Quinta-feira, 14 de Julho de 2011

Socialistas entalados entre o abrir e fechar de porta;

Socialistas entalados entre o Estado e o Partido;

Socialistas entalados entre o passado e o futuro;

Socialistas entalados entre o secretismo e a transparência

Socialistas entalados entre a opacidade e a clarividência;

Socialistas entalados entre a ideologia e a falta dela;

Socialistas entalados entre a seriedade e a procura de um tacho

Socialistas entalados entre aqueles que apoiam a corrupção e o trafico de influencias e os que defendem o seu combate;

Socialistas entalados entre o aparelho e a falta de militância;

Socialistas entalados entre o acordo da troika e a oposição ao governo;

Socialistas entalados entre o desgoverno do passado e os sacrifícios que se avizinham.

O verniz já vai estalando, embora haja quem queira esconder a realidade factual. O primeiro passo para resolver problemas é assumir que eles existem. Ora da próxima eleição da cúpula socialista não vai sair a resolução de nenhum dos problemas existentes no interior do PS.

Os socialistas são, ao fim e ao cabo, cidadãos com qualidades e defeitos, como todos os demais cidadãos, embora alguns deles pensem que não. Estão, como todos os terráqueos deste planeta entalados, e sem coragem para fazer a mudança, pela razão simples não há verdadeiros nem credíveis protagonistas para que ela se possa fezer.

Conforme escreveu Daniel Oliveira “O PS só deixará de ser uma mera federação de interesses quando quiser mesmo ser mais do que isso. E é nas propostas que tem para o País que isso se verá. Não se viu isso ontem da parte de nenhum dos candidatos.”

Acrescentaria, às propostas para o país, propostas para a reorganização interna do Partido e alterações estatutárias que determinem orientações e estabeleçam práticas mais rigorosas e exigentes em transparência e rigor acabando com acumulação de cargos tanto na estrutura do partido como em funções electivas ou de nomeação.

“No dia em que os partidos que, por razões históricas, estão em condições de conquistar o poder, forem verdadeiras alternativas uns aos outros, é possível que os cidadãos se envolvam mais. Quando as pessoas sentirem que o seu envolvimento na vida de um partido pode mudar a vida do país e não apenas mudar a vida de quem quer nele fazer carreira talvez achem que vale a pena entrar numa sede para escolher candidatos.”



Publicado por DC às 09:55 | link do post | comentar

11 comentários:
De Zé das Esquinas, o Lisboeta a 14 de Julho de 2011 às 10:29
Miséria...
O debate entre os dois candidatos foi uma miséria.
«Aquilo» é o melhor que o PS tem para liderar o partido?
Haverá algum socialista que vote nalguma daquelas «abéculas»?
O quê? Há? Miséria...


De cidadão a 14 de Julho de 2011 às 10:59
Não sei porquê... estes ... trouxeram-me a associção aos bichos da imagem do post anterior... vacum, boys, chocas, manada, mansos, ... língua(gem) assim como ... enrolada, mastigada, ruminada, ...

É claro que concordo com DC, com o Zé das Esquinas, com o Daniel Oliveira, com o Xa2., etc

A chatice é que também não posso deixar de pensar que quem se põe de lado, ... se afasta, não concorre, não milita, não vota, ...
TAMBÉM É CULPADO pelo partido e líderes políticos que temos (ou não temos)...
. menos culpado quando tem (outra) voz activa, crítica e construtiva, ...
. MAIS CULPADO quando tem cargos partidários (e económico sociais por serem do partido ou amigos/parentes de barões/líderes do partido) e beneficia de tachos e mordomias e tempos de antena ou palcos privilegiados...


De ''Quem fica... partilhará da derrota.'' a 14 de Julho de 2011 às 11:12
QUEM FICA EM CASA QUANDO A LUTA COMEÇA

São dias de um chumbo aveludado, mas asfixiante. As vozes parecem veladas. Os gestos parecem tolhidos. As sombras ditam a lei, como se estivessem vivas. Os prégadores numerogam a desgraça, ficcionado-a como neutra.
A maré lenta dos povos agita-se ao longe. A Europa é um outono melancólico que se recusa a andar. Ministros deixam os olhos perderem-se no Tejo como navios sem regresso.
Aspiram um poder de fim de tarde com a volúpia constragida de quem não sabe muito bem se tem alguma coisa que possa fazer. Neste crepúsculo indolente, resolvi recorrer uma vez mais a Bertolt Brecht, sempre na sua versão portuguesa de Paulo Quintela:

QUEM FICA EM CASA QUADO A LUTA COMEÇA

Quem fica em casa quando a luta começa

E deixa os outros combater p'la sua causa

Tem que ter cuidado: pois

Quem não partilhou da luta

Partilhará da derrota.

Nem sequer evita a luta

Quem evita a luta: pois

Lutará p'la causa do inimigo

Quem não lutou p'la própria causa.


[Bertolt Brecht]
(- por Rui Namorado, OGrandeZoo)


De Zé das Esquinas, o Lisboeta a 14 de Julho de 2011 às 11:38
Mais «poesia»...
Mas a poesia não enche barriga.
Logo só serve para alimentar o espírito... de quem tem a barriga cheia.
Experimente o amigo a gerir a sua casa com um único ordenado mínimo e um livro do Brecht na algibeira e diga-me até que dia do mês é que chegou a sua complacência político-social e filosofia em geral...
Um abraço.


De Participar!? a 14 de Julho de 2011 às 21:07
Caro comentador, com o devido respeito (sem saber se é merecido ou não, inclinando-me mais para o não) vossa mercê não deve ser (conforme já li algures) terráqueo, não é deste planeta ou então será um peixe tipo cherne a viver num qualquer aquário do género Bruxelês à portuguesa.
Vossa mercê fala em participar?
Queira V. Ex.ª saber que, ainda no último congresso da FAUL alguém, que habitualmente escreve neste blog, promoveu a constituição de uma lista para eleger delegados ao dito congresso (e não queira saber o difícil que foi a entrega dessa lista) com a única intenção de levar a debate uma moção sectorial (só apareceram duas, efectivamente há pouca participação!) contudo ninguém sabe que caminho levaram e os subscritores dessa “participação” nuca foram contactados por nenhum responsável federativo. Outros afazeres os ocupam muito arduamente, com certeza.
A avaliar pelas dificuldades que lhes foram colocadas, os subscritores já sabiam do desiderato de apelos à participação feitos por gente da estirpe do caro comentador, gente que controla tudo e todos dentro do aparelho-
Participar!?
O caro comentador quando escrevinhou o seu comentário deveria estar a acordar da sesta e estremunhado ainda vinha a contar carneirinhos, só pode


De CASSANDRAS a 14 de Julho de 2011 às 22:49
Caro Participar!?
O caro Participar anda muito enganado. Nem tudo o que parece é.
Quando escreve - apelos à participação feitos por gente da estirpe do caro comentador - não quereria dizer: feitos "a"?
Também não se enganou quando diz que o comentador - não é deste planeta ou então será um peixe tipo cherne a viver num qualquer aquário do género Bruxelês à portuguesa.
Parece que o caro Participar!? anda mesmo muito distraído. Deve ter sido um dos acessores, generosamente remunerados, do governo Sócrates. Será que é um dos que integram a lista que vinha anexada ao e-mail da Força da Ideias? e que muito contribuiu para o país estar nesta situação?


De olhe que não a 14 de Julho de 2011 às 23:00
Olhe que não, olhe que não; Senhor Doutor!

Foi, sou e continuarei a ser, visceralmente, contra uma grande parte das politicas levadas acabo pelo governo de Socrates, sobretudo nos ultimos tempos.

Não apoio nenhum dos candidatos actuais, como estou fora, muito longe, da esmagadora maioria das práticas, em grande medida a ferir os mais elementares principios democraticos que os "donos" dos partidos (todos) são useiros e veseiros.


De Zé das Esquinas, o Lisboeta a 14 de Julho de 2011 às 11:31
O amigo ainda embarca nessa da responsabilidade por inacção ... Essa foi inventada para criar problemas de consciência àqueles que discordam do poder instituído e da sua perpetuidade no mesmo. Porque o que existe neste e noutros casos não é escolha democrática é sim pequenos grandes plebiscitos entre pares.
Neste caso o amigo não escolhe em quem quer para Líder do PS o que o amigo tem de plebiscitar é em qual destes dois (e só destes dois) pode ser o líder do PS. Percebe a diferença?
O sistema está feito de forma a que o amigo não tem liberdade de escolher quem quer, mas sim qual daqueles que eles querem... que você escolha.
É assim como ontem um amigo meu que está no hospital e que para o jantar o que lhe apetecia era bitoque, mas só podia escolher entre esparguete à bolonhesa e pesquitos , que era o que estava no cardápio... percebe? Um abraço e abstenha-se ou vá lá e mande-os à merda , a ambos.


De Cassandras a 14 de Julho de 2011 às 11:30
Cassandras da desgraça. Algumas críticas são justas, mas a maioria não faz qualquer sentido. Ainda relativamente ao debate entre os 2 candidatos, o que é que os “comentadores” esperavam? Que tivessem “reformulado” o partido enquanto decorria o debate? Que apresentassem soluções miríficas para os problemas nacionais?
Se não nos deixarmos emprenhar pelos média verificamos que houve propostas consequentes (também houve utópicas), de alterar o funcionamento do partido. Mas a alteração não se faz só com a alteração dos Estatutos; faz-se com a participação e contributo dos militantes, no terreno e não apenas em desabafos orais ou escritos. Porque aqueles que se alimentam do sistema vão tentar manter-se, não tenhamos ilusões e contam com o comodismo do sofá que é apanágio no PS


De Zé das Esquinas, o Lisboeta a 14 de Julho de 2011 às 11:46
O que eu gostava de ter visto no debate?
Autocrítica.
Auto responsabilização pelos actos e omissões que qualquer um deles tem no seu percurso político activo no partido e na Assembleia .
Pedido de desculpa pelos erros cometidos e nos silêncios comprometedores da suas actuações do passado recente.
A assunção das responsabilidades a que o partido chegou e até no país...
Que mostrassem que andam nisto da política partidária há anos e são responsáveis pela queda e alheamento a que os militantes socialistas chegaram e que os simpatizantes do ps que se afastaram do voto nele.
E não em conversas de ca-rá-cá-cá ou da treta...


De PS: Melhor ciclo e políticas . a 19 de Julho de 2011 às 14:33
O Novo Ciclo


Este fim-de-semana realizam-se eleições internas do Partido Socialista para se apurarem o novo Secretário-geral e os delegados que no próximo Congresso Nacional debaterão e aprovarão as moções de orientação geral e sectoriais e elegerão os restantes órgãos directivos do PS.

Inicia-se o novo ciclo após a demissão de José Sócrates decorrente da derrota eleitoral determinada pelo voto universal dos cidadãos portugueses.

Um novo ciclo onde importa encontrar soluções que não se coadunam com o passar de uma ESPONJA sobre a ACTUAÇÂO recente do PS uma vez que há muitos ensinamentos a retirar da actuação positiva e negativa do exercício do poder.

Isto faz-se com o envolvimento dos militantes socialistas e com a posterior apresentação de propostas a debate público, para lhes acrescentar valor, antes de as fazer sufragar.
Faz-se com uma liderança inclusiva.

Isto, o novo ciclo, far-se-á com António José Seguro pois é ele que se apresenta a estas eleições como o coordenador dos militantes do socialismo democrático português que constituem o colectivo que é o Partido Socialista.

O novo ciclo não será só do PS mas de toda a política portuguesa a quem é imprescindível aproximar da rua para a tornar instrumento de cidadania capaz de COMBATER a INDIFERENÇA e, através do seu envolvimento, partir na busca de soluções de futuro.

- LNT [0.285/2011], Barbearia, 19.7.2011


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