Crise económica e do euro
"Já foi aqui sublinhado que há 200 mil milhões de euros na Suíça, fugidos da Grécia.
E há milhares de biliões mais, dos diversos Estados Membros - incluindo do seu e meu país, Portugal, Senhor Presidente da Comissão - que desapareceram das empresas, dos bancos, das economias, para muitos outros paraísos fiscais, evadindo ou defraudando autoridades fiscais nacionais.
E ainda há muito mais capitais que, beneficiando do regabofe da rivalidade fiscal na própria UE, se refugiam na Holanda, no Luxemburgo, na Bélgica, na Irlanda ou na City, desertando o investimento nos países que os geraram.
- Que credibilidade e eficácia tem a governação económica agitada pela Comissão e pelo Conselho, se nada têm feito para controlar os paraísos fiscais e reaver os fundos lá parqueados. E se nada fazem para concretizar a harmonização fiscal na zona euro?
Pergunta que dirigi ao Presidente da Comissão Europeia e ao Conselho da UE, em debate no Plenário do PE, hoje."
A UE e o combate à corrupção
"O fornecimento de submarinos fabricados na Alemanha a Portugal e à Grécia é clamoroso exemplo da teia de corrupção que, violando as regras do Mercado Interno, funciona a nível europeu e contribuiu decisivamente para a crise das finanças públicas vivida hoje pelos dois últimos países.
Por isso, é urgente tomarmos medidas eficazes para a combater a corrupção a nível europeu.
A crise económica que enfrentamos torna imperativo que asseguremos aos cidadãos que os pesados sacrifícios que lhes são pedidos, especialmente nos países sob programa de resgate financeiro, são acompanhados de um esforço sério na luta contra a corrupção, a fraude e evasão fiscal e contra a impunidade dos corruptos e dos corruptores.
É preciso, nomeadamente, que a Comissão e o Conselho reconheçam que os memorandos de entendimento assinados por Portugal, Irlanda e Grécia para assistência financeira oferecem inúmeras oportunidades para a corrupção, sobretudo nos programas de privatizações e de renegociação das parcerias público-privadas.
A Comissão Europeia tem uma responsabilidade particular em dar prioridade e visibilidade à luta contra a corrupção, que tanto pesa nos orçamentos dos Estados, no bolso dos contribuintes, no funcionamento das empresas e do Mercado Interno, na confiança mútua entre os Estados-Membros e na confiança dos cidadãos para com a própria União Europeia.
A Comissão precisa de avançar com a harmonização de medidas de protecção de denunciantes de crimes de corrupção e para a criminalização do enriquecimento ilícito em todos os Estados Membros, de acordo com as obrigações decorrentes da Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção.
A luta contra a corrupção implica transparência e controlo nas transacções financeiras, em especial para os paraísos fiscais dentro e fora da UE, e uma concertação europeia na negociação de acordos com jurisdições "offshore" para garantir a partilha de informação.
A Comissão e o Eurojust devem criar mecanismos mais rápidos e eficientes de cooperação judiciária, para troca de provas, documentos e informações em casos que envolvam corrupção transfronteiriça, a fim de acelerar a tramitação dos processos em investigação ou julgamento nos tribunais, para permitir a punição efectiva dos agentes corruptos e corruptores. Digo isto baseada no exemplo lamentavelmente lento da cooperação entre autoridades judiciais portuguesas e alemãs por suspeitas de corrupção na venda dos submarinos.
A Comunicação da Comissão com propostas de acção para o combate à corrupção é bem vinda, mas tem de traduzir-se em medidas práticas urgentemente, como recomenda o Parlamento Europeu".
Minha intervenção no debate em Plenário do PE, hoje, com a Comissária Malmstrom sobre o combate à corrupção.
De Élites e Líderes INDIGNOS, subservientes a 16 de Setembro de 2011 às 14:40
A humilhação
...
Sem uma liderança europeia à altura das circunstâncias, de que o Durão Barros é o exemplo mais patético, resta-nos o sentido da dignidade enquanto Nação,
mas se isso implica fazer sacrifícios colectivos em nome do país implica um modelo de governação diferente,
capaz de mobilizar a maioria dos portugueses e que tenha por base um contrato social que assegure não só uma repartição dos sacrifícios por todos os portugueses,
como uma distribuição equitativa dos resultados.
Infelizmente não da disto está sucedendo, as elites empresariais estão aproveitando a crise para conseguir o modelo de relações laborais do tempo em que tinham uma POLÍCIA POLÍTICA para assegurar a submissão dos trabalhadores,
alguns dos que mais lições de moral dão ao país empanturram os tribunais com recursos para adiarem o PAGAMENTO de impostos e como se isso não bastasse ainda instalam as suas HOLDINGS noutros países onde pagam menos impostos, a autonomia permitiu que uma região pratique um autêntico proxenetismo financeiro.
Por onde andam os bem PENSANTES que em tempos promoveram um manifesto defendendo um governo de unidade?
Conquistada a maioria absoluta remeteram-se ao silêncio e agora concluíram que tal á não é necessário e que os problemas se resolvem com BORDOADA.
Um deles até já defende uma constituição por referendo, se calhar até já tem uns livrecos preparados para serem publicitados nos altifalantes do Pingo Doce, como sucedeu durante as legislativas quando os velhinhos que iam às compras ouviam todos os dias um empregado do Soares dos Santos perguntar-lhes se sabiam se iriam ter pensão de reforma ao mesmo tempo que lhes sugeria a compra de um borda d’agua da sua fundação.
O país está transformado numa SELVA onde a regra é o salve-se quem puder,
uns pagam mais impostos e recebem menos salários,
outros aguardam ansiosos pela redução da TSU e já fazem contas a quanto vão GANHAR com as águas PRIVATIZADAS ao preço da uva mijona.
A troco do ENRIQUECIMENTO fácil proporcionado pela crise financeira está a perder-se o sentido da VERGONHA, troca-se a soberania por uma redução da TSU ou por um lote de acções da GALP, troa-se o sentido de Nação por uma conta numa qualquer OFF-SHORE.
Deveríamos ter vergonha enquanto portugueses, somos COBARDES como nunca fomos, somos SUBSERVIENTES como nunca sucedeu na nossa história, somos demasiado pequeninos para sermos dignos do povo que fomos.
OJumento, 16.9.2011
De Fracassados e subalternos a 16 de Setembro de 2011 às 14:51
O capital da troika
A austeridade fracassou. O que propõe a troika?
Austeridade reforçada, mas com a redução dos juros cobrados para tentar ALIVIAR a PRESSÃO financeira.
Tenta-se desta última forma evitar o destino grego, ao mesmo tempo que se insiste na economia de austeridade que o torna cada dia mais provável.
No meio desta flagrante contradição, o “acordo” com a troika, tão celebrado na altura pela BRIGADA do REUMÁTICO em que se transformou a “ÉLITE” económica, política e intelectual nacional dominante,
já não vale o papel em que está escrito, não pode comprometer ninguém passado menos de meio ano da sua assinatura, tantas foram as mudanças.
No fundo, confirma-se que pouco se aprendeu com todos os fracassos dos programas de ajustamento estrutural no “Sul global”.
Estamos perante instituições que foram desenhadas para não aprenderem. CE, BCE e FMI são instituições políticas com muito poder, mas que prescindem de um dos poucos mecanismos, a DEMOCRACIA e os seus ingredientes – debate e escrutínio públicos, sociedade civil activa, participação e eleição. Por muito fragilizados que estejam, estes mecanismos, de base ainda essencialmente nacional, são a nossa melhor esperança para reconhecer e corrigir os erros colectivos e, elemento crucial deste processo, para que possam emergir e afirmar-se contrapoderes às facções do capital com escala internacional e com toda a influência nestas instituições.
Sem este elemento de economia política, não se compreende o sistemático enviesamento de classe das políticas que são prescritas pelas troikas:
da PILHAGEM dos bens públicos através de ruinosos processos de PRIVATIZAÇÂO
às políticas regressivas de concorrência internacional pela DESVALORIZAÇÂO directa e indirecta do TRABALHO, reduzido a um custo,
e pela taxação cada vez mais baseada nos IMPOSTOS sobre o consumo, os impostos que penalizam mais os que não podem deixar de consumir todo o seu cada dia mais parco rendimento.
Os austeritários não precisam de estudos sérios para tomar decisões que afectam a economia política dos países.
Precisam apenas de manter o seu PODER, tarefa facilitada quando têm à sua frente um governo SUBALTERNO, formado por crentes INGÈNUOS no romance de mercado ou por realistas TESTAS-de-FERRO do capitalismo internacional,
um governo que exprime a extensão da crise da democracia, a extensão do seu esvaziamento pela ressurgência política de um certo tipo de capital (financeiro, rentista, agiota, ...) nas duas últimas décadas.
(-por João Rodrigues, Ladrões de B., 16.9.2011)
De Federação Europeia vs protectorado Fr-Al a 16 de Setembro de 2011 às 15:00
Zelig Coelho encontra-se com Merkel e fica alemão
(por Daniel Oliveira, Expresso)
Por toda a Europa há um debate central para a sobrevivência do euro:
deve a União emitir títulos da dívida e acabar assim com um estúpido sistema que deixa os países em dificuldade vulneráveis a qualquer ataque?
A Europa não pode continuar a ter uma moeda e não ter os instrumentos para a defender.
Não pode pôr nas mãos dos países um tesouro tão apetecível e deixá-los em campo aberto sem qualquer proteção.
A Europa não pode ser uma união monetária e não ser uma união financeira.
Se existissem as eurobrigações a zona euro não estaria à beira do colapso e a crise de confiança no euro provavelmente nem existiria.
O maior argumento contra os eurobonds tem sido o de que se trata de mais um passo para o federalismo.
Perante aquilo a que assistimos, o argumento quase que tem graça.
A Alemanha e a França fazem conferências de imprensa a anunciar a alteração de constituições alheias, o BCE toma decisões ao sabor dos interesses da economia alemã, a salvação da Grécia vai sendo negociada tendo em conta os interesses da banca francesa e alemã e há quem ande preocupado com o federalismo.
Têm medo de perder soberania?
Mas, como a Europa funciona, temos alguma?
Por mim, antes um estado legítimo de uma FEDERAÇÂO EUROPEIA do que PROTETORADO silencioso de um império FRANCO-ALEMÃO.
Mais:
depois de criar uma moeda única não podíamos ter ficar a meio da ponte. Porque a meio da ponte o que acontece é o que se tem visto.
Os eurobonds teriam uma taxa de juro entre a da Alemanha e as de Itália e de Espanha.
Óptimo para nós, menos simpático para os alemães, que querem as vantagens de uma moeda europeia sem os riscos de a ter.
Mas enquanto por essa Europa fora os países periféricos clamam pelos eurobonds o nosso primeiro-ministro aparece ao lado de Merkel para se opor, com todas as letras, à ideia. Argumento:
"pressuporia um nível de aprofundamento político da União que não pode ser realizado a tempo de resolver os nossos problemas". Conclusão:
"não se pode olhar para um princípio de obrigações europeias como uma forma de resolvermos que temos de excesso de dívida".
O homem será masoquista?
O SERVILISMO é tal que nem se aprecebe da triste figura que faz.
Se há país que precisa dos eurobonds é Portugal.
Outros, que não estão tão mal, estão a exigi-los com firmeza.
E Passos vai explicar aos alemães que a culpa é nossa que eles não devem fazer nada.
Não por acaso, Paulo Portas, que sabe mais quando está distraído do que Passos Coelho nos seus melhores dias, disse, antes do seu primeiro-ministro atacar os interesses do seu próprio País:
"como português estou interessado na ideia dos eurobonds, admito que, se fosse alemão, teria algumas dúvidas".
E seria de esperar que quem nos governa se comportasse como um português e não como um alemão.
É que ainda por cima, para além de defender Portugal, estaria a defender o euro.
Confesso que ja nem sei o que diga. Será deslumbramento? Será falta de espinha?
Será para fazer boa figura na esperança de, com uma boa relação com a senhora Merkel, vir a contar com a sua benevolência?
Será apenas estupidez? Será como a personagem de Woody Allen, Leonard Zelig, que, por necessidade de aprovação dos outros, bastava aproximar-se de alguém para logo lhe ganhar os hábitos, as opiniões e as feições?
De Taxar transacções Financeiras. a 19 de Setembro de 2011 às 08:58
"Desencontros" na União Europeia
LA TAXE SUR LES TRANSACTIONS FINANCIÈRES EN QUESTION
Le sujet est source de discorde au sein de l'Europe même, puisque la France et l'Allemagne y sont favorables alors que les Britanniques, inquiets pour l'avenir de la City de Londres, s'y opposent. "Il y a des divisions considérables à ce sujet", a reconnu le ministre des finances polonais Jacek Rostowski, expliquant que de nombreux Etats craignent qu'une taxe sur les transactions financières circonscrite à l'Union européenne "aboutisse purement et simplement à ce que les transactions se déplacent hors de la zone".
Le ministre des finances belge, Didier Reynders, a défendu samedi à Wroclaw cette taxe qui serait un outil "important, non seulement pour financer le budget (européen) mais pour stabiliser les flux des marchés financiers". A défaut de pouvoir mettre en place la mesure au niveau mondial, "nous le ferons dans l'Union européenne, et si c'est impossible, dans la zone euro", a affirmé, volontariste, le ministre.
"C'est une question techniquement simple, économiquement supportable par le secteur financier, financièrement productive et politiquement juste", a plaidé de son côté le commissaire européen aux services financiers, Michel Barnier. Une proposition émanant de Bruxelles doit justement voir le jour "dans quelques semaines", a-t-il précisé. La réunion des ministres européens, entamée jeudi soir, s'est achevée samedi sur fond de protestation contre l'austérité en Europe.
Le Monde 17.09.2011
# posted by Joao Abel de Freitas, PuxaPalavra
De Inaceitável Destruir um País/Povo a 19 de Setembro de 2011 às 13:01
Strauss-Kahn defende que todos devem aceitar perdas com a Grécia
19.09.2011 - Lusa
O ex-director-geral do Fundo Monetário Internacional Dominique Strauss-Kahn defendeu que forçar a Grécia a pagar as suas dívidas irá empobrecer o país de forma INACEITÁVEL e que todos devem estar disponíveis para CEITAR PERDAS com a dívida grega.
“Eles não conseguem pagar”, afirmou Strauss-Kahn, citado pela Bloomberg, na sua primeira entrevista desde o incidente em Noa Iorque .
“Os esforços dos LÍDERES EUROPEUS foram demasiado pequenos ou demasiado tardios, ou ambas as coisas, demasiado pequenos e demasiado tardios”, sustentou.
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