por causa dos maus políticos que nos têm, supostamente, governado, há muito tempo o pessoal diz que anda à rasca. Provavelmente os mais à rasca não são os que ali vieram, os que apareceram nas manifestações. Provavelmente os mais à rasca já nem têm meios nem condições para se manifestar.

Os factos não deixam, todavia, de constituírem um serio sinal, tanto para o governo como para os partidos políticos bastante envelhecidos e desenquadrados metodológica e funcionalmente das realidades sociais, no sentido de aproveitarem o pouco tempo que ainda lhes resta para se reorganizarem antes que sejam incinerados por uma qualquer implosão ou convolução social de imprevisíveis consequências.

Embora não seja a “indignação e protesto A Mudança que o Pais Precisa” apregoados pelo PCP numa cassete enfadonha e enganadora não seja a o necessário, visto que o país não necessita de mudança nenhuma o que urge mudar são as pessoas, tanto nos seus comportamentos como nas suas atitudes e é isso que poderá estar a acontecer.

Se assim não for, não serão os políticos que nos andam a enganar, será o povo que se engana a si próprio.



Publicado por Zé Pessoa às 00:03 | link do post | comentar

2 comentários:
De Zé das Esquinas, o Lisboeta a 15 de Março de 2011 às 11:15
É preciso medidas a sério na contenção da despesa pública. E a doer, sem ser sempre nos mesmos, os «pequeninos». E muitas vdas reformas quer são preciso fazer devem ter efeitos retroactivos.
Querem um exemplo? As reformas - aposentações e pensões. É preciso definir um tecto para a reforma máxima. Independentemente do valor do ordenado pelo que descontaram. Tal como já existe um ordenado mínimo deverá existir uma reforma máxima.
Algum dirigente político tem tomates para implementar esta medida? Ou até abordar o assunto?


De Zé das Esquinas, o Lisboeta a 15 de Março de 2011 às 11:40
O que não é preciso é medidas a «brincar»...
Por exemplo, uma nova interpretação da lei, que poderá baixar o IVA, no Golf, de 23% para 6%.
Porque só podem mesmo estarem a «brincar com o pagode», não é?


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