Afinal de contas a troika até é nossa amiga
Atendendo aos nossos desvairados hábitos gastadores, corruptivos, hábitos de vilanagem e nepotismos, tanto em políticos como na sociedade, foram muito perdulários no tempo, ao que parece, pelo menos à primeira vista.
A comunicação social, sempre de faca e alguidar para aparar o sangue que ela própria produz, terá ficado algo decepcionada. O sangue recolhido, provocado pelo FMI, BCE e CE, não dará para fazer meia morcela.
Segundo a troika, a de cá (governo, PSD e CDS) que agora reivindica louros desmedidos quando inicialmente sacudiram a responsabilidade negocial uns para os outros, foi feito um bom acordo, um óptimo acordo. O que ficou por dizer, visto que nada está, minimamente, claro, é saber-se quem beneficiará de tanta bondade.
A outra troika (PCP, BE, e CGTP) continua a bradar aos céus dizendo que o país está a ser vendido ao desbarato, que o povo será uma vítima das sanguessugas capitalistas, sem dizer uma palavra de como se recomporiam os cofres vazios e seriam pagos os salários aos trabalhadores que tanto apregoam defender.
Vamos esperar para ver e, desta vez, não será necessários esperar sentados visto que as contas já começaram a aparecer para serem pagas. Viajar agora para pagar depois ou comprar carro novo e começar a paga-lo daqui por dois anos. Tanto o depois como os dois anos expiraram faz tempo. Estão aí os cobradores e não vieram de fraque...
De Intretenimento a 5 de Maio de 2011 às 09:07
O facto da revelação ter sido feita num programa de intretenimento não que dizer que seja uma palhaçada, pelo menos é o que se espera.
O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, comprometeu-se, esta quinta-feira de madrugada, a cumprir o memorando de entendimento da troika para ajuda externa a Portugal. Foi num programa de entretenimento da RTP2, o «5 para a meia-noite», que Pedro Passos Coelho assumiu tal compromisso.
«Lamento dizer que o IVA não baixar. Pode haver várias categorias de produtos em que vai aumentar. Está no memorando de entendimento da troika, que o engenheiro Sócrates vai assinar e que eu vou comprometer-me a assinar também», disse.
O anúncio não é propriamente uma surpresa, mas, até agora, nenhum dirigente do PSD tinha sido tão claro no aval ao documento que dita a ajuda externa a Portugal. Poucas horas antes, Passos Coelho tinha sido entrevistado na RTP1 e não tinha revelado aí a posição do PSD.
O líder do PSD disse ainda, no programa «5 para a Meia-Noite», que admite a redução do número de deputados na Assembleia da República dos atuais 230 para os 181 parlamentares. Pedro Passos Coelho esclareceu que a opção por um número ímpar serviria para evitar empates nas votações parlamentares, além de que, desta forma, o parlamento «funcionaria melhor».
O líder social-democrata disse ainda que esta diminuição no número de deputados não iria «criar problemas de representação».
Esta quarta-feira à noite, o líder do CDS-PP, Paulo Portas, já tinha anunciado o apoio ao documento que tinha saído das negociações com a troika.
De 12 lições da Troika. a 6 de Maio de 2011 às 14:01
Uma dúzia de lições que troika nos deu
(- por O Jumento, 5.5.2011)
Para além do que o acordo com a troika contém ou não contém importa referir algumas lições que a troika deu a Portugal:
1. Que para superar a crise e atingir resultados económicos não país não precisa de uma revisão constitucional como a que Passos Coelho encomendou ao ex-presidente do BCP.
2. Que o PEC IV que tinha sido negociado entre o governo e Bruxelas era um bom plano e recolocava o país no caminho da solução dos seus problemas. A diferença entre o PEC IV e o acordo mais não são do que garantias adicionais para um empréstimo de montante superior a 70 mil milhões de euros.
3. Que três técnicos que desconheciam a realidade do país conseguiram em meia dúzia de dias o que muitas das nossas vedetas da economia e de outras artes não conseguiram em meses de debates. Em pouco mais de três semanas os três técnicos apresentaram um plano que merece a confiança dos mercados quando os idiotas do Compromisso Portugal e do Mais Esperança andaram meses a propor disparates.
4. Que a declaração de Cavaco Silva na sua tomada de posse de que “há limites para os sacrifícios que se podem exigir ao comum dos portugueses” para além de ser uma banalidade do tipo de verdade de La Palisse foi uma declaração demagógica e infeliz.
5. Que a direita portuguesa aceita melhor uma imposição vinda do exterior do que negociar as soluções com os portugueses.
6. Que personalidades como Eduardo Catroga além de se terem reformado nas empresas onde trabalhavam deveriam reformar-se da política, o representante do PSD nas negociações esteve ausente e faria um velhote imobilizado numa cadeira de rodas num lar da terceira idade.
7. Que é possível gerir o SN com mais economia sem recorrer a privatizações que apenas resultam no desvio dos dinheiros públicos para empresas privadas que operam sem grande concorrência e que quando os custos sobem devolvem os doentes aos hospitais públicos.
8. Que é possível negociar com seriedade e sem recorrer a jornalistas.
9. Que a credibilidade da economia portuguesa consegue-se com medidas, coragem política e determinação, e não com idas à City, receitas de farófias e palermices do Relvas.
10. Que algumas grandes obras como o aeroporto e a ligação do TGV a Madrid são viáveis, independentemente da opinião que se possa ter sobre as mesmas.
11. Que o investimento no ensino faz sentido.
12. Que uma boa parte dos economistas portugueses são uns idiotas.
De .olha os sanguessugas ... a 6 de Maio de 2011 às 14:04
ERA O QUE FALTAVA!
«O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) diz que a banca cumprirá o acordo com a ‘troika' sem o apoio do Estado.
"Os bancos chegam facilmente aos 9% de core capital. Aos 10%, no próximo ano, com o programa de desalavancagem, venda de activos e aumentos de capital, chegarão a esse rácio sem recorrer a fundos do Estado", disse hoje António de Sousa, em Lisboa, durante um almoço organizado pela Associação Comercial de Lisboa.» [DE]
Parecer d'o Jumento:
Esta dispensa da ajuda do Estado revela como a banca está habituada a recorrer ao dinheiro dos contribuintes quando está em apuros.
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