Portugal tem agora uma nova situação política com uma aliança das forças liberais e conservadoras. Os portugueses que votaram e os que não votaram não apostaram nas esquerdas para resolver a situação!
Essa deve ser a grande questão que deve ser respondida! Porquê? A segunda grande questão será -como vai ser o futuro? Estão em curso diversas análises e auto-críticas que me dispenso enumerar. Parece-me todavia relevante fazer algumas considerações muito rápidas:-Não basta dizer aos trabalhadores para resistirem e aos sindicatos para lutarem contra as políticas de austeridade. Sem uma alternativa política de esperança a médio prazo temos a sensação de que tudo se parece com o mito de Sísafo -levar a pedra ao cimo da montanha para depois a deixar cair outra vez! As esquerdas (PS, PCP, BE e outras forças sociais e cívicas)terão que resolver com tempo e paciência o nó que as impede de criarem uma alternativa como as direitas o têm feito sempre que os seus interesses assim o exigem!
-Nesse sentido faz todo o sentido perguntar a razão de muitos votantes ficarem em casa e a maioria votar nas direitas. Mal ou bem tiraram a conclusão que a solução da situação não passava pelas esquerdas? Uma parte da esquerda estava comprometida com a política de austeridade e a outra lavou as mãos, simplesmente!
-Assim é necessária a construção de uma alternativa com um programa adequado à nossa situação económica, sem escamotear a dívida .Uma alternativa capaz de apontar com fundamento um outro caminho para a Europa, para o euro e para Portugal. Só assim terão sentido as lutas sociais e sindicais!A luta pela luta é um projecto estéril que apenas anima alguns funcionários partidários ou sindicais. As manifes e greves gerais não terão qualquer sentido! Será apenas o desgaste das poucas energias que restam!
Ao contrário do que dizia um cronista do jornal Publico de hoje (26 de Junho) a esquerda não é irrelevante! Poderá a prazo sê-lo se não resolver o tal nó com que os interesses geoestratégicos e económicos a ataram. Isto apesar do Muro de Berlim já ter caído!Caramba, é obra!