Globalização: o princípio do fim ?... Alternativas para a crise.
Mariana Mortágua fecha muito bem o debate, se é que um debate como este alguma vez está fechado, com
Paulo Pedroso, duplamente equivocado: sobre a questão fundamental do trabalho como custo relevante em Portugal, também descascada aqui pelo
Alexandre Abreu, talvez reflexo da influência da “economia da oferta”, ainda que com
verniz progressista, à maneira da fracassada Agenda de Lisboa, em social-democratas como Pedroso; sobre o suposto anti-europeísmo dos que nunca se deixaram encantar por um romance de mercado europeu que foi durante demasiado tempo a leitura de cabeceira no PS.
Felizmente, a avaliar pelo que se escreve no
Social Europe, as intuições keynesianas parecem ter reconquistado direito de cidade numa parte da social-democracia europeia, com a qual as convergências em matéria de integração são agora grandes,
passada que está a ilusão sobre a natureza e o estado deste euro. Esta ilusão foi um dos brilhantes
resultados da hegemonia do social-liberalismo que varreu os socialistas do poder e os esventrou ideologicamente.
O primeiro, e mais importante, equívoco de Pedroso, que até já foi desmentido pelo próprio
Banco de Portugal, parece ser, em certa medida, partilhado por economistas como o francês Jacques Adda, autor do informativo livro
A Mundialização da Economia, talvez influenciado por instituições internacionais que nele continuam a insistir. Tirando isso, que é só uma linha, a análise de Adda sobre a economia portuguesa, publicada na
Alternatives, a melhor revista de divulgação económica que eu conheço, é certeira. Deixo aqui a tradução do último parágrafo:
De SEDEciosoS Retóricos tratam da Vidinha a 15 de Junho de 2011 às 15:37
Um novo PRCEC?
(-por Miguel Cardina, Arrastão, 15.6.2011)
A SEDES tem um núcleo jovem. Um oxímoro que se prestaria a algumas graças.
Mas deixemos por agora isso, uma vez que o texto que o grupo decidiu divulgar - uma «Carta Aberta aos Decisores Políticos e Parceiros Sociais»
- dá-nos um retrato preocupante daquilo que são as novas ÈLITES tecnocráticas emergentes, agora com espaço político para poderem vingar.
Como já se esperava, o documento está cheio de arremessos RETÓRICOS típicos da escola medina-carreirista:
contra a "gordura" do Estado, contra a "politiquice" reinante, por uma "relação construtiva entre quem governa e quem é governado".
Para que cada macaco fique no seu galho e se proceda à necessária lipoaspiração,
os jovens sediciosos apelam a "amplos consensos" que têm como alvo - et voilá! - a Constituição.
Falam mesmo de um "processo de Revisão Constitucional agora em curso".
Talvez negociações profundas se estejam a passar debaixo do pano e longe do olhar dos cidadãos que justifiquem este "em curso".
Talvez seja isso mesmo a tal "relação construtiva entre quem governa e quem é governado":
vivamos despreocupados a nossa vida porque um conjunto de gente séria e informada nos está a tratar da vidinha.
Ou então é apenas furor ideológico que confunde a realidade presente com um futuro apetecível.
Ai estes jovens...
De Responsabilizar novas-velhas Élites-Boys a 15 de Junho de 2011 às 15:46
----- Anónimo
Já é habitual neste pessoal começarem a construir a casa pelo telhado.
Na cabeça deles alterando uns pontos da constituição as coisas vão magicamente ao sítio.
- E que tal começarmos pelo que realmente interessa que é LIMPAR o que é público de BOYS INCOMPETENTES que só gerem de si para si e para os amigos?
- Que tal uma RESPONSABILIZAÇÃO por parte dos Gestores?
- Que tal crescerem uma espinha e o EXEMPLO começar a VIR de CIMA para que possam ter moral para pedir sacrifícios?
----- Júlio de Matos
Um PRCEC, ou PRC(a)EC, conduzido por exemplo por competentes LACAIOS da estirpe de um Barreto, é um dos passos essenciais para a tal vingança cozinhada pelas novas-velhas ÉLITES tecnocráticas re-EMERGENTES.
Enquanto durar o fervor do ódio e inveja a Sócrates, a coisa até pode correr bem.
Quando se extinguir esse cimento, a betoneira pode entornar. Quem a encheu, que não se venha depois para aqui queixar do dói-dói.
De Com SEDEs de protagonismo... a 16 de Junho de 2011 às 11:17
Jovens da SEDES ou jovens com sede de protagonismo
«O núcleo de jovens da SEDES apelou hoje ao Presidente da República e ao futuro Governo para que promovam o consenso com os partidos da oposição e com os parceiros sociais, lançando Vitor Bento para o Ministério das Finanças.
O apelo foi lançado numa carta aberta que os jovens quadros da SEDES divulgaram em conferência de imprensa e que será enviada aos órgãos de soberania.
"Este é o momento de concertar uma verdadeira estratégia política que devolva à sociedade portuguesa um novo fôlego económico e social, capaz de restaurar a confiança e trazer uma esperança renovada", diz a carta aberta.» [Expresso]
Parecer do Jumento:
- Não repararam que a direita tem a maioria absoluta e que é Passos Coelho que vai escolher o ministro das Finanças.
- «Pergunte-se aos jovens o que Vítor Bento tem de especial para ser ministro das Finanças.»
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